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TRABALHO DA GRECIA E ROMA

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FUNDAÇÃO EDUCACIONAL DO BICO DO PAPAGAIO – FUNEB 
FACULDADE DO BICO DO PAPAGAIO – FABIC 
CURSO DE DIREITO 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRÉCIA E ROMA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
AUGUSTINÓPOLIS-TO 
ABRIL/2015 
 
 
 
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IORRANA LAÍS DE JESUS SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
GRÉCIA E ROMA 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentado a Faculdade do Bico do Papagaio – 
FABIC como instrumento parcial para obtenção de nota na 
disciplina de História e Antropologia Jurídica. 
Orientador: Profª. Andréia Ferreira Freitas 
 
 
 
 
AUGUSTINÓPOLIS-TO 
ABRIL/2015 
 
 
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SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO............................................................................................................ 4 
2. GRÉCIA ..................................................................................................................... 6 
2.1. SOCIEDADE E POLÍTICA ...............................................................................................7 
2.2. LEIS DE DRACON E ORIGEM DO TERMO DRACONIANO .......................................8 
2.3. LEIS DE SOLON ...............................................................................................................9 
Sólon, um dos Sete Sábios da Grécia, acabou com a transmissão de poder hereditária e 
abriu o acesso aos altos cargos do governo para (quase) toda a população ateniense. ......9 
2.4. DIREITO PENAL GREGO .............................................................................................10 
3. ROMA ...................................................................................................................... 11 
3.1. REPÚBLICA E SUAS INSTITUIÇÕES .........................................................................11 
3.2. FONTES: Costumes, Leis, Plebiscito, Edito dos Magistrados e Constituições Imperiais. ....14 
3.3. LEI DAS XII TABUAS .....................................................................................................16 
3.4. O CORPUS IURIS CIVILIS (CORPO DE DIREITO CIVIL) .........................................17 
3.5. INFLUENCIAS NO ORDENAMENTO JURIDICO ATUAL: Direito Civil, Direito De 
Família, Direito Sucessório, Posse e Propriedade ..................................................................18 
3.6. DIREITO PENAL ROMANO ..........................................................................................20 
4. REFERÊNCIAS ........................................................................................................ 25 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
A seguinte pesquisa buscar apresentar alguns fatos relativos ocorridos na 
Grécia e na Roma durante muito tempo atrás, são fatos estudados por muitos dos 
estudantes em nossa sociedade atual. 
Qualquer sociedade é muito mais do que aquilo que dela podemos falar ou 
que se possa delimitar em conceitos. E mesmo estes são apenas as nossas 
conjecturas a respeito de uma realidade efetivamente inatingível (BLOCH, 2001; 
CARNEIRO, 2008), dado que pertence ao passado. Trata-se, portanto de nossos 
conceitos e nossa palavra; aquilo que temos a respeito do que não temos acesso. 
O mundo oriental é uma extensa região que incorpora o continente asiático e parte 
da África. Ali se desenvolveram as primeiras aglomerações urbanas que se conhece. 
Compreende as culturas indo-chinesas, mesopotâmicas acrescida da Palestina e do 
Egito. Mas, além disso, oriente é muito mais um conceito ideológico-cultural do que 
geográfico. Trata-se de uma representação que o "ocidente" faz de um "outro" que 
lhe é estranho, mas que necessita de um reconhecimento, não só como "bárbaro", 
mas como realidade passível de ser conhecida e, porque não, explorada, como de 
fato ocorreu, ao longo de alguns séculos. 
Grécia e Roma, como entram nessa história? Inicialmente constatando que 
estas duas regiões se desenvolveram mais tardiamente do que o oriente. Temos 
notícias de que os mundos mesopotâmico e egípcio apresentam sinais de 
urbanização a partir de 4.000 a.C., enquanto na Grécia os primeiros sinais de 
organização social humana manifesta-se a partir do segundo milênio antes de Cristo; 
e no mundo latino o processo é ainda posterior. 
Podemos entender o racionalismo grego ao nos debruçar sobre o seu 
sistema de crenças, privado de valores morais e voltado quase que unicamente para 
a explicação do mundo físico e obtenção de benefícios concretos por meio de 
contratos firmados com as divindades por sacrifícios. Seus cultos tinham então 
apenas um caráter externo e mecânico. Bastaria ao adorador desempenhar a sua 
parte no combinado, executando o sacrifício indicado, e os deuses cumpririam a sua. 
Como os deuses são caprichosos, essa troca, todavia, nem sempre era equânime 
ou estável, portanto, não devemos nos deixar levar pela sedução de uma explicação 
simples para o passado. É comum vermos os gregos associados ao princípio do que 
hoje se chama “pensamento ocidental”. Certamente, parte do que somos hoje se 
 
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deve a eles, em grande parte devido à sua filosofia em todas as suas diferentes 
vertentes, mas também graças aos seus progressos científicos na medicina, na 
biologia, na história, na matemática. E artísticos, na literatura, no teatro, na 
arquitetura e na escultura. 
A criação de Roma é conhecidamente marcada pela lenda envolvendo os 
irmãos Rômulo e Remo. Segundo a história descrita na obra Eneida, do poeta 
Virgilio, o povo romano é descendente do herói troiano Eneias. Sua fuga para a 
Península Itálica se deu em função da destruição da cidade de Troia, invadida pelos 
gregos em 1400 a.C.. Após sua chegada, criou uma nova cidade chamada Lavínio. 
Tempos depois, seu filho Ascânio criou o reino de Alba Longa. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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2. GRÉCIA 
 
 
 
A Grécia Antiga nasceu na região sul da Península Balcânica e também 
dominou outras regiões vizinhas como a Península Itálica, a Ásia Menor e algumas 
ilhas do Mar Egeu. Com o passar do tempo, várias cidades politicamente autônomas 
entre si apareceram e fundaram diversas práticas que influenciaram profundamente 
os costumes que hoje definem a feição do mundo ocidental. 
Do ponto de vista geográfico, o espaço que deu origem ao Mundo Grego é 
repleto de vários acidentes geográficos. A variação no relevo teve enorme 
importância para que cada cidade consolidasse uma cultura própria e impedisse a 
formação de um possível Estado unificado. Além disso, por conta dessa mesma 
característica, vemos a impossibilidade de uma atividade agrícola extensa. 
Após vivenciarem uma experiência social centrada na utilização coletiva das 
terras, observamos que o desenvolvimento de uma aristocracia empreende a fixação 
dos primeiros núcleos urbanos. Por conta de sua já citada independência, 
compreendemos que a Grécia Antiga deve ser observada como um amplo mosaico 
de culturas que se desenvolvem de forma diversa. 
 
 
 
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2.1. SOCIEDADE E POLÍTICA 
 
 Sociedade 
Os primeiros habitantes da Grécia foram os pelágios ou pelasgos. A or igem 
do mesmo não é profundamente conhecida acredita-se que o mesmo deva estar 
ligado a p´ropia cultura nativa da região mediterrânea (lembrar que a Grécia estava 
dividida como uma concha de retalhos espalhadas próximas ao mar mediterrâneo) 
.Por volta de 2000 a.c grupos de arianos de origem indo-européia começaram a se 
fixar na região. 
A principio estabeleceram relações pacíficas com os pelágios, até a chegada 
dos dórios. Estes deram inicio a um novo período da história grega,
no qual a 
sociedade passou a se basear em comunidades familiares no período homérico. O 
período de formação do povo grego por isso ficou conhecido como Pré-Homérico 
com a desagregação dos genos e consolidação das pólis vem o período chamado 
de arcaico. 
Os gregos chamavam a Grécia Antiga de Hélade e a si de helenos. 
Na verdade a civilização grega resultou numa mistura de diversos povos. 
Por volta do segundo milênio a.C., a ilha de Creta, graças ao seu comércio 
marítimo possuía uma civilização bastante adiantada. 
Em torno de 1400 a.C.,a sociedade cretense foi conquistada pelos aqueus, 
que haviam se estabelecido na Grécia Continental. 
O predomínio da civilização micênica (por ser Micena a principal cidade dos 
aqueus), durou até 1100 a.C., quando os dórios, que conheciam e utilizavam o ferro, 
penetraram na Grécia. 
Os invasores provocaram a fuga das populações que se dispersaram pelas 
ilhas do Egeu e costas da Ásia Menor. A invasão dórica provocou a decadência das 
artes e paralisou o comércio. Somente nas regiões colonizadas pelos jônios 
preservou-se a cultura grega. 
 
 
 Política 
A política se constitui em algo sempre presente na vida do homem a partir 
do momento em que ele relaciona-se com a vida em sociedade na busca constante 
 
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de transformações de uma realidade insatisfatória para eles. O ser humano portanto 
tem todos os meios para mudar sua própria história que está intrinsecamente ligada 
à política como afirma o filósofo Aristóteles no século IV a.c "O homem é, por 
natureza, animal social e político". Segundo MAAR, o termo "política" foi criado a 
partir da atividade social desenvolvida pelos homens da polis, a "cidade - estado" 
grega. 
Na Grécia, ao lado destas atribuições do soberano, a atividade política 
desenvolver-se-ia como cimento da própria vida social. O que a política Grega 
acrescenta aos outros estados é a referência à cidade, ao coletivo da pólis, ao 
discurso, à cidadania, à soberania, à lei. 
O Real significado de política é oriundo da pólis grega, porque esta era 
exercida no coletivo nas cidades-estados pelos que eram considerados cidadãos, 
enquanto que em Roma as decisões se constituem de forma centralizada e 
autoritária ligado ao jogo de poder que se fortalecem através do estado e se 
institucionalizou (Estado Romano) deixando de ter um real cunho político. 
 
 
2.2. LEIS DE DRACON E ORIGEM DO TERMO DRACONIANO 
 
Drácon de Atenas foi um legislador ateniense 
(século VII a.C.) Arconte¹ de origem aristocrática, Drácon 
recebeu em 621 a.C. poderes extraordinários para por 
fim ao confito social provocado pelo golpe de estado de 
Cilón e o exílio de Megacles. Dracón redigiu então um 
rígido código de leis baseado nas normas tradicionais 
arbitradas pelos juízes. 
As leis draconianas foram o primeiro código 
ateniense a ser escrito. Leis Draconianas As leis 
draconianas têm um importante papel na história do 
Direito, por serem o primeiro código de leis escrito. Seus detalhes perderam-se no 
tempo, mas aparentemente estas leis eram sempre favoráveis aos eupátridas² e 
cobriam penas extremamente severas aos infratores. Afirmava, essencialmente, a 
 
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supremacia dos poderes públicos. Consagrava o direito de jurisdição do pai sobre o 
filho mas suprimiu a vingança particular. 
Para os crimes graves, aqueles submetidos ao Areópago³, as penas eram a 
morte ou o exílio. O código escrito por Drácon, contudo, não era uma constituição 
pois não contemplava os problemas econômicos e sociais. Estes, somente seriam 
resolvidos por Sólon de Atenas. Deve-se a Drácon o começo de um importante 
princípio do Direito Penal: a diferença entre o homicídio involuntário, voluntário e 
legítima defesa Tanto o furto como o assassinato recebiam a mesma punição: a 
morte. Por este motivo atualmente o adjetivo draconiano se refere a alguém 
excessivamente severo e rígido. Um político de 4 a.c gracejou que Drácon não 
escreveu suas leis com tinta, mas com sangue. Drácon é citado no início do 
romance o Código da Vinci de Dan Brown. 
 
 
2.3. LEIS DE SOLON 
 
Sólon, um dos Sete Sábios da Grécia, acabou com a transmissão de poder 
hereditária e abriu o acesso aos altos cargos do governo para (quase) toda a 
população ateniense. 
Na Grécia antiga, os aristocratas tinham tanto orgulho de sua origem que se 
diziam descendentes dos deuses. Cada família recitava a longa lista de 
antepassados até chegar ao patriarca divino. Com Sólon (638-558 a.C.), não foi 
diferente: ele traçava sua origem até Poseidon, 
o deus grego dos mares. Mas, diferentemente 
dos outros nobres, Sólon se importava com os 
"reles mortais" e dedicou a vida a construir 
uma sociedade mais justa e igualitária. Tanto 
que os historiadores o consideram o pai da 
democracia ateniense. 
"Sólon integra a lista dos Sete Sábios 
da Grécia ao lado de figuras como o 
matemático Tales de Mileto", diz o filósofo Ron 
Owens, da Universidade de Newcastle 
 
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(Austrália), no livro Solon of Athens (Sólon de Atenas, inédito no Brasil). "Foram 
feitas várias listas dos sete sábios, e Sólon está em todas elas. Sua influência não 
era mesmo de desprezar: ao menos 115 autoridades do mundo antigo o mencionam 
em seus escritos, entre eles Aristóteles (384-322 a.C.)." 
 
 
2.4. DIREITO PENAL GREGO 
 
Não é por acaso que em milhares de anos tivesse sido a terra sempre a 
forma mais elementar de poder e de riqueza, só tendo perdido espaço após a 
Revolução Industrial e o advento da ascensão da classe burguesa. Os povos da 
antiguidade fizeram guerras por séculos em nome da posse da terra. Na Idade 
Média foi o feudo que manteve o poder dos príncipes e suseranos, bem como a 
influência da igreja. No Renascimento, pelo menos até o século XVII, o poder 
econômico, e político, estava associado à posse de terras, como apregoava a Escola 
Fisiocrata. Também ainda se verifica em países contemporâneos menos 
desenvolvidos industrialmente, a tendência forte a que o poder esteja nas mãos dos 
latifundiários, em detrimento de uma reforma agrária mais efetiva. 
Com relação ao Direito propriamente dito, um exemplo dessa extrema 
concentração nuclear na família e a sua influência na vida social, política e 
econômica das tribos originárias, está o fato da mulher que ao casar passa a 
pertencer à família de seu esposo, inclusive sendo “arrancada” dos deuses de sua 
família, dos rituais do fogo sagrado de seus pais. Quando morria essa mulher era 
enterrada na propriedade de seu marido e não de seus ancestrais. 
No direito grego é notório que toda a ação começa quando a pessoa lesada 
coloca diretamente, ou por intermédio de um representante, diante dos jurados, sua 
queixa, suas explicações e suas reivindicações. Neste caso, a ação pública é 
classificada pelo tipo de queixa, fato ou teor, e não pela iniciativa do agente - que 
pode ser uma família, se o lesado está morto ou impossibilitado de se queixar -, já 
que o agente sempre tem a iniciativa, pois em Atenas, por exemplo, não existe 
Ministério Público, advogados, delegados. Neste sentido, o sentido que temos 
atualmente com relação aos tipos de Ação difere substancialmente. Portanto pode-
se afirmar que o direito ateniense é essencialmente retórico. 
 
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3. ROMA 
 
 
 
Denomina-se Roma Antiga a civilização que surgiu de uma pequena 
comunidade agrícola fundada na península Itálica no século VIII a.C. Localizada ao 
longo do mar Mediterrâneo e centrada na cidade de Roma, tornou-se um dos 
maiores impérios do mundo antigo 
A antiga cidade de Roma foi o centro de um dos maiores e mais 
poderosos impérios que o mundo já conheceu. O Império Romano tinha sua sede no
lugar em que hoje fica a Itália. Ao conquistar mais terras e povos, sua influência se 
espalhou pela Europa ocidental e além dela. 
 
 
3.1. REPÚBLICA E SUAS INSTITUIÇÕES 
 
República 
Na república, o poder que antes era exercido pelo rei foi partilhado por dois 
cônsules. Eles exerciam o cargo por um ano e eram auxiliados por um conselho de 
100 cidadãos, responsáveis pelas finanças e pelos assuntos externos. Esse 
conselho recebia o nome de Senado, e a ele competia promulgar as leis elaboradas 
pela Assembléia de Cidadãos, dominada pelos patrícios. 
 
 
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República é uma palavra de origem latina e significa “coisa pública”. Durante 
a passagem da monarquia para a república, eram os patrícios que detinham o poder 
e controlavam as instituições políticas. Concentrando o poder religioso, político e a 
justiça, eles exerciam o governo procurando se beneficiar. 
Para os plebeus, sem direito à participação política, restavam apenas 
deveres, como pagar impostos e servir o exército. 
À medida que Roma cresceu e se tornou poderosa, as diferenças entre 
patrícios e plebeus se acentuaram. Marginalizados, os plebeus desencadearam uma 
luta contra os patrícios, que se estendeu por cerca de dois séculos (V-IV a.C.) 
Durante esses dois séculos, os plebeus conquistaram seus direitos. Entre 
eles, o de eleger seus próprios representantes, chamados tribunos da plebe. Os 
tribunos tinham o poder de vetar as decisões do Senado que fossem prejudiciais aos 
interesses dos plebeus. 
Outras conquistas foram a proibição da escravização por dívidas e o 
estabelecimento de leis escritas, válidas tanto para os patrícios quanto para plebeus. 
Até então, em Roma, as leis não eram escritas e os plebeus acabavam julgados 
conforme os critérios dos patrícios. Estabelecendo as leis por escrito, os plebeus 
garantiam um julgamento mais justo. 
Os plebeus conquistaram ainda a igualdade civil, com a autorização do 
casamento entre patrícios e plebeus; a igualdade política, com o direito de eleger 
representantes para diversos cargos, inclusive o de cônsul; e a igualdade religiosa, 
com o direito de exercer funções sacerdotais 
 
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Instituições 
 
No fim do século VI a.C., os romanos estabeleceram uma profunda 
transformação em suas instituições políticas. Na época, o rei Tarquínio, o Soberbo, 
foi deposto por meio de uma revolta protagonizada pelos membros da classe 
patrícia. Segundo alguns historiadores, essa mudança aconteceu por causa das 
derrotas militares deste monarca e sua intenção de buscar apoio político por meio de 
uma série de concessões aos menos favorecidos. 
A queda do regime monárquico representou o início da hegemonia política 
dos patrícios em Roma. O Senado passou a ser uma instituição política de 
importância fundamental e teve o seu número de representantes elevado de cem 
para trezentos membros, todos oriundos da classe patrícia, que exerciam o cargo 
em prazo vitalício. Entre outras funções, os senadores deveriam zelar pelas 
tradições religiosas, cuidar das finanças, tratar da política externa, indicar um 
ditador, conceder honras e controlar as províncias. 
As sessões do Senado eram sempre convocadas por um magistrado que 
organizava os trabalhos e pautas a serem discutidas naquela ocasião. Ao longo de 
uma mesma sessão, os senadores tinham o direito de proclamar um discurso. Logo 
que proferia sua opinião a respeito de um assunto ou lei, ele poderia se retirar por 
uma das duas portas do Senado. Se optasse pela passagem à sua direita, 
significava seu favor em relação à medida; saindo pela esquerda, manifestava sua 
desaprovação. 
Mesmo abandonando o modelo monárquico, percebemos que a Roma 
Republicana ainda preservou alguns traços deste regime. A cada ano, a Assembleia 
Curiata, formada somente por patrícios adultos, escolhia dois cônsules. Sendo o 
mais importante cargo das magistraturas, os cônsules tinham como funções 
primordiais a organização dos cultos públicos, o comando dos exércitos e a 
convocação do Senado. Em tempos de instabilidade, poderiam indicar um ditador 
que teria poder absoluto por seis meses. 
Em um primeiro momento, observamos que a maioria dos cargos públicos e 
postos políticos era controlada por indivíduos provenientes da classe patrícia. 
Contudo, os conflitos sociais que se desenvolveram em Roma transformaram o 
quadro político romano. Progressivamente, membros da classe militar e os plebeus 
 
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também puderam ocupar cargos de magistratura e votar leis de seu interesse ao 
criarem, por exemplo, a magistratura dos tribunos da plebe. 
 
 
 
3.2. FONTES: Costumes, Leis, Plebiscito, Edito dos Magistrados e 
Constituições Imperiais. 
 
 Costumes 
A única fonte do direito, nas origens de Roma, é o costume, mos maiorum, 
que podemos definir como “um conjunto de regras aceitas por todos como 
obrigatórias, sem qualquer proclamação ou reconhecimento de um poder legislativo 
estabelecido”. O costume retira sua autoridade do consenso geral e tácito dos 
cidadãos. Transmite-se de geração a geração por uso repetido. É freqüentemente 
conhecido como ius non scriptum (direito não escrito). 
 
 Leis e Plebiscitos 
 
As leis e plebiscitos eram manifestações coletivas do povo. As 
primeiras, leges rogatae, tomadas nos comícios, de que só participavam cidadãos 
romanos (populus romanus). Os comícios eram convocados pelos magistrados para 
deliberar sobre texto de lei por eles proposto. Os segundos, plebiscita, forma 
anômala de fonte de direito, eram decisões da plebe, reunida sem os patrícios. 
Essas deliberações passaram a ser válidas para a comunidade toda desde que a 
lei Hortensia, em 286 a.C., assim determinou. 
Interessante observar que são pouquíssimas as leis romanas de real 
importância para o direito privado: não mais de 25. Conservou-se o nome de 
aproximadamente 800 leis nos 500 anos em que tais fontes produziram direito. 
(Marky, Thomas, Curso Elementar de Direito Romano, ed. Saraiva, 6ª ed., 1992). 
Força obrigatória. – Os plebiscitos aplicavam-se, no início, à plebe; mas a 
partir da lex Hortensia (286 a.C.), adquiriram a mesma eficácia que a lei. Os próprios 
textos passaram a designá-los com o termo lex (pl. leges). 
 
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• Éditos dos magistrados 
 
Decisões dos magistrados encarregados da jurisdição (pretores, edis, 
governadores das províncias), que se transformaram em regras do direito; 
– Éditos dos pretores deram origem, a partir da Lex aebutia de formulis, 
ao direito pretoriano, distinto do direito civil (leis e costumes); 
– Direito pretoriano preencheu as lacunas do direito civil e criou novas 
regras de direito; 
– por ordem de Adriano foi redigido o Édito Perpétuo (125-138 d.C.), uma 
compilação dos éditos anuais dos pretores. 
Os altos magistrados romanos, cônsules, censores, pretores, governadores 
de província, tinham o costume de publicar, no momento de sua eleição, as 
declarações (edicta), nas quais apresentavam os seus projetos. Eram geralmente 
escritos em letras negras sobre tábuas pintadas de branco (alba). Os títulos eram 
escritos em letras vermelhas (rubrae), daí a palavra rubrica. Dentre os edicta, os 
únicos que interessam às fontes do direito são os dos magistrados judiciários, 
investidos da função de dizer o direito (iurisdictio). Eram, em Roma, os editos dos 
pretores e dos edis curuis; nas províncias, os dos governadores e questores. O edito 
que teve o papel mais importante na formação do direito é o do pretor urbano, 
edictum urbanum. 
 
 Constituições Imperiais 
No inicio, o Príncipe, como qualquer magistrado, não tinha o poder 
legislativo. A partir de Adriano (imperador entre 117 e 138 d.C.), o poder
legislativo 
dos imperadores começa a desenvolver-se justamente quando o edito do pretor 
deixa de ser uma fonte viva do direito. Em breve, as constituições imperiais tornar-
se-ão a mais importante fonte do direito. Diferentes espécies. – Podemos distinguir 
quatro tipos de constituições imperiais: os edicta, os mandata, os decreta e os 
rescripta. 
a) Os edicta são as disposições análogas aos editos dos magistrados. São 
também anunciadas pelo imperados quando assume seu cargo. 
 
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b) Os mandata são as instruções dirigidas pelo imperador aos seus 
funcionários e, particularmente, aos governadores de província, traçandolhes uma 
linha de conduta no exercício de sua magistratura. 
c) Os decreta são as decisões judiciárias dadas pelo imperador nos 
processos em que a ele se apelou ou que ele próprio avocou a si. Os decreta 
desempenharam importante papel na formação do direito porque os magistrados e 
os governadores de província conformavam-se em seus julgamentos à 
jurisprudência imperial. 
d) Os rescripta são as respostas dadas pelo imperador a um funcionário ou a 
um particular, sobre questões de direito que lhe são formuladas. A resposta era 
escrita seja no próprio requerimento do particular (quando levava o nome de 
subscriptio), seja em folha separada (a epistula) em resposta à pergunta feita por um 
funcionário. 
 
 
3.3. LEI DAS XII TABUAS 
 
A Lei das Doze Tábuas foi um marco na história do Direito Romano, um 
“divisor de águas”, pois pela primeira vez as leis passaram a ser escritas, e o mais 
importante, passaram a valer também para os plebeus, da mesma forma que para 
os patrícios (estes, os cidadãos romanos, a quem até então o mundo do Direito era 
restrito). 
De acordo com relatos semilendários, preservados por Lívio, no início da 
República Romana as leis eram mantidas em segredo pelos pontífices e por outros 
representantes dos patrícios, sendo executadas com especial severidade contra os 
plebeus. Um plebeu chamado Terentílio (Gaius Terentilius) propôs em 462 a.C. a 
compilação e publicação de um código legal oficial, de modo que os plebeus 
pudessem conhecer a lei e não ser pegos de surpresa quando de sua execução. 
As Doze Tábuas foram então promulgadas, havendo sido literalmente 
inscritas em doze tabletes de madeira (carvalho) que foram afixados no Fórum 
romano, de modo que todos pudessem lê-las e conhecê-las. Elas não são uma 
compilação abrangente e sistemática de todo o direito da época (portanto, não 
formam códigos, na acepção moderna do termo). São, antes, uma série de 
 
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definições de diversos direitos privados e de procedimentos. Consideravam de 
conhecimento geral algumas instituições como a família e vários rituais para 
negócios formais. 
TÁBUA DÉCIMA SEGUNDA 
1. ...Do penhor .... 
2. Se alguém fizer consagrar uma coisa litigiosa, que pague o dobro do valor 
da coisa consagrada. 
3. Se alguém obtiver de má fé a posse provisória de uma coisa, que o pretor, 
para pôr fim ao litígio, nomeie três árbitros, que estes condenem o possuidor de má 
fé a restituir o dobro dos frutos. 
4. Se um escravo cometer um furto, ou causar algum dano, sabendo-o 
patrono, que seja obrigado esse patrono a entregar o escravo, como indenização, ao 
prejudicado. 
 
 
3.4. O CORPUS IURIS CIVILIS (CORPO DE DIREITO CIVIL) 
 
 O Corpus Juris Civilis (Corpo de Lei Civil) é uma obra fundamental da 
jurisprudência, publicada por ordem do imperador bizantino Justiniano I. O livro é 
composto por 4 partes: o Código de Justiniano, que continha toda a legislação 
romana revisada desde o século 2; o Digesto ou Pandectas, composto pela 
jurisprudência romana; os Institutos, os princípios fundamentais do direito, e as 
Novelas ou Autênticas, com leis formuladas por Justiniano. 
Justiniano (482 - 565) foi imperador romano do Oriente de 527 até sua morte. Assim 
que assumiu o poder, ordenou a compilação de leis que compõem o Corpus Juris 
Civilis. 
Esta obra organizou as leis que já existiam e formulou novas, que se 
tornaram a base do direito Civil moderno. Além de representar uma revolução 
jurídica, é também um documento importante sobre a vida no Império Romano. 
 
DO QUE TRATA 
O Corpus Juris Civilis (Corpo de Lei Civil) é uma obra fundamental da 
jurisprudência, publicada por ordem do imperador bizantino Justiniano I. O livro é 
 
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composto por 4 partes: o Código de Justiniano, que continha toda a legislação 
romana revisada desde século 2; o Digesto ou Pandectas, composto pela 
jurisprudência romana; Institutos, os princípios fundamentais do direito; e as Novelas 
ou Autênticas, com leis formuladas por Justiniano. 
 
QUEM ESCREVEU 
Justiniano (482-565) foi imperador romano do Oriente de 527 até sua morte. 
Assim que assumiu o poder, ordenou a compilação de leis que compõem o Corpus 
Juris Civilis. 
 
POR QUE MUDOU A HUMANIDADE 
Porque organizou as leis que já existiam e formulou novas, que se tornaram 
a base do Direito Civil moderno. Além de representar uma revolução jurídica, é 
também um documento importante sobre a vida no Império Romano. 
 
 
3.5. INFLUENCIAS NO ORDENAMENTO JURIDICO ATUAL: Direito 
Civil, Direito De Família, Direito Sucessório, Posse e Propriedade 
 
No processo de internacionalização dos direitos humanitários, o Brasil aderiu 
a inúmeros tratados, dentre os quais se destaca a Declaração Universal dos Direitos 
do Homem, que em seu artigo XVI garante aos homens e mulheres, sem distinção 
de raça, nacionalidade ou religião o direito de fundar uma família. 
A Constituição Federal de 1988, demonstrando nexo com a Declaração dos 
Direitos Humanos trouxe em seu artigo 226, caput, que a família é a base da 
sociedade cabendo ao Estado oferecer-lhe especial proteção. 
Observa-se que no texto da Carta Magna o legislador originário não se 
restringiu a garantir proteção estatal às famílias, mas também efetuou releituras ao 
novo conceito de família com o reconhecimento da união estável. 
Casais que conviviam sem a celebração do instituto do casamento passaram 
a adquirir o status de família, que em sentido lato sensu, abrange tanto as pessoas 
ligadas por vínculos de sangue quanto às unidas pela adoção ou afinidade 
(GONÇALVES, 2011). 
 
19 
 
Como é sabido, o sistema jurídico romano era caracterizada por uma 
pluralidade de fontes de produção, o que, interagindo uns com os outros, assegurou 
o dinamismo do sistema conjunto e ao mesmo tempo a sua flexibilidade em soluções 
dos casos individuais que surgiram a partir prática. Embora os magistrados da época 
tivessem cargos fundamentalmente políticos e pudessem ser pessoas não 
entendidas em direito, foi o conjunto de decisões e declarações dos magistrados o 
que produziu a tecnificação do direito romano. 
Portanto, consideremos que o direito privado romano foi a área que mais 
marcou a cultura jurídica ocidental, pois, tanto os conceitos jurídicos como os 
métodos de argumentação hoje utilizados por nós, tem como origem o direito 
romano. 
Nestes aspectos podemos concluir que embora muitos ainda desconheçam, 
o direito romano influenciou muito no, direito natural, direito das gente e estrangeiros 
e direito civil moderno, e até hoje ainda usufruímos destes direitos com a 
contribuição justiniana. 
Pode-se afirmar que a base e estrutura do Direito Civil Brasileiro, com suas 
perspectivas, modelos, classificações, métodos e conceitos são construções 
eminentemente romanas, trazidas pelas caravelas colonialistas. 
Embora, sendo de natureza fática do nosso cotidiano, muito dos institutos 
jurídicos que regulam nosso ordenamento jurídico foi fruto da contribuição de ilustres 
juristas romanos. Desta forma, a proposta
deste trabalho é realizar um paralelo entre 
o direito clássico romano e o direito brasileiro atual, mostrando a enorme 
semelhança entre ambos. 
No ocidente, a ciência jurídica romana conheceu um renascimento a partir 
do século XII, quando passou a ser estudadas nas universidades europeias. Foi 
essa redescoberta, aliada ao fato de a escrita ter desaparecido durante a Idade 
Média, que fez o direito continental, advindo dai o fato de o nosso atual direito ser 
considerado dentro do aspecto dos direitos romanistas. 
Possuía uma organização bastante diferente da que conhecemos hoje. 
Família significava o grupo de pessoas submetidas ao poder do Pater Famílias, mas 
possuía outros significados, como patrimônio familiar ou valor econômico. 
O Casamento, diferente do cristianismo instituído pelo Cristianismo, os romanos 
tinham o seu matrimonio mais como relação social do que propriamente relação 
jurídica. O matrimonio romano tinha alguns efeitos, como o reconhecimento social da 
 
20 
 
mulher casada, os filhos poderem continuar a família paterna como descententes, o 
dever de fidelidade conjugal (apenas da mulher), além dos efeitos patrimoniais. Os 
antigos princípios do Direito de Família foram aniquilados, surgindo outros, dentro 
dessa proposta de constitucionalização, remodelando esse ramo jurídico. 
Em suma, deve-se reconhecer também a necessidade da 
constitucionalização do Direito de Família, pois "grande parte do Direito Civil está 
na Constituição, que acabou enlaçando os temas sociais juridicamente relevantes 
para garantir-lhes efetividade. A intervenção do Estado nas relações de direito 
privado permite o reivigoramento das instituições de direito civil e, diante do 
novo texto constitucional, forçoso ao intérprete redesenhar o tecido do Direito Civil à 
luz da nova Constituição". 
São regras atinentes á transmissão do patrimônio, o conjunto dos direitos 
transmissíveis por herança, de uma pessoa morta a uma ou mais pessoas vivas, 
seus herdeiros. Fazem parte do patrimônio as propriedades do de cujus, grande 
parte de seus créditos, seus outros direitos reais hereditários etc. Eis alguns dos 
legados deixados pelos romanos, que tanto contribuíram e contribuem para nosso 
ordenamento jurídico atual. 
O termo sucessão de forma genérica significa o ato jurídico pelo qual uma 
pessoa substitui outra em seus direitos e obrigações, podendo ser consequência 
tanto de uma relação entre pessoas vivas quanto da morte de alguém. O Direito, 
portanto, admite duas formas de sucessão: inter vivos e causa mortis. 
Não se pode confundir sucessão com herança. A primeira é o ato de alguém 
substituir outrem nos direitos e obrigações, em função da morte, ao passo que 
herança é o conjunto de direitos e obrigações que se transmitem, em virtude da 
morte, a uma pessoa ou várias pessoas, que sobreviveram ao falecido. 
 
 
3.6. DIREITO PENAL ROMANO 
 
Em Roma, evolui-se as fases de vingança através da Lei do Talião e da 
Composição, e também da vingança divina na época da Realeza, separando-se 
direito de religião. A lei penal romana conheceu, no auge de seu desenvolvimento, 
três espécies de pena: corporais, infamantes e pecuniárias. No tempo do Império, a 
 
21 
 
pena de multa, era a mais freqüente quanto aos crimes comuns. Os delitos são 
divididos em crimina pública, ficava a cargo do Estado, representado pelo 
magistrado com poder de Imperium com a função de garantir a segurança pública, e 
delicta privata, que consistiam em infrações menos graves, onde a função de 
reprimir caberia ao particular ofendido, havendo a interferência estatal apenas para 
regular seu exercício. 
Os delicta pertenciam à esfera do Direito Privado, e a pena para esses 
delitos era, na maioria das vezes, pecuniária. Cria-se a crimina extraordinária, em 
meio a crimina pública e a delicta privata. A pena torna-se, em regra, pública. As 
sanções são mitigadas e a pena de morte é praticamente abolida, sendo substituída 
pela deportação e pelo exílio. O Direito Romano contribuiu para a evolução do 
Direito Penal, através da criação de princípios penais ao erro, culpa, dolo, 
imputabilidade, coação irresistível, agravantes, atenuantes, legítima defesa. 
 
 
 Direito como consequência da noção coletiva e justiça 
 
A jurisdição, historicamente, foi concebida no pressuposto da ocorrência de 
litígio, isto é, de conflito entre interessados que disputam o mesmo bem da vida. 
Sem tal disputa, necessariamente individual, a atividade jurisdicional não era 
admitida. Entretanto, modernamente, a jurisdição assume dimensões muito mais 
amplas, e a sua tarefa de manter a paz social passa a compreender, também, os 
fenômenos coletivos, em que os interesses transcendem a esfera do indivíduo e, de 
maneira difusa, alcançam toda a comunidade ou grandes porções dela.1 Bens 
coletivos como o meio ambiente, patrimônios histórico e cultural, e as relações 
consumeristas tornaram-se objeto de tutela jurisdicional, surgindo um sistema de 
direito processual coletivo, cujo início ocorreu com a edição da lei da ação popular 
(lei 4.717/1965) seguida da lei da ação civil pública (lei 7.347/1985), Constituição 
Federal de 1988, que instituiu o mandado de segurança coletivo, do estatuto da 
criança e do adolescente (lei 8.069/1990), do Código de Defesa do Consumidor (lei 
8.078/1990) e da lei que regula a ação de improbidade administrativa (lei 
8.429/1992). 
 
22 
 
As ações coletivas visam à tutela da coletividade, categorias ou grupos de 
pessoas acima da proteção individual de cada um de seus componentes. O 
desenvolvimento dessa legislação, de acordo com Cândido Dinamarco, é um reflexo 
brasileiro de uma das ondas renovatórias que na segunda metade do século XX 
atingiram o Processo Civil de origem romano-germânica, tradicionalmente apegado 
a certas premissas individualistas, como a da legitimidade individual para demandar 
em juízo e da rigorosa limitação subjetiva da coisa julgada, que jamais poderia 
aproveitar nem prejudicar quem não houvesse sido parte no processo. 
Com base no modelo americano das class action, o legislador brasileiro 
percebeu que para alcançar uma tutela jurisdicional completa seria necessário criar 
institutos jurídicos novos e instrumentos processuais próprios de realização dos 
direitos coletivos advindos da sociedade moderna. 
 
 
 A justiça como meta do Direito Grego 
 
A justiça e a lei surgiram com a civilização. E na Grécia antiga, o berço da 
Civilização Ocidental, acreditava-se que a lei havia sido dada aos homens por Zeus. 
Possivelmente o primeiro legislador grego foi Sólon (638 BC – 558), que é creditado 
pelos seus biógrafos Heródoto e Plutarco como sendo o criador ou o reformador do 
Aerópago (Aeropagus) uma espécie de concelho ou tribunal superior com inspetores 
e mantenedores da lei. Além de ter se esforçado para promover leis voltadas a coibir 
o declínio moral dos atenienses, Sólon escreveu poemas que serviram para inculcar 
o civismo e reforçar a identidade ateniense e grega. 
Para os filósofos gregos clássicos, a justiça era tanto um bem político quanto 
uma virtude individual. Na obra de Platão o tema da justiça aparece em dois diálogos 
– A República e Gorgias –, o primeiro entre Sócrates e Thrasymachus e o segundo 
entre Sócrates e Callicles. Embora os dois diálogos abordem o tema usando a 
situação das cidades-estado da antiga Grécia, eles trazem uma universalidade ao 
contrastar as visões dos expoentes do poder e dos expoentes do direito. No 
primeiro, a justiça é definida como sendo uma virtude, e no segundo, o debate gira 
em torno de qual a alternativa menos ruim, causar injustiça ou sofrer injustiça. 
Embora Sócrates tivesse sublinhado
a justiça interior de cada ser humano, Platão 
 
23 
 
conduziu o argumento para a justiça externa ao indivíduo, ou seja, a justiça do 
Estado. 
Podemos notar que os filósofos gregos já separavam os dois tipos de justiça: a 
justiça política dispensada pelo Estado, e a justiça natural, aquela que se presume 
que cada indivíduo tenha, considerada uma virtude que se revela nos hábitos de 
conduta de cada indivíduo. Na visão de Sócrates é preciso que a sociedade seja 
harmoniosa mas para isso é preciso que os seus cidadãos se encontrem no lugar 
certo, fazendo e dando o melhor que podem. Platão concordou com seu mestre 
sobre a importância da sociedade ser harmoniosa, mas para ele a condição maior é 
a boa administração. 
 
 
 Desenvolvimento da democracia 
 
Nas monarquias constitucionais típicas, como no caso da Grã-Bretanha, 
Espanha e Noruega, são eleitos apenas os parlamentares, que, por sua vez, 
escolhem o primeiro-ministro, a quem cabe formar um gabinete. Embora seja 
costume utilizá-los indistintamente, os termos "democracia" e "república" não são 
sinônimos. A democracia pressupõe a participação popular na nomeação dos 
governantes, algo que nem sempre ocorre com as repúblicas, muitas delas 
ditatoriais ou submetidas a um regime de partido único. 
O governo do povo teve um importante papel nas democracias da era pré-
cristã. Diferentemente das democracias atuais, as democracias das cidades-Estados 
da Grécia clássica e da República romana eram democracias diretas, onde todos os 
cidadãos tinham voz e voto em seus respectivos órgãos representativos. Não se 
conhecia o governo representativo, desnecessário devido às pequenas dimensões 
das cidades-Estados, que dificilmente tinham mais de 10 mil habitantes. A 
democracia das primeiras nações europeias não pressupunha a igualdade de todos 
os indivíduos, já que a maior parte do povo, constituída por escravos e mulheres, 
não tinha reconhecidos seus direitos políticos. Atenas, a maior das cidades-Estados 
gregas regidas por um sistema democrático, restringia o direito de voto aos cidadãos 
nascidos na cidade. 
 
 
24 
 
 Relevância do Direito Romano ate os dias atuais 
 
É de suma importância o conhecimento do Direito Romano nos dias atuais, 
haja vista, a influência que exerce em nossas vidas. Percebe-se que o homem não 
nasceu para viver só. E quando no seio da sociedade, para que houvesse um 
equilíbrio nas interações, se fez necessário o Direito. 
Percebe-se a importância do estudo do legado do direito romano ao direito 
civil moderno, sendo assim, o presente estudo consiste em primeiramente entender 
os principais aspectos do direito romano em si, e em seguida observar o que ainda 
será considerado no direito civil moderno, para que assim o fundamento possa ser 
compreendido. 
O direito romano tem como principal característica a pluralidade, também 
podemos considerar que é um direito parcialmente não estatal, formalista e 
tecnificado. Também chamado de direito quiritário (já que quiris é o antigo nome do 
cidadão romano) ou de ius civile indicando que seria o direito da cidade. Segundo 
Capella (2002) o direito romano teve grande importância na constituição do direito 
quando permitiu que uma parte de seu conteúdo fosse elaborada por acordo entre 
particulares, adaptando-se às necessidades econômicas. Ainda conforme afirma 
Capella (2002), embora os magistrados da época tivessem cargos 
fundamentalmente políticos e pudessem ser pessoas não entendidas em direito, foi 
o conjunto de decisões e declarações dos magistrados o que produziu a tecnificação 
do direito romano. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
25 
 
4. REFERÊNCIAS 
 
 
 
ARISTÓTELES, A Política. acesso em 18 de abril de 2015. 
 
 
BLOCH, Marc, Apologia da História ou o ofício do historiador. Rio de Janeiro: 
Zahar. 2001. Disponível em: < http://www.webartigos.com/artigos/grecia-e-roma-
dois-mundos/32858/#ixzz3XzYAO88j> 
 
CALDAS, Alberto Lins. A criação da história. In. Primeira Versão. ano V, nº 180 - 
fevereiro - Porto Velho, 2005. 
 
CARNEIRO, Neri P. Estudar História in: www.webartigosos.com, publicado em: 
7/04/2008. Disponível em: <http://www.webartigos.com/artigos/grecia-e-roma-dois-
mundos/32858/#ixzz3XzYAO88j> 
 
CARNEIRO, Neri P. Porque A Filosofia Nasceu Na Gréciain: 
www.webartigosos.com, publicado 2/04/2008. Disponível em:< 
http://www.webartigos.com/artigos/grecia-e-roma-dois-
mundos/32858/#ixzz3XzYAO88j> 
 
NOME ORIGINAL_Corpus Juris Civilis (antiga Constantinopla - atual Istambul, 
Turquia) 
EM INGLÊS_ Ams Pr; 1988. Disponível em: 
http://super.abril.com.br/cotidiano/corpus-juris-civilis-direito-romano-445936.shtml 
 
Solon of Athens, Ron Owens, Sussex Academic Press, Canadá, 2010. Disponivel 
em: http://guiadoestudante.abril.com.br/aventuras-historia/confira-vida-solon-pai-
democracia-grega-706665.shtml 
 
 
TRABULSI, José Antonio Dabdab. Ensaio sobre a mobilização política na Grécia 
Antiga, Editora UFMG: Belo Horizonte, 2001.

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