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2015_1_MÓDULO III Direito Civil

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MÓDULO III
TEORIA GERAL DO DIREITO CIVIL II – PLA 2015_1
Profa. Ms. Claudete de Souza
 Dos Atos Jurídicos Ilícitos
 Consequência do ato ilícito = 
dever de indenizar
 Responsabilidade civil
 Responsabilidade civil e penal
 Responsabilidade civil e o 
direito civil constitucional
 Objetiva e subjetiva
 Contratual e Extracontratual
 Elementos da
responsabilidade aquiliana
 Dano moral
 Exclusão ou diminuição da 
responsabilidade:
 Legítima defesa
 Estado de necessidade
 Exercício regular de direito
 Abuso de direito
 Prescrição e decadência
 Interesse de ordem pública
 Conceitos
 Prescrição extintiva e aquisitiva
 Prescrição
 Prazos
 Ações imprescritíveis
 Decadência
 Quadro comparativo
2º semestre
Dos Atos Ilícitos
Arts. 186-188, CC
 Quando o agente pratica ato segundo sua vontade, visando
ou não atingir efeitos jurídicos, estamos diante do
 Negócio jurídico
 Por outro lado quando, por ação ou omissão, pratica ato
contra o Direito, com ou sem intenção manifesta de
prejudicar, ocasionando prejuízo ou dano a outra pessoa,
estamos no campo dos
 Atos ilícitos
“Ato ilícito é ato voluntário e consciente do ser humano, 
que transgride um dever jurídico. 
É a conduta humana que fere direitos subjetivos privados, 
estando em desacordo com a ordem jurídica e 
causando danos a alguém”. 
Consequência do ato ilícito
 A obrigação de indenizar é a consequência jurídica do ato
ilícito.
 A obrigação de indenizar decorre da:
 Violação de direito + dano.
 Art. 927, CC. “Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187),
causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo.
Parágrafo único. Haverá obrigação de reparar o dano,
independentemente de culpa, nos casos especificados em lei,
ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do
dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de
outrem”.
 Atualização monetária incidirá sobre essa dívida a partir da
data do ilícito (Súmula 43, STJ).
 “Súmula 43, STJ. Incide correção monetária sobre dívida por
ato ilícito a partir da data do efetivo prejuízo”.
Responsabilidade civil e 
responsabilidade penal 
 A palavra “responsabilidade” advém do latim respondere, que traz a ideia
de segurança, de garantia da restituição, de compensação, de
recomposição, de obrigação de restituir ou ressarcir.
 No Direito romano não havia distinção entre responsabilidade civil e
responsabilidade penal.
 A compensação em dinheiro não passava de uma pena a quem causava o dano.
 A prática de um crime era punida com um crime da mesma proporção.
 Lex Aquilia traça uma distinção:
 A responsabilidade continuava a ser penal, mas a indenização pecuniária passou a
ser a única forma de sanção, nos casos de atos lesivos não criminosos.
 Para restabelecimento da ordem social, as espécies de reparação são
distintas: responsabilidade civil e responsabilidade penal.
 A responsabilidade civil exige que o responsável por uma colisão em outro veículo
pague as despesas referentes ao conserto, além dos demais danos causados, pois
infringiu uma norma de direito privado. O lesado poderá ou não pleitear a reparação.
 A reponsabilidade penal será imputada nos casos de causar ferimento ou morte,
pois infringiu uma norma de direito público.
 A ação ou omissão ilícita pode acarretar dano indenizável,
também punível no campo penal.
 No campo penal, o ato ilícito é denominado crime ou
delito.
 Ex.: Lesão corporal
 Direito Penal:
 pune o autor com pena privativa de liberdade, além de outras
sanções de ordem criminal.
 O interesse em punir é social (coletivo).
 Direito Civil:
 a vítima pode ter sofrido prejuízos reflexos da lesão corporal:
despesas hospitalares, faltas no trabalho que lhe diminuam a
renda, ofensa à sua moral…
RESPONSABILIDADE PENAL RESPONSABILIDADE CIVIL
O agente infringe uma norma penal de direito
público. O interesse lesado é o da
sociedade.
O interesse diretamente lesado é o privado. 
O prejudicado poderá pleitear ou não a 
reparação. Se, ao causar o dano, transgride
também a lei penal, torna-se, ao mesmo
tempo, obrigado civil e penalmente.
É pessoal, intransferível. Responde o réu
com a privação de sua liberdade, em regra.
É patrimonial: é o patrimônio do devedor que
responde por suas obrigações. Ninguém
pode ser preso por dívida civil, exceto o 
devedor de pensão alimentícia do direito de 
família.
É pessoal também em outro sentido: a pena
não pode ultrapassar a pessoa do 
delinquente.
No cível há várias hipóteses de 
responsabilidade por ato de outrem (ex. Art. 
932, CC).
A tipicidade é um de seus requisitos
genéricos.
Qualquer ação ou omissão pode acarretá-la, 
desde que viole direito e cause prejuizo a 
outrem (Arts. 186 e 927, CC).
Embora a culpa civil e a culpa penal tenham
os mesmos elementos, exige-se, para a 
condenação criminal, que tenha certo grau
ou intensidade.
A culpa, ainda que levíssima, obriga a 
indenizar.
Somente os maiores de 18 anos são
responsáveis criminalmente.
O menor de 18 anos responde pelos
prejuízos que causar, se as pessoas por ele
responsáveis não dispuserem de meios
suficientes (art. 928, CC).
No direito civil a repercussão do ato ilícito é 
essencialmente patrimonial: 
 só lhe interessa o ato ilícito à medida que exista dano a
ser indenizado.
 A indenização visa a reparação do ato ilícito, com a
recomposição patrimonial da vítima.
 Não há intenção em “punir o culpado”, mas sim
indenizar a vítima.
 Ato ilícito é uma terminologia reservada ao direito
civil e por isso se fala em responsabilidade civil do
autor do ato ilícito.
.
 Conceito da antijuricidade:
Aquele que pratica ato ilícito tem obrigação de
indenizar, de reparar o dano, nos termos do art.
927, CC.
 Art. 927, CC. Aquele que, por ato ilícito
(arts. 186 e 187), causar dano a outrem,
fica obrigado a repará-lo.
 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência, violar
direito e causar dano a outrem, ainda que
exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Teoria do abuso do direito:
- amplia a noção de ato ilícito;
- o ato originariamente é lícito, mas praticado em
exercício irregular de direitos; 
- ato fora dos limites impostos pelo seu fim econômico
ou social, boa-fé objetiva ou bons costumes. 
 Art. 187, CC. Também comete ato ilícito o
titular de um direito que, ao exercê-lo,
excede manifestamente os limites impostos
pelo seu fim econômico ou social, pela boa-
fé ou pelos bons costumes.
Responsabilidade civil surge quando: 
 A) Há descumprimento obrigacional;
 B) É desobedecida alguma regra estabelecida em
um contrato;
 C) Deixa-se de observar um preceito normativo que
regula nossa vida civil.
 O direito civil constitucional está amparado em 3
princípios básicos, em relação direta com a
responsabilidade civil:
1) Princípio de proteção da dignidade da pessoa humana
– art. 1º, III, CF.
2) Princípio da solidariedade social – art. 3º, I, CF.
3) Princípio da isonomia ou igualdade lato sensu – art. 5º,
caput, CF.
Responsabilidade civil 
e o direito civil constitucional
Responsabilidade
civil 
 O Código Civil de 2002 adotou sistema dualista:
 Responsabilidade objetiva
 Responsabilidade subjetiva
 I - RESPONSABILIDADE SUBJETIVA, AQUILIANA, ou
EXTRACONTRATUAL
 Baseada na teoria da culpa.
 A responsabilidade civil subjetiva, ou da culpa, é regra geral, segundo
uma parte dos doutrinadores .
 Para haver indenização deve ser comprovada a culpa genérica do agente,
que inclui:
 Dolo = intenção de prejudicar
 Culpa em sentido restrito = imprudência, negligência ou imperícia
 EXTRACONTRATUAL, ou AQUILIANA,é a
responsabilidade advinda de ato ilícito sem
liame contratual; infração de um dever legal,
por parte daquele que causa dano a outrem,
por culpa ou dolo, ficando obrigado a repará-
lo nos ditames do art. 186, CC.
 Art. 186. Aquele que, por ação ou omissão
voluntária, negligência ou imprudência,
violar direito e causar dano a outrem,
ainda que exclusivamente moral, comete
ato ilícito.
RESPONSABILIDADE EXTRACONTRATUAL, 
OU AQUILIANA
Elementos da responsabilidade
extracontratual ou aquiliana
 A) Fato lesivo voluntário, causado pelo agente, por ação ou
omissão voluntária, negligência ou imprudência;
 Ação = conduta do indivíduo que imprime velocidade excessiva ao
automóvel e provoca acidente.
 Omissão = conduta do indivíduo que deixa seu carro estacionado em
declive, sem acionar o freio de mão. O deslizamento do veículo provoca
dano na propriedade alheia.
 B) Ocorrência de um dano patrimonial ou moral, cumuláveis as
indenizações por dano material e moral decorrentes do mesmo fato.
 “Súmula 37, STJ. São cumuláveis as indenizações por
dano material e dano moral oriundos do mesmo fato”.
 C) Nexo de causalidade entre o dano e o comportamento do
agente.
 No caso de dano provocado por terceiros ou culpa exclusiva da vítima
não haverá dever de indenizar.
Art. 944, CC. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente,
a indenização.
 O parágrafo único deste dispositivo adota a teoria da graduação
da culpa, a influenciar o quantum indenizatório.
 Somente possibilita sua diminuição diante de desproporção entre a
gravidade da culpa e o dano.
 Parágrafo aplicável apenas na responsabilidade civil subjetiva.
 Parágrafo inaplicável nas hipóteses de responsabilidade
objetiva, em que não há apuração da culpa, descabendo a
diminuição da indenização.
 O caput não prevê o dano moral, mas somente o dano material:
 Cálculo de tudo aquilo que o lesado deixou de lucrar e do que
efetivamente perdeu (caráter ressarcitório).
…cont. Responsabilidade subjetiva e Responsabilidade objetiva
 II - Responsabilidade objetiva ou do risco
 Dispensada a prova da culpa, bastando que presentes o dano +
nexo causal.
 Segundo essa teoria, o dever de indenizar não mais encontra amparo
no caráter da conduta do agente causador do dano, mas sim no risco
que o exercício de sua atividade causou para terceiros, ainda que
isenta de culpa.
 O causador do dano não poderá discutir sua culpabilidade, ou seja,
se é ou não responsável:
 Simplesmente impõe a reparação, o que não quer dizer que o mesmo
não vá buscar o responsável ou co-responsável através da Ação de
Regresso.
 O Código Civil, além da Constituição Federal, traz uma manifesta
tendência ao acolhimento da responsabilidade objetiva como regra
geral em nossa sistemática.
 CONTRATUAL é a responsabilidade imputada a
alguém que descumpre um contrato, ou o cumpre
de forma defeituosa, acarretando a
responsabilidade de indenizar as perdas e danos
sofridos pela outra parte, nos termos do art. 389,
CC.
 Art. 389. Não cumprida a obrigação, responde
o devedor por perdas e danos, mais juros e
atualização monetária segundo índices oficiais
regularmente estabelecidos, e honorários de
advogado.
RESPONSABILIDADE CONTRATUAL
(OBJETIVA)
RESPONSABILIDADE 
EXTRACONTRATUAL ou AQUILIANA
(SUBJETIVA)
ARTS. 389, 395 e ss, CC
ARTS. 186 a 188, CC + art. 927 (primeira
parte) a 954, CC
O inadimplemento presume-se culposo. O 
credor lesado encontra-se em posição mais
favorável, pois está obrigado a demonstrar
que a prestação foi descumprida, sendo
presumida, juris tantum, a culpa do 
inadimplente.
Ao lesado incumbe o ônus de provar culpa 
ou dolo do causador do dano.
Tem origem no descumprimento da
convenção ou acordo de vontades.
Tem origem na inobservância do dever
genérico de não lesar a outrem (neminem
laedere)
A capacidade sofre limitações. Somente as 
pessoas plenamente capazes são
suscetíveis de celebrar convenções válidas.
Os atos ilícitos podem ser perpetrados por
amentais (deficientes mentais) e por
menores e podem gerar o dano indenizável.
A culpa obedece a um certo escalonamento, 
sem alcançar a levíssima.
Alcança até mesmo a culpa levíssima. A 
apuração da falta se faz de maneira mais
rigorosa. 
RESPONSABILIDADE DAS PESSOAS 
JURÍDICAS DE DIREITO PÚBLICO
 Pessoas jurídicas de Direito Público e as de Direito
Privado prestadoras de serviços públicos
(concessionárias e permissionárias),
 Evoluiu do princípio da irresponsabilidade absoluta do Estado
(The King can do no wrong), passando por vários estágios
até chegar ao atual:
 respondem de forma OBJETIVA, assumindo os danos
causados pela atividade administrativa desempenhada por
seus funcionários e prepostos,
 no exercício da atividade pública (art. 37, § 6º, CF + art. 43,
CC).
 É matéria de direito constitucional e administrativo.
...cont. Resp.p.jur.dir.público
...cont. Resp.p.jur.dir.público
 A Teoria do risco justifica a responsabilidade objetiva e
adota algumas modalidades:
 Teoria do risco administrativo:
 Presente nos casos de responsabilidade objetiva do Estado.
 Teoria do risco da atividade ou risco profissional:
 Quando a atividade exercida cria riscos aos direitos de outrem,
como o previsto na segunda parte do art. 927, parágrafo único,
CC.
 Teoria do risco integral:
 Não há excludente de nexo de causalidade ou responsabilidade
civil a ser alegada, como nos danos ambientais.
...cont. Resp.p.jur.dir.público
 O direito positivo brasileiro consagra a teoria do risco
administrativo, explicando que o Estado responde sempre
perante a vítima, independentemente de culpa do servidor,
respondendo este perante o Estado, em se provando que
procedeu culposa ou dolosamente. (Caio Mario)
 “Responsabilidade civil do Estado – Morte de paciente
transportada em veículo da autarquia-ré, que se envolveu em
acidente de trânsito – Responsabilidade civil objetiva da
administração – Caracterização – Hipótese – Presença da
nocividade da prestação e o nexo causal, ensejadores da
responsabilização pela teoria do risco administrativo
encampada pelo § 6º do artigo 37 da Constituição Federal –
Recursos oficial e voluntário improvidos”. (TJSP – Ap. Cível com
Revisão 323.578-5/0-00, 23-8-2006, 13a. Câm.de Direito Público – Rel. Ivan
Sartori).
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
RESPONSABILIDADE DO ESTADO
 Art. 944. A indenização mede-se pela
extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva
desproporção entre a gravidade da culpa e o
dano, poderá o juiz reduzir, equitativamente,
a indenização.
 Art. 945. Se a vítima tiver concorrido
culposamente para o evento danoso, a sua
indenização será fixada tendo-se em conta a
gravidade de sua culpa em confronto com a
do autor do dano.
Exclusão ou diminuição da responsabilidade
 No tocante à diminuição dos efeitos do ato ilícito, deve ser mencionada a
concorrência de culpas.
 Não obstante o agente tenha agido com culpa, da mesma forma se
comportou a vítima.
 A culpa da vítima compensa a culpa do agente no campo civil, o
mesmo não ocorrendo no penal.
 Em regra, o julgador fixará a indenização em montante inferior ao
prejuízo, dependendo do grau com o qual concorreu a vítima.
 Ocorrendo culpa exclusiva da vítima, não há que falar em indenização,
pois o agente não contribuiu para o evento.
 Indivíduo que, querendo suicidar-se, atira-se de uma passarela da Via Anchieta, sob
as rodas de veículo, que nada mais é do que um instrumento da vontade da vítima.
Excludentes de ilicitude
(Atos lesivos que não são ilícitos - art. 188, CC)
 Há casos excepcionais que não constituematos ilícitos, apesar de 
causarem lesões aos direitos de outrem.
 O procedimento lesivo do agente, por motivo legítimo estabelecido em
lei, não acarreta o dever de indenizar, porque a própria norma jurídica
lhe retira a qualificação de ilícito.
 Art. 188, CC. Não constituem atos ilícitos:
I – os praticados em legítima defesa ou no exercício regular de
um direito reconhecido;
II – a deterioração ou destruição da coisa alheia, ou a lesão a
pessoa, a fim de remover perigo iminente.
Parágrafo único. No caso do inciso II, o ato será legítimo
somente quando as circunstâncias o tornarem absolutamente
necessário, não excedendo os limites do indispensável para a
remoção do perigo”.
…excludentes de ilicitude…
 1) Legítima defesa
 CP, art. 25; 
 CC, arts. 188, I; 930, parágrafo único; 1210, § 1º.
 2) Exercício regular de um direito
 CC, arts. 188, I; 187; 1277
 3) Estado de necessidade
 CC, arts. 188, II, parágrafo único; 929 e 930. 
1) Legítima defesa (art. 188, I)
 “Art. 25, CP. Entende-se em legítima defesa quem,
usando moderadamente dos meios necessários,
repele injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu
ou de outrem”.
 Regra geral:
 A defesa dos direitos deve ser entregue à decisão do Poder
Judiciário.
 Exceção:
 A lei permite a justiça de mão própria:
 Se o ato foi praticado contra o próprio agressor, e
em legítima defesa
 Excluindo o dever de reparar o dano, no direito civil;
 Excluindo a punição no direito penal.
 Pressupostos da legítima defesa:
 A) ameaça ou agressão ao direito, que seja atual ou
iminente;
 Caso contrário, deve recorrer às vias judiciais.
 B) que seja injusta a agressão;
 C) que na repulsa sejam utilizados meios moderados, isto é,
que não vão além do necessário para a defesa;
 Sob situação de agressão não há termômetro exato para aferir o
que é “meio necessário”.
 O julgador sopesará os elementos, no caso concreto.
 D) Que a defesa seja de direito do agente ou de outrem.
2) Exercício regular de um direito
 O exercício de um direito elimina a ilicitude do ato, pois quem
exerce um direito não provoca o dano.
 Credor que, preenchendo as condições legais, requer a falência do
devedor comerciante.
 Proprietário que constrói em seu terreno prejudicando, não
intencionalmente, a vista do vizinho.
 Caso o agente, embora à primeira vista esteja exercendo direito
seu, extravasar os limites para os quais esse direito foi criado,
ingressa na esfera do abuso de direito.
Abuso de direito
 Art. 187. “Também comete ato ilícito o titular de um direito que,
ao exercê-lo, excede manifestamente os limites impostos pelo
seu fim econômico ou social, pela boa-fé ou pelos bons
costumes”.
 Havendo exagero no exercício regular do direito, configura-se o
abuso do direito:
 atos praticados dolosamente pelo agente, no exercício normal de um
direito (em regra, o de propriedade), com a firme intenção de causar
dano a outrem e não de satisfazer uma necessidade ou interesse de
seu titular.
 Alguém que, em sua propriedade, produz ruído que excede a
normalidade;
 Uso de cercas eletrificadas que possam causar morte;
 Utilização de aparelho que interfere em TV ou rádio de vizinho;
 Depositar lixo em terreno próximo a uma moradia…
Abuso de direito
 “Abuso de direito
 É o fato de se usar de um poder, de uma faculdade, de um
direito ou mesmo de uma coisa, além do que razoavelmente o
Direito e a sociedade permitem”.
 A noção de abuso de direito é supra legal (não se situa em textos de
direito positivo).
 Decorre da própria natureza das coisas e da condição humana.
 Abuso = excesso = aproveitamento de uma situação contra pessoa
ou coisa.
 Extrapolar os limites de um direito em prejuízo do próximo merece
reprimenda, em virtude de consistir violação a princípios de finalidade
da lei e da equidade.
 Sitiante que, pretendendo defender sua propriedade, eletrifica as cercas, causando
morte de um menor.
 Recusa injustificada de rompimento de promessa de contratar, ou desfazimento
unilateral injustificado de contrato.
Abuso de direito no CPC 
Arts. 14 a 18
 Art. 14, CPC. São deveres das partes e de todos aqueles que de qualquer forma participam do
processo:
I – expor os fatos em juízo conforme a verdade;
II – proceder com lealdade e boa-fé;
III – não formular pretensões, nem alegar defesa, cientes de que são destituídas de
fundamento;
IV – não produzir provas, nem praticar atos inúteis ou desnecessários à declaração ou defesa
do direito;
V – cumprir com exatidão os provimentos mandamentais e não criar embaraços à efetivação
de provimentos judiciais, de natureza antecipatória ou final.
Parágrafo único. Ressalvados os advogados que se sujeitam exclusivamente aos estatutos da
OAB, a violação do disposto no inciso V deste artigo constitui ato atentatório ao exercício da
jurisdição, podendo o juiz, sem prejuízo das sanções criminais, civis e processuais cabíveis,
aplicar ao responsável multa em montante a ser fixado de acordo com a gravidade da conduta
e não superior a 20% do valor da causa; não sendo paga no prazo establecido, contado do
trânsito em julgado da decisão final da causa, a multa será inscrita sempre como dívida ativa
da União ou do Estado.
3) Estado de necessidade (art. 188, II) 
 O estado de necessidade consiste na ofensa do direito alheio
(deterioração ou destruição de coisa pertencente a outrem, ou
lesão a uma pessoa), para remover perigo iminente, quando as
circunstâncias o tornarem absolutamente necessário e quando
não exceder os limites do indispensável para a remoção do
perigo.
 Em regra, o estado de necessidade surge de acontecimento
fortuito, natural ou acidental, criado pelo próprio prejudicado ou
por terceiro.
 “Art. 24, CP. Considera-se em estado de necessidade quem
pratica o fato para salvar de perigo atual, que não provocou por
sua vontade, nem podia de outro modo evitar, direito próprio ou
alheio, cujo sacrifício, nas circunstâncias, não era razoável
exigir-se”.
Estado de necessidade em âmbito civil 
(art. 188, II, CC)
 Embora a lei declare que o ato praticado nesse caso não é
ato ilícito, nem por isso libera quem o pratica de reparar o
prejuízo que causou.
 Motorista atira seu veículo contra um muro, derrubando-o, para
não atropelar uma criança que, inesperadamente, surgiu-lhe à
frente.
 O ato, embora lícito e nobre, não o exonera de pagar a reparação do
muro (art. 929, CC).
 O dono do muro terá direito à indenização somente se não for o
culpado do perigo.
 Caso o evento tenha ocorrido por culpa in vigilando do pai da criança, o
motorista paga o conserto do muro e move ação regressiva contra o
pai do menor, para ressarcir-se das despesas. (Art. 930, CC)
…estado de necessidade…
 Pressupostos:
 1) Perigo atual que ameace um bem jurídico (coisa ou pessoa), não
provocado pelo agente.
 2) O perigo deve ser de tal monta que leve o agente a praticar o dano ao
bem alheio.
 3) O agente deve limitar-se ao necessário para a remoção do perigo.
 4) Inexistir desproporção desmedida entre o valor do dano provável e o que
se irá causar.
 Não se pode atentar contra a vida de outrem para salvar coisa inanimada, p.ex.
 Sacrifício de um automóvel alheio para salvar vida humana, evitando
atropelamento;
 Matar um cão de outrem, atacado de hidrofobia e que ameaça morder
várias pessoas;
Modalidades de culpa 
 A culpa consiste no desrespeito a um dever preexistente,
não havendo propriamente uma intenção de violar o
dever jurídico, que acaba o sendo por outro tipo de
conduta.
 O agente quer a causa, mas não quer o efeito.
 Culpa in concreto:
 verifica a conduta do agente no caso concreto.
 Culpa in abstrato:
 a responsabilidade é avaliada segundo o padrão médio da
sociedade.
 Culpa iniligendo:
 decorrente da má conduta do preposto ou representante eleito.
 Alguém que entrega a direção de veículo à pessoa não
habilitada.
…cont. modalidades de culpa
 Culpa in vigilando:
 é a que decorre da ausência de fiscalização (necessária ou decorrente de lei),
sobre outrem.
 É o caso do patrão com relação aos empregados: os atos ilícitos do preposto
fazem surgir o dever de indenizar do preponente.
 Culpa in committendo:
 Ação ou comissão do agente, geralmente relacionada à imprudência.
 Motorista bêbado, dirigindo em alta velocidade, causa acidente.
 Culpa in omittendo:
 quando o ilícito decorre de omissão do agente, relacionada à negligência.
 Médico que na cirurgia esquece gaze na barriga do paciente.
 Culpa in custodiendo:
 consiste na ausência de devida cautela com relação a alguma pessoa, animal
ou coisa sob sua tutela.
 Animal que não é devidamente guardado pelo dono, foge e atravessa a rua
inesperadamente, causando acidente com prejuízo a alguém.
Dano moral
 Dano moral é o que atinge o ofendido como pessoa, não lesando
seu patrimônio, mas sim seus direitos de personalidade (honra,
dignidade, intimidade, imagem, nome…).
 Causa ao lesado dor, sofrimento, tristeza, vergonha, humilhação…
 É um estado de espírito variável em cada caso, pois cada pessoa
sente de um modo.
 Dor experimentada pelos pais que assistem à morte violenta de um
filho;
 Complexo gerado por quem sofre um dano estético;
 Humilhação de quem é publicamente injuriado…
Dano moral
 Reputa-se dano moral a dor, vexame, sofrimento ou humilhação
que foge à normalidade, interferindo intensamente no
comportamento psicológico da vítima, causando-lhe aflições,
angústia e desequilíbrio em seu bem-estar. São situações intensas
e duradouras.
 Estão fora da órbita do dano moral o mero dissabor, o
aborrecimento, a mágoa, irritação ou sensibilidade exagerada que
faz parte da normalidade do dia-a-dia, seja no trabalho, no trânsito,
entre amigos ou no ambiente familiar.
 Dois critérios devem ser utilizados para a fixação do dano moral,
embora não haja critério uniforme para sua fixação:
 1) a compensação ao lesado;
 2) o desestímulo ao lesante.
 O lesante deve perceber que a sociedade não aceita seu comportamento
anti social.
Cálculo da indenização
 Súmula 490, STF. “A pensão correspondente à
indenização oriunda de responsabilidade civil, deve
ser calculada com base no salário mínimo vigente ao
tempo da sentença e ajustar-se-á às variações
ulteriores”.
 Código Brasileiro de Telecomunicações, Lei 4.117/62
foi o primeiro a estabelecer parâmetros para a
quantificação do dano moral:
 Indenização variava entre 5 e 100 salários mínimos.
 Decreto-Lei 236/67, Lei de Imprensa (já revogada),
eleva o teto da indenização para 200 salários
mínimos.
…cont. arbitramento indenização
 CF/88 não prevê nenhuma tabela ou tarifação a ser
observada pelo juiz, devendo o quantum apurado ser
convertido em salários mínimos.
 Jurisprudencialmente, tem sido aplicado, ainda, na
generalidade dos casos, preceito trazido pelo art. 53, Lei de
Imprensa, levando-se em conta:
 Situação econômica do lesado (notoriedade e fama)
 Intensidade do sofrimento
 Extensão do dano
 Natureza e repercussão da ofensa
 Circunstâncias que envolveram o fato
 “O autor que atribui à causa um valor superestimado comete
abuso de direito processual. Soberania do juiz de definir,
com exclusividade e atento ao interesse fiscal, o valor
adequado. Impugnação acolhida, reduzindo-se o valor
pleiteado”. (TJSP, 3a. Câm.Dir.Priv., AgI 124.212-4, Boituva, rel. Ênio Zuliani).
Prescrição
e 
Decadência
Arts. 189-211, CC
Pretensão e prescrição
 Ao ser violado o direito subjetivo, nasce para seu titular a pretensão, ou seja, o
poder de fazer valer em juízo, por meio de uma ação, a prestação devida, o
cumprimento da normal legal ou contratual infringida ou a reparação do mal
causado, dentro de um prazo legal (arts. 205 e 206, CC).
 O titular da pretensão jurídica terá prazo para propor ação, que se inicia (dies a
quo) no momento em que sofrer violação do seu direito subjetivo.
 “Pretensão é o poder de exigir de outrem, coercitivamente, o
cumprimento de um determinado dever jurídico, de uma
determinada prestação”.
 Caso o titular do direito deixar escoar tal lapso temporal, sua inércia dará
origem a uma sanção, que é a prescrição.
 A prescrição é uma pena imposta ao negligente:
 “Prescrição é a perda da pretensão de reparação de um direito
violado, em virtude da inércia de seu titular”.
Interesse de ordem pública na
extinção dos direitos não reclamados
 Afim de resguardar a segurança jurídica e a estabilidade social, o exercício
de um direito não pode ficar indefinidamente pendente.
 Deve haver um prazo determinado para que o titular do direito o exerça.
 O direito exige que o devedor cumpra sua obrigação e permite ao credor
valer-se dos meios necessários para receber seu crédito.
 Porém, o decurso de tempo colocará uma pedra sobre a relação
jurídica cujo direito não foi reclamado.
 O credor silente perderá seu direito de receber, em determinado prazo
de tempo, já que não fez uso dos instrumentos juridicamente
disponibilizados para cobrar seu direito.
Como se opera a prescrição…
 PRESCRIÇÃO está relacionada a DIREITOS SUBJETIVOS PATRIMONIAIS =
 DIREITOS DE CRÉDITO.
 Vou almoçar em um restaurante.
 Ao terminar meu almoço, é lógico que tenho o dever de pagar a prestação devida = tudo aquilo
que consumi durante a refeição.
 Mas, dessa vez decido que não pagarei aquela refeição.
 Levanto-me e saio do restaurante.
 Caso isso aconteça poderei ser acionada judicialmente, pois quem me forneceu a refeição
tem o direito de receber o que neguei pagar, apesar de ter consumido.
 Nesse caso, o restaurante estará exigindo o cumprimento de uma pretensão (seu poder de
exigir, coercitivamente, que eu pague o que lhe devo).
 Mas, em nome da segurança jurídica, o restaurante tem um prazo, estabelecido em lei,
para receber essa dívida, cobrando em juízo seu direito subjetivo de receber aquilo que
me forneceu (art. 206, § 1º, I, CC).
 A lei estipula que o restaurante tem um ano para cobrar pela dívida que tenho com ele.
 Passado esse ano estipulado legalmente, o restaurante perderá o prazo para exercer a pretensão,
ocorrendo o fenômeno da PRESCRIÇÃO.
Prescrição: conceitos
 “Prescrição é a perda da ação atribuída a um direito, e de toda
a sua capacidade defensiva, em consequência do não-uso
delas, durante um determinado espaço de tempo”. (Clovis
Beviláqua)
 “Prescrição é a extinção de uma pretensão, em virtude da
inércia de seu titular durante certo lapso de tempo”. (Maria Helena
Diniz)
 Tão logo surja o direito de ação, já começa a correr o prazo de
prescrição.
 A inércia cessará com a propositura da ação.
 A prescrição ocorrerá nos prazos dos arts. 205 e 206, CC.
 Art. 189, CC. Violado o direito subjetivo, nasce para o
titular a pretensão, a qual se extingue pela prescrição,
nos prazos a que aludem os arts. 205 e 206.
 Princípio da "actio nata”:
 a prescrição, atuando na ação, começa a correr do dia em que a
ação poderia ser proposta e não o foi, isto é:
 “o termo inicial do prazo prescricional para a ação de indenização ou
reparação de danos só se inicia quando o prejudicado tomar
conhecimento do fato e/ou de suas consequências”.
 A prescrição tolhe o direito de ação, fazendo extinguir a
pretensão, que é o espelho do direito de ação.
 Não se estabelecendo as situações dos arts. 205 e 206, todos os
demais prazos extintivos presentes no Código são decadenciais.
Elementos da prescrição
 1) Existência de uma pretensão, que possa ser alegada em
juízo, por meio de uma ação exercitável, que é seu objeto,em
virtude da violação do direito, que ela tem por fim remover.
 2) Inércia do titular da ação pelo seu não exercício.
 Cessará tal inércia no momento em que o titular ajuizar uma ação
pedindo ao judiciário o restabelecimento de seu direito, impondo ao
infrator a reparação de perdas e danos.
 3) Continuidade dessa inércia por certo tempo.
 O prazo prescricional geral fixado pelo CC, art. 205, é de
10 anos para os casos em que a lei não fixou prazo menor e
prazos especiais para as diversas ações no art. 206.
 4) Ausência de fato ou ato impeditivo, suspensivo ou
interruptivo do curso da prescrição.
Causas que interrompem a prescrição
 1) Causas interruptivas
 São aquelas que inutilizam a prescrição iniciada, de modo que
seu prazo recomeça a correr da data do ato que a interrompeu:
 (ex. Reconhecimento extrajudicial do pagamento parcial do débito), ou
 do último ato do processo para a interromper (ex. Trânsito em julgado
da sentença).
 2) Causas impeditivas (art. 197, I a III, 198, I e 199, I e II, CC)
 São as circunstâncias que impedem que seu curso inicie.
 3) Causas suspensivas (art. 198, II e III, e 199, III, CC)
 São as que paralisam temporariamente o seu curso.
 Superado o fato suspensivo, a prescrição continua a correr,
computado o tempo decorrido antes dele.
Prazos da prescrição
 Art. 205, CC. A prescrição ocorre em dez
anos, quando a lei não lhe haja fixado
prazo menor.
 Art. 206, CC. Prescreve:
§ 1º Em um ano:
…VIDE CÓDIGO
Prescrição Extintiva e Aquisitiva
 A prescrição extintiva, (prescrição propriamente dita), conduz à
perda do direito de ação por seu titular negligente, ao fim de certo
lapso de tempo, e pode ser encarada como força destrutiva.
 Regulada na Parte Geral do CC, uma vez que se aplica a todos os
direitos.
 Esta é a modalidade estudada neste momento.
 A prescrição aquisitiva ou usucapião (arts. 1260 a 1262, CC),
consiste na aquisição do direito real pelo decurso de tempo.
 Funda-se na posse e no tempo.
 A usucapião está regulada na Parte Especial do CC, dentro do direito
das coisas, pois é classificada como uma aquisição de direitos reais.
A usucapião, segundo a CF
 A usucapião é a aquisição do domínio pela posse prolongada, na forma
da lei, tendo como objetivo de acabar com a incerteza da propriedade,
assim como assegurar a paz social pelo reconhecimento da
propriedade com relação àquela pessoa que de longa data é o seu
possuidor.
 Tal direito de aquisição é conferido em favor daquele que possuir, com
ânimo de dono, o exercício de fato das faculdades inerentes ao
domínio ou a outro direito real, de coisas móveis e imóveis, pelo
período de tempo que é fixado pelo legislador.
 Art. 191, CF. Aquele que, não sendo proprietário de imóvel rural ou
urbano, possua como seu, por cinco anos ininterruptos, sem oposição,
área de terra, em zona rural, não superior a cinquenta hectares,
tornando-a produtiva por seu trabalho ou de sua família, tendo nela sua
moradia, adquirir-lhe-á a propriedade.
Parágrafo único. Os imóveis públicos não serão adquiridos por
usucapião.
Usucapião urbana
 "Art. 183, CF. Aquele que possuir, como sua, área urbana de até
duzentos e cinqüenta metros quadrados, por cinco anos,
ininterruptamente e sem oposição, utilizando-a para sua moradia
ou de sua família, adquirir-lhe-á o domínio, desde que não seja
proprietário de outro imóvel urbano ou rural.
§ 1° O título de domínio e a concessão de uso serão conferidos
ao homem ou à mulher, ou a ambos, independentemente de
estado civil.
§ 2° Esse direito não será reconhecido ao mesmo possuidor
mais de uma vez.
§ 3° Os imóveis públicos não serão adquiridos por usucapião.".
Ações imprescritíveis
 Não se acham sujeitos a limite de tempo e não se
extinguem pela prescrição os direitos da
personalidade:
 a vida, a honra, o nome, a liberdade, a nacionalidade...
 Também não prescrevem as chamadas ações de
estado de família:
 a ação de separação judicial, a investigação de
paternidade...
 Igualmente são imprescritíveis a ação do
condômino para a divisão da coisa comum.
DECADÊNCIA
 “Decadência é a perda de um direito potestativo pela falta de seu exercício no
prazo previsto em lei ou pelas partes”.
 “Decadência é a extinção do direito, pela inércia de seu titular, quando sua
eficácia foi, de origem, subordinada à condição de seu exercício dentro de um
prazo prefixado, e este se esgotou sem que esse exercício tivesse se
verificado”.
 Posto que a inércia e o tempo sejam elementos comuns à decadência e à
prescrição, diferem, contudo, relativamente ao seu objetivo e momento de atuação.
 Na decadência, a inércia diz respeito ao exercício do direito e o tempo opera os
seus efeitos desde o nascimento deste.
 Está relacionada com direitos potestativos.
 Na prescrição, a inércia diz respeito ao exercício da ação e o tempo opera os
seus efeitos desde o nascimento desta, que, em regra, é posterior ao
nascimento do direito por ela protegido.
 Está relacionada com direitos subjetivos patrimoniais = direito a crédito
 Há um “dever de fazer” de uma das partes envolvidas.
Direitos potestativos
 “Direitos potestativos conferem ao titular o poder de provocar mudanças na
esfera jurídica de outrem, de forma unilateral, sem que exista um dever
jurídico correspondente mas, tão somente, um estado de sujeição”.
 Direito Potestativo é um direito de sujeição, ao qual
não cabe contestação.
 Ao exercer um direito potestativo, o seu titular simplesmente interfere na esfera
jurídica alheia, sem que esta pessoa nada possa fazer.
 Direito assegurado ao empregador de despedir um empregado; cabe ao empregado apenas
aceitar esta condição.
 Como também num caso de divórcio, uma das partes aceitando ou não, o divórcio terá
desfecho positivo.
 Condômino exigir a divisão da coisa comum (art. 1320, CC);
 Ou pedir sua venda (art. 1323, CC);
 Faculdade de se pedir a meação do muro divisório entre vizinhos (art. 1328);
…direitos potestativos…
 É meu direito potestativo anular um negócio jurídico viciado (erro, dolo, 
coação, estado de perigo, lesão, fraude) = 
 Art. 178, CC
 Comprei um relógio de alguém que me assegurou ser de ouro. Paguei 
uma fortuna. Descobri que era apenas banhado de tinta dourada. 
 Posso pedir a anulação do negócio jurídico
 Como parte prejudicada, tenho o direito de impor minha vontade de anular 
o contrato, dentro de um prazo estipulado em lei.
 Quero meu dinheiro de volta e devolver o falso relógio
 Mas não há qualquer obrigação espontânea que obrigue o vendedor a 
desfazer o negócio
 Tenho que acionar o vendedor, por meio de uma ação
 Ele será forçado a se submeter à minha vontade. 
Decadência
 Regra geral:
 Decadência é contínua, não admitindo suspensão, impedimento
ou interrupção, como a prescrição (art. 207).
 Não ocorrerá decadência contra incapazes (art. 208).
 Nula é a renúncia à decadência fixada em lei (art. 209).
 Pode ser fixada por vontade das partes, quando poderá ser
renunciada (nesse caso o contrato deve estabelecer o prazo
para exercício de direitos).
 Decadência pode ser conhecida de ofício pelo juiz apenas
quando se tratar de prazo decadencial fixado por lei (art. 210).
 Se a decadência for convencional, o juiz não pode suprir a
alegação (art. 211).
Prazos da Decadência
 Os prazos decadenciais são ordenados dentro dos dispositivos legais 
dos respectivos institutos:
 Art. 119, CC, parágrafo único
 180 dias para pleitear anulação de negócio concluído por representante em 
conflito de interesses com o representado.
 Art. 178, CC
 4 anos para pleitear anulação de negócio jurídico em casos de coação, 
erro, dolo, fraude contra credores, estado de perigo ou lesão e atos de 
incapazes.
 Art. 179, CC
 2 anos quandoa lei dispuser ser ato anulável, sem estabelecer prazo para 
pleitear a anulação. 
 Art. 502, CC
 1 ano para ações que visem resolução de contrato de compra e venda ou 
abatimento proporcional ao preço. 
 Art. 559, CC
 1 ano para pleitear a revogação da doação por ingratidão. 
Tipos de decadência
 1) Legal
 Determinada pela lei
 É irrenunciável (a parte interessada não pode abrir mão 
desse prazo)
 Juiz declara de ofício
 2) Convencional
 Criada por contrato entre as partes
 Posso renunciar ao prazo, já que embasada na autonomia 
privada
 Juiz não pode declarar de ofício
PRESCRIÇÃO DECADÊNCIA
Está relacionada com DIREITOS SUBJETIVOS
PATRIMONIAIS = direitos de crédito
Está relacionada a DIREITOS POTESTATIVOS
A prescrição extingue a pretensão à ação e com
ela o direito que esta protege.
A decadência tem por efeito extinguir o direito
pelo decurso do prazo fixado para seu exercício.
A prescrição pode ser suspensa ou interrompida
pelas causas expressamente colocadas na lei.
A decadência não é suspensa nem interrompida 
e só é impedida pelo exercício do direito a ela 
sujeito. 
O prazo da prescrição é fixado somente por lei 
para o exercício da ação que o protege. 
O prazo da decadência pode ser estabelecido
pela lei ou pela vontade unilateral ou bilateral, 
uma vez que se tem em vista o exercício do 
direito por seu titular.
Prescrição pressupõe ação cuja origem é distinta
da do direito. Tem nascimento posterior ao 
direito. 
Decadência pressupõe ação cuja origem é 
idêntica à do direito, sendo por isso simultâneo o 
nascimento de ambos.
Admite renúncia (art. 191, CC) Não pode ser renunciada.
Prescrição não opera para determinadas
pessoas elencadas pela lei (art. 197, CC). 
Decadência opera contra todos.

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