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Universidade do Estado do Rio de Janeiro Instituto de F´ısica Armando Dias Tavares Departamento de F´ısica Nuclear e Altas Energias Estrutura da Mate´ria 1 Relato´rio I Experimento I: Interfereˆncia e Difrac¸a˜o, redes de difrac¸a˜o, natureza ondulato´ria da luz. Alunos: Fernanda Araujo, Felipe Sobrero e Bernardo Cavalho. Professor: Antoˆnio Vilela Pereira. Rio de Janeiro, 2018. Suma´rio 1 Objetivo da experieˆncia 1 2 Esquema experimental 1 2.1 Material utilizado . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2.2 Montagem da experieˆncia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 1 2.3 Procedimento experimental e coleta de dados . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.3.1 Interfereˆncia em fendas duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 2.3.2 O fenoˆmeno da difrac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 2 3 Tratamento e ana´lise de dados 3 3.1 Interfereˆncia em fendas duplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 3 3.2 O fenoˆmeno da difrac¸a˜o . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 4 3.2.1 Determinac¸a˜o da largura de uma fenda u´nica estreita . . . . . . . . . . . . 4 3.2.2 Difrac¸a˜o em um fio de cabelo . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.2.3 Difrac¸a˜o produzida por um orif´ıcio circular . . . . . . . . . . . . . . . . . . 5 3.2.4 Difrac¸a˜o em fendas mu´ltiplas . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 6 3.2.5 Determinac¸a˜o dos comprimentos de onda de diferentes cores . . . . . . . . . 6 4 Resultados e concluso˜es 7 5 Refereˆncias bibliogra´ficas 8 1 Objetivo da experieˆncia Atrave´s dos fenoˆmenos de interfereˆncia e difrac¸a˜o da luz utilizando uma fonte laser, o objetivo do experimento e´ estudar a natureza ondulato´ria da luz. A partir do experimento de interfereˆncia, inferir um valor para o comprimento de onda da fonte laser e compara´-lo com um valor de refereˆncia. A partir do experimento de difrac¸a˜o, determinar a largura das fendas utilizadas e, em seguida, analisar o espectro formado por uma luz incandescente para estimar o comprimento de onda de diversas cores. 2 Esquema experimental 2.1 Material utilizado • Uma fonte laser; • Uma fonte de luz incandescente; • Fendas duplas; • Uma folha branca A4 (anteparo); • Trena; • Re´gua; • Fendas para difrac¸a˜o; • Rede de difrac¸a˜o; • Fio de cabelo; • Banco o´ptico; • Lanterna. 2.2 Montagem da experieˆncia A fonte de laser e seu trilho foram posicionados na bancada do laborato´rio e a fonte foi ligada. O suporte para as placas foi colocado no trilho a uma certa distaˆncia da fonte e do anteparo, que variou de acordo com a necessidade de cada etapa experimental, formado por uma folha branca de papel A4. 1 Figura 1.1: Fonte de laser e seu trilho com o banco suporte para os dispositivos. Figura 1.2: Dispositivos com fendas u´nicas, duplas, mu´ltiplas e com o orif´ıcio circular, da esquerda para a direita respectivamente. 2.3 Procedimento experimental e coleta de dados 2.3.1 Interfereˆncia em fendas duplas O dispositivo com as fendas duplas e´ posicionado no banco e, no escuro, o padra˜o de interfereˆncia e´ registrado na folha branca. Em seguida, e´ medido com a re´gua o intervalo ∆y de separac¸a˜o entre os ma´ximos de interfereˆncia anotado. A experieˆncia foi repetida para outros conjuntos de fenda dupla dispon´ıveis no laborato´rio com o objetivo de estimar um valor para o comprimento de onda do laser. 2.3.2 O fenoˆmeno da difrac¸a˜o Para estudar este fenoˆmeno, foram feitos diversos experimentos. No primeiro deles, para estimar um valor para a largura da fenda u´nica, a montagem e´ ajustada para que a luz laser incida perpendicularmente a` fenda u´nica e e´ registrado na folha branca o intervalo ∆y entre os mı´nimos 2 de difrac¸a˜o consecutivos, depois medidos com a re´gua. A experieˆncia foi repetida para as demais fendas dispon´ıveis do dispositivo. No segundo experimento, um fio de cabelo preso a um dispositivo e´ colocado no lugar da fenda u´nica e e´ anotado o intervalo entre os mı´nimos produzidos pela figura de difrac¸a˜o para determinar sua espessura. No terceiro, e´ colocado o dispositivo com um orif´ıcio circular no banco o´ptico e e´ medido o diaˆmetro da figura mais n´ıtida produzida para ser determinado o aˆngulo entre o eixo central e a luz laser a partir da equac¸a˜o dsenθ = 1, 22λ. No penu´ltimo experimento sobre a difrac¸a˜o da luz, o dispositivo com fendas mu´ltiplas - 2, 3, 4 e 5 fendas, respectivamente - e´ colocado no banco e sua imagem e´ analisada qualitativamente em comparac¸a˜o com as previso˜es teo´ricas. Por fim, no u´ltimo experimento, a fim de determinar os comprimentos de onda para diferentes cores, a fonte laser e´ trocada por uma luz incandescente e sa˜o colocados no banco o dispositivo com uma fenda vertical e a rede de difrac¸a˜o. E´ anotada a distaˆncia entre o anteparo (folha A4 branca) e a rede de difrac¸a˜o e a distaˆncia entre o ponto central da imagem ate´ o fim do espectro da cor vermelha. 3 Tratamento e ana´lise de dados 3.1 Interfereˆncia em fendas duplas Foi feita uma medida para cada fenda dupla contida no dispositivo, quatro ao todo, que vari- avam em espessura e distaˆncia entre as fendas. ∆y (cm) 1 0,575 2 0,2534 3 0,500 4 0,2875 Tabela 1. Intervalos de separac¸a˜o entre ma´ximos consecutivos. Para calcular o λi, foi utilizada a fo´rmula: asenθ = nλ onde a e´ a abertura da fenda fornecida pelo fabricante nos dispositivos e θ, por ser um aˆngulo muito pequeno, pode ter seu seno aproximadamente igual a` tangente, que e´ a divisa˜o entre a distaˆncia y entre os ma´ximos consecutivos, a distaˆncia D da fenda ao anteparo, que e´ de (201, 50 ± 0, 05) cm e n o ponto de ma´ximo trabalhado partindo do ma´ximo central. E o erro associado a cada medida foi calculado a partir da seguinte fo´rmula: σu = |α|σx em que σu e´ o erro da medida, α e´ uma constante e σx e´ o erro me´dio. A partir destas fo´rmulas, chega-se ao seguinte resultado: (λi ± σi) nm 713, 4± 7, 7 626, 2± 5.9 620, 3± 12, 4 713, 4± 15, 5 Tabela 2. Valores do comprimento de onda para cada conjunto de fenda dupla e sua incerteza associada. Com os valores da tabela acima, calculou-se a me´dia destes e estimou-se um valor para o comprimento de onda da fonte laser e sua incerteza. λ = 1 4 N∑ i=1 λi = 668, 3 nm 3 σλ = 2 √√√√ N∑ i=1 σ2i = 22, 1 nm Por fim, deve-se calcular a compatibilidade entre o valor experimental e o de refereˆncia λref = 632, 8 nm. Tem-se que a discrepaˆncia: |λ− λref | = 35, 5 nm Neste caso, como a compatibilidade e´ feita com um valor de refereˆncia, utiliza-se a incerteza do valor experimental para a comparac¸a˜o. Como a discrepaˆncia e´ menor do que o dobro da incerteza, pode-se afirmar que os valores sa˜o compat´ıveis. 3.2 O fenoˆmeno da difrac¸a˜o 3.2.1 Determinac¸a˜o da largura de uma fenda u´nica estreita Foi feita uma medida para cada fenda u´nica estreita contida no dispositivo, quatro ao todo, que variavam em espessura. ∆y (cm) 1 2,3125 2 1,0583 3 0,5591 4 0,2767 Tabela 3. Intervalos de separac¸a˜o entre mı´nimos consecutivos Para calcular a largura das fendas, utilizou-se a seguinte fo´rmula: a = λref y D em que y e´ a distaˆncia entre os mı´nimos e D a distaˆncia da fenda ate´ o anteparo, que e´ de (68, 00± 0, 05) cm. Esta fo´rmula e´ a mesma utilizada no experimento da interfereˆncia. E, para calcular a incerteza associada, utilizou-se a fo´rmula: σu = |α|σx A partir dessas fo´rmulas, chega-se ao resultado abaixo: (ai ± σi) nm 0, 0196± 0, 0006 0, 0429± 0, 0014 0, 0812± 0, 0026 0, 1642± 0, 0054 Tabela 4. Valores para a largura de cada fenda u´nica estreita e sua incerteza associada. Com os valores experimentais para as largurasencontrados, pode-se calcular enta˜o a compati- bilidade entre estes e os valores de refereˆncia. Para a primeira fenda, o valor de refereˆncia e´ a = 0, 02 nm. Logo, a discrepaˆncia sera´: |a1 − aref | = 0, 0004 nm Para a segunda fenda, o valor de refereˆncia e´ a = 0, 04 nm. A discrepaˆncia sera´: |a2 − aref | = 0, 0029 nm Para a terceira fenda, o valor de refereˆncia e´ a = 0, 08 nm. Tem-se que a discrepaˆncia e´: |a3 − aref | = 0, 0012 nm Para a quarta fenda, o valor de refereˆncia e´ a = 0, 16 nm. A discrepaˆncia e´: |a1 − aref | = 0, 0042 nm Portanto, apenas a segunda fenda teve a discrepaˆncia entre o valor experimental e o teo´rico entre dobro e o triplo do valor da incerteza associada ao valor experimental, logo, enquanto todas as outras fendas tiveram seus valores compat´ıveis, esta teve seu valor inconclusivo. 4 3.2.2 Difrac¸a˜o em um fio de cabelo Neste caso, uma u´nica medida foi realizada a partir da medic¸a˜o dos mı´nimos consecutivos. ∆y (cm) 1 0,6637 Tabela 5. Intervalo de separac¸a˜o entre mı´nimos consecutivos produzidos pela difrac¸a˜o em um fio de cabelo. Para calcular a espessura do fio de cabelo, a mesma fo´rmula e os dados do caso anterior foram utilizados: f = λref y D A fo´rmula acima pode ser usada neste caso pois o fio de cabelo se assimila a` abertura de uma fenda u´nica. E, para calcular o erro, utilizou-se: σu = |α|σx A partir das fo´rmulas acima, encontrou-se que a espessura do fio de cabelo e´: f = (0, 068± 0, 002) mm 3.2.3 Difrac¸a˜o produzida por um orif´ıcio circular Neste caso, apenas uma medida foi necessa´ria, pois os diaˆmetros das demais figuras na˜o estavam ta˜o n´ıtidos. d (cm) 1 1,25 Tabela 6. Diaˆmetro da figura mais n´ıtida produzida no anteparo pela difrac¸a˜o por um orif´ıcio circular em um dispositivo. Para estimar um valor para o diaˆmetro do orif´ıcio, foi utilizada a seguinte fo´rmula: dsenθ = 1, 22λ em que λ e´ o valor encontrado na subsec¸a˜o 3.1 e como θ e´ muito pequeno, pode-se aproximar senθ para tgθ, que e´ a distaˆncia y entre os mı´nimos dividido pela distaˆncia D da fenda ate´ o anteparo, que e´ (67, 00± 0, 05) cm. Ja´ para calcular o erro a fo´rmula usada foi: σd = | 1, 22 senθ |σλ E: d = (0, 0874± 0, 0022) mm O valor do diaˆmetro do orif´ıcio fornecido pelo fabricante, ou seja, o valor de refereˆncia, e´ dref = 0, 08 cm. Com este valor, e´ poss´ıvel calcular a discrepaˆncia: |d− dref | = 0, 0074 mm Portanto, como a discrepaˆncia e´ maior que o triplo da incerteza do valor experimental, pode-se afirmar que esta discrepaˆncia e´ estatisticamente significativa e os valores sa˜o incompat´ıveis. 5 3.2.4 Difrac¸a˜o em fendas mu´ltiplas Quando o caso mais simples (fenda u´nica) foi analisado, a seguinte situac¸a˜o foi imaginada: cada pedac¸o infinitesimal da fenda compunha uma fonte pontual onde cada uma dava origem a um pequeno campo ele´trico. Cada uma dessas fontes possu´ıa, em relac¸a˜o a seguinte, um pequeno atraso de fase e enta˜o, continuamente, a soma desses pequenos campos deram origem a` um campo ele´trico efetivo com uma certa amplitude. Para duas fendas foi feito de forma um pouco diferente, tinha-se campos ele´tricos gerados agora por cada uma isoladamente. No fim, como para as fontes pontuais, tinha-se o campo efetivo que era soma do campo das duas fendas. Quando se tem va´rias fendas de largura muito pequena, segue-se a mesma linha de pensamento. O primeiro ponto importante se da´ na observac¸a˜o dessa diferenc¸a de fase comentada no in´ıcio. Para mu´ltiplas fendas, sob a condic¸a˜o de distaˆncias iguais (entre as fendas) e largura muito pequena, a diferenc¸a de fase entre elas sera´ igual e isso quer dizer que: se a interfereˆncia entre a primeira e segunda fenda for construtiva, ela sera´ igualmente construtiva entre todas as fendas a seguir. Dessa forma nota-se que a condic¸a˜o de interfereˆncia construtiva de mu´ltiplas fendas e´ ideˆntica a de duas fendas. Portanto os ma´ximos sera˜o observados nas mesmas posic¸o˜es. O segundo ponto interessante e´ observado na intensidade desse tipo de difrac¸a˜o. Sabe-se que a intensidade de uma onda eletromagne´tica e´ diretamente proporcional ao quadrado do campo ele´trico, e, como e´ falado acima, considera-se o campo ele´trico gerado por cada fenda, gerando assim o campo resultante. Ou seja, no caso de 5 fendas somadas, por exemplo, a intensidade de um ma´ximo sera´ 25 vezes maior que a de uma u´nica fenda. Outro ponto importante se da´ tambe´m na diferenc¸a da regia˜o entre ma´ximos para a difrac¸a˜o de mu´ltiplas fendas e apenas duas. Onde antes, para duas fendas, dava origem para apenas um mı´nimo, agora tem-se mu´ltiplos pontos de interfereˆncias destrutivas, o que faz com que, quanto maior o nu´mero de fendas, menor a “largura” do ma´ximo de interfereˆncia. No caso anterior, de duas fendas, tinha-se o seguinte: o ma´ximo de intensidade se dava quando os dois campos ele´tricos se somavam e o mı´nimo quando eles se subtraiam, ou seja, quando os campos estavam defasados de um mu´ltiplo de 2pi e pi, respectivamente. Pore´m agora se teˆm outros casos onde a soma dos vetores pode dar zero. Continua-se tendo o ma´ximo quando os vetores do campo ele´trico esta˜o alinhados, pore´m, para que sejam mı´nimos, tem-se mais casos ale´m de mu´ltiplos de pi, como por exemplo, no caso de 8 fendas, se a fase for de pi4 ou pi 2 , tem-se essa soma igual a zero tambe´m, ou seja, ale´m de pi observa-se mais essas duas interfereˆncias destrutivas. Pode-se notar, nesse caso de 8 fendas, entre 0 e 2pi (que sa˜o os pontos de ma´ximo) 7 mu´ltiplos de pi4 , gerando assim 7 pontos de mı´nimos. E, conclui-se que, para n quantidades de fenda, tem-se n-1 mı´nimos entre cada ma´ximo. Conclui-se essa ana´lise ressaltando que os resultados observados foram totalmente compat´ıveis com a previsa˜o teo´rica. Por fim, vale ressaltar que a rede difrac¸a˜o consiste em uma superf´ıcie com um nu´mero gigantesco de fendas, algumas chegando a milhares por mil´ımetro e, por esse motivo, ela gera exatamente o que se foi observando a cada aumento de fenda. Esse valor tendendo a nu´meros muito altos gera ma´ximos cada vez mais estreitos que se tornam quase um “pulso”. Isso faz com que a rede de difrac¸a˜o tenha uma separac¸a˜o angular muito superior a qualquer quantidade de fendas observada no experimento. 3.2.5 Determinac¸a˜o dos comprimentos de onda de diferentes cores Neste caso, foi medida a espessura de forma subjetiva de cada cor observada no anteparo. Cor ∆y (cm) Violeta 0,9 Azul 0,5 Verde 0,65 Amarelo 0,15 Laranja 0,4 Vermelho 0,7 Tabela 7. Intervalos de espac¸o de cada cor no espectro produzido no experimento. Para encontrar o comprimento de onda de cada cor, as seguintes fo´rmulas foram usadas: dsenθ = nλ 6 em que sin θn = yn 2 √ y2n +D 2 em que d e´ a abertura da rede de difrac¸a˜o, sendo seu valor 600 linhas/mm, D e´ a distaˆncia da fenda ate´ o anteparo, θ o aˆngulo formado entre o feixe de luz e o anteparo, y a distaˆncia entre o mı´nimo central e a faixa de cada cor e n e´ o ponto de mı´nimo trabalhado desde o mı´nimo central. E, para encontrar a incerteza associada, usou-se: σu = |u| 2 √ ( σx x )2 + ( σy y )2 A partir destas fo´rmulas, calculou-se: Cor (λi ± σi) nm Violeta 466, 67± 4, 82 Azul 523, 08± 4, 87 Verde 567, 99± 4, 92 Amarelo 598, 44± 4, 96 Laranja 618, 98± 4, 98 Vermelho 648, 28± 5, 02 Tabela 8. Valores para o comprimento de onda de cada cor do espectro vis´ıvel e sua incerteza associada. Neste caso, a distaˆncia D da rede de difrac¸a˜o ate´ o anteparo e´: D = (18, 00± 0, 05) cm 4 Resultados e concluso˜es Atrave´s desse experimento pode-se medir o diaˆmetro de um fio de cabelo, ale´m da largura de uma fenda. Tambe´m verificou-se que, durante todo o procedimento, a luz, quando se comporta como onda, obedeceao Princ´ıpio de Hyugens. Ale´m dessa caracter´ıstica, caso essa dualidade onda- part´ıcula na˜o existisse e a luz fosse apenas part´ıcula, os resultados na˜o teriam sentido ja´ que a difrac¸a˜o e´ um fenoˆmeno ondulato´rio. Pode-se dizer que os resultados foram satisfato´rios devido ao alto ı´ndice de compatibilidade entre as va´rias medic¸o˜es. Tambe´m e´ poss´ıvel discutir os motivos que tornaram um dos resultados inconclusivo e as medidas de algumas cores discrepantes dos valores fornecidos, o que sera´ melhor abordado a seguir. Uma observac¸a˜o que se faz necessa´ria e´ quanto a` uma se´rie de erros que na˜o foram considerados e que fizeram a diferenc¸a nos casos cuja precisa˜o era vital. A incompatibilidade do diaˆmetro do orif´ıcio circular pode ser justificada pela dificuldade de fazer pequenas medic¸o˜es com o anteparo mais pro´ximo a` fenda – que nesse caso possu´ıa uma imagem bastante pequena, assim como a luz branca difratada –, intensificada pela pouca luminosidade que o experimento requeria. O caso da discrepaˆncia entre as primeiras faixas de cores do espectro tem a mesma justi- ficativa: a enorme proximidade entre a rede de difrac¸a˜o e o anteparo, que estavam ainda mais pro´ximos, somado a uma dif´ıcil observac¸a˜o, resultaram em medic¸o˜es na˜o ta˜o precisas e, provavel- mente, desviaram o aˆngulo formado entre os mesmo - cuja luz deveria incidir perpendicularmente -, deformando levemente a imagem - o que, devido a baixa distaˆncia, trouxe consequeˆncias noto´rias. E´ prova´vel que, ao utilizar a trena, a mesma tambe´m na˜o tenha ficado completamente per- pendicular ao anteparo quando o mesmo se encontrava mais distante, o que justificaria um dos resultados inconclusivos encontrados na determinac¸a˜o da largura da fenda u´nica. Para casos cotidianos e´ prefer´ıvel analisar ondas que na˜o se encontram no espectro vis´ıvel, como o wi-fi. E´ conhecido que essa rede consiste em um tipo de fornecimento sem fio da internet, operando de forma muito ana´loga a`s emisso˜es de onda de ra´dio: um roteador (sem fio), cuja func¸a˜o e´ realizar a distribuic¸a˜o dos sinais da rede, ale´m de enviar um conjunto de dados e´ quem recebe o sinal e decodifica. E´ ele tambe´m quem envia as informac¸o˜es para a internet usando uma conexa˜o (agora com fios), a Ethernet. Pore´m, se essas ondas eletromagne´ticas sa˜o propagadas em linha reta, se algue´m se encontra em um ”ponto cego”, ou seja, fora da linha de ac¸a˜o por estar atra´s de uma parede, isso na˜o impede que o sinal chegue. Se essa pessoa se encontra pro´xima a quina entre duas paredes, paralelo a uma delas enquanto o roteador esta´ paralelo a outra, o sinal chega a` ela da mesma forma. Isso so´ 7 e´ poss´ıvel devido ao efeito de difrac¸a˜o, quando essa quina causa o espalhamento das ondas. E´ a interfereˆncia tambe´m que explica pontos relativamente pro´ximos ao roteador na˜o pegarem sinal, pontos onde ocorre uma interfereˆncia destrutiva, e salienta ainda mais o tipo de fenoˆmeno que esta´ ocorrendo. 5 Refereˆncias bibliogra´ficas SANTORO, A., MAHON, J.R., OLIVEIRA, J.L., FILHO, L.M., OGURI, V., SILVA, W.P. Es- timativas e erros experimentos de F´ısica. Editora da Universidade do Estado do Rio de Janeiro, 2013. CARUSO, F., OGURI, V. F´ısica Moderna: Origens Cla´ssicas e Fundamentos Quaˆnticos. Editora Elsevier Ltda, Rio de Janeiro, 2006. 8 Objetivo da experiência Esquema experimental Material utilizado Montagem da experiência Procedimento experimental e coleta de dados Interferência em fendas duplas O fenômeno da difração Tratamento e análise de dados Interferência em fendas duplas O fenômeno da difração Determinação da largura de uma fenda única estreita Difração em um fio de cabelo Difração produzida por um orifício circular Difração em fendas múltiplas Determinação dos comprimentos de onda de diferentes cores Resultados e conclusões Referências bibliográficas
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