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AULA 1

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Aula 1: Diferença, Inclusão e Identidade na sociedade contemporânea
Começando a trabalhar
Que tal começarmos esta disciplina já com uma parte prática? Muitas vezes os ouvintes acreditam que as palavras em LIBRAS são construídas letra a letra, mas isso não é bem verdade. Entretanto, para muitas palavras, especialmente nomes de pessoas e lugares, as letras do alfabeto compõem uma palavra da mesma maneira como ocorre em qualquer língua.
Datilologia (alfanumérico)
No vídeo ao lado, você assiste a um surdo sinalizando as letras do alfabeto manual da Língua Brasileira de Sinais (LIBRAS). Ao final, ele também irá sinalizar os números de 0 a 9.
Aproveite para rever quantas vezes quiser, pois esse é o seu primeiro contato com a LIBRAS como ouvinte, para aprender o "bê-á-bá" da comunidade surda.
Aula 1: Diferença, Inclusão e Identidade na sociedade contemporânea
LIBRAS em prática
Neste vídeo, você viu uma série de sinais (nome, sinal, idade, casa/morar, onde) aplicados fora de contexto, somente para você conhecer as palavras usadas na apresentação pessoal. Informação Cultural (IC): Nas comunidades sinalizantes é hábito apresentar-se não somente informando o nome, mas também com um SINAL. Esse SINAL pode ser entendido como uma espécie de “batismo” dentro dessas comunidades. Cada pessoa tem um SINAL próprio que faz referência a alguma característica particular dela (somente referência física; física com a primeira letra do nome; um evento marcante etc.)
Neste vídeo, você viu os sinais aplicados dentro de frases, em contextos de uso efetivo da língua. No primeiro vídeo, as palavras estavam isoladas; neste, elas são empregadas em situações práticas de comunicação em LIBRAS. Informação Linguística (IL): as frases em Libras, muitas vezes, omitem algumas palavras que são usadas; em outras palavras, são construções sintéticas, econômicas. Lembre-se: Libras não é a tradução de língua portuguesa. Quer um exemplo? Em português, dizemos “qual é o seu nome?”. Em LIBRAS basta usar as palavras “seu” + “nome” e a interrogação é marcada pela expressão facial gramatical.
Entendendo o cenário
Faremos, nesta primeira aula, algumas considerações sobre inclusão, identidade e diferença, principalmente no âmbito dos estudos sobre surdez e língua de sinais.
	
A crise de identidade
Vamos começar, então, refletindo um pouco sobre a sociedade contemporânea e suas “novas” formas de relacionamento, construção de identidade e preservação da cultura; em especial, as influenciadas pela chamada globalização. Para tal, é necessário que se investiguem as relações entre língua, cultura e sociedade.
A sociedade contemporânea reivindica uma revisão das próprias formas de se pensar a língua, o papel e lugar da(s) ciência(s) política(s) que a tomam como objeto. Nesse sentido, a sociedade é convocada a enfrentar as constantes incompletudes, provocadas por um mundo globalizado, onde o global e o local se interpenetram e as diferenças não se encaixam na “completude” (Bauman, 2005).
Mundo moderno, comunicação e identidade
As novas formas de relacionamento (através da internet, chat etc.) e o intercâmbio cultural são significativamente mais velozes e dinâmicos do que no passado. Além da internet, o celular é hoje um aparelho quase que indispensável à sobrevivência na sociedade urbana. Este aspecto atinge inclusive as pessoas surdas, cujo uso do celular é bastante frequente, tornando-se um excelente meio de comunicação para esse grupo social. Além disso, a própria disciplina que você está fazendo neste exato momento faz parte da evolução tecnológica que permite a comunicação a qualquer hora e em qualquer lugar, como você pode observar no vídeo ao lado.
Através dessas novas relações, o local e o global passaram a se interpenetrar constantemente, dificultando sua identificação e tornando incoerente um conceito de identidade (linguística e cultural) que não seja o mesmo para qualquer indivíduo; em outras palavras, uma identidade fluida, comum a todos.
Mas será que somos iguais?
Atualmente, a sociedade experimenta certa insatisfação em relação às promessas da modernidade, entre elas, a de igualdade, de liberdade, de paz etc. Tais promessas não foram cumpridas, o que tem colocado em evidência a fragilidade do mundo moderno e da contemporaneidade.
	
	Esse fenômeno da crise de identidade pode ser observado em vários setores da sociedade. Em relação aos surdos e às comunidades sinalizantes não é diferente. Após vários anos de total exclusão, e subjugamento a padrões culturais inerentes a uma vida tipicamente ouvinte, os surdos - conduzidos pelas pesquisas na área da linguística, da educação e outras - puderam reconhecer-se como seres dotados de uma língua. Suas comunidades linguísticas apresentam peculiaridades culturais a elas inerentes.
	 
Língua e identidade para os surdos
	Os surdos passam, então, a afirmar suas identidades com base, principalmente, em características linguísticas e culturais. Devido aos longos anos de uma experiência não favorável ao seu reconhecimento, foi necessária a criação de associações diversas, a produção de discurso de defesa e luta, entre outros, que garantissem esse espaço na sociedade.
	
	
Surdez e identidade
	
	A identidade do surdo deve ser construída com base em suas capacidades, em suas peculiaridades linguístico-culturais. Por isso, alguns estudiosos referem-se aos surdos como sujeitos sinalizantes, usuários de LIBRAS. A questão das identidades se faz, portanto, presente e não pode ser dissociada das experiências da sociedade contemporânea que vive o conflito inerente à fluidez dessas identidades.
	 
	Não podemos esquecer que cada surdo tem uma história de vida, que nem todos os surdos dominam a língua de sinais; alguns são oralizados e têm orgulho disso. Isso nos faz refletir sobre o que é ser diferente, e se há alguma coisa chamada diferença.

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