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MÓDULO III TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II – PLA 2015_1 Profa. Ms. Claudete de Souza Dos Atos Jurídicos Ilícitos Consequência do ato ilícito = dever de indenizar Responsabilidade civil Responsabilidade civil e penal Responsabilidade civil e o direito civil constitucional Objetiva e subjetiva Contratual e Extracontratual Elementos da responsabilidade aquiliana Dano moral Exclusão ou diminuição da responsabilidade: Legítima defesa Estado de necessidade Exercício regular de direito Abuso de direito Prescrição e decadência Interesse de ordem pública Conceitos Prescrição extintiva e aquisitiva Prescrição Prazos Ações imprescritíveis Decadência Quadro comparativo 2º semestre Dos Atos Ilícitos Arts. 186-188, CC Quando o agente pratica ato segundo sua vontade, visando ou não atingir efeitos jurídicos, estamos diante do Negócio jurídico Por outro lado quando, por ação ou omissão, pratica ato contra o Direito, com ou sem intenção manifesta de prejudicar, ocasionando prejuízo ou dano a outra pessoa, estamos no campo dos Atos ilícitos “Ato ilícito é ato voluntário e consciente do ser humano, que transgride um dever jurídico. É a conduta humana que fere direitos subjetivos privados, estando em desacordo com a ordem jurídica e causando danos a alguém”. Consequência do ato ilícito A obrigação de indenizar é a consequência jurídica do ato ilícito. A obrigação de indenizar decorre da: Violação de direito + dano. Art. 927, CC. “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem”. Atualização monetária incidirá sobre essa dívida a partir da data do ilícito (Súmula 43, STJ). “Súmula 43, STJ. Incide correção monetária sobre dívida por ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”. Responsabilidade civil e responsabilidade penal A palavra “responsabilidade” advém do latim respondere, que traz a ideia de segurança, de garantia da restituição, de compensação, de recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir. No Direito romano não havia distinção entre responsabilidade civil e responsabilidade penal. A compensação em dinheiro não passava de uma pena a quem causava o dano. A prática de um crime era punida com um crime da mesma proporção. Lex Aquilia traça uma distinção: A responsabilidade continuava a ser penal, mas a indenização pecuniária passou a ser a única forma de sanção, nos casos de atos lesivos não criminosos. Para restabelecimento da ordem social, as espécies de reparação são distintas: responsabilidade civil e responsabilidade penal. A responsabilidade civil exige que o responsável por uma colisão em outro veículo pague as despesas referentes ao conserto, além dos demais danos causados, pois infringiu uma norma de direito privado. O lesado poderá ou não pleitear a reparação. A reponsabilidade penal será imputada nos casos de causar ferimento ou morte, pois infringiu uma norma de direito público. A ação ou omissão ilícita pode acarretar dano indenizável, também punível no campo penal. No campo penal, o ato ilícito é denominado crime ou delito. Ex.: Lesão corporal Direito Penal: pune o autor com pena privativa de liberdade, além de outras sanções de ordem criminal. O interesse em punir é social (coletivo). Direito Civil: a vítima pode ter sofrido prejuízos reflexos da lesão corporal: despesas hospitalares, faltas no trabalho que lhe diminuam a renda, ofensa à sua moral… RESPONSABILIDADE PENAL RESPONSABILIDADE CIVIL O agente infringe uma norma penal de direito público. O interesse lesado é o da sociedade. O interesse diretamente lesado é o privado. O prejudicado poderá pleitear ou não a reparação. Se, ao causar o dano, transgride também a lei penal, torna-se, ao mesmo tempo, obrigado civil e penalmente. É pessoal, intransferível. Responde o réu com a privação de sua liberdade, em regra. É patrimonial: é o patrimônio do devedor que responde por suas obrigações. Ninguém pode ser preso por dívida civil, exceto o devedor de pensão alimentícia do direito de família. É pessoal também em outro sentido: a pena não pode ultrapassar a pessoa do delinquente. No cível há várias hipóteses de responsabilidade por ato de outrem (ex. Art. 932, CC). A tipicidade é um de seus requisitos genéricos. Qualquer ação ou omissão pode acarretá-la, desde que viole direito e cause prejuizo a outrem (Arts. 186 e 927, CC). Embora a culpa civil e a culpa penal tenham os mesmos elementos, exige-se, para a condenação criminal, que tenha certo grau ou intensidade. A culpa, ainda que levíssima, obriga a indenizar. Somente os maiores de 18 anos são responsáveis criminalmente. O menor de 18 anos responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não dispuserem de meios suficientes (art. 928, CC). No direito civil a repercussão do ato ilícito é essencialmente patrimonial: só lhe interessa o ato ilícito à medida que exista dano a ser indenizado. A indenização visa a reparação do ato ilícito, com a recomposição patrimonial da vítima. Não há intenção em “punir o culpado”, mas sim indenizar a vítima. Ato ilícito é uma terminologia reservada ao direito civil e por isso se fala em responsabilidade civil do autor do ato ilícito. . Conceito da antijuricidade: Aquele que pratica ato ilícito tem obrigação de indenizar, de reparar o dano, nos termos do art. 927, CC. Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. Teoria do abuso do direito: - amplia a noção de ato ilícito; - o ato originariamente é lícito, mas praticado em exercício irregular de direitos; - ato fora dos limites impostos pelo seu fim econômico ou social, boa-fé objetiva ou bons costumes. Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa- fé ou pelos bons costumes. Responsabilidade civil surge quando: A) Há descumprimento obrigacional; B) É desobedecida alguma regra estabelecida em um contrato; C) Deixa-se de observar um preceito normativo que regula nossa vida civil. O direito civil constitucional está amparado em 3 princípios básicos, em relação direta com a responsabilidade civil: 1) Princípio de proteção da dignidade da pessoa humana – art. 1º, III, CF. 2) Princípio da solidariedade social – art. 3º, I, CF. 3) Princípio da isonomia ou igualdade lato sensu – art. 5º, caput, CF. Responsabilidade civil e o direito civil constitucional Responsabilidade civil O Código Civil de 2002 adotou sistema dualista: Responsabilidade objetiva Responsabilidade subjetiva I - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA, AQUILIANA, ou EXTRACONTRATUAL Baseada na teoria da culpa. A responsabilidade civil subjetiva, ou da culpa, é regra geral, segundo uma parte dos doutrinadores . Para haver indenização deve ser comprovada a culpa genérica do agente, que inclui: Dolo = intenção de prejudicar Culpa em sentido restrito = imprudência, negligência ou imperícia EXTRACONTRATUAL, ou AQUILIANA,é a responsabilidade advinda de ato ilícito sem liame contratual; infração de um dever legal, por parte daquele que causa dano a outrem, por culpa ou dolo, ficando obrigado a repará- lo nos ditames do art. 186, CC. Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, violar direito e causar dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito. RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, OU AQUILIANA Elementos da responsabilidade extracontratual ou aquiliana A) Fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência; Ação = conduta do indivíduo que imprime velocidade excessiva ao automóvel e provoca acidente. Omissão = conduta do indivíduo que deixa seu carro estacionado em declive, sem acionar o freio de mão. O deslizamento do veículo provoca dano na propriedade alheia. B) Ocorrência de um dano patrimonial ou moral, cumuláveis as indenizações por dano material e moral decorrentes do mesmo fato. “Súmula 37, STJ. São cumuláveis as indenizações por dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”. C) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do agente. No caso de dano provocado por terceiros ou culpa exclusiva da vítima não haverá dever de indenizar. Art. 944, CC. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. O parágrafo único deste dispositivo adota a teoria da graduação da culpa, a influenciar o quantum indenizatório. Somente possibilita sua diminuição diante de desproporção entre a gravidade da culpa e o dano. Parágrafo aplicável apenas na responsabilidade civil subjetiva. Parágrafo inaplicável nas hipóteses de responsabilidade objetiva, em que não há apuração da culpa, descabendo a diminuição da indenização. O caput não prevê o dano moral, mas somente o dano material: Cálculo de tudo aquilo que o lesado deixou de lucrar e do que efetivamente perdeu (caráter ressarcitório). …cont. Responsabilidade subjetiva e Responsabilidade objetiva II - Responsabilidade objetiva ou do risco Dispensada a prova da culpa, bastando que presentes o dano + nexo causal. Segundo essa teoria, o dever de indenizar não mais encontra amparo no caráter da conduta do agente causador do dano, mas sim no risco que o exercício de sua atividade causou para terceiros, ainda que isenta de culpa. O causador do dano não poderá discutir sua culpabilidade, ou seja, se é ou não responsável: Simplesmente impõe a reparação, o que não quer dizer que o mesmo não vá buscar o responsável ou co-responsável através da Ação de Regresso. O Código Civil, além da Constituição Federal, traz uma manifesta tendência ao acolhimento da responsabilidade objetiva como regra geral em nossa sistemática. CONTRATUAL é a responsabilidade imputada a alguém que descumpre um contrato, ou o cumpre de forma defeituosa, acarretando a responsabilidade de indenizar as perdas e danos sofridos pela outra parte, nos termos do art. 389, CC. Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde o devedor por perdas e danos, mais juros e atualização monetária segundo índices oficiais regularmente estabelecidos, e honorários de advogado. RESPONSABILIDADE CONTRATUAL (OBJETIVA) RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL ou AQUILIANA (SUBJETIVA) ARTS. 389, 395 e ss, CC ARTS. 186 a 188, CC + art. 927 (primeira parte) a 954, CC O inadimplemento presume-se culposo. O credor lesado encontra-se em posição mais favorável, pois está obrigado a demonstrar que a prestação foi descumprida, sendo presumida, juris tantum, a culpa do inadimplente. Ao lesado incumbe o ônus de provar culpa ou dolo do causador do dano. Tem origem no descumprimento da convenção ou acordo de vontades. Tem origem na inobservância do dever genérico de não lesar a outrem (neminem laedere) A capacidade sofre limitações. Somente as pessoas plenamente capazes são suscetíveis de celebrar convenções válidas. Os atos ilícitos podem ser perpetrados por amentais (deficientes mentais) e por menores e podem gerar o dano indenizável. A culpa obedece a um certo escalonamento, sem alcançar a levíssima. Alcança até mesmo a culpa levíssima. A apuração da falta se faz de maneira mais rigorosa. RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO Pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito Privado prestadoras de serviços públicos (concessionárias e permissionárias), Evoluiu do princípio da irresponsabilidade absoluta do Estado (The King can do no wrong), passando por vários estágios até chegar ao atual: respondem de forma OBJETIVA, assumindo os danos causados pela atividade administrativa desempenhada por seus funcionários e prepostos, no exercício da atividade pública (art. 37, § 6º, CF + art. 43, CC). É matéria de direito constitucional e administrativo. ...cont. Resp.p.jur.dir.público ...cont. Resp.p.jur.dir.público A Teoria do risco justifica a responsabilidade objetiva e adota algumas modalidades: Teoria do risco administrativo: Presente nos casos de responsabilidade objetiva do Estado. Teoria do risco da atividade ou risco profissional: Quando a atividade exercida cria riscos aos direitos de outrem, como o previsto na segunda parte do art. 927, parágrafo único, CC. Teoria do risco integral: Não há excludente de nexo de causalidade ou responsabilidade civil a ser alegada, como nos danos ambientais. ...cont. Resp.p.jur.dir.público O direito positivo brasileiro consagra a teoria do risco administrativo, explicando que o Estado responde sempre perante a vítima, independentemente de culpa do servidor, respondendo este perante o Estado, em se provando que procedeu culposa ou dolosamente. (Caio Mario) “Responsabilidade civil do Estado – Morte de paciente transportada em veículo da autarquia-ré, que se envolveu em acidente de trânsito – Responsabilidade civil objetiva da administração – Caracterização – Hipótese – Presença da nocividade da prestação e o nexo causal, ensejadores da responsabilização pela teoria do risco administrativo encampada pelo § 6º do artigo 37 da Constituição Federal – Recursos oficial e voluntário improvidos”. (TJSP – Ap. Cível com Revisão 323.578-5/0-00, 23-8-2006, 13a. Câm.de Direito Público – Rel. Ivan Sartori). RESPONSABILIDADE DO ESTADO RESPONSABILIDADE DO ESTADO Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano. Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente, a indenização. Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano. Exclusão ou diminuição da responsabilidade No tocante à diminuição dos efeitos do ato ilícito, deve ser mencionada a concorrência de culpas. Não obstante o agente tenha agido com culpa, da mesma forma se comportou a vítima. A culpa da vítima compensa a culpa do agente no campo civil, o mesmo não ocorrendo no penal. Em regra, o julgador fixará a indenização em montante inferior ao prejuízo, dependendo do grau com o qual concorreu a vítima. Ocorrendo culpa exclusiva da vítima, não há que falar em indenização, pois o agente não contribuiu para o evento. Indivíduo que, querendo suicidar-se, atira-se de uma passarela da Via Anchieta, sob as rodas de veículo, que nada mais é do que um instrumento da vontade da vítima. Excludentes de ilicitude (Atos lesivos que não são ilícitos - art. 188, CC) Há casos excepcionais que não constituematos ilícitos, apesar de causarem lesões aos direitos de outrem. O procedimento lesivo do agente, por motivo legítimo estabelecido em lei, não acarreta o dever de indenizar, porque a própria norma jurídica lhe retira a qualificação de ilícito. Art. 188, CC. Não constituem atos ilícitos: I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de um direito reconhecido; II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a pessoa, a fim de remover perigo iminente. Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário, não excedendo os limites do indispensável para a remoção do perigo”. …excludentes de ilicitude… 1) Legítima defesa CP, art. 25; CC, arts. 188, I; 930, parágrafo único; 1210, § 1º. 2) Exercício regular de um direito CC, arts. 188, I; 187; 1277 3) Estado de necessidade CC, arts. 188, II, parágrafo único; 929 e 930. 1) Legítima defesa (art. 188, I) “Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa quem, usando moderadamente dos meios necessários, repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem”. Regra geral: A defesa dos direitos deve ser entregue à decisão do Poder Judiciário. Exceção: A lei permite a justiça de mão própria: Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e em legítima defesa Excluindo o dever de reparar o dano, no direito civil; Excluindo a punição no direito penal. Pressupostos da legítima defesa: A) ameaça ou agressão ao direito, que seja atual ou iminente; Caso contrário, deve recorrer às vias judiciais. B) que seja injusta a agressão; C) que na repulsa sejam utilizados meios moderados, isto é, que não vão além do necessário para a defesa; Sob situação de agressão não há termômetro exato para aferir o que é “meio necessário”. O julgador sopesará os elementos, no caso concreto. D) Que a defesa seja de direito do agente ou de outrem. 2) Exercício regular de um direito O exercício de um direito elimina a ilicitude do ato, pois quem exerce um direito não provoca o dano. Credor que, preenchendo as condições legais, requer a falência do devedor comerciante. Proprietário que constrói em seu terreno prejudicando, não intencionalmente, a vista do vizinho. Caso o agente, embora à primeira vista esteja exercendo direito seu, extravasar os limites para os quais esse direito foi criado, ingressa na esfera do abuso de direito. Abuso de direito Art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direito que, ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons costumes”. Havendo exagero no exercício regular do direito, configura-se o abuso do direito: atos praticados dolosamente pelo agente, no exercício normal de um direito (em regra, o de propriedade), com a firme intenção de causar dano a outrem e não de satisfazer uma necessidade ou interesse de seu titular. Alguém que, em sua propriedade, produz ruído que excede a normalidade; Uso de cercas eletrificadas que possam causar morte; Utilização de aparelho que interfere em TV ou rádio de vizinho; Depositar lixo em terreno próximo a uma moradia… Abuso de direito “Abuso de direito É o fato de se usar de um poder, de uma faculdade, de um direito ou mesmo de uma coisa, além do que razoavelmente o Direito e a sociedade permitem”. A noção de abuso de direito é supra legal (não se situa em textos de direito positivo). Decorre da própria natureza das coisas e da condição humana. Abuso = excesso = aproveitamento de uma situação contra pessoa ou coisa. Extrapolar os limites de um direito em prejuízo do próximo merece reprimenda, em virtude de consistir violação a princípios de finalidade da lei e da equidade. Sitiante que, pretendendo defender sua propriedade, eletrifica as cercas, causando morte de um menor. Recusa injustificada de rompimento de promessa de contratar, ou desfazimento unilateral injustificado de contrato. Abuso de direito no CPC Arts. 14 a 18 Art. 14, CPC. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do processo: I – expor os fatos em juízo conforme a verdade; II – proceder com lealdade e boa-fé; III – não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de fundamento; IV – não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa do direito; V – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final. Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis, aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta e não superior a 20% do valor da causa; não sendo paga no prazo establecido, contado do trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa da União ou do Estado. 3) Estado de necessidade (art. 188, II) O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio (deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem, ou lesão a uma pessoa), para remover perigo iminente, quando as circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando não exceder os limites do indispensável para a remoção do perigo. Em regra, o estado de necessidade surge de acontecimento fortuito, natural ou acidental, criado pelo próprio prejudicado ou por terceiro. “Art. 24, CP. Considera-se em estado de necessidade quem pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável exigir-se”. Estado de necessidade em âmbito civil (art. 188, II, CC) Embora a lei declare que o ato praticado nesse caso não é ato ilícito, nem por isso libera quem o pratica de reparar o prejuízo que causou. Motorista atira seu veículo contra um muro, derrubando-o, para não atropelar uma criança que, inesperadamente, surgiu-lhe à frente. O ato, embora lícito e nobre, não o exonera de pagar a reparação do muro (art. 929, CC). O dono do muro terá direito à indenização somente se não for o culpado do perigo. Caso o evento tenha ocorrido por culpa in vigilando do pai da criança, o motorista paga o conserto do muro e move ação regressiva contra o pai do menor, para ressarcir-se das despesas. (Art. 930, CC) …estado de necessidade… Pressupostos: 1) Perigo atual que ameace um bem jurídico (coisa ou pessoa), não provocado pelo agente. 2) O perigo deve ser de tal monta que leve o agente a praticar o dano ao bem alheio. 3) O agente deve limitar-se ao necessário para a remoção do perigo. 4) Inexistir desproporção desmedida entre o valor do dano provável e o que se irá causar. Não se pode atentar contra a vida de outrem para salvar coisa inanimada, p.ex. Sacrifício de um automóvel alheio para salvar vida humana, evitando atropelamento; Matar um cão de outrem, atacado de hidrofobia e que ameaça morder várias pessoas; Modalidades de culpa A culpa consiste no desrespeito a um dever preexistente, não havendo propriamente uma intenção de violar o dever jurídico, que acaba o sendo por outro tipo de conduta. O agente quer a causa, mas não quer o efeito. Culpa in concreto: verifica a conduta do agente no caso concreto. Culpa in abstrato: a responsabilidade é avaliada segundo o padrão médio da sociedade. Culpa iniligendo: decorrente da má conduta do preposto ou representante eleito. Alguém que entrega a direção de veículo à pessoa não habilitada. …cont. modalidades de culpa Culpa in vigilando: é a que decorre da ausência de fiscalização (necessária ou decorrente de lei), sobre outrem. É o caso do patrão com relação aos empregados: os atos ilícitos do preposto fazem surgir o dever de indenizar do preponente. Culpa in committendo: Ação ou comissão do agente, geralmente relacionada à imprudência. Motorista bêbado, dirigindo em alta velocidade, causa acidente. Culpa in omittendo: quando o ilícito decorre de omissão do agente, relacionada à negligência. Médico que na cirurgia esquece gaze na barriga do paciente. Culpa in custodiendo: consiste na ausência de devida cautela com relação a alguma pessoa, animal ou coisa sob sua tutela. Animal que não é devidamente guardado pelo dono, foge e atravessa a rua inesperadamente, causando acidente com prejuízo a alguém. Dano moral Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando seu patrimônio, mas sim seus direitos de personalidade (honra, dignidade, intimidade, imagem, nome…). Causa ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vergonha, humilhação… É um estado de espírito variável em cada caso, pois cada pessoa sente de um modo. Dor experimentada pelos pais que assistem à morte violenta de um filho; Complexo gerado por quem sofre um dano estético; Humilhação de quem é publicamente injuriado… Dano moral Reputa-se dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação que foge à normalidade, interferindo intensamente no comportamento psicológico da vítima, causando-lhe aflições, angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. São situações intensas e duradouras. Estão fora da órbita do dano moral o mero dissabor, o aborrecimento, a mágoa, irritação ou sensibilidade exagerada que faz parte da normalidade do dia-a-dia, seja no trabalho, no trânsito, entre amigos ou no ambiente familiar. Dois critérios devem ser utilizados para a fixação do dano moral, embora não haja critério uniforme para sua fixação: 1) a compensação ao lesado; 2) o desestímulo ao lesante. O lesante deve perceber que a sociedade não aceita seu comportamento anti social. Cálculo da indenização Súmula 490, STF. “A pensão correspondente à indenização oriunda de responsabilidade civil, deve ser calculada com base no salário mínimo vigente ao tempo da sentença e ajustar-se-á às variações ulteriores”. Código Brasileiro de Telecomunicações, Lei 4.117/62 foi o primeiro a estabelecer parâmetros para a quantificação do dano moral: Indenização variava entre 5 e 100 salários mínimos. Decreto-Lei 236/67, Lei de Imprensa (já revogada), eleva o teto da indenização para 200 salários mínimos. …cont. arbitramento indenização CF/88 não prevê nenhuma tabela ou tarifação a ser observada pelo juiz, devendo o quantum apurado ser convertido em salários mínimos. Jurisprudencialmente, tem sido aplicado, ainda, na generalidade dos casos, preceito trazido pelo art. 53, Lei de Imprensa, levando-se em conta: Situação econômica do lesado (notoriedade e fama) Intensidade do sofrimento Extensão do dano Natureza e repercussão da ofensa Circunstâncias que envolveram o fato “O autor que atribui à causa um valor superestimado comete abuso de direito processual. Soberania do juiz de definir, com exclusividade e atento ao interesse fiscal, o valor adequado. Impugnação acolhida, reduzindo-se o valor pleiteado”. (TJSP, 3a. Câm.Dir.Priv., AgI 124.212-4, Boituva, rel. Ênio Zuliani). Prescrição e Decadência Arts. 189-211, CC Pretensão e prescrição Ao ser violado o direito subjetivo, nasce para seu titular a pretensão, ou seja, o poder de fazer valer em juízo, por meio de uma ação, a prestação devida, o cumprimento da normal legal ou contratual infringida ou a reparação do mal causado, dentro de um prazo legal (arts. 205 e 206, CC). O titular da pretensão jurídica terá prazo para propor ação, que se inicia (dies a quo) no momento em que sofrer violação do seu direito subjetivo. “Pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o cumprimento de um determinado dever jurídico, de uma determinada prestação”. Caso o titular do direito deixar escoar tal lapso temporal, sua inércia dará origem a uma sanção, que é a prescrição. A prescrição é uma pena imposta ao negligente: “Prescrição é a perda da pretensão de reparação de um direito violado, em virtude da inércia de seu titular”. Interesse de ordem pública na extinção dos direitos não reclamados Afim de resguardar a segurança jurídica e a estabilidade social, o exercício de um direito não pode ficar indefinidamente pendente. Deve haver um prazo determinado para que o titular do direito o exerça. O direito exige que o devedor cumpra sua obrigação e permite ao credor valer-se dos meios necessários para receber seu crédito. Porém, o decurso de tempo colocará uma pedra sobre a relação jurídica cujo direito não foi reclamado. O credor silente perderá seu direito de receber, em determinado prazo de tempo, já que não fez uso dos instrumentos juridicamente disponibilizados para cobrar seu direito. Como se opera a prescrição… PRESCRIÇÃO está relacionada a DIREITOS SUBJETIVOS PATRIMONIAIS = DIREITOS DE CRÉDITO. Vou almoçar em um restaurante. Ao terminar meu almoço, é lógico que tenho o dever de pagar a prestação devida = tudo aquilo que consumi durante a refeição. Mas, dessa vez decido que não pagarei aquela refeição. Levanto-me e saio do restaurante. Caso isso aconteça poderei ser acionada judicialmente, pois quem me forneceu a refeição tem o direito de receber o que neguei pagar, apesar de ter consumido. Nesse caso, o restaurante estará exigindo o cumprimento de uma pretensão (seu poder de exigir, coercitivamente, que eu pague o que lhe devo). Mas, em nome da segurança jurídica, o restaurante tem um prazo, estabelecido em lei, para receber essa dívida, cobrando em juízo seu direito subjetivo de receber aquilo que me forneceu (art. 206, § 1º, I, CC). A lei estipula que o restaurante tem um ano para cobrar pela dívida que tenho com ele. Passado esse ano estipulado legalmente, o restaurante perderá o prazo para exercer a pretensão, ocorrendo o fenômeno da PRESCRIÇÃO. Prescrição: conceitos “Prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda a sua capacidade defensiva, em consequência do não-uso delas, durante um determinado espaço de tempo”. (Clovis Beviláqua) “Prescrição é a extinção de uma pretensão, em virtude da inércia de seu titular durante certo lapso de tempo”. (Maria Helena Diniz) Tão logo surja o direito de ação, já começa a correr o prazo de prescrição. A inércia cessará com a propositura da ação. A prescrição ocorrerá nos prazos dos arts. 205 e 206, CC. Art. 189, CC. Violado o direito subjetivo, nasce para o titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição, nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206. Princípio da "actio nata”: a prescrição, atuando na ação, começa a correr do dia em que a ação poderia ser proposta e não o foi, isto é: “o termo inicial do prazo prescricional para a ação de indenização ou reparação de danos só se inicia quando o prejudicado tomar conhecimento do fato e/ou de suas consequências”. A prescrição tolhe o direito de ação, fazendo extinguir a pretensão, que é o espelho do direito de ação. Não se estabelecendo as situações dos arts. 205 e 206, todos os demais prazos extintivos presentes no Código são decadenciais. Elementos da prescrição 1) Existência de uma pretensão, que possa ser alegada em juízo, por meio de uma ação exercitável, que é seu objeto,em virtude da violação do direito, que ela tem por fim remover. 2) Inércia do titular da ação pelo seu não exercício. Cessará tal inércia no momento em que o titular ajuizar uma ação pedindo ao judiciário o restabelecimento de seu direito, impondo ao infrator a reparação de perdas e danos. 3) Continuidade dessa inércia por certo tempo. O prazo prescricional geral fixado pelo CC, art. 205, é de 10 anos para os casos em que a lei não fixou prazo menor e prazos especiais para as diversas ações no art. 206. 4) Ausência de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou interruptivo do curso da prescrição. Causas que interrompem a prescrição 1) Causas interruptivas São aquelas que inutilizam a prescrição iniciada, de modo que seu prazo recomeça a correr da data do ato que a interrompeu: (ex. Reconhecimento extrajudicial do pagamento parcial do débito), ou do último ato do processo para a interromper (ex. Trânsito em julgado da sentença). 2) Causas impeditivas (art. 197, I a III, 198, I e 199, I e II, CC) São as circunstâncias que impedem que seu curso inicie. 3) Causas suspensivas (art. 198, II e III, e 199, III, CC) São as que paralisam temporariamente o seu curso. Superado o fato suspensivo, a prescrição continua a correr, computado o tempo decorrido antes dele. Prazos da prescrição Art. 205, CC. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor. Art. 206, CC. Prescreve: § 1º Em um ano: …VIDE CÓDIGO Prescrição Extintiva e Aquisitiva A prescrição extintiva, (prescrição propriamente dita), conduz à perda do direito de ação por seu titular negligente, ao fim de certo lapso de tempo, e pode ser encarada como força destrutiva. Regulada na Parte Geral do CC, uma vez que se aplica a todos os direitos. Esta é a modalidade estudada neste momento. A prescrição aquisitiva ou usucapião (arts. 1260 a 1262, CC), consiste na aquisição do direito real pelo decurso de tempo. Funda-se na posse e no tempo. A usucapião está regulada na Parte Especial do CC, dentro do direito das coisas, pois é classificada como uma aquisição de direitos reais. A usucapião, segundo a CF A usucapião é a aquisição do domínio pela posse prolongada, na forma da lei, tendo como objetivo de acabar com a incerteza da propriedade, assim como assegurar a paz social pelo reconhecimento da propriedade com relação àquela pessoa que de longa data é o seu possuidor. Tal direito de aquisição é conferido em favor daquele que possuir, com ânimo de dono, o exercício de fato das faculdades inerentes ao domínio ou a outro direito real, de coisas móveis e imóveis, pelo período de tempo que é fixado pelo legislador. Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição, área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares, tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua moradia, adquirir-lhe-á a propriedade. Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião. Usucapião urbana "Art. 183, CF. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos, ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja proprietário de outro imóvel urbano ou rural. § 1° O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente de estado civil. § 2° Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor mais de uma vez. § 3° Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.". Ações imprescritíveis Não se acham sujeitos a limite de tempo e não se extinguem pela prescrição os direitos da personalidade: a vida, a honra, o nome, a liberdade, a nacionalidade... Também não prescrevem as chamadas ações de estado de família: a ação de separação judicial, a investigação de paternidade... Igualmente são imprescritíveis a ação do condômino para a divisão da coisa comum. DECADÊNCIA “Decadência é a perda de um direito potestativo pela falta de seu exercício no prazo previsto em lei ou pelas partes”. “Decadência é a extinção do direito, pela inércia de seu titular, quando sua eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se verificado”. Posto que a inércia e o tempo sejam elementos comuns à decadência e à prescrição, diferem, contudo, relativamente ao seu objetivo e momento de atuação. Na decadência, a inércia diz respeito ao exercício do direito e o tempo opera os seus efeitos desde o nascimento deste. Está relacionada com direitos potestativos. Na prescrição, a inércia diz respeito ao exercício da ação e o tempo opera os seus efeitos desde o nascimento desta, que, em regra, é posterior ao nascimento do direito por ela protegido. Está relacionada com direitos subjetivos patrimoniais = direito a crédito Há um “dever de fazer” de uma das partes envolvidas. Direitos potestativos “Direitos potestativos conferem ao titular o poder de provocar mudanças na esfera jurídica de outrem, de forma unilateral, sem que exista um dever jurídico correspondente mas, tão somente, um estado de sujeição”. Direito Potestativo é um direito de sujeição, ao qual não cabe contestação. Ao exercer um direito potestativo, o seu titular simplesmente interfere na esfera jurídica alheia, sem que esta pessoa nada possa fazer. Direito assegurado ao empregador de despedir um empregado; cabe ao empregado apenas aceitar esta condição. Como também num caso de divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio terá desfecho positivo. Condômino exigir a divisão da coisa comum (art. 1320, CC); Ou pedir sua venda (art. 1323, CC); Faculdade de se pedir a meação do muro divisório entre vizinhos (art. 1328); …direitos potestativos… É meu direito potestativo anular um negócio jurídico viciado (erro, dolo, coação, estado de perigo, lesão, fraude) = Art. 178, CC Comprei um relógio de alguém que me assegurou ser de ouro. Paguei uma fortuna. Descobri que era apenas banhado de tinta dourada. Posso pedir a anulação do negócio jurídico Como parte prejudicada, tenho o direito de impor minha vontade de anular o contrato, dentro de um prazo estipulado em lei. Quero meu dinheiro de volta e devolver o falso relógio Mas não há qualquer obrigação espontânea que obrigue o vendedor a desfazer o negócio Tenho que acionar o vendedor, por meio de uma ação Ele será forçado a se submeter à minha vontade. Decadência Regra geral: Decadência é contínua, não admitindo suspensão, impedimento ou interrupção, como a prescrição (art. 207). Não ocorrerá decadência contra incapazes (art. 208). Nula é a renúncia à decadência fixada em lei (art. 209). Pode ser fixada por vontade das partes, quando poderá ser renunciada (nesse caso o contrato deve estabelecer o prazo para exercício de direitos). Decadência pode ser conhecida de ofício pelo juiz apenas quando se tratar de prazo decadencial fixado por lei (art. 210). Se a decadência for convencional, o juiz não pode suprir a alegação (art. 211). Prazos da Decadência Os prazos decadenciais são ordenados dentro dos dispositivos legais dos respectivos institutos: Art. 119, CC, parágrafo único 180 dias para pleitear anulação de negócio concluído por representante em conflito de interesses com o representado. Art. 178, CC 4 anos para pleitear anulação de negócio jurídico em casos de coação, erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão e atos de incapazes. Art. 179, CC 2 anos quandoa lei dispuser ser ato anulável, sem estabelecer prazo para pleitear a anulação. Art. 502, CC 1 ano para ações que visem resolução de contrato de compra e venda ou abatimento proporcional ao preço. Art. 559, CC 1 ano para pleitear a revogação da doação por ingratidão. Tipos de decadência 1) Legal Determinada pela lei É irrenunciável (a parte interessada não pode abrir mão desse prazo) Juiz declara de ofício 2) Convencional Criada por contrato entre as partes Posso renunciar ao prazo, já que embasada na autonomia privada Juiz não pode declarar de ofício PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA Está relacionada com DIREITOS SUBJETIVOS PATRIMONIAIS = direitos de crédito Está relacionada a DIREITOS POTESTATIVOS A prescrição extingue a pretensão à ação e com ela o direito que esta protege. A decadência tem por efeito extinguir o direito pelo decurso do prazo fixado para seu exercício. A prescrição pode ser suspensa ou interrompida pelas causas expressamente colocadas na lei. A decadência não é suspensa nem interrompida e só é impedida pelo exercício do direito a ela sujeito. O prazo da prescrição é fixado somente por lei para o exercício da ação que o protege. O prazo da decadência pode ser estabelecido pela lei ou pela vontade unilateral ou bilateral, uma vez que se tem em vista o exercício do direito por seu titular. Prescrição pressupõe ação cuja origem é distinta da do direito. Tem nascimento posterior ao direito. Decadência pressupõe ação cuja origem é idêntica à do direito, sendo por isso simultâneo o nascimento de ambos. Admite renúncia (art. 191, CC) Não pode ser renunciada. Prescrição não opera para determinadas pessoas elencadas pela lei (art. 197, CC). Decadência opera contra todos.
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