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CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura Kelsen Bravos Os Jovens E A LEITURA Kelsen Bravos Os Jovens E A LEITURA 6 FASCÍCULO Gratuito! 82 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Gente Jovem (lendo) Reunida Olá, Mediadores e Mediadoras da Leitura, Neste módulo trataremos sobre como fa- zer mediação da leitura para jovens. É importante refl etir sobre quem são e qual a importância da leitura literária para esse público, qual o contexto em que estão in- seridos, onde e como vivem, o que gostam de ler e que desafi os devem ser superados para se fazer uma consequente mediação de leitura para a juventude. A partir desses questionamentos, per- correremos temas como as dimensões da leitura literária, práticas e mediações pos- síveis de leitura. Como prática refl exiva, va- mos compartir a leitura da canção “Como Nossos Pais”, do compositor Belchior (1946- 2017), pois tem tudo a ver com o tema: Os Jovens e a Leitura. Se quiser participar dessa aula-canção, se é daqueles jovens para sempre, se acre- dita no poder de transformação da leitura, por que ainda não está inscrito nesse curso? Ah, claro que você está... Pois fi que atento ao nosso bate-papo e em todas as surpre- sas que nós preparamos para você em nos- sa sala de aula virtual (AVA). Acesse: ava.fdr.org.br Olá, Mediadores e Mediadoras da Leitura, CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 83 1. O PRINCIPAL RECURSO DA MEDIAÇÃO DA LEITURA: O SER HUMANO! A palavra é, e continuará sendo, o mais importante meio de comunicação. Ela é expressão cultural responsável pela constituição de acervos, que proporcionou todos os avanços tecnológicos, hoje tão presente na vida dos jovens e de todos nós. É de todas as invenções humanas o chip original. É também a que melhor traduz o ser humano em suas características sociais e históricas. Sociais, porque depende da relação com outras palavras. Históricas, porque transcende no tempo: tem passado, presente e futuro. No ato de ler, quanto mais analisarmos esses aspectos históricos e sociais de um texto, mais efi caz será a sua leitura. As pa- lavras são dotadas de humanidade, e os humanos são seres dotados de palavras. O ato da leitura é uma grande viagem hu- manista. Somos seres complexos: vivemos em um contexto presente que dialoga com o contexto passado e fl erta com o contexto futuro. Vivemos diversos papéis sociais. Na leitura, podemos assumir diversos papéis, a partir de pontos de vista distintos: o do leitor – e aqui eu proponho seguir o “eu-lí- rico”; o do autor; o do personagem. Além disso, posso também abordar o texto na perspectiva do contexto histórico, ou seja, o momento da publicação do texto em com- paração com o do momento da leitura. Ora, se é a palavra que predomina, e sendo ela a invenção mais utilizada por todo ser humano em todo lugar do mundo, não há alternativa senão buscar no próprio ser humano o recurso para a mediação da leitura, notadamente, do texto literário, pois ele é, ao mesmo tempo, seu produ- tor e usuário. A palavra tem todas as características de seu criador. Elas são “seres” históricos, ou seja, são do- tadas de presente, passado e futuro, e vivem de relações. O maior desafi o é, portanto, conscientizar o jovem – que também é um produtor de pa- lavras – de assumir um papel de leitor de palavras. Ler as palavras que diz e as pala- vras que ouve, é compreender a si mesmo e aos outros. Para isso, devemos sensibilizar o leitor jovem a perceber sua localização no mundo e sua relação com as pessoas, con- sigo mesmo e com todos para além das pessoas com quem interage. Isso vai fazer com que se perceba um ser único, mas de possibilidades múltiplas e, importante, um protagonista da própria história. 2. AS DIMENSÕES POÉTICA E FICCIONAL DA LITERATURA O mediador ou a mediadora da leitura deve a os poucos esclarecer e demonstrar que, ao se ler, também se cria uma história, am- plia-se o acervo individual de experiências que possibilitam ao leitor cada vez mais entender a si mesmo, bem como entender aos demais. E que as redes de relações são tramas reais da grande narrativa da própria vida da qual, conforme preconiza Larrosa (1996), o leitor precisa ser protago- nista. E quanto mais vivenciar as experiên- cias literárias, tanto melhor será, pois [...] o sentido de quem somos está sendo cons- truído narrativamente, em sua construção e em sua transformação terão um papel mui- to importante as histórias que escutamos e lemos, assim como o funcionamento des- sas histórias no interior de práticas sociais mais ou menos institucionalizadas (LARRO- SA, 1996, p. 142). 84 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE truído narrativamente, em sua construção e em sua transformação terão um papel mui- to importante as histórias que escutamos e lemos, assim como o funcionamento des- sas histórias no interior de práticas sociais mais ou menos institucionalizadas (LARRO- FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE O mediador ou a me- diadora deve estimular as falas (ou escritas) sobre as histórias “vividas” ou “inven- tadas” por consequência da lei- tura de textos literários. Essa postura coloca a leitora ou o leitor como prota- gonista do ato de leitura. Essa apreensão da dimensão poética e fi ccional do texto literário torna o ato de ler tão signifi cativo, que logo vira algo prazeroso e presente no cotidiano do leitor. Experimente! O mediador ou a me- diadora deve estimular as falas (ou escritas) sobre as histórias “vividas” ou “inven- tadas” por consequência da lei- tura de textos literários. Essa postura coloca a leitora ou o leitor como prota- gonista do ato de leitura. Essa apreensão da dimensão poética e fi ccional do texto literário torna o ato de ler tão signifi cativo, que logo vira algo prazeroso e presente no cotidiano do leitor. Experimente! CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 85 As dimensões poética e fi ccional nos possibilitam experi- mentar “verdades” que no “mundo real” seriam impossíveis, tais como viver a emoção do outro, de forma atemporal e atópica. É o que explica Cosson (2009): “No exercí- cio da literatura, podemos ser outros, podemos vi- ver como os outros, podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa experiência e, ainda, sermos nós mesmos. É por isso que interiorizamos com mais intensidade as verdades dadas pela poe- sia e pela fi cção.” A essa prática de mediação damos o nome de Círculos de Leitura, que são excelentes práticas a serem desenvolvidas com os jovens. A adoção de círculos de leitura estimula a per- cepção da dimensão estética da literatura, ao favorecer uma relação de afetividade com o tex- to literário e o ato de ler, de modo a estabelecer a relação pessoa/mundo, despertada pela palavra/ texto, a necessidade humanizadora da arte como expressão do ser, e a consequente ampliação desse processo afetivo, solidário, interpretati- vo, criativo, pautado pelo respeito,para cada ação humana no contexto da narrativa EU (PALAVRA/TEXTO) O OUTRO (PALA- VRA/ATO/TEXTO) O MUNDO. Nesse contexto, podemos dizer que cada pessoa é um livro – um acervo individual, um mundo – e o univer- so uma imensa biblioteca. Cabe ao mediador ou à mediadora da leitura (que também é um livro/um acervo e tanto!) favorecer o encontro dos acervos individuais para amplia- ção das experiências literárias de todos. Para tanto, sugerimos aplicar a metodologia da “Abordagem Complexa de Leitura”, que trabalha, durante o ato de ler, a inter-relação dos múltiplos agentes do sistema de leitura, sobre a qual trataremos a seguir. Preparados? As dimensões poética e fi ccional nos possibilitam experi- mentar “verdades” que no “mundo real” seriam impossíveis, tais como viver a emoção do outro, de forma atemporal e atópica. É o que explica Cosson (2009): “No exercí- cio da literatura, podemos ser outros, podemos vi- ver como os outros, podemos romper os limites do tempo e do espaço de nossa experiência e, ainda, sermos nós mesmos. É por isso que interiorizamos com mais intensidade as verdades dadas pela poe- sia e pela fi cção.” A essa prática de mediação damos , que são excelentes práticas a serem desenvolvidas com os jovens. A adoção de círculos de leitura estimula a per- dimensão estética da literatura, ao com o tex- to literário e o ato de ler, de modo a estabelecer a relação pessoa/mundo, despertada pela palavra/ texto, a necessidade humanizadora da arte como expressão do ser, e a consequente ampliação desse processo afetivo, solidário, interpretati- vo, criativo, pautado pelo respeito, para cada EU O OUTRO (PALA- metodologia da “Abordagem Complexa de Leitura”, que trabalha, durante o ato de ler, a inter-relação dos múltiplos agentes do sistema de leitura, sobre a qual trataremos a 86 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 3. METODOLOGIA DE ANÁLISE DA LEITURA A metodologia da abordagem complexa da leitura pressupõe a existência de múlti- plos agentes, por meio dos quais defi nimos os vários pontos de vista de análise da lei- tura de um texto. Conforme Franco (2018): “A leitura é concebida como uma atividade complexa e dinâmica. A complexidade do sistema de leitura é justifi cada pela existên- cia de múltiplos agentes (leitor, autor, tex- to, contexto social, contexto histórico, con- texto linguístico, conhecimento de mundo, frustrações, expectativas, crenças etc.) que se inter-relacionam durante o ato de ler.” (FRANCO, 2018) FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 87 CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE CURSO FORMAÇÃO DE As possibilidades de leitura não se esgo- tam jamais e se tornam cada vez mais com- plexas, pois cada agente do sistema de lei- tura, em contato com cada um dos demais, ganha ineditismo e gera uma reação em ca- deia evolutiva ou involutiva, conforme, por exemplo, confi rmem ou não as expectativas ou fortaleçam ou não as crenças durante o ato de leitura. Essa complexidade, aliada à abertura do sistema, contribuem para a dinami- cidade do sistema de leitura. Tomemos como exemplo um dos agentes – o lei- tor. Ao interagir com outros elementos do sistema, ele se torna um novo leitor. À medida que o leitor se complexifi ca, seu posicionamento em relação ao tex- to pode ser inédito. Da mesma forma, os outros elementos podem se complexifi - car ao interagir com o leitor. Durante o ato de ler, suas expectativas, por exem- plo, podem ser alteradas bem como suas crenças podem ser fortalecidas ou enfra- quecidas. (FRANCO, 2018, p. 41) Essa inesgotável possibilidade da meto- dologia da abordagem complexa da leitura dá dinamicidade ao compartilhamento de pontos de vista nos círculos de leitura e tor- na a experiência cada vez mais ampla, diver- sa e, jamais, enfadonha. O mediador ou mediadora da leitura pode dinamizar as práticas de leitura com os jovens a partir do Jogo das Trocas de Pa- péis, que consiste em propor a mudança de ponto de vista na abordagem da leitura. Por exemplo, do ponto de vista do leitor para o ponto de vista do autor, ou para o ponto de vista do contexto histórico, ou o ponto de vista do narrador e assim por diante. 88 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE 4. COMO NOSSOS PAIS: EM UMA PRÁTICA REFLEXIVA DE CÍRCULO DE LEITURA Ao levar à percepção de que somos todos “livros em construção e de interpretação inesgotável”, creio ter demonstrado como “superar” a resistência à leitura de textos/ livros em plena era digital. Assim sendo, passemos à prática refl exiva. Para tanto, va- mos compartir a leitura da canção “Como nossos pais” (BELCHIOR, 1976, faixa 3), do compositor Belchior, como prática de me- diação da leitura. Antônio Carlos Belchior é um cantor e compositor brasileiro. Nasceu em Sobral, Ceará, em 1946, e foi um dos primeiros cantores de MPB do Nordeste a fazer sucesso nacional. A música “Como nossos pais”, de sua autoria, fez bastante sucesso na voz de Elis Regina. Belchior faleceu no dia 30 de abril de 2017. PARA ALÉM DO TEXTO 8888 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTEFUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 89 Em primeiro lugar, devemos estar cien- tes de que assim como toda leitura pres- supõe um “contrato” – implícito – entre autor e leitor, toda mediação de leitura requer um acerto, uma combinação entre a pessoa que media e as que partici- pam da mediação. Daí, antes de começar a leitura, vamos combinar que estamos a ler e a dialogar em um círculo de leitura (e, de fato, estamos em um enorme círcu- lo de leitura virtual, não é?). O diálogo pressupõe ouvir de forma integral a fala alheia e da mesma forma ser ouvido pelas demais pessoas envolvidas. Após essa prá- tica, cada um tira as suas conclusões e, se quiser, as expõe, até que, se for o caso, se chegue a uma decisão coletiva. Antes, porém, de começar a leitura, va- mos considerar que o eu-lírico do texto – essa voz que fala/canta em primeira pes- soa – seja o alter ego (um tipo de segun- do eu de mim mesmo) da tua, da minha,da nossa juventude. Ou seja, cada um vai considerar como sua a voz que fala na canção. Combinado? Então, para começar nosso diálogo, vou colocar meu ponto de vista sobre o que é ser jovem, a partir de algumas passagens da canção “Como nossos pais”. E cada um pode também fazê-lo, por exemplo, nos co- mentários, no Grupo de Facebook, no chat do nosso curso. Fiquem à vontade. Sugiro, naturalmente, que escutem a música. Ela é bem acessível na internet. Vamos lá sempre com foco no jeito de ser jovem, confi ram a letra, ouçam a canção: Não quero lhe falar, meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos Quero lhe contar como eu vivi e tudo que aconteceu comigo Viver é melhor que sonhar e eu sei que o amor é uma coisa boa Mas também sei que qualquer canto é menor do que a vida de qualquer pessoa Por isso cuidado, meu bem, há perigo na esquina Eles venceram e o sinal está fechado pra nós que somos jovens Para poder abraçar meu irmão e beijar minha menina na rua É que se fez o meu lábio, o meu braço e a minha voz (BELCHIOR, 1976, faixa 3, grifo nosso) Percebam que o eu-lírico da canção fala a uma pessoa jovem e, embora mais vivida, se identifi ca também como jovem: “...nós que somos jovens”. Como todo jovem, prefere a prática à idealização da realidade: “viver é melhor que sonhar”. Essa importância à vida experimentada é a mesma “experiência com as coisas reais” que encontramos em outra canção de Belchior, Alucinação, que diz: “Minha alucinação é suportar o dia a dia, e o meu delírio é a experiência com coisas reais.” DICA: A leitura literária é uma experiência real. O eu-lírico tem a consciência de que “o amor é uma coisa boa”, por exemplo: amar as “coisas que aprendeu nos discos” é bom, mas ele também está certo de que “qualquer canto” (no caso o substantivo derivado do verbo cantar: ato de cantar; e também canto, substantivo que designa lugar, quina, esquina) “é menor do que a vida de qualquer pessoa”. Essa importância dada ao outro é uma característica do jovem, pois lhe é fundamental estar em relação com o ou- tro, precisar da presença do outro. Jovens são, por excelência, pessoas gregárias. Gostam de estar incluídos, unirem-se em turmas ou “tribos”. DICA: Crie clubes de leitura. Ações coletivas com jovens são sempre bem-vindas. As esquinas simbolizam bem uma realidade da juventude. Escolher uma, entre várias possibilidades de caminho, cheias de incertezas, “perigos” e oposi- ções. “Por isso cuidado meu bem, há perigo na esquina. Eles venceram e o sinal está fechado para nós que somos jovens”. DICA: Aproveite o mote, num círculo de leituras, levante os anseios dos jovens. meu grande amor, das coisas que aprendi nos discos 90 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Uma coisa importante para entender e compreender os anseios de jovens é analisar o seu contexto histórico. Na canção, a oposi- ção entre “eles” e “jovens” registra o contexto histórico do autor: à época Belchior tinha 30 anos e o país vivia o estado de exceção. Cenário contra o qual, o eu-lírico se insurge com a atitude solidária de “abraçar” e “beijar”, e é contestatória porque sua manifestação é pública, é na rua e, à época, os direitos à manifestação estavam cassados. Um exemplo da essência ideológica, “romântica” dos jovens é a contestação social. DICA: Aproveite o mote e converse sobre a realidade em que o jo- vem está inserido. Isso em comunidades em situação de vulnerabi- lidade social tem um retorno excelente. Você me pergunta pela minha paixão Digo que estou encantado com uma nova invenção Eu vou fi car nesta cidade, não vou voltar pro sertão Pois vejo vir vindo no vento o cheiro da nova estação Eu sei de tudo na ferida viva do meu coração (BELCHIOR, 1976, faixa 3, grifo nosso) Estar “encantado com uma nova invenção”, a busca/descoberta do novo é sempre um anseio da juventude. Na canção, o eu-lírico talvez se referisse ao encanto com a recém-chegada televisão co- lorida ao Brasil. Se fosse nos dias atuais, a internet seria (e é!) a tal novidade e deve ser considerada. DICA: Aproveite o mote: converse sobre as formas de leitura na In- ternet e redes sociais. Nos versos fi nais, o eu-lírico (“encantado com a nova inven- ção”) expressa em sinestesias (sinto vir vindo no vento o cheiro de uma nova estação) a esperança – típica do idealismo juvenil! – da mudança. Mas também afi rma a desilusão de saber de tudo “na ferida viva no coração”. Tudo: os ídolos são os mesmos, nenhuma mudança, a não ser na aparência, porém a pior dor na parede da memória é a “traição” de quem lhe deu ideia de “uma nova consciência e juventude”, pois naquele aqui e agora da canção, o ainda jovem que lhe deu a tal ideia, “está em casa guardado por Deus a contar os seus metais”. Decerto uma atitude contra a que se insurgiu, tal qual contra tudo o que lutou. Minha dor é perceber que apesar de termos feito tudo, tudo que fi zemos Ainda somos os mesmos e vivemos, ainda somos os mesmos e vivemos Ainda somos os mesmos e vivemos / Como nossos pais. Constatamos nesses versos fi nais, o predomínio da emoção envolta no labirinto da memória a misturar certezas e decepções experimentadas em tudo que viveu. E depois desse momento “si- nestésico”, com lucidez constata e declara que a pior dor é per- ceber que apesar de tudo que foi feito, sua geração só mudou, de fato, nas aparências, mas elas não o enganam, pois seus repre- sentantes ainda vivem como os seus pais. A essência da juventude é contestatória, quer “impor” uma nova consciência e juventude, mas, segundo a canção de Belchior, só mudam as aparências. Aqui vale refl etir sobre tal permanência do modo de viver. Houve, de fato, ruptura? Faltou diálogo? Trazen- do a conversa para a sala da literatura, cabe perguntar: qual o risco de não haver diálogo intergeracional mediado pela literatura? O ris- co de repetir as coisas, a ponto de, apesar das tentativas de mudan- ça, ainda ser igual à geração do passado? Ou o problema consiste em nunca ter mesmo havido uma proposta de verdadeira mudança? CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 91 5. O CONTEXTO DOS JOVENS: AS ESCOLAS, AS “NÁRNIAS” E OS ESPAÇOS PÚBLICOS Depois desse passeio nas líricas de Belchior, que nos possibilitou pensar um pouco sobre a juventude, vamos nos debruçar sobre o contex- to da “vida real”, para buscar identifi car o que favorece e quais as difi culdades a serem supe- radas na mediação da leitura para jovens. Comecemos por identifi car os espaços de convivência dos jovens, a serem ocupados por atividades literárias: escolas, “nárnias” (quin- tais, jardins, livrarias), espaços e equipamen- tos públicos (centros culturais, bibliotecas, praças etc.). Os jovens estão, em sua maioria, na cha- mada idade escolar e, muitos, por questões históricas, vêm de famílias não leitoras, ou seja, não testemunham o ato de ler no seu contexto social mais importante. Daí, para a maioria seja talvez a escola o único espaço social de aces- so a bens culturais com expressão de arte, tais como a Literatura. Assim, cabe à escola, e mais precisamente aos professores, proporcionar às crianças, aos adolescentes e aos jovens a vivência da leitura por meio de círculos de leitura. Primeiro, deve ler para alunos e alunas e, paulatinamente, conduzi-los(las) à leitura autônoma. Esse ato deve ter como objetivo principal a ampliação de repertórios de leitura dos mais diversos textos em suas mais variadas formas e mí- dias, para formar, enfi m, leitor(a) letrado(a). 92 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Mas o que seria esse tal leitor letrado? Crítico, criativo e pensante, o(a) leitor(a) le- trado(a) tem competência de interpretar os mais diversos textos, compreende da notícia ao editorial; sabe orientar-se por meio de mapas, entende os textos legais,os rótulos de produtos industrializados, as bulas de re- médios, as prescrições médicas, as estatísti- cas; planeja e faz pesquisas em bibliotecas, hemerotecas e na internet, e, além desse domínio da leitura dos textos pragmáticos, amplia, aprofunda, dá mais densidade à própria existência pela apreensão da di- mensão estética de textos literários. O letramento para leitura e escrita, a par- tir de textos literários, possibilita à pessoa estabelecer, de forma refl exiva, contato con- sigo mesma e com o mundo em que se inse- re, pois, conforme Cosson (2009): “Na leitura e na escritura do texto literário encontramos o senso de nós mesmos e da comunidade a que pertencemos. A literatura nos diz o que somos e nos incentiva a desejar e a expres- sar o mundo por nós mesmos. E isso se dá porque a literatura é uma experiência a ser realizada. É mais que um conhecimento a ser reelaborado, ela é a incorporação do ou- tro em mim sem a renúncia da minha pró- pria identidade.”(COSSON, 2009, p.17) Sim, a literatura, pela “experiência real” que proporciona, constitui um bom cami- nho para formação de pessoas e, por isso, não só na escola deve-se fomentar práti- cas de leitura literária, pois é uma ação de humanização que se constitui como “[...] processo que confi rma no homem aqueles traços que reputamos essenciais, como o exercício da refl exão, a aquisição do saber, a boa disposição para com o próximo, o afi namento das emoções, a capacidade de penetrar nos problemas da vida, o senso da beleza, a percepção da complexidade do mundo e dos seres, cultivo do humor.” (CANDIDO, 20-04, p. 180). Entender a si mesma leva a pessoa a adotar atitudes necessárias e coerentes de rebeldia positiva a fim de mudar para melhor a si mesma e modificar o status quo, pois a arte literária favorece o diá- logo da sensibilidade com as coisas do mundo, ela é o fio condutor da emanci- pação cidadã necessária. PARA ALÉM DO TEXTO Os jovens representam 55% da população em situação de prisão no Brasil, somados os internos em centros socioeducativos para menores infratores (até 17 anos) e os internos em unidades prisionais (cuja maioria tem de 18 a 29 anos). São pessoas em idade escolar e precisam de ações mediadoras de leitura, tais como círculos de leitura. CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 93 6. Os espaços de convivência literária fora da escola são uma experiência real Para além da escola, existem várias ambiên- cias mais ou menos associadas à leitura: livrarias, cinemas, teatros e espaços even- tuais que reúnem cosplays, fãs de mangás e animes, HQs, youtubers, podcasts, video- casts, geeks, nerds… enfi m toda sorte de expressão ligada ao universo jovem, infe- lizmente ainda ao alcance apenas de uma minoria. Mas porque ninguém sobrevive sem arte, outros jovens se agregaram e defi - niram uma topografi a poética nas ruas, nas praças, em bares, pátios, quadras esporti- vas, quintais, jardins, parques, em bibliote- cas comunitárias, públicas, cafeterias, entre outros, onde se reúnem e expressam sua arte. Eles também se encontram na “sede” dos espaços particulares a que denominam “nárnias” (em referência ao livro/fi lme As Crônicas de Nárnia, de C. S. Lewis, sucesso absoluto entre os jovens), “onde leem livros, capturam textos na internet e declamam seus poemas e canções – como pães saídos da fornalha – escritos em folhas avulsas, em telas de celulares ou ditas no calor da hora porque já sabem de cor o correr do texto. Com as cordas da memória e do coração.” (PIÚBA, 2018) 94 FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA | UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE As nárnias se estabelecem não só por reserva de um ou de outro grupo, de modo algum, a moçada prefere mesmo se reunir em es- paço público, bem aberto, dos bairros periféricos e ocupá-los com ações literárias e afi ns, sobretudo saraus. A insegurança, entretanto, os impele aos encontros em espaços fechados, pois vivem, em sua maioria, em zonas de confl ito. Em todo o Brasil, o território da juventude está em disputa por for- ças que se digladiam. De um lado o aparelho repressivo do Estado e do outro as facções do crime orga- nizado – em guerra entre si e contra o Estado –, no meio a juventude se- denta de paz, ameaçada por todos os lados. Como prioridade política, no Ceará, por iniciativa das gestões públicas estadual e municipais, vem- -se construindo em diálogo com os Coletivos de Juventude, Arte e Cultura alternativas viáveis para mocidade. Nas periferias da Grande Forta- leza tem-se desenvolvido ações e disponibilizado espaços (praças, bibliotecas, Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciências e Esporte/Cucas) na intenção de acolher as manifes- tações poéticas dos coletivos de juventude que têm tentado “[...] transformar suas realidades en- tre o medo da morte e a espe- rança da vida, acreditando na força das palavras e das artes como se elas fossem coletes à prova de balas. São frágeis e vul- neráveis ao tempo que fortes e vigo- rosos, num paradoxo desconcertante e uma potência encantadora. Jovens que acreditam na arte porque, de alguma forma, ela mudou suas vidas e maneiras de ver, ser e estar no mundo.” (PIÚBA, 2018) os impele aos encontros em espaços fechados, pois vivem, em sua maioria, em zonas de confl ito. Em todo o Brasil, o território da juventude está em disputa por for- ças que se digladiam. De um lado o aparelho repressivo do Estado e do outro as facções do crime orga- nizado – em guerra entre si e contra o Estado –, no meio a juventude se- denta de paz, ameaçada por todos os lados. Como prioridade política, no Ceará, por iniciativa das gestões públicas estadual e municipais, vem- -se construindo em diálogo com os Coletivos de Juventude, Arte e Cultura alternativas viáveis para mocidade. Nas periferias da Grande Forta- leza tem-se desenvolvido ações e disponibilizado espaços (praças, bibliotecas, Centros Urbanos de Cultura, Arte, Ciências e Esporte/Cucas) na intenção de acolher as manifes- tações poéticas dos coletivos de juventude que têm tentado “[...] transformar suas realidades en- tre o medo da morte e a espe- rança da vida, acreditando na força das palavras e das artes como se elas fossem coletes à prova de balas. São frágeis e vul- neráveis ao tempo que fortes e vigo- rosos, num paradoxo desconcertante e uma potência encantadora. Jovens que acreditam na arte porque, de alguma forma, ela mudou suas vidas e maneiras de ver, ser e estar no mundo.” (PIÚBA, 2018) Entre as atividades dos encontros, talvez os saraus sejam a mais eloquente expres- são dessa topografi a poética, tanto nos cír- culos fechados como nos espaços públicos. A expressão colorida do grafi te compõe a cena na qual a juventude canta em rimas os slams e declama poemas autorais que espelham a realidade internalizada em seu espírito e que está no entorno de seus cor- pos juvenis. SLAMS Expressão poética que vem do rap, “slam poetry”, em inglês, são versos feitos para serem declamados e ouvidos pela audiência. Os próprios autores são quem os lê ou quem interpreta as palavras advindas de própria essência apresentando-as ao público presente. Assim como há no CORDEL os desafi os ou pelejas, no SLAM também encontramos as batalhas de rimas. REFERÊNCIAS BRASIL. Estatuto da Criança e do Adolescente. Lei Federal nº 8069, de 13 de julho de 1990. BELCHIOR, A. C. G. F. F. Como nossos pais. In: BELCHIOR, A. C. G. F. F. Alucinação. Polygram / Philips, 1976. Faixa 3 CANDIDO, Antonio. O direito à Literatura. In: CANDIDO, Antonio. Vários escritos. Rio de Janeiro: Ouro sobre Azul / São Paulo: Duas Cidades, 2004. COSSON, Rildo. Círculos de Leitura e Letramento Literário. São Paulo: Contexto, 2014. ________. Letramento literário:teoria e prática. São Paulo: Contexto, 2006. FREIRE, Paulo. A importância do ato de ler – em três artigos que se completam. São Paulo: Cortez, 2000. FRANCO, Claudio de Paiva. Por uma abordagem com- plexa de leitura. In: TAVARES, K.; BECHER, S.; FRANCO, C. (Orgs.). Ensino de Leitura: fundamentos, práticas e refl exões para professores da era digital. Rio de Ja- neiro: Faculdade de Letras da UFRJ, 2011. p.26-48. Dis- ponível em: <http://www.claudiofranco.com.br/textos/ franco_ebook_leitura.pdf> Acesso em: 16 nov. 2018. PAULINO, G.; COSSON, R. Letramento literário: para viver a literatura dentro e fora da escola. PIÚBA, Fabiano dos Santos. Carta aos que fazem Coletivos de Juventude e Arte da Cidade. In Evoé! - Literatura, Livro, Leitura, Bibliotecas e Cultura Digital, 2017. Disponível em: https://kelsenbravos.blogspot. com/2017/02/carta-aos-que-fazem-os-coletivos-de.html acesso em 16 nov. de 2018. REBOUÇAS, Carolina. Não é o fi m. 2016. Disponível em https://www.youtube.com/watch?v=L-GtMApogRM, acesso em 22 dez. de 2018 SOARES, Magda. Letramento: um tema em três gêne- ros. 2. ed. 11. Reimp. Belo Horizonte: Autêntica, 2006. UNICEF. O direito de ser adolescente: oportunidade para reduzir vulnerabilidades e superar desigualda- des. Fundação das Nações Unidas para a Infância. Brasí- lia/ DF: UNICEF, 2011. DESAFIO Em respeito à índole juvenil, quem quiser propor leitura para jovens tem de ouvi-los bem. Escute o que têm a dizer. É importante para defi nir o conteúdo do repertório de textos. Se não houver tempo, escolha temas universais, como: amor, erotismo, liberdade, contestação e afi rmação social, existencialismo, terror, fi cção científi ca. Pesquise: há excelentes publicações para jovens. CURSO FORMAÇÃO DE mediadores de leitura 95 Kelsen Bravos (Autor) Kelsen Bravos é escritor, professor, editor, consultor (na área do Livro, Leitura, Literatura e Cultura Digital) e pesquisador membro do Grupo de Pesquisa: Literatura, Estudo, Ensino e (Re)Leitura do Mundo (GPLEER). Graduado em Letras pela Universidade Estadual do Ceará (Uece), atuou como consultor para Literatura e Formação de Leitores do Programa Agentes de Leitura da Secult/CE, consultor para Literatura e Formação do Programa Alfabetização na Idade Certa (Paic - Seduc/CE), coordenador da Formação de Mediadores para Clubes de Leitura do Paic, concepção, organização e coordenação da Coleção Paic – Prosa e Poesia. No Instituto Pão de Açúcar de Desenvolvimento Humano (IPADH), coordenou e tutorou o programa Nossa Língua Digit@l/Comunicação, Expressão e Internet, voltado para crianças e adolescentes de 13 a 18 anos, ganhador do Prêmio Telemar de Inclusão Digital. Como escritor, tem publicados onze títulos, todos direcionados à infância. É editor do blog literário “Evoé!: Literatura, Livro, Leitura, Cultura Digital e Bibliotecas”. Rafael Limaverde (ilustrador) É ilustrador, chargista e cartunista (premiado internacionalmente) e xilogravurista. Formado em Artes Visuais pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do Ceará (IFCE). Escreve e possui livros ilustrados nas principais editoras do Ceará e em editoras paulistas. RealizaçãoApoio EXPEDIENTE: FUNDAÇÃO DEMÓCRITO ROCHA (FDR) João Dummar Neto Presidente André Avelino de Azevedo Diretor Administrativo-Financeiro Raymundo Netto Gestor de Projetos Emanuela Fernandes Analista de Projetos Tainá Aquino Estagiária UNIVERSIDADE ABERTA DO NORDESTE Viviane Pereira Gerente Pedagógica Luciola Vitorino Analista Pedagógica CURSO FORMAÇÃO DE MEDIADORES DE LEITURA Raymundo Netto Coordenador Geral e Editorial Lidia Eugenia Cavalcante Coordenadora de Conteúdo Emanuela Fernandes Assistente Editorial Amaurício Cortez Editor de Design e Projeto Gráfico Marisa Marques de Melo Diagramadora Rafael Limaverde Ilustrador ISBN: 978-85-7529-893-0 (Coleção) ISBN: 978-85-7529-899-2 (Fascículo 6) Este fascículo é parte integrante do Programa Fortaleza Criativa, em decorrência do Termo de Fomento celebrado entre a Fundação Demócrito Rocha e a Secretaria Municipal da Cultura de Fortaleza, sob o nº 05/2018. Todos os direitos desta edição reservados à: Fundação Demócrito Rocha Av. Aguanambi, 282/A - Joaquim Távora Cep 60.055-402 - Fortaleza-Ceará Tel.: (85) 3255.6037 - 3255.6148 - Fax (85) 3255.6271 fdr.org.br fundacao@fdr.org.br
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