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AULA 7 Educação física nas unidades e programas de saúdE

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Educação física nas unidades e programas de saúde
AULA 7
SISTEMA ÚNICO DE SAÚDE
O SUS é o sistema de saúde brasileiro, formado por um conjunto de unidades, serviços e ações com fim na promoção, proteção e recuperação da saúde do cidadão, sob a responsabilidade dos governos federal, estadual e municipal. 
A Constituição Cidadã de 1988, no art. 196, propõe as bases teóricas e conceituais para a política de saúde do país: 
A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação.
Ideário do SUS
A criação da Organização Mundial de Saúde, a implantação de sistemas de saúde universais, a Declaração de Alma-Ata e a proposta de Saúde para Todos do ano de 2000, contribuíram para a formulação de seu ideário baseado em:
Universalidade
Atenção a todo e qualquer cidadão brasileiro nos serviços públicos ou contratados em território nacional.
Equidade
Possibilidade de atender a todos os cidadãos, conforme suas necessidades, até o limite do sistema.
Integralidade
Parte do princípio de que o ser humano é integral, considerando, no mínimo, suas dimensões biológica, emocional e social, que devem ser contempladas por um sistema também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde nos seus diversos níveis de complexidade.
Princípios do SUS
A organização do SUS é regida pelos seguintes princípios:
REGIONALIZAÇÃO E HIERARQUIZAÇÃO
É o principio da territoraliedade, organizado em níveis de complexidade tecnológica crescente.
AUMENTO DA RESOLUTIVIDADE
É a capacidade de dar uma solução aos problemas do usuário do serviço de saúde de forma adequada, evitando caminhos desnecessários e duplicidade de ações.
DESCENTRALIZAÇÃO
É a redistribuição das responsabilidades quanto as ações e aos serviços de saúde nos três entes governates federados:
União, Estados e Municipios, que devem articular-se, cooperar entre si e zelar pela sua qualidade.
PARTICIPAÇAO DOS CIDADAOS
Participação na gestão publica, podendo intervir na tomada da decisão administrativa, orientando a administração a adotar medidas que realmente atendam ao interesse publico.
COMPLEMENTARIEDADE DO SETOR PRIVADO
Quando o setor publico for insuficiente, o setor privado deve suplementar, seguindo os mesmos princípios do SUS.
Trajetória histórica do SUS
De onde veio o SUS?
Os institutos de previdência foram centralizados na década de 60 pelo antigo INPS (Instituto Nacional de Previdência Social) para o atendimento ao trabalhador. Foi então estendido para várias categorias rurais, embora mantendo restrições para vários desses segmentos, produzindo desigualdades sociais no setor, entre as quais a sanitária. 
Organismos internacionais, como a OPAS (Organização Pan-Americana da Saúde) , passam a influenciar o pensamento em saúde no Brasil, com o surgimento de críticas ao modelo hegemônico de assistência médica previdenciária.
O regime militar, instaurado em 1964, apresentou grande tensão do Estado e da sociedade pela instauração de uma democracia representativa de fachada, ampliando as desigualdades socioeconômicas. Surgem, no final da década de 1970 e início da década de 1980, movimentos sociais urbanos, com demandas por políticas públicas, principalmente no setor da saúde.
 
Havia então um modelo de saúde fragmentado e desigual, que privilegiava interesses econômico-corporativos do empresariado atuante na área. Os serviços médicos se dividiam em três níveis: o setor privado para os ricos, os planos de saúde para um grupo seleto de assalariados e pessoas da classe média e os serviços públicos para pagantes da Previdência Social.
Em 1979, no I Simpósio sobre Política Nacional de Saúde, a Câmara dos Deputados apresenta, pela primeira vez, a proposta do SUS. 
Assim, em 1980, com a crise das políticas da Previdência Social e da saúde, como resultado da recessão, desemprego, aumento da dívida pública e queda da arrecadação, surge o movimento sanitário brasileiro. 
Este movimento propõe a ocupação dos espaços institucionais e a formulação/ implementação ativa de políticas de saúde frente à crise previdenciária do Estado.
O Prev-Saúde (Programa Nacional de Serviços Básicos de Saúde) foi criado em 1980 como proposta de reorganização do sistema de saúde, inspirado nas propostas da Conferência de Alma-Ata, que privilegiam a atenção primária e a participação popular para a consecução da meta de “Saúde para Todos no ano de 2000”. 
É criado, em 1981, o CONASP (Conselho Nacional de Administração de Saúde Previdenciária), que deixa predominar uma aliança entre o pensamento médico-liberal (situado no comando do INAMPS) e técnicos vinculados ao aparelho previdenciário, com a derrota do segmento privado contratado. 
É transferida a responsabilidade financeira do governo federal para os demais entes federativos, segundo o princípio de universalização do direito à saúde e de responsabilidade pública para garanti-lo, com a introdução da AIH (Autorização de Internação Hospitalar) e das AIS (Ações Integradas de Saúde).
Seguindo a trajetória de mudanças do Brasil, com a transição do regime militar para a chamada “Nova República”, em 1986, é constituída a Comissão Nacional da Reforma Sanitária, com a finalidade de analisar as dificuldades identificadas no funcionamento da rede nacional de serviços de saúde e sugerir opções para a nova estrutura organizacional do sistema.
No Brasil, a Constituição Cidadã de 1988 é elaborada a partir da luta dos cidadãos brasileiros que, por meio de um projeto de Reforma Sanitária, propõe as bases teóricas e conceituais do SUS.
 
Em 1988, o SUS é criado e aprovado pela Constituição Federal, que reconhece o direito de acesso universal à saúde para toda a população. Em 1990, é aprovada a Lei Orgânica da Saúde, que detalha o funcionamento do sistema.
A Organização do SUS
A implantação do SUS tem sido orientada pelas Normas Operacionais, instituídas por meio de portarias ministeriais, que definem as competências de cada esfera de governo e as condições necessárias para que Estados e municípios possam assumir as novas posições no processo.
As responsabilidades com a gestão e o financiamento do SUS são compartilhadas entre os gestores dos três âmbitos:
Cabe às Secretarias Estaduais de Saúde (SES) coordenar o processo de implantação do SUS no respectivo Estado;
Nos municípios, a relação do gestor estadual é de coordenação e avaliação, tendo como espaço de negociação e decisão política a Comissão Intergestores Bipartite (CIB), não havendo uma hierarquia entre ambos ou subordinação dos municípios às Secretarias.
A participação da comunidade se concretiza por meio de Conferências de Saúde e pelos Conselhos de Saúde.
Financiamento do SUS
O financiamento do SUS é de responsabilidade dos três níveis de governo e determinado a partir da Emenda Constitucional nº 29, aprovada no ano de 2000. 
Mais de 60% do total correspondem aos recursos federais que são repassados a Estados e municípios, por meio de transferências diretas do Fundo Nacional de Saúde aos fundos estaduais e municipais. 
Estes, por sua vez, recebem também aportes de seus próprios orçamentos.
A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. 
A Lei 8.142, de 28 de dezembro de 1990, dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos financeiros na área da saúde.
Estrutura hierárquica de atenção à saúde
O SUS apresenta uma gestão descentralizada do sistema, que se fortalece principalmente em decorrência da generalização da municipalização, apresentando uma estrutura hierárquica de atenção à saúde:
1º Nível: referencia intermunicipal, com a assistência á saúde pela Atençaõ Básica
2º Nível : Composto pela Organização da Média complexidade ambulatorial e Hospitalar.3º Nível: Composto pela assistência de alta complexidade.
 Atenção Básica
Atenção Básica se torna importante no processo de reorganização dos sistemas municipais de saúde, sendo definida, no “Manual para Organização da Atenção Básica”, editado pelo Ministério da Saúde, em 1988, como “um conjunto de ações, de caráter individual ou coletivo, situadas no primeiro nível de atenção dos sistemas de saúde, voltadas para a promoção da saúde, a prevenção de agravos, o tratamento e a reabilitação”.
“No Brasil, a organização da atenção básica está delegada à gestão municipal e os repasses dos recursos federais são automáticos, por meio do Piso da Atenção Básica (PAB), fixo e variável. Alguns Estados instituíram repasses específicos para o PSF e para o PACS, sejam de recursos diretos fundo a fundo, sejam pela contratação de profissionais e cessão dos mesmos aos serviços instalados e geridos pelos municípios. 
É importante ressaltar que o crescimento e a consolidação do PSF estão intimamente ligados ao relevante papel dos municípios no processo de sua implantação. Também há que se destacar que todos os Estados da federação estabeleceram coordenações de PACS e PSF no início de sua implantação e, como no Ministério da Saúde, vários desses Estados evoluíram para a criação e organização de equipes não só voltadas ao PACS e PSF, mas também para todo o rol de ações próprias da atenção básica” (BRASIL, 2003).
Fonte: Documento Orientações para proceder auditoria na Atenção Básica

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