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“A Catequese na Missão Evangelizadora da Igreja” A Igreja é a comunidade de pessoas que seguem a Jesus e nEle reconhece a Verdade e a Vida. Essa fé implica na missão. A Igreja é antes e acima de tudo uma missão. E qual é essa missão? Podemos resumi-la na palavra “Evangelizar”. Se entendemos bem o conteúdo profundo, amplo, imenso dessa palavra reconhecemos nela não uma mera atividade mas antes de tudo um encontro. Encontro com Ele, Jesus, que se revela o Filho de Deus e nos revela Deus como Pai de todos e nos apresenta e nos doa o Espírito Santo. Evangelizar é antes de tudo viver essa experiência de fé e transmití-la aos outros com a um novo estilo de vida que faz também partilhar a Palavra com nossas palavras. TODA A AÇÃO DA IGREJA É EVANGELIZAR. “... a tarefa de evangelizar todos as pessoas constitui a missão essencial da Igreja; tarefa e missão, que as amplas e profundas mudanças da sociedade atual tornam ainda mais urgentes. Evangelização constitui, de fato, a graça e a vocação própria da Igreja, a sua mais profunda identidade. Ela existe para evangelizar...” (Evangelii Nuntiandi 14) Evangelizar, para a Igreja, é anunciar a Boa-Nova a todas as parcelas da humanidade, em qualquer meio e latitude, e pelo seu influxo transformá-las a partir de dentro e tornar nova a própria humanidade (cf EN 18). A ação da Igreja não tem como finalidade a própria Igreja ou a sua afirmação no mundo, mas se projeta inteira para um plano que a transcende e lhe determina o sentido: a construção do Reino de Deus e seu crescimento na história. Compromisso fundamental da Igreja é no mundo e para o mundo, construir o Reino de Deus e viver a seu serviço. Isso pode parecer muitas vezes teórico e confuso no entanto é o mais belo e verdadeiro projeto para a vida de todos os povos. Pois a Igreja, através de várias expressões, ensinos, concílios, declarações reconhece que ela não deve se preocupar tanto em conservar e ampliar a si mesma, mas antes, buscar estimular o crescimento do mundo segundo o plano de Deus, para tornar o mundo mais humano. A Igreja tem consciência de ser depositária do mistério revelado por Deus em Cristo, e de ter a missão específica de iluminar , guiar e estimular a história da humanidade, para que possa tornar-se, de maneira formal e consciente, lugar de realização do Reino de Deus. Essa natureza evangélica da Igreja é que deve fazer verificar e reformar sua organização institucional – sempre necessária a fim de manter aquela flexibilidade e disponibilidade de testemunho que corresponde à sua identidade íntima do sacramento do Reino. Toda essa ação da Igreja conduz a uma nova maneira de viver a sua ação pastoral centrada numa catequese evangelizadora. Evangelizamos no mundo e para o mundo, além de nossas estruturas. Para isso é preciso estar atento aos sinais e às expressões da cultura que buscam novos caminhos para um mundo melhor. Isso requer também que os evangelizadores, isto é, os cristãos todos, sejam pessoas que se evangelizam continuamente num processo ininterrupto de conversão e fé. Nunca somos pessoas prontas, madura, convertidas. Estamos sempre em processo de conversão, de amadurecimento, de crescimento. O Papa Francisco, em uma de suas catequeses afirma que “a fé não é como água destilada, engarrafada e congelada”, fazendo entender que a fé é um processo continuo, criativo, original, em andamento permanente. Um convite a crescer cada dia na graça e no conhecimento de Cristo. Um dos maiores desafios da sociedade que vivemos nos últimos séculos é a busca inquietante do sentido da vida e ao mesmo tempo a perda do sentido da vida em si. No entanto, a fé acolhida e vivida na sua originalidade nos conduz ao Deus que é a fonte e o fundamento da vida e quer que nós, criaturas suas, criadas a sua imagem e semelhança tenhamos uma vida plena (Cf De 30, 19-20) Ao se revelar à humanidade por Ele criada Deus manifestou-se um Pai misericordioso que oferece à humanidade a condição de ser feliz acreditando no seu amor. Essa revelação manifesta que pelo Espírito Santo nós homens e mulheres podemos participar da sua natureza divina (Dei Verbum 2). A revelação tem sua plenitude na pessoa de JESUS CRISTO , em suas obras e palavras, em sua vida e principalmente em seu Mistério Pascal. Isso tudo é evangelização e catequese. Ações do compromisso de fé e serviço de amor ao próximo. EVANGELIZAÇÃO E CATEQUESE Cada época tem seus próprios desafios sociais, políticos, culturais, educacionais, morais, religiosos. Nossa realidade hoje pede uma nova evangelização. Isso requer também uma nova catequese pois a catequese coloca-se dentro da perspectiva Evangelizadora da Igreja. A Igreja existe para evangelizar – anunciar a Boa Notícia do Reino proclamado e realizado em Jesus Cristo (Evangeli Nuntiandi 14). A evangelização e a catequese são processos que supõe etapas diversas em condições diversas. A primeira etapa consiste no Primeiro anúncio: Trata-se da apresentação da novidade do Evangelho, do anúncio de Jesus Cristo. Os elementos essenciais do primeiro anúncio: Em Jesus, que anuncia a chegada do Reino, Deus se mostra como Pai amoroso; O Reino que se inaugura em Jesus, já está presente em mistério aqui na terra, e será levado à plena realização quando Ele se manifestar na glória; A Salvação, em Jesus, consiste na acolhida e na comunhão com Deus, como Pai, no dom da filiação divina que gera fraternidade; A Evangelização implica não apenas o anúncio do Evangelho por palavras, mas também a vida e ação da Igreja. Por sua vez, a Catequese dá continuidade à evangelização, com a finalidade de aprofundar e amadurecer a fé e fazer discípulos aqueles que acolhem o anúncio. Toda a ação da Igreja, sua pastoral é expressão da sua missão, do seu compromisso de levar todos ao conhecimento de Cristo e viver nele e com Ele uma vida plena. Toda ação evangelizadora e toda catequese realizadas segundo o projeto da Igreja, seguindo o exemplo de Jesus é que os que ouvem e acolhem a Palavra de Deus se tornem seus discípulos. Evangelizar e Catequisar é fazer discípulos. O seguimento de Jesus é um ato pessoa, decisão livre e consciente, mas realiza-se na comunidade fraterna de fé. Não é possível viver a fé isoladamente mas partilhando com os outros essa experiência do encontro e do seguimento a Cristo. Isso nos leva a uma nova compreensão do ministério da Catequese. Revista Sou Catequista edição 8 | ano 3 | janeiro / 2015 Artigo do Padre José Alem págs. 60, 61, 62, 63, 64 e 65 Semana de Formação Catequética 2015
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