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CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura Kelsen Bravos Os Jovens E A LEITURA Kelsen Bravos Os Jovens E A LEITURA 6 FASCÍCULO Gratuito! 82 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Gente Jovem (lendo) Reunida Olá, Mediadores e Mediadoras da Leitura, Neste módulo trataremos sobre como fa- zer mediação da leitura para jovens. É importante refl etir sobre quem são e qual a importância da leitura literária para esse público, qual o contexto em que estão in- seridos, onde e como vivem, o que gostam de ler e que desafi os devem ser superados para se fazer uma consequente mediação de leitura para a juventude. A partir desses questionamentos, per- correremos temas como as dimensões da leitura literária, práticas e mediações pos- síveis de leitura. Como prática refl exiva, va- mos compartir a leitura da canção “Como Nossos Pais”, do compositor Belchior (1946- 2017), pois tem tudo a ver com o tema: Os Jovens e a Leitura. Se quiser participar dessa aula-canção, se é daqueles jovens para sempre, se acre- dita no poder de transformação da leitura, por que ainda não está inscrito nesse curso? Ah, claro que você está... Pois fi que atento ao nosso bate-papo e em todas as surpre- sas que nós preparamos para você em nos- sa sala de aula virtual (AVA). Acesse: ava.fdr.org.br Olá, Mediadores e Mediadoras da Leitura, CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 83 1. O PRINCIPAL RECURSO DA MEDIAÇÃO DA LEITURA: O SER HUMANO! A palavra é, e continuará sendo, o mais importante meio de comunicação. Ela é expressão cultural responsável pela constituição de acervos, que proporcionou todos os avanços tecnológicos, hoje tão presente na vida dos jovens e de todos nós. É de todas as invenções humanas o chip original. É também a que melhor traduz o ser humano em suas características sociais e históricas. Sociais, porque depende da relação com outras palavras. Históricas, porque transcende no tempo: tem passado, presente e futuro. No ato de ler, quanto mais analisarmos esses aspectos históricos e sociais de um texto, mais efi caz será a sua leitura. As pa- lavras são dotadas de humanidade, e os humanos são seres dotados de palavras. O ato da leitura é uma grande viagem hu- manista. Somos seres complexos: vivemos em um contexto presente que dialoga com o contexto passado e fl erta com o contexto futuro. Vivemos diversos papéis sociais. Na leitura, podemos assumir diversos papéis, a partir de pontos de vista distintos: o do leitor – e aqui eu proponho seguir o “eu-lí- rico”; o do autor; o do personagem. Além disso, posso também abordar o texto na perspectiva do contexto histórico, ou seja, o momento da publicação do texto em com- paração com o do momento da leitura. Ora, se é a palavra que predomina, e sendo ela a invenção mais utilizada por todo ser humano em todo lugar do mundo, não há alternativa senão buscar no próprio ser humano o recurso para a mediação da leitura, notadamente, do texto literário, pois ele é, ao mesmo tempo, seu produ- tor e usuário. A palavra tem todas as características de seu criador. Elas são “seres” históricos, ou seja, são do- tadas de presente, passado e futuro, e vivem de relações. O maior desafi o é, portanto, conscientizar o jovem – que também é um produtor de pa- lavras – de assumir um papel de leitor de palavras. Ler as palavras que diz e as pala- vras que ouve, é compreender a si mesmo e aos outros. Para isso, devemos sensibilizar o leitor jovem a perceber sua localização no mundo e sua relação com as pessoas, con- sigo mesmo e com todos para além das pessoas com quem interage. Isso vai fazer com que se perceba um ser único, mas de possibilidades múltiplas e, importante, um protagonista da própria história. 2. AS DIMENSÕES POÉTICA E FICCIONAL DA LITERATURA O mediador ou a mediadora da leitura deve a os poucos esclarecer e demonstrar que, ao se ler, também se cria uma história, am- plia-se o acervo individual de experiências que possibilitam ao leitor cada vez mais entender a si mesmo, bem como entender aos demais. E que as redes de relações são tramas reais da grande narrativa da própria vida da qual, conforme preconiza Larrosa (1996), o leitor precisa ser protago- nista. E quanto mais vivenciar as experiên- cias literárias, tanto melhor será, pois [...] o sentido de quem somos está sendo cons- truído narrativamente, em sua construção e em sua transformação terão um papel mui- to importante as histórias que escutamos e lemos, assim como o funcionamento des- sas histórias no interior de práticas sociais mais ou menos institucionalizadas (LARRO- SA, 1996, p. 142). 84 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE truído narrativamente, em sua construção e em sua transformação terão um papel mui- to importante as histórias que escutamos e lemos, assim como o funcionamento des- sas histórias no interior de práticas sociais mais ou menos institucionalizadas (LARRO- FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE O mediador ou a me- diadora deve estimular as falas (ou escritas) sobre as histórias “vividas” ou “inven- tadas” por consequência da lei- tura de textos literários. Essa postura coloca a leitora ou o leitor como prota- gonista do ato de leitura. Essa apreensão da dimensão poética e fi ccional do texto literário torna o ato de ler tão signifi cativo, que logo vira algo prazeroso e presente no cotidiano do leitor. Experimente! O mediador ou a me- diadora deve estimular as falas (ou escritas) sobre as histórias “vividas” ou “inven- tadas” por consequência da lei- tura de textos literários. Essa postura coloca a leitora ou o leitor como prota- gonista do ato de leitura. Essa apreensão da dimensão poética e fi ccional do texto literário torna o ato de ler tão signifi cativo, que logo vira algo prazeroso e presente no cotidiano do leitor. Experimente! CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 85 As dimensões poética e fi ccional nos possibilitam experi- mentar “verdades” que no “mundo real” seriam impossíveis, tais como viver a emoção do outro, de forma atemporal e atópica. É o que explica Cosson (2009): “No exercí- cio da literatura, podemos ser outros, podemos vi- ver como os outros, podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa experiência e, ainda, sermos nós mesmos. É por isso que interiorizamos com mais intensidade as verdades dadas pela poe- sia e pela fi cção.” A essa prática de mediação damos o nome de Círculos de Leitura, que são excelentes práticas a serem desenvolvidas com os jovens. A adoção de círculos de leitura estimula a per- cepção da dimensão estética da literatura, ao favorecer uma relação de afetividade com o tex- to literário e o ato de ler, de modo a estabelecer a relação pessoa/mundo, despertada pela palavra/ texto, a necessidade humanizadora da arte como expressão do ser, e a consequente ampliação desse processo afetivo, solidário, interpretati- vo, criativo, pautado pelo respeito,