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Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB1 Aula 04 - Definição Intuitiva de Derivada. Interpretação Geométrica da Derivada. Objetivos da Aula • Explorar a idéia intuitiva de derivada, por meio da idéia da taxa de variação de uma função; • Interpretar geometricamente a definição de derivada de uma função; • Favorecer o desenvolvimento da capacidade de interpretar e resolver problemas, relacionando o conteúdo à prática profissional. Taxa de Variação Velocidade e aceleração são conceitos que todos conhecemos. Quando dirigimos um carro, podemos medir a distância percorrida num certo intervalo de tempo. O velocímetro marca, a cada instante, a velocidade. Se pisarmos no acelerador ou no freio, percebemos que a velocidade muda. Então sentimos a aceleração. Suponhamos que um corpo se move em linha reta e que s = s(t) represente o espaço percorrido pelo móvel até o instante t. Então no intervalo de tempo t = t1 - t, onde t1 = t + t, o corpo sofre um deslocamento. s = s(t1) – s(t). s = s(t + t) – s(t). Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB2 Definimos a velocidade média nesse intervalo de tempo como o quociente isto é, a velocidade média é o quociente do espaço percorrido pelo tempo gasto em percorrê-lo. De forma geral, a velocidade média nada nos diz sobre a velocidade do corpo no instante t. Para obtermos a velocidade instantânea do corpo no instante t, calculamos sua velocidade média em instantes de tempo t cada vez menores. A velocidade instantânea, ou velocidade no instante t, é o limite das velocidades médias quando t se aproxima de zero, isto é, Logo esse limite é a derivada da função s = s(t) em relação a t. Portanto, Se f for uma função dada pela equação s=f(t) e uma partícula se mover ao longo de uma reta, de tal forma que s seja o número de unidades da distância orientada da partícula a um ponto fixo na reta em t unidades de tempo, então a velocidade instantânea da partícula em t unidades de tempo será v unidades de velocidade, onde se a derivada existir. Bem, já vimos que quando um corpo se move em linha reta de acordo com a equação do movimento s = s(t), a sua velocidade é dada por v = s’(t). Sabemos que a velocidade representa a razão de variação do deslocamento por unidade de variação do tempo. Assim, a derivada s’(t) é a taxa de variação da funç ão s(t) por unidade de variação t. Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB3 Toda derivada pode ser interpretada como uma taxa de variação. Dada uma função y = f(x), quando a variável independente varia de x a x = x, a correspondente variação de y será y = f(x+ x) – f(x). O quociente representa a taxa média de variação de y em relação a x. A derivada é a taxa instantânea de variação ou simplesmente taxa de variação de y em relação a x. A interpretação da derivada como uma razão de variação em aplicações práticas nas mais diversas ciências. Analisaremos, agora, alguns exemplos de aplicações nas áreas de matemática, biologia, física e economia, sem deixar de enfatizar que existem outras áreas que utilizam as derivadas como ferramenta essencial. Exemplos: 1º) Sabemos que a área de um quadrado é função de seu lado. Determinar: (a) a taxa de variação média da área de um quadrado em relação ao lado quando este varia de 2,5 a 3 m; (b) a taxa de variação da área em relação ao lado quando este mede 4 m. Solução: Sejam A a área do quadrado e L seu lado. Sabemos que A = L². (a) A taxa média de variação de A em relação a L quando L varia de 2,5 m a 3 m é dada por Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB4 (b) A taxa de variação da área em relação ao lado é dada por Queremos calcular a taxa de variação instantânea quando Lo = 4 m, que pode ser determinada por Então, a derivada da área A’(L0) em relação ao lado (L0) é igual a 2 L0. Assim quando L0 = 4, temos Portanto, quando L0 = 4 m, a taxa de variação da área do quadrado será de 8 m² por variação de 1 metro do comprimento do lado. 2º) Um cubo de metal com aresta x é expandido uniformemente como conseqüência de ter sido aquecido. Calcule: a) A taxa de variação média de seu volume em relação à aresta quando x aumenta de (i)[2 a 2,2cm], (ii)[2 a 2,1cm] e (iii)[2 a 2,01cm]. b) A taxa de variação instantânea de seu volume em relação à aresta no instante em que x = 2 centímetros. Solução: a) Como o volume de um cubo é dado por V = x³, seja a função definida por f(x) = x³. Então, a taxa de variação média de V em relação a x quando este varia de x0 a x0 + x é: Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB5 Na parte (i) vemos que quando o comprimento da aresta do cubo varia de 2 a 2,2 cm, a variação no volume é de 2,648 cm³ e a taxa de variação média do volume é 13,24 cm³ por centímetros de variação no comprimento da aresta. As interpretação para as partes (ii) e (iii) são similares. b) Geralmente, se x varia de uma quantidade x de x0 para x0 + x centímetros, então, o volume y varia de uma quantidade correspondente. Conseqüentemente, a taxa de variação instantânea de y em relação a x é dado por para x0 = 2, temos: 3º) Uma cidade X é atingida por uma moléstia epidêmica. Os setores de saúde calculam que o número de pessoas atingidas pela moléstia depois de um tempo t (medido em dias a partir do primeiro dia de epidemia) é, aproximadamente, dado por Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB6 (a) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t0 = 4 ? (b) Qual a razão da expansão da epidemia no tempo t0 = 8 ? (c) Quantas pessoas serão atingidas pela epidemia no 5º dia ? Solução: A taxa com que a epidemia se propaga é dada pela razão de variação da função em relação a t. Portanto, para um tempo t0 qualquer, essa taxa é dada por (a) No tempo t0 = 4, temos Logo, no tempo t0 = 4, a moléstia está se alastrando à razão de 48 pessoas por dia. (b) No tempo t = 8, temos Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB7 Portanto no tempo t = 8 a epidemia está totalmente controlada. (c) Como o tempo foi contado em dias, a partir do 1º dia de epidemia, o 5º dia correspondente à variação de t de 4 para 5. O número de pessoas atingidas pela moléstia durante o quinto dia será dado por No item (a), vimos que no tempo t0 = 4 (início do 5º), a epidemia se alastra a uma taxa de 48 pessoas por dia. No item (c), calculamos que, durante o 5º, dia 43 pessoas serão atingidas. Essa diferença ocorreu porque a taxa de propagação da moléstia se modificou no decorrer do dia. 4) Se s=f(t) for uma posição de uma partícula que está se movendo em uma reta, então representa a velocidade média sobre um período de tempo t, e representa a velocidade instantânea (a taxa de variação do deslocamento em relação ao tempo). A posição da partícula é dada pela equação , onde t é medido em segundos e em metros. (a) Encontre a velocidade no instante t; (b) Qual é a velocidade depois de 2 s? Depois de 4 s? Solução: (a) A velocidade no tempo t é dada pela a taxa de variação do deslocamento em relação ao tempo, ou seja, a derivada da função da posição. Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB8 (b) A velocidade de 2 s é a velocidade instantânea quando t0 = 2, isto é, e a velocidade de 4 s é a velocidade instantânea quando t0 = 4, isto é, 5º) Suponha que C(x) é o custo total que uma companhia incorre numa produção de x unidades de um certo produto. A função C é chamada de função custo. Se o número de itensproduzido estiver crescendo de x1 para x2,, o custo adicional será C = C (x1) - C (x2) e a taxa média de variação do custo será Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB9 Solução: O limite dessa grandeza quando isto é, a taxa de variação instantânea de variação do custo em relação ao número de itens produzidos, é chamado de custo marginal pelos economistas: Uma vez que x pode usualmente assumir somente valores inteiros, pode não fazer sentido tomar x, mas podemos sempre substituir C(x) por uma função aproximativa. Uma vez que x pode usualmente assumir somente valores inteiros, pode não fazer sentido tomar x, mas podemos sempre substituir C(x) por uma função aproximativa. Fazendo x = 1 e n muito grande (tal que x é pequeno comparado com n), temos Assim, o custo marginal de produção n unidades é aproximadamente igual ao custo da produção de mais uma unidade. Em geral, é apropriado representar uma função custo por um polinômio Onde a representa os custos gerais indiretos (aluguel, aquecimento, manutenção), e os outros termos representam o custo de matérias primas, mão-de-obra e assim por diante. (O custo das matérias primas pode ser proporcional a x, devido aos custos de horas extras e ineficiências envolvidas em operações de larga escala.) Por exemplo, suponha que uma companhia estimou que o custo (em dólares) de produção de x itens é Então, a função custo marginal é Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB10 O custo marginal no nível de produção de 500 itens é Isso dá a taxa, segundo a qual os custos estão crescendo em relação ao nível de produção quando x = 500 e prediz o custo dos 501 primeiros itens é 6º) A administração da Companhia de Pneus Titan descobriu que a função demanda semanal para seus pneus Super Titan é dada por p=f(x)=144-x²] onde p é medido em dólares e x é medido em milhares O gráfico da função demanda p=144-x² a. Calcule a taxa de variação média do preço unitário do pneu se a quantidade em demanda estiver entre 5000 e 6000 pneus, entre 5000 e 5100 pneus; b. Qual a taxa de variação instantânea do preço unitário quando a quantidade em demanda é de 5000 unidades ? Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB11 Solução: a) A taxa de variação média do preço unitário do pneu, quando a quantidade em demanda está entre x e x + x é dada por Para calcularmos a taxa de variação média quando a quantidade em demanda está entre 5000 e 6000 pneus (isto é, no intervalo [5,6]) , tomamos ou seja, -$11 por 1000 pneus.(Lembre-se de que x é medido em milhares). Analogicamente, tomando logo, concluímos que a taxa de variação média, quando as quantidades em demanda estão entre 5000 e 5100 e entre 5000 e 5010, são -$10,10 e -$10;01 por 1000 pneus, respectivamente. b. Quando a quantidade em demanda é de x unidades, a taxa de variação instantânea do preço unitário dos pneus é dada por usando o resultado da parte (a), vem: Em particular, a taxa de variação instantânea do preço unitário do pneu, quando a quantidade em demanda é de 5000, é dada por -2(5), ou -$10 por 1000 pneus. Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB12 Interpretação Geométrica da Derivada Veremos inicialmente que a derivada representa a inclinação de uma curva num ponto. Então vamos definir a inclinação de uma curva y=f(x) para, em seguida, encontrar a equação da reta tangente. Seja y=f(x) uma curva definida no intervalo (a, b), na figura ao lado. Sejam P(x1, y1) e Q(x2, y2) dois pontos distintos da curva . Seja s a reta secante que passa pelos pontos P e Q. Considerando o triângulo retângulo PMQ, na figura, temos que a inclinação da reta s (ou coeficiente angular de s) é: Suponhamos agora que, mantendo P fixo, Q se mova sobre a curva em direção a P. Diante disto, a inclinação da reta secante s variará. A medida que Q vai se aproximando cada vez mais de P, a inclinação da secante s varia cada vez menos, tendendo para o valor limite constante como mostra a figura ao lado. Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB13 Esse valor limite, é chamado inclinação da reta tangente à curva no ponto P. Definição uma curva y=f(x), seja P(x1, y1) um ponto sobre ela. A inclinação da reta tangente à curva no ponto P é dada por quando o limite existe. Fazendo x 2= x1 + x podemos reescrever o limite (1) na forma Portanto, conhecendo a inclinação da reta tangente à curva no ponto P, podemos encontrar a equação da reta tangente à curva em P. Equação da Reta Tangente Se a função f(x) é contínua em x1, então a reta tangente à curva y=f(x) em P(x1,f(x1)) é : (1)A reta que passa por P tendo a inclinação se este limite existe. Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB14 Neste caso a equação Exemplos Solução: 1º) Obter a reta tangente e o esboço do gráfico da função , no ponto P de abscissa 2. Seja temos: Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB15 A figura abaixo mostra um esboço do gráfico e um segmento da reta tangente (2,4) Tabela de construção do gráfico e inclinação da reta tangente Sendo m(2) = 4 2º) Ache a inclinação da reta tangente ao gráfico da função definida por no ponto (x1, y1). Solução: Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB16 Tabela de construção do gráfico e inclinação da reta tangente Para fazer um esboço do gráfico da função neste exemplo, colocamos pontos no gráfico e um segmento da reta tangente em alguns deles. Os valores de x são tomados arbitrariamente e o valor funcional correspondente é calculado pela equação dada, o valor de m é calculado a partir da função . Os resultados são apresentados na tabela e um esboço do gráfico é gerado. É importante determinar os pontos onde o gráfico possui tangente horizontal. Como uma reta horizontal possui inclinação zero, esses pontos são encontrados ao resolvermos em x1, à equação . Fazendo os cálculos para esse exemplo temos 3x² - 3 = 0, resultando x1 = 1. Assim sendo, nos pontos com abscissas -1 e 1 a reta tangente é paralela ao eixo do x. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS: TAN, S.T. Matemática Aplicada à Administração e Economia. São Paulo: Thomson, 2001. FLAMMING, Diva Marília, GONÇALVES, Mírian Buss. Cálculo A. São Paulo: Pearson Education do Brasil, 1992 Matemática Superior- UVB Faculdade On-line UVB17 LEITHOLD, L. O Cálculo com Geometria Analítica. São Paulo: Harbra,1988. STEWART, James. Cálculo Volume I. São Paulo: Pioneira Thomson Learning, 2003.
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