Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Leishmaniose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Gênero Leishmania Filo: Sarcomastigophora Subfilo: Mastigophora Classe: Kinetoplastea -Protozoários pertencentes à família Trypanosomatidae, encontrados em regiões quentes do Velho e do Novo Mundo. - Determinam infecções denominadas leishmanioses: - Leishmaniose Tegumentar Americana Cutânea Cutâneo-mucosa Cutâneo-difusa - Leishmaniose Visceral (calazar) Classificação Complexos: Leishmania braziliensis Leishmania mexicana Leishmania donovani Leishmanioses cutâneas do Velho Mundo Transmissão Insetos da família Phlebotomidae Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Distribuição mundial - Climas equatorial, tropical, subtropical - 350 milhões de pessoas em regiões endêmicas com risco de contrair a infecção - Prevalência mundial de 12 milhões de infectados em 80 países; estimativa de 400.000 novos casos da doença por ano. • LV: Predomina na Índia e redondezas • LTA: Predomina nas Américas Central e do Sul e alguns países da África e Ásia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Formas de vida • Ciclo vital (heteroxênico), apresentam 2 formas: • Amastigotas – Intracelulares / hospedeiro vertebrado – Parasitam as células do SFM (sistema fagocítico mononuclear) – “Fagocitose frustrada” • Promastigotas – Luz do intestino do hospedeiro invertebrado – Multiplicam e colonizam o proventrículo do inseto – Transmitidas na tentativa de alimentação do inseto Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Formas de vida Amastigota Promastigota Cinetoplasto - Mitocôndria única - DNA mitocondrial (kDNA) - Localizada anterioremente ao cinetossoma do flagelo Digenéticos (heteroxenos) Flagelada e extracelular Corpo alongado e flagelo livre Oval e intracelular Sem movimento Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Formas de vida Amastigotas Promastigotas Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Leishmaniores COMPLEXO L. braziliensis L. mexicana L. donovani Velho Mundo LESÕES Lesões simples ou múltiplas da pele e metástases nas mucosas nasais e orofaringianas, mas não invadem as vísceras. Produzem lesões benignas da pele e não dão metástases nas mucosas. Forte tendência a invadir as vísceras (sistema macrofágico do baço, do fígado, da medula óssea e dos órgãos linfóides) Infecções limitadas a pele que não originam metástases e nem invadem as vísceras Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Complexo Leishmania braziliensis • Américas • Amastigotas relativamente pequenos - 2,3 m • Parasitam a pele • Não apresentam tendência a invadir as vísceras • Tendência a produzir metástases – Disseminação e colonização dos parasitos, em áreas distantes do ponto em que penetraram, com produção de novas lesões • Parasitos não são abundantes nas ulcerações • Crescem pobremente em meios de cultura • Leishmania braziliensis • L.panamensis • L. guyanensis • L. peruviana Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Complexo Leishmania mexicana • Américas • Amastigotas – 3,2 m • Parasitam a pele – Lesões benignas – Não apresentam metástases nasofaringianas • Crescem bem em meios de cultura / hamster • L. mexicana • L. amazonensis • L. pifanoi Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose • Amastigotas pequenos - 2,1 m • Tropismo pelas vísceras – SFM do baço, fígado, medula óssea e tecidos linfóides • Leishmania donovani • Leishmania infantum – Leishmania chagasi Complexo Leishmania donovani Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose • Bacia do Mediterrâneo e Ásia • Phlebotomus • Limitadas a pele – Não originam metástases – Não invadem as vísceras • L. tropica • L. major • L. aethiopica Leishmanioses Cutâneas do Velho Mundo ou Úlcera Tropical Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Vetores - 40-70 ovos por desova, eclodem depois 6-17 dias - Larvas se nutrem de matéria orgânica por mais 15-70 dias, depois pupa (7-14 dias) -Adultos ativos no crepúsculo ou a noite -Temperatura ideal: 20°C -Pequenos e pilosos -Pouso: asas entreabertas e ligeiramente levantadas - Américas: flebotomíneos do gênero Lutzomyia (mosquito palha, birigui, etc) - Velho Mundo: gênero Phlebotomus - Brasil: Lutzomiya longipalpis, L. wellcomei e outros. - Postura de ovos: solo úmido de bosques e florestas, matas secundárias ou plantações - Hematofagia: somente a fêmea - necessitam do sangue para a maturação dos ovários. - Elas se alimentam sobre animais silvestres, mas algumas espécies picam também humanos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Vetores Lutzomya Novo Mundo Todos os vetores das Américas Fêmeas Phlebotomus África Europa Ásia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Ciclo de vida do inseto Insetos põem os ovos No solo e outros lugares úmidos das florestas, bosques, matas secundárias, plantações de café, cacau ou banana Larvas Pupas Insetos adultos Fêmeas hematófagas: Espécies antropófilas Picam o homem e têm importância para a transmissão da infecção leishmaniótica à população humana Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Ciclo Biológico Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Relação parasito/hospedeiro vertebrado Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Formas de Leishmaniose • Leishmaniose cutânea • Produzem exclusivamente lesões cutâneas, ulcerosas ou não, limitadas • Leishmaniose mucocutânea ou cutâneo-mucosa • Lesões ulcerosas destrutivas nas mucosas do nariz, boca e faringe • Leishmaniose visceral ou calazar • Tropismo SFM do baço, fígado, medula óssea e tecidos linfóides • Leishmaniose cutâneo-difusa • Formas disseminadas cutâneas, não-ulcerosas (indivíduos anérgicos) • Manifestação tardia em indivíduos tratados de calazar Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Reservatórios Leishmaniose tegumentar americana Reservatórios silvestres -Algumas espécies de roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres Animais domésticos -Numerosos registros de infecção, porém considerados hospedeiros acidentais Leishmaniose visceral Reservatórios silvestres - Raposas e os marsupiais. Animais domésticos - O cão é a principal fonte de infecção. A infecção canina tem precedido a ocorrência de casos humanos e tem sido mais prevalente. - O Ministério da Saúde informa a ocorrência de 2 a 3 mil casos de Leishmaniose Visceral por ano. Estima-se que, para cada caso humano, há uma média de 200 cães infectados. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Patogenia Infecção e multiplicação intracelular dos parasitos: Rompimento e destruição dos macrófagos Hiperplasia histiocitária (aumento do número de Leishmanias) Infiltração de linfócitos e plasmócitos (inflamação local) Fagocitose dos flagelados por macrófagos teciduais Não conseguem destruir os parasitos e ainda permitem sua multiplicação no interior dos vacúolos digestivos Infiltração de linfócitos, plasmócitos e outras células inflamatórias Necrose da epiderme, tecidos adjacentes / órgãos Úlcera Reparação da cicatriz Cura Mecanismos de reparação e cicatrização:deixam alterada a estrutura histológica primitiva Cicatriz residual / Proteção específica Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Evolução da lesão ulcerada - LT Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fisiopatogenia - LTA - Após a ruptura dos macrófagos infectados, ocorre a liberação de partículas antigênicas que serão apresentadas ao sistema imune, gerando a resposta específica. É provavelmente neste momento que características como intensidade e qualidade da resposta imune são definidas, influenciando assim a evolução da doença para cura espontânea, formas autolimitadas ou formas progressivas. - A localização intracelular dos amastigotas no interior de macrófagos faz com que o controle da infecção seja dependente da resposta imune mediada por células. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fisiopatogenia - LTA - A principal célula efetora da eliminação das amastigotas é o próprio macrófago, após sua ativação por linfócitos T auxiliadores (comunicação por meio da secreção de citocinas) - Eliminação de amastigotas predomínio de resposta TH1 Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fisiopatogenia - LTA Para o controle da infecção, é necessária a predominância da resposta imune celular com características Th1, envolvendo linfócitos CD4 e CD8 e citocinas como IL-12, IFN-γ, fator de necrose tumoral-alfa (TNF-α), linfotoxina e algumas quimiocinas produzidas por macrófagos. Esta resposta tem como resultado a ativação de macrófagos, tornando-os capazes de eliminar o parasito (síntese de intermediários tóxicos de oxigênio e nitrogênio, como o óxido nítrico), controlando a infecção Quanto mais intensa a resposta de tipo 1, maior a eficiência na eliminação do parasito. Quanto mais presente a resposta de tipo 2 (baixa produção de IFN-γ e níveis altos de IL-10), ao contrário, maior será a sobrevivência do protozoário Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fisiopatogenia - LTA Alguns indivíduos curam precocemente a lesão, às vezes sem procurar atendimento médico. Outros permanecem meses com a lesão em atividade e o processo de cicatrização mostra-se lento. Estabelecimento rápido ou tardio de uma resposta imune específica eficiente na eliminação do parasito - A cura da leishmaniose não é estéril, tem sido possível isolar parasitos viáveis de cicatrizes de LTA em indivíduos curados há vários anos. Este fenômeno poderia assim explicar o aparecimento de recidivas tardias como também o surgimento da doença em pacientes imunocomprometidos, como no caso da AIDS. - Para a cura do paciente, seja de forma espontânea, seja após tratamento específico, é necessário que a infecção tenha estimulado o sistema imune a estabelecer uma resposta celular de tipo 1 equilibrada Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fisiopatogenia - LTA • A localização intracelular das formas amastigotas no hospedeiro mamífero determina que anticorpos sejam ineficazes para o controle da infecção. • Além de não terem influência no destino da infecção, os níveis de anticorpos circulantes são diretamente proporcionais à gravidade da doença e à atividade da infecção. Os títulos de anticorpos específicos são mais altos nas formas graves, multiparasitárias, como a LCD e a leishmaniose visceral. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LTA – Aspectos clínicos -P.I. = 3 a 8 semanas -Picada Úlcera indolor de cura espontânea em meses Úlcera mucosa Cutânea Cutânea- difusa Mucosa Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LTA – Aspectos clínicos -Tegumentar: a) Cutânea (“botão do oriente”, “Úlcera de Bauru”) - Infecção confinada na derme, com epiderme ulcerada ou não. - no Brasil: L. braziliensis, L. guyanensis, L. chagasi, L. lainsoni Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose “Úlcera de Bauru” • Características das úlceras: –Restritas a pele –Redondas, regulares. Únicas ou múltiplas –Bordas nítidas, endurecidas e talhadas – São limpas, mas podem estar acompanhadas de infecções bacterianas purulentas –Pode ocorrer demora para ulcerar (lesões úlcero-vegetantes) Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose “Úlcera de Bauru” Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose “Úlcera de Bauru” Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LTA – Aspectos clínicos -Tegumentar: b) Muco-cutânea: -Infecção na derme (úlceras), invasão de mucosa e destruição da cartilagem -No novo mundo: L. braziliensis, L. guyanensis, L. mexicana Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Patogenia – Leishimaniose mucocutânea Propagação por via hematogênica Porção cartilaginosa do septo nasal Nódulos com focos circunscritos ou infiltrados histiocitários com raros parasitos e tendência à ulceração Úlceras costumam progredir em extensão e profundidade Destruição das cartilagens e dos ossos do nariz, região palatina ou do maciço facial Perfuração do septo ou do palato, estendo-se até a faringe e laringe Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Leishimaniose mucocutânea • 15% a 20% dos casos • Sintomas iniciais: – Coriza crônica – Obstrução nasal – Dor • A destruição do septo provoca o abaixamento da ponta do nariz • Lábio superior também é atingido pela inflamação Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Fácies tapirídia Impressão sugestiva de focinho de anta Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose • Formas mais avançadas – Destruição do dorso do nariz – Mutilação do semblante do indivíduo – Perturbações da fonação ou afonia – Compromete a alimentação – Febre, mal-estar, anemia moderada • Segregação social do paciente – Aspecto repugnante – Mau cheiro – Repercutem sobre o psiquismo e o comportamento do doente Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LTA – Aspectos clínicos -Tegumentar: c) Cutânea difusa: - Quando as lesões não tornam-se ulcerativas, e sofrem metástase pela pele - Forma lepromatosa - Infecção confinada na derme, formando nódulos não ulcerados. Disseminação por todo o corpo -Associado a deficiência imunológica do paciente - Reação inflamatória local muito reduzida ou ausente - Crescimento exagerado da população parasitária Produção de níveis elevados de antígenos Indução de tolerância imunológica -Novo mundo, L. pifanoi, L. amazonensis Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Leishmaniose Visceral ou Calazar • Medula óssea – Hipoplasia do setor hematopoético • Diminuição de hemácias, PMN, plaquetas, linfócitos – Hiperplasia do setor histiocitário • Resulta em anemia, hemorragias freqüentes, tolerância imunológica e imunodepressão • Baço e fígado – Hipertrofia dos órgãos (SFM), fibrose e atrofia morfofuncional, disfunção do órgão – Resulta em desnutrição (caquexia) • Febre constante, palidez e fraqueza, perda de apetite • Forma fatal de leishmaniose – Evolução lenta - 1-2 anos – Fulminante - poucos meses Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Características imunológicas • Ocorre hipersensibilidade tardia após recuperação espontânea ou quimioterapia • Proliferação policlonal de células B com aumento nos níveis de imunoglobulinas inespecíficas • Os parasitas encontrados em células distribuídas pelo corpo provocam doença sistêmica, caracterizada por leucopenia e esplenomegalia e liberação de caquectina (TNF)Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LV – Aspectos clínicos -P.I. - bastante variável tanto para o homem, como para o cão No homem, é de 10 dias a 24 meses (média entre 2 a 6 meses) No cão, varia de 3 meses a vários anos (média de 3 a 7 meses) -Hipertrofia e hiperplasia do sistema macrofágico do fígado, baço, medula óssea e linfonodos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose LV – Aspectos clínicos -Visceral ou Calazar (L. donovani, L. infantum): -Caracterizada por: • febre irregular e de longa duração • hepatoesplenomegalia • linfoadenopatia • Anemia e leucopenia • Hipergamaglobulinemia • Emagrecimento • Edema • Caquexia e morte se não for tratado, dentro de 2 anos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Visceral ou Calazar Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico - LT Clínico Características da lesão e dados epidemiológicos Laboratorial -Exame direto de esfregaços corados (Romanowsky, Giemsa ou Leishman) -Cultura -Imunológico reação de Montenegro - Biópsia ou raspagem, especialmente na borda, junto à base - Úlceras novas – ricas em parasitos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico - LT As Leishmanias são vistas nas formas amastigotas Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico - LT Imunológicos Teste de Montenegro -Injeção sob a derme, de promastigotas de L. braziliensis, mortas em suspensão -Leitura no terceiro dia -Positiva em 95% dos casos Teste de Montenegro Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico - LT Imunológicos Teste de Montenegro -Injeção sob a derme, de promastigotas de L. braziliensis, mortas em suspensão -Leitura no terceiro dia Teste de Montenegro - A positividade do teste significa que o indivíduo já foi sensibilizado mas não necessariamente que seja portador da doença - Negativo nas seguintes situações: fase inicial da doença (trinta primeiros dias de lesão), imunodeprimidos, forma cutânea difusa, quadros disseminados, leishmaniose visceral - As pessoas tratadas apresentam reações positivas durante muitos anos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico - LT Imunológicos Teste de Montenegro -Injeção sob a derme, de promastigotas de L. braziliensis, mortas em suspensão -Leitura no terceiro dia Teste de Montenegro - Uma reação de Montenegro positiva em indivíduos de áreas endêmicas sem história de LTA e sem qualquer lesão suspeita, aponta para a possibilidade de infecções subclínicas Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Tratamento - LT Controle de cura: - Não há método seguro para isso. Há necessidade de reavaliações periódicas durante 5 a 10 anos. - espera-se que as lesões cutâneas permaneçam cicatrizadas, as alterações mucosas ausentes, a reação de Montenegro positiva e, no soro, ausência de anticorpos específicos, ou apenas baixos títulos de IgG. Tratamento da lesão ulcerativa de leishmaniose tegumentar americana com antimonial pentavalente Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Diagnóstico – LV ou Calazar Clínico: sintomas - Febre baixa recorrente, envolvimento linfohepático, esplenomegalia, caquexia e dados epidemiológicos Laboratorial: Exames Parasitológicos Testes Imunológicos Análise de DNA por PCR Demonstração direta do parasito Testes sorológicos Oligonucleotídeos espécie- específicos do DNA do cinetoplasto Cultura Detecção do antígeno rk39 na urina Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Tratamento – LV ou Calazar Antimoniais pentavalentes, pentamidinas, anfotericina B Todos eficientes Regressão da heptoesplenomegalia 20 dias após tratamento. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Tratamento – LV ou Calazar • Critérios de cura – LV • São essencialmente clínicos. • O desaparecimento da febre é precoce e acontece por volta do 5º dia de medicação, a redução da hepatoesplenomegalia ocorre logo nas primeiras semanas. Ao final do tratamento, o baço geralmente apresenta redução de 40% ou mais, em relação à medida inicial. • O ganho ponderal do paciente é visível, com retorno do apetite e melhora do estado geral. Nessa situação, o controle através de exame parasitológico ao • término do tratamento é dispensável. • Seguimento do paciente tratado deve ser feito aos 3, 6 e 12 meses após o tratamento e na última avaliação se permanecer estável, o paciente é considerado curado Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Ecologia das leishmanioses do Velho Mundo Contato íntimo entre humanos e seus animais domésticos criam condições ótimas para a transmissão dos parasitos Áreas rurais: zoonose Ambientes urbanos: infecção humano-humano Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Leishmaniose tegumentar americana em cães Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Calazar em cães Caquexia, distrofia, paralisia, apatia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose A maioria das pessoas se infectam enquanto trabalham ou caçam em florestas roedores, marsupiais, edentados e canídeos silvestres representam os reservatórios para os parasitos Padrão de transmissão silvático Ecologia das leishmanioses do Novo Mundo Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Aspectos Epidemiológicos - Brasil Leishmaniose Tegumentar Americana: Tempo: 2001 a 2007 - 185.037 casos. Lugar: Todas as Unidades Federadas: região Norte representa 40% dos casos, seguida pelas regiões Nordeste (31%), Centro-Oeste (16%), Sudeste (10%) e Sul (3%). Pessoa: Mais freqüente no sexo masculino (72%) e em maiores de 10 anos (91,5%). A forma cutânea representa 92% dos casos Notificação de casos confirmados: todo caso confirmado de LTA é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde (Portaria SVS/MS Nº 5 de 21/02/06) Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – Ministério da Saúde Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Aspectos Epidemiológicos - Brasil Leishmaniose Visceral: Tempo: 2001 e 2007 - 22.971 casos de LV Lugar: Distribuída em 20 Unidades Federadas, atingindo quatro das cinco regiões, com exceção da Sul. Atualmente, a região Nordeste representa 56% dos casos, seguida pelas regiões Sudeste (19%), Norte (18%) e Centro-Oeste (7%). Pessoa: É mais freqüente no sexo masculino (60%) e em crianças menores de 5 anos (45%). Notificação de casos suspeitos: Todo caso confirmado de LV é de notificação obrigatória às autoridades locais de saúde (Portaria SVS/MS Nº 5 de 21/02/06). Fonte: Secretaria de Vigilância em Saúde (SVS) – Ministério da Saúde Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Medidas profiláticas Levantamento epidemiológico Uso de repelentes, telas de proteção Borrifação freqüente de ambientes Tratamento de sintomáticos e assintomáticos em regiões com alta incidência de flebotomíneos Tratamento/exterminação de animais domésticos infectados Construção de casas a grande distância da orla florestal Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Vacinação de cães Desenvolvida pela UFRJ Inúmeros estudos realizados em cães de áreas de grande incidência da doença demonstraram que a vacina confere proteção de 92 a 95% Cães sadios e soronegativos para Leishmaniose Visceral Canina, a partir dos 4 meses de idade. O protocolo completo de vacinação écomposto por 3 doses, respeitando um intervalo de 21 dias entre as aplicações. A revacinação deverá ser feita 1 ano após a primeira dose e repetida anualmente, proporcionando a manutenção da resposta imune, principalmente celular. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Leishmaniose Vacinação de cães O cão só é considerado protegido 21 dias após a terceira dose de Leishmune. Se o animal estiver previamente incubado ou infectar-se durante o programa de vacinação, a vacina não impedirá o desenvolvimento da doença, nem o aparecimento dos sintomas. A vacina deve ser usada somente para a prevenção da Leishmaniose Visceral Canina e não como tratamento.
Compartilhar