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Teníase e Cisticercose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Cestóides parasitas do homem • Platyhelmintes • Classe Cestoda – Corpo achatado em forma de fita – Segmentado – Todos: parasitas obrigatórios (extremo) – Sem tubo digestivo – Órgão de adesão – Sistema reprodutor preponderante – Hermafroditas (autofecundação) – Heteroxenos • Importância em Saúde Pública Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Espécies mais comuns em humanos • Taenia solium (suínos) • Taenia saginata (bovinos) • Popularmente conhecidas como solitárias Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Teníase - Cisticercose • Conjunto de alterações patológicas causadas pelas formas adultas e larvares nos hospedeiros • TENÍASE = presença da forma adulta de uma das espécies de tênia no intestino delgado do hospedeiro definitivo (homem) • CISTICERCOSE = presença da larva nos tecidos de hospedeiros intermediários normais (suínos e bovinos) – Além de ser o hospedeiro definitivo, quando tem o lúmen do intestino parasitado, causando a Teníase, o homem, também pode se tornar hospedeiro intermediário sendo acometido por uma doença mais grave, a Cisticercose. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Morfologia • Escólex (“cabeça”) – órgão de fixação no intestino – T. solium • Escólex com acúleos – T. saginata • Escólex sem acúleos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Morfologia • Colo (“pescoço”) – área de crescimento (gerador de proglotes) – T. solium: • 800 a 1000 7m – T. saginata: • mais de 1000 12m Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Morfologia • Estróbilo – Proglotes imaturas : contém apenas esboços de órgãos . São mais largas do que longas – Proglotes maduras : Aparelho genital masculino e feminino completamente formados – Proglotes grávidas : apenas útero abarrotado de ovos Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Morfologia • Ovo – Esférico – Casca protetora – Embrióforo – Oncosfera ou embrião hexacanto • Presença de 6 ganchos – Cisticercos larvas VERME ADULTO Doença: Teníase OVO ONCOSFERA (EMBRIÃO) LARVA a) Cisticercóide (Hymenolepis, Dipylidium, etc b) Cisticerco – Taenia (Doença: cisticercose) c) Estrobilocerco (Hydatigera) d) Cenuro (Coenurus) e) Hidátide (Echinococcus) Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Teníase Agentes Etiológicos – Taenia solium e a Taenia saginata - Parasitos que, na fase adulta, têm o homem como único hospedeiro Forma larvária: Cysticercus cellulosae _ T. solium - porco Cysticercus bovis _ T. saginata – bovídeos O homem adquire teníase ao ingerir estas formas larvárias (cisticercos) Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Taenia solium Taenia saginata Hosp. Intermediários Suínos Bovinos Hosp. Definitivos Humanos Humanos Tamanho 1,5-4 m 4-12 m Escólex Ovóide, 0,6-1 mm diâmetro, 4 ventosas, dupla coroa de acúleos Quadrangular, 1,5-2 mm diâmetro, 4 ventosas, sem acúleos Proglotes 700-900 1000-2000 Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Taenia solium • Escólex: é globoso com rostelo (ganchos) • Proglotes maduros: – Protandria • Órgãos sexuais masculinos atingem a maturidade primeiro • Proglotes grávidos: – ramificação uterina do tipo dentrítica ou arborescente • Número de ovos/anel: 30000 • Apólise (saída dos proglotes grávidos): – Passiva (sai com as fezes) Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Escólex de Taenia solium Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose A, Escólex de Taenia solium com 4 ventosas e dupla coroa de acúleos. B, Proglote grávida. C, Tênia adulta (1 m comprimento). Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • ramificação uterina do tipo dentrítica ou arborescente Proglote grávida de T. solium Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose T. solium Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • Escólex: é cubóide sem rostelo • Proglotes grávidos: – ramificação dicotômica (mais regular) • Número de ovos/anel: 60000 • Apólise – Ativa (no intervalo das fezes) Taenia saginata Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Escólex de Taenia saginata Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Escólex de Taenia saginata Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Proglote grávida de T. saginata. Note o número de ramificações uterinas (>12). Ramificações dicotômicas (mais regulares) http://www.dpd.cdc.gov/DPDx/HTML/Taeniasis.htm Proglote grávida de T. saginata Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Escólex de T. solium Escólex de T. saginata Ovo de Taenia sp Os ovos das duas espécies são morfologicamente indistinguíveis Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Taenia saginata e solium Ciclo de vida de Taenia sp Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Ciclo de vida • Sobrevida verme adulto – 25-30 anos • Cisticerco Taenia saginata (8 mm) – Vida curta apenas no gado adulto • Cisticerco Taenia solium (20 mm) – Músculo esquelético e cardíaco preferencialmente, com viabilidade longa – Cães, gatos, macacos, homem Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Ciclo de vida • Período de Incubação – 15 dias a muitos anos após a infecção • Período de Transmissibilidade – Os ovos podem permanecer viáveis por vários meses no meio ambiente, principalmente em presença de umidade • Susceptibilidade e Imunidade – A susceptibilidade é geral – A presença de uma espécie de Taenia garante certa imunidade, pois dificilmente um indivíduo apresenta mais de um exemplar da mesma espécie no seu intestino; porém não existem muitos estudos abordando este aspecto da infestação. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • Clínico – Muito difícil de ser feito, devido a semelhança das sintomatologias entre as parasitoses • Laboratorial – Tamisação: peneiração, coloca-se Ac. acético (deixa transparente), observa ao MO. Evidencia as diferenças nas ramificações uterinas. – Anal swab ou Fita adesiva (região perianal) – EPF: Método de sedimentação espontânea e outros Diagnóstico Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • É o mesmo para as duas espécies • Infecções por T. solium – Auto – infecção: riscos de cisticercose • Medicamentos – Albendazol e Mebendazol – Sementes frescas de abóbora (200 mg x 2/dia por 4 dias / criança) Cucurbita pepo / Cucurbita maxima – 85 % cura – Controle de cura - escólex Tratamento Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • Destinação adequada das fezes humanas • Inspeção rigorosa das carnes nos matadouros • Não ingestão de carne crua ou mal cozida • Tratamento das pessoas infestadas Profilaxia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • Encontrada em todas as partes do mundo em que a populaçãotem o hábito de comer carne de porco ou de boi • Em algumas regiões, outros animais acabam fazendo parte do ciclo acidentalmente, como o cão e o macaco na Ásia e as gaivotas na Inglaterra • América Latina: área de prevalência elevada • No Brasil, tanto a T. solium quanto a T. saginata tem uma ampla distribuição em todo território nacional devido - precárias condições de higiene da população - método extensivo de criação de animais - hábito de comer carne pouco cozida ou assada - sistemas de esgoto precários e não tratamento da água em certas regiões Epidemiologia Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose CISTICERCOSE Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose - Resultado da presença de formas larvárias de Taenia (cisticercos) parasitando tecidos do homem - Larvas de Taenia solium são as principais responsáveis pela doença - A infecção é causada pela ingetão de ovos ou proglotes grávidas (peristaltismo reverso) de Taenia solium (originados de uma infecção humana) - O homem se torna infectado pela ingetão de alimentos contaminados com fezes ou por autoinfecção. Cisticercose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Ingestão de ovos ou autoinfecção Eclosão das oncosferas no intestino delgado Ação da dos sucos digestivos e da bile Penetração da parede intestinal Migração para os músculos estriado, cérebro, figado, etc Desenvolvimento na forma de cisticerco Desenvolvimento do cisticerco Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose O processo da infecção O mecanismo envolvido pode ser por: ─ hétero-infecção, ─ por auto-infecção externa, ─ ou por auto-infecção interna. A gravidade da infecção dependerá da localização dos parasitos (no olho, no sistema nervoso central etc.) Hétero-infecção (mais comum) - O paciente ingere acidentalmente os ovos da tênia, veiculados pela água, por alimentos contaminados ou por mãos sujas. - O portador de T. solium, em uma casa, representa alto risco para os que aí convivem. Pois, suas fezes são muito ricas em ovos. - Por vezes um cônjuge tem a teníase e o outro a cisticercose. Auto-infecção externa -O paciente é portador de uma tênia adulta e, por suas mãos sujas, ingere muitos ovos que vão formar cisticercos. Auto-infecção interna -Os movimentos antiperistálticos ou de vômito levam proglotes grávidas até o estômago, onde são digeridas. Cisticercose maciça e disseminada em todos os tecidos (chamada ladraria humana). Condição que é extremamente grave. Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Formação do cisticerco As oncosferas sofrem elevada mortalidade, mas as que sobrevivem aos mecanismos imunológicos e já se encontrem nos tecidos, passam por um processo de crescimento e, depois, de vacuolização central (A). Em um ponto de sua parede vai formar-se uma invaginação onde se distinguem (B): - um receptaculum capitis (a), - o escólex invaginado (b) com suas pregas (c), e - no fundo, as 4 ventosas e o rostro, com sua dupla fileira de acúleos. Tudo mergulhado num líquido (d) segregado pela parede do cisticerco (e). Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Localização dos cisticercos - Só depois de 1 a 3 dias de ocorrida a infecção, os ovos eclodem, as oncosferas invadem a mucosa intestinal e ganham a circulação, indo localizarem-se nos tecidos. As localizações mais frequentes são : Olhos e anexos ...... 46,0% Sistema nervoso .... 41,0 Pele e subcutâneo.. 6,3 Músculos ................ 3,5 Outros órgãos ........ 3,2 Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Ação patogênica • Os mecanismos responsáveis pelas manifestações clínicas dependerão de fatores como: – a localização e o número de parasitas – a condição do hospedeiro – a resposta inflamatória induzida – a circulação liquórica e a seqüela de outras infecções • Ação mecânica compressiva • Ação inflamatória Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Ação patogênica Crescimento do cisticerco Compressão mecânica e deslocamento de tecidos ou estruturas Pode obstruir o fluxo normal de líquidos orgânicos (LCR) Processo inflamatório Ao redor do parasito Pode se estender a estruturas vizinhas Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose SNC Embrião Camada adventícia fibrosa Processo inflamatório com eosinófilos Ao degenerar e morrer Produtos de desintegração induzem ação tóxica e irritativa mais considerável Macrófagos, polimorfonucleares Formação de granuloma, com gigantócitos Reabsorção do cisticerco Reação inflamatória volta a diminuir Nódulo cicatricial Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Larvas: forma de vesículas de cerca de 0,5 a 1 cm de diãmetro, delimitadas por membrana lisa e preenchidas por líquido límpido, contendo o escólex Localização: preferencialmente na substância cinzenta (córtex cerebral) - mais vascularizada que a branca Apesar do grande número de parasitas o tecido cerebral tem aspecto normal, mesmo na proximidade imediata deles, o que indica uma coexistência pacífica entre parasita e hospedeiro Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Tomografias computadorizadas de crânio Três cisticercos situados nos lobos frontais Válvula de derivação intraventricular- peritoneal Cisticercos vivos e calcificados Grande número de cisticercos calcificados Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose Cisticercose no globo ocular Oncosfera chega através dos vasos da coróide Ao desenvolver-se se instala sob a retina Provoca seu deslocamento ou a perfura e invade o vítreo Com o tempo instalam-se reações inflamatórias exsudativas no vítreo, irites, uveítes, panoftalmias, etc, catarata (complicação) Opacificação Perda da visão / globo ocular Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose • Consiste em demonstrar o cisticerco no tecido envolvido • Pessoas que apresentam ovos ou proglotes em suas fezes devem ser avaliadas sorologicamente acerca da autoinfecção Diagnóstico Prof. Samuel Dias Araújo Júnior – Teníase e Cisticercose - Combinação de drogas antiparasíticas (praziquantel) e antiinflamatórias - Cirurgia às vezes é necessária no tratamento da infecção nos olhos, ou para reduzir o edema cerebral Tratamento
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