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Helmintos Esquistossomose mansônica Prof. Samuel Dias Araújo Júnior Helmintos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Sub reino Filo Classe Gênero (exemplos) Metazoa Nemathelminthes Vermes cilíndricos, não segmentados, apresentam cavidades corporais, e sistema digestório completo Ascaris Trichuris Ancylostoma Necator Enterobius Platyhelminthes Vermes chatos, não apresentam cavidades corporais Cestoda Verme adulto encontrado no instestino de seu hospedeiro Cabeça (escólex) com órgãos de sucção, corpo segrmentado mas sem canal alimentar Cada segmento do corpo é hermafrodita Taenia Trematoda Não segementado, usualmente em forma de folha, com órgãos de sucção, mas sem cabeça distinta Apresentam canal alimentar e são, usualmente, hermafroditas (Schistosoma é a exceção) Fasciolopsis Schistosoma Reino: Animalia Classificação taxonômica dos helmintos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Filo Platyhelmintes • Representantes mais inferiores dos helmintos • Simetria bilateral • Ausência de exo ou endoesqueleto • Achatados dorsoventralmente • Sem celoma (cavidade embrionária) • Com ou sem tubo digestivo • Sem ânus • Sem aparelho respiratório • Sistema excretor tipo protonefrídico – formado por vários túbulos excretores com células-flama • Tecido conjuntivo enchendo os espaços entre os órgãos • Vida livre, ecto ou endoparasitas • Quatro classes: Turbellaria, Trematoda, Cestoda Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Classe Trematoda • Ecto ou endoparasitos • Corpo não-segmentado e recoberto por cutícula • Uma ou mais ventosas • Presença de tubo digestivo • Ânus geralmente ausente • Hermafroditas ou não • Evolução simples ou com hospedeiro intermediário • Forma típica de folha • Digenéticos – estágios de reprodução assexuada e sexuada • Cutícula de natureza acelular, lisa ou com espinhos, escamas ou cerdas • Camada muscular • Parênquima – onde encontram-se os sistemas digestivo, reprodutor, excretor e nervoso • Pobres em órgãos dos sentidos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Uma das doenças mais largamente difundidas no mundo, com grande repercussão sócio-econômica; - No Brasil, o único agente etiológico é o trematódeo Schistosoma mansoni. www.uni-bielefeld.de/biologie/Didaktik REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Os hospedeiros intermediários são moluscos de água doce da família Planorbidae. - Biomphalaria glabrata assume grande importância, devido a sua distribuição e alta suscetibilidade à infecção pelo trematódeo (Souza et al. 1995). www.genome.edu Hospedeiro intermediário Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Moluscos transmissores • Ordem Pulmonata • Família Planorbidae • Subfamília Planorbinae: – Biomphalaria glabrata, B. straminea, B. tenagophila (Américas) – Biomphalaria pfeifferi (África e Ásia ocidental) – B. alexandria (Egito) • Subfamília Bulininae – Bulinus spp (África e Próximo Oriente) • Schistosoma haematobium Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - É encontrada na África e Península Arábica. Na América do Sul, fixou-se nas Antilhas, Venezuela, Suriname e Brasil. - No Brasil a transmissão ocorre principalmente numa faixa contínua, ao longo do litoral. A maior endemicidade da esquistossomose ocorre em Pernambuco, Alagoas, Sergipe, Bahia e Minas Gerais OMS, 2004 Ocorrência Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Número de Pessoas Afetadas -2 bilhões de pessoas (mais de 1/3 da população mundial) OMS, 2004 Ocorrência Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Ovo – Casca dupla, espinho lateral, embrião incompleto (300 ovos/dia) – Oviposição a nível da submucosa intestinal – Leva de 7 a 12 dias para atravessar os tecidos e ganhar a luz intestinal (mecanismo de migração desconhecido) – Embriogênese completa-se durante trajeto até as fezes • Miracídeos – Ciliados – Uma vez liberado do ovo, tem de seis a 8 horas para encontrar o caramujo – Células e estruturas internas embrionárias – Glândulas na extremidade anterior – Teriam quimiotaxia aos moluscos? Formas de vida Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Esporocistos / Rédias – Estrutura sacular alongada, perdem tecidos especializados – Formados cerca de 14 dias após a penetração do miracídio – Células germinativas cercárias – Duas semanas depois iniciam a liberação de cercárias • Cercárias – Pouco maior que 1mm, passa a ser visível. – Corpo piriforme achatado dorsoventralmente – Órgãos de fixação, com glândulas de penetração – Cauda muscular bifurcada – Vive cerca de 36 a 48 horas • Esquistossômulos – Forma transportada pela circulação Formas de vida Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Adultos – Se tornam adultos no sistema porta hepático – Têm sexos separados – Macho (1cm): Canal ginecóforo – Fêmea (1,2 – 1,6cm): Corpo mais longo e fino • Características comuns: – 2 ventosas (trematódeos): oral e ventral (acetábulo) – Órgãos reprodutores – Alimentação: sangue (metabolismo anaeróbio) – Movimentação por distensão e contração dos músculos (ventosas) Quando acasalados, migram para os ramos terminais da veia mesentérica inferior, principalmente vênulas do plexo hemorroidário. Aí vivem por 5 a 6 anos. Fêmea – oviposição diária 300 a 400 ovos Formas de vida PELE CIRCULAÇÃO SANGUÍNEA FÍGADO (SISTEMA PORTA) VEIAS MESENTÉRICAS (INTESTINO/RETO) CERCÁRIAS ESQUISTOSSÔMULOS VERME ADULTO VERME ADULTO/OVIPOSIÇÃO Ciclo de vida Schistosoma mansoni crescendo no fígado Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Pode produzir alterações anatomopatológicas de caráter e gravidade diversas; - Em algumas áreas, 4 a 5% dos doentes desenvolvem lesões esplênicas graves. A evolução do processo patológico depende de várias circunstâncias, entre elas: a) A linhagem do parasito, a carga infectante e a freqüência com que ocorrem as infecções; b) Características do hospedeiro e seu meio; c) Duração da infecção. REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Patogenia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Patogenia e patologia • Varia com uma série de fatores: – Parasito: linhagem, carga infectante e condições fisiológicas das cercárias – Hospedeiro: idade, estado nutricional e fase do desenvolvimento, hábitos, condições de vida, etc – Duração da infecção, reinfecção e carga parasitária acumulada ao longo dos anos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Revisando Características de Resposta Inflamatória... Inflamação Aguda Constitui um mecanismo de defesa local, exclusivo de tecidos mesenquimais lesados. Pode ser definida como sendo uma... "... resposta local do tecido vascularizado agredido, caracterizada por alterações do sistema vascular, dos componenteslíquidos e celulares, bem como por adaptações do tecido conjuntivo vizinho". Sinais cardinais: dor, tumor, calor, rubor e perda de função Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Revisando Características de Resposta Inflamatória... Inflamação Crônica "Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e de outros elementos teciduais, diante da permanência do agente agressor". Classicamente é composta por: - Células do SFM, linfócitos e plasmócitos, - Destruição tecidual, decorrente da permanência do agente agressor (fase degenerativo-necrótica), - tentativas de reparação (fase produtivo-reparativa), traduzida pela formação de vasos sangüíneos (angiogênese) - pela substituição do parênquima (a parte funcional do órgão) por fibras (fibrose). Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Fase aguda da esquistossomose • Penetração das cercárias – Exantema – Prurido – Outras manifestações alérgicas locais • Forma toxêmica (reação imunológica provocada por imunocomplexos) – Febre – Eosinofilia – Linfadenopatia – Esplenomegalia – Urticária Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Morrem Produzem fenômenos inflamatórios locais bastante pronunciados = dermatite cercariana Cercárias de Schistosoma ou de outros trematódeos 1-3 h após a penetração aparece na pele uma reação inflamatória com células polimorfonucleares / mononucleares Não conseguem completar sua atividade migratória Fase aguda da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Alterações cutâneas – penetração das cercárias http://dermis.net www.biology.iastate.edu REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Fase aguda da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Modificação do tegumento das larvas – Deixam de fixar anticorpos ou complemento • Contínua descamação da superfície externa do tegumento dos vermes adultos • Camuflagem – Presença de antígenos do hospedeiro (ou antígenos semelhantes aos do hospedeiro) adsorvidos ou incorporados à membrana do parasito Mecanismos de escape da resposta imunológica Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Ativação de células Th2 (IL-4, IL-5) Produção de anticorpos IgE Aderem-se à superfície dos helmintos Ativação de eosinófilos Secretam grânulos com enzimas que destroem os parasitas Respostas imunes adaptativas aos helmintos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Formas larvárias – Mais imunogênicas / mais sensíveis aos mecanismos imunológicos que os adultos – Impede que o número de vermes albergados vá aumentando continuamente sempre que exposto a reinfecções Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Alterações gerais: Obstrução embólica de vasos e reação inflamatória; Hepatite difusa – produtos dos vermes imaturos; Esplenite aguda – hipersensibilidade (presença do parasito). Fase aguda da esquistossomose REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Fase crônica da esquistossomose • Ovo – Principal elemento responsável pela patogênese – Intestino hemorragias – Fígado reação inflamatória crônica: reação inflamatória granulomatosa ou granuloma • Adulto – Espoliação – Consome 1/5 de seu peso seco de glicose e 2,5mg de ferro/dia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Migração do ovo pela luz intestinal Ovo na luz com muco inflamatório Sangue sob a mucosa intestinal Ovos em migração pela mucosa intestinal Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Ovos Neutrófilos(morte dos miracídios) Eosinófilos, linfócitos, plasmócitos Macrófagos Se justapõem (lembram células epitelióides) Ficam em contato direto com os restos ovulares Fundem-se: gigantócitos (massas sinciciais multinucleadas) Abarcam total ou parcial/ os ovos Digestão Depósito de fibras reticulares que se dispõem em círculo, na periferia do granuloma Depósito de fibras reticulares que se dispõem em círculo, na periferia do granuloma Alguns macrófagos se transforma em fibroblastos Fabricam colágeno Fibrócitos Granuloma: cicatriz fibrosa de estrutura lamelar Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Processo inflamatório ao redor de muitos ovos + Contínua produção de mais ovos = Confluência de granulomas Extensas áreas cicatriciais Alteram a arquitetura dos tecidos onde se encontram Os granulomas servem para conter os ovos do S. mansoni Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Granuloma Elemento anatomopatológico básico do processo esquistossomótico crônico; Reação inflamatória que envolve os ovos que não conseguem deixar o organismo, mas evoluem até a produção do miracídio; Localização – parede do intestino, fígado ou em vários outros órgãos; tanto dentro dos vasos como fora. REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica EVOLUÇÃO DO GRANULOMA http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/laminfl9.html 1. Inicialmente aparecem em torno do ovo numerosos macrófagos, seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos; Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica EVOLUÇÃO DO GRANULOMA http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/laminfl9.html 1. Inicialmente aparecem em torno do ovo numerosos macrófagos, seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos; 2. Os macrófagos, em contato imediato com o parasito, se justapõem, lembrando as células epiteliais. Estas células se fundem, formando os gigantócitos; Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica EVOLUÇÃO DO GRANULOMA http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/laminfl9.html 1. Inicialmente aparecem em torno do ovo numerosos macrófagos, seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos; 2. Os macrófagos, em contato imediato com o parasito, se justapõem, lembrando as células epiteliais. Estas células se fundem, formando os gigantócitos; 3. Começam a depositar-se fibras reticulares, que se dispõem em círculo, na periferia do tubérculo; Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica EVOLUÇÃO DO GRANULOMA http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/laminfl9.html 1. Inicialmente aparecem em torno do ovo numerosos macrófagos, seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos; 2. Os macrófagos, em contato imediato com o parasito, se justapõem, lembrando as células epiteliais. Estas células se fundem, formando os gigantócitos; 3. Começam a depositar-se fibras reticulares, que se dispõem em círculo, na periferia do tubérculo; 4. Alguns macrófagos transformam-seem fibroblastos, fabricando grande quantidade de colágeno; Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica EVOLUÇÃO DO GRANULOMA http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/laminfl9.html 1. Inicialmente aparecem em torno do ovo numerosos macrófagos, seguidos de eosinófilos, linfócitos e alguns plasmócitos; 2. Os macrófagos, em contato imediato com o parasito, se justapõem, lembrando as células epiteliais. Estas células se fundem, formando os gigantócitos; 3. Começam a depositar-se fibras reticulares, que se dispõem em círculo, na periferia do tubérculo; 4. Alguns macrófagos transformam-se em fibroblastos, fabricando grande quantidade de colágeno; 5. À medida que aumentam os fibroblastos, as demais células vão desaparecendo, e por fim, o granuloma apresenta-se como uma cicatriz fibrosa de estrutura lamelar. Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Granulomas Granuloma intestinal Granuloma hepático Macrófagos e eosinófilos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Fibrose periportal Muitos ovos são arrastados pela corrente sangüínea e ficam retidos nos capilares dos espaços porta do fígado, acumulando granulomas. http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/pecasdc13.html Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Fibrose periportal Fibrose periportal ou “fibrose em haste de cachimbo de barro” Dificuldades de circulação sanguínea hepática (1,5 l de sangue/min passa pelo fígado; 75% procedem da veia porta) Hiperplasia e hipertrofia do SFM Megalia do fígado, congestão funcional Hipertensão porta Congestão e edema na parede do estômago e dos intestinos Megalia do baço (congestão venosa e aumento de SFM) Alterações na circulação e atividade fisiológica de outros órgãos abdominais A fibrose esquistossomótica Esquema do sistema porta para explicar o arraste de ovos do intestino (seta azul) para o fígado (seta vermelha). Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Dificuldade circulatória aumenta Sangue abre passagem através das anastomoses que existem entre o sistema porta e cava inferior e entre porta e cava superior Vasos calibrosos muito evidentes Fases mais avançadas: Hepatoesplenomegalia descompensada Hemorragias digestivas (edema e derrame cavitário ou ascite) Fígado torna-se incapaz de cumprir suas funções (cirrose) podendo levar o paciente à caquexia e ao coma hepático Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica -Causada por obstrução do fluxo sangüíneo no sistema portal. Hipertensão no sistema venoso portal - esplenomegalia - circulação colateral - ascite Adaptado de: http://hopkins-gi.nts.jhu.edu/images/shared/disease/database/shared_9700_shared_7366_AD-07.jpg A circulação porta hepática desvia o sangue venoso dos órgãos gastrointestinais e do baço para o fígado antes de retornar ao coração. -Aumento da pressão hidrostática das veias dos órgãos abdominais (veias dilatadas) -Diminuição da pressão oncótica dos vasos (hipoalbuminemia) Hipertensão portal Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Hipertensão portal – Congestão passiva crônica do fígado - Acúmulo de sangue em leitos vasculares que normalmente drenam para a veia porta. http://www.medicina.ufba.br/patologia_i/microscopia/dvicong.htm Lóbulo hepático Lóbulo hepático – grande aumento Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - Esplenomegalia - Sequestro sanguíneo pelo baço - Hiperplasia das células do sistema macrófago-linfocitário www.fcm.unicamp.br/.../anatomia/pecasdc14.html Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica - A hipertensão portal acarreta congestão e edema na parede do estômago e dos intestinos www.universityscience.ie - Alterações na circulação e fisiologia de órgãos abdominais - Aumento da pressão venosa – o sangue abre passagem através de anastomoses http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/pecasdc14.html#esofago Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica -Anastomoses portossistêmicas. Circulação colateral com as veias cavas http://www.fcm.unicamp.br/departamentos/anatomia/pecasdc12.html Circuito mais importante: terço distal do esôfago – aumento da circulação: graves hemorragias Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica -Lesões cardiopulmonares www.pbs.org -Do território do sistema porta, alguns ovos são levados até os pulmões, através das vias anastomóticas porto-cavas que se abriram; -Retidos nos capilares e pré-capilares pulmonares, os ovos provocam aglutinação de plaquetas, formação de trombos intravasculares e a necrose dos vasos Formação de granulomas – hipertensão na pequena circulação REY, Luis. Bases da Parasitologia Médica. Editora Guanabara Koogan, 2002. Hipertrofia e dilatação do coração direito Evolução: Insuficiência cardíaca – cor pulmonale esquistossomótico Fase crônica da esquistossomose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Forma intestinal • Forma hepatointestinal • Forma hepatoesplênica • Forma cardiopulmonar • Outros órgãos: aparelho genital feminino, medula espinhal, rim, sistema nervoso central • Infecções associadas: Salmoneloses, Hepatite B Evolução patológica Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Exame parasitológico de fezes – Infecções recentes • O exame apresenta baixa sensibilidade • Para aumentar a sensibilidade podem ser usados métodos de coproscopia qualitativa, como Hoffman ou quantitativo, como Kato-Katz • A eficácia com três amostras chega apenas a 75% • Hemograma demonstra leucopenia (com neutropenia e eosinofilia), anemia e plaquetopenia • Alterações das provas de função hepática • Ultra-sonografia – Fibrose e espessamento periportal, hipertrofia do lobo hepático esquerdo, superfície bocelada e aumento do calibre da mesentérica superior Diagnóstico S. mansoni S. haematobium S. japonicum S. intercalatum S. bovis Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Biópsia retal • Métodos imunológicos – ELISA – Reação intradérmica – Reação de fixação do complemento – Imunofluorescência – Etc... Diagnóstico Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Tratamento • Eficiente • Fácil administração • Baixa toxicidade • Controle de cura • Drogas recomendadas pela Organização Mundial da Saúde – Oxamniquine – Praziquantel • Podem ser contra-indicadas devido ao quadro clínico grave do paciente • Pelo menos até que haja melhora • O tratamento cirúrgico é reservado para as complicações Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Cinco razões para o desenvolvimento da vacina contra esquistossomose – As vacinas são únicas em prover controle com custo-efetividade de muitas doenças infecciosas – Altonível de proteção é consistentemente obtido com cercárias irradiadas – A reinfecção rápida após o tratamento torna a quimioterapia dispendiosa – A distribuição do medicamento requer uma infra-estrutura substancial para cobrir todas as áreas endêmicas regularmente – A expansão de programas de quimioterapia trazem consigo o espectro da resistência à drogas Bergquist e Colley, 1998 Vacina Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Caramujos resistentes • Pesquisadores da Oregon State University, EUA, descobriram um grupo de genes na espécie de caramujo Biomphalaria glabrata que fornece uma resistência natural ao Schistosoma mansoni, helminto trematódeo causador da esquistossomose. Essa descoberta abre portas para o desenvolvimento de novas drogas ou maneiras de interromper o ciclo da doença. http://journals.plos.org/plosgenetics/article?id=10.1371/journal.pgen.1005067 Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica • Doenças humanas antigas – Achados de ovos de Schistosoma em múmias egípcias humanas que viveram por volta do ano de 3.500 a.C. • Segunda maior prevalência entre as doenças tropicais – ~200 milhões de pessoas, no mundo, encontram-se infectadas – Outras centenas de milhões vivem em áreas endêmicas , expostas à infecção • Sério problema de saúde pública – Coloca em risco cerca de 600 milhões de pessoas, em 74 países – ~20 milhões de pessoas morrem em conseqüência de doenças associadas à esquistossomose • Como o câncer de bexiga (esquistossomose urinária) • Cirrose (esquistossomose intestinal) (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DE SAÚDE-OMS, 1994) Epidemiologia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Prevalência maior no NE (ao longo do rio São Francisco). Quais fatores explicam esta distribuição? A distribuição de S. mansoni no Brasil coincide com a distribuição dos caramujos planorbídeos vetores (Biomphalaria spp). Condições climáticas e sócioeconômicas favorecem a transmissão. Distribuição no Brasil A. Açude B. Rio assoreado C. Represa D. Vala de cultura irrigada E. Canal de rio para irrigação F. Oásis Focos • Fatores importantes na transmissão: – Fontes de infecção: pessoas parasitadas – Molusco – Coleções de água doce e falta de saneamento básico – Hábitos da população: contato com a água, poluição com fezes humanas Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Helmintos – Esquistossomose mansônica Controle • Saneamento básico com esgotos e água tratadas • Erradicação dos caramujos que são hospedeiros intermediários • Proteção dos pés e pernas com botas de borracha quando é feita a cultura do arroz e outros vegetais • Informando a população sobre a doença e servindo água de qualidade a população • Não entrar em águas que tenham caramujos • Tratamento da população infectada
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