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AULA 02 HISTÓRIA DA ARQUITETURA PARTE 2- SÉCULO XIX E XX Universidade de Pernambuco – Escola Politécnica Engenharia Civil Disciplina: Arquitetura Professora : Juliana Melo jmelo.urb@gmail.com Contexto Século XIX... Grandes transformações Revolução Industrial Crescimento das cidades Indústrias Moradias insalubres Epidemias Teorias higienistas Divisão do trabalho Teorias sociais Razão Romantismo Nacionalismo Contexto Estilos Historicistas (Séc. XIX) Arquitetura Historicista • Em meio as transformações da vida moderna que acontecem num ritmo muito mais frenético que antes, o século XIX é um período de busca por um estilo que corresponda à época; • Os Revivals arquitetônicos (ou estilos historicistas) são releituras de estilos passados que ganham força em diversos países da Europa: Neorromânico, Neoclássico, Neogótico, etc. • As principais características destes estilos é a adoção de formas de estilos passados, com materiais e técnicas construtivas da época. Oxford Museum O Panthéon de Paris é o primeiro edifício de importância que pode ser chamado de Neoclássico . Panthéon de Paris Arquitetura Historicista Arquitetura Historicista Academia Pernambucana de Letras Neoclássico O Brasil também teve suas expressões da Arquitetura Historicista... Arquitetura Historicista Catedral da Sé (1913) São Paulo Arquitetura Historicista Catedral de Petrolina Igreja de Santo Antônio- Aracaju A cidade no século XIX Até 1840... • Crescimento acelerado, por conta da Revolução Industrial; • Ambientes insalubres, fábricas em meio às habitações; • Demanda por obras de infraestrutura básica: saneamento, transporte, habitação, ordenamento urbano, etc. “Com um escoamento precário e uma manutenção inadequada, tais condições levavam à acumulação de excrementos e lixo e a inundações, o que provocava naturalmente uma alta incidência de doenças – primeiro a tuberculose, depois, ainda mais alarmante para as autoridades, os surtos de cólera na Inglaterra e na Europa Continental, nas décadas de 1830 e 1840.” (Frampton, 2008: 14) A cidade industrial Londres (1850) Rue Transtornain (H. Daumier) A cidade industrial A cidade no século XIX Pós 1840... • Se inicia um período de grandes reformas urbanas, a partir da Reforma de Paris empreendida pelo Prefeito Eugéne Haussman, que visava corrigir os problemas da cidade industrial, principalmente em relação à: salubridade e higiene, ventilação, circulação e estética; • A demolição de quadras inteiras, para reconstrução ficou conhecida na História da Cidade e do Urbanismo como ‘tabula rasa’; • Tinham também uma função política, ordenar (retificar) a cidade e evitar barricadas, revoltas; A cidade industrial Cidade pré-industrial Cidade industrial Cidade moderna As Reformas Urbanísticas As Reformas Urbanísticas • Ampla destruição; • Traçado retilíneo; • Abertura de vias largas como se fosse artérias; • Criação de boulevares, parques, arborização, “pulmões da cidade”; • Edificações padronizadas, alinhadas no limite do lote com aberturas em todas as fachadas; • Valorização de monumentos. Paris - Eugéne Haussmman Tudo isso só foi possível acompanhado do avanço das legislações urbanísticas! As Reformas Urbanísticas foram marcadas por: A Reforma de Paris Bosque de Vincennes Bosque de Boulogne O Plano de Barcelona Plano de Barcelona (1855) Idelfons Cerdá Assim como Paris, várias cidades da Europa, passaram por grandes reformas urbanísticas no século XIX. O Plano de Barcelona O Plano de Barcelona O Ecletismo é o estilo arquitetônico consagrado pela Reforma de Paris. “O Ecletismo era a cultura arquitetônica própria de uma classe burguesa que dava primazia ao conforto, amava o progresso (especialmente quando melhorava suas condições de vida) amava as novidades, mas rebaixava a produção artística e arquitetônica ao nível da moda e do gosto.”(PATTETA, 1987:13) Arquitetura Eclética Entende-se por Ecletismo na arquitetura como uma corrente cultural caracterizada pela reutilização mais ou menos livre do vocabulário formal de estilos do passado. Esses estilos teriam sido reinterpretados nos edifícios de acordo com a suposta analogia entre eles e sua tipologia funcional Neoclássico obedece com fidelidade de composição as regras ditadas pelos tratadistas no Renascimento. Ecletismo as regras de composição seriam reconsideradas à luz da intenção decorativa, sem rigor e com liberdade, visando também atender o gosto do cliente. Ecletismo (1840-1890) Arquitetura Eclética • Os arquitetos tiraram partido dos estilos do passado, adaptando as novas soluções de planta, volumes e materiais, adaptando os edifícios às necessidades contemporâneas; • As reformas urbanas de Paris, Viena e outras, isolaram monumentos em perspectivas para que fossem valorizados e admirados em três dimensões; • A burguesia não adotou colocar na própria fachada a ordem arquitetônica que tinha sido estipulada para as ruas procurava monumentalidade nos detalhes e ornamentação (colunas, pilares, frontões, etc) Arquitetura Eclética Edifício Metropolis (Madrid, Espanha) Arquitetura Eclética Reichstag (Berlim, Alemanha) Avenida dos Aliados (Portugal) Arquitetura Eclética Casa Rosada (Argentina) O Ecletismo também aconteceu fora da Europa.... Arquitetura Eclética Teatro Municipal (Rio de Janeiro) Arquitetura Eclética Art Nouveau (1880-1890) “ a obra de todos [...] foi colocada em conjunto, julgada e descrita pela única qualidade obviamente em comum a todos: a novidade; assim originou-se o termo Art Nouveau; contudo, os motivo que impeliam tais artistas eram bastante diversos.” (VELDE apud BENEVOLO, 1976:276) Movimento artístico inaugurado na Bélgica, país que recebia muitos artistas desprezados e ignorados pelo público, entre eles: Paul Cézanne, Vicent Van Gogh, Auguste Rodin, Constantin Meunier, entre outros. • Busca por uma nova arte, arquitetura; • Rejeição ao Ecletismo e estilos Historicistas; • Busca por formas que refletissem a função dos edifícios na vida moderna. Arquitetura Art Nouveau O Art Noveau foi mais que um estilo, foi um movimento artístico. Arquitetura Art Noveau Principais características: • Linhas sinuosas; • Formas orgânicas; • Assimetria; • Cores; • Presença de elementos naturais; • Subjetividade e simbolismo; • Preocupação com detalhes. Arquitetura Art Noveau Livre de traços históricos Adequada ao proprietário Utilização plena dos materiais novos Arquitetura Art Nouveau Principais obras: Casa Tassel (Victor Horta, 1892-1893) Arquitetura Art Nouveau Entradas do metrô parisiense, feitas com ferro e vidro. Hector Guimard (1867-1942) Extraordinário complexo de pedra Templo expiatório da Sagrada Família Arquitetura Art Nouveau Parque Guell Pavilhão de entrada do parque Arquitetura Art Nouveau Cripta da colônia Guell Arquitetura Art Nouveau Casa Milà Arquitetura Art Nouveau O Art Déco (1920) • O movimento Art Déco surge nos anos 1920, mais especificamente na França e ganhou força nos EUA na década seguinte; • Tem esse nome por conta da 1ª Exposição Internacional de Artes Decorativas e Industriais Modernas, realizada em Paris em 1925; • Na arquitetura, Art Decó também ficou conhecido como arquitetura Protomoderna.Cartaz da 1ª Exposição Arquitetura Art Déco Todas as vanguardas são mescladas no Art Déco: movimento que atingiu as artes plásticas, o design, a arquitetura, o desenho industrial e até o cinema. Principais características • Intenção decorativa; • Desenho “ultramoderno” monumental; • Simplicidade das linhas (retas, curvas simples); • Rigor geométrico; • Luxo, movimento e velocidade: expressão da modernidade nas obras; • Mescla materiais industriais e materiais nobres (bronze, mármore, prata, marfim, etc) Arquitetura Art Déco Principais características do Art Decó na arquitetura • Muito presente nos arranha-céus americanos; • Tentativa de racionalização dos volumes e dos elementos de ornamentação; • Composição tripartite clássica - base, corpo principal e coroamento; • Predominância de linhas verticais para tornar, através da percepção, o edifício mais alto. • Escalonamento dos volumes arquitetônicos, transposição da ideia do zigurate, aproximação de formas aerodinâmicas; • Uso do concreto armado, das esculturas com forma de animais, o uso dos tons de rosa e a geometrização das formas. • Integração dos edifícios com o design interior. Art Déco na arquitetura Edfício Chrysler em Nova Yorque (William Van Alen, 1928–1930). Empire State Building (Shreve, Lamb and Harmon, 1929–1931). Art Déco na arquitetura Vanguardas arquitetônicas Primeiras décadas do século XX... • A modernidade era plena, as amarras das artes com o passado iam se tornando menores ao invés de ‘modelo’ as artes do passado são ‘referências’, muitas vezes negadas. • As grandes cidades já estabelecidas, assim como as indústrias e os novos costumes, o que dava total condição de se compreender a época em que se vivia e refleti-la em novos estilos artísticos; • 1ª Guerra Mundial (1914-1918) vitória dos Aliados (França, Rússia e Grã-Bretanha) • Popularização do automóvel e dos meios de comunicação, como o rádio; • Revolução Russa (1917) Neste contexto, as artes começam a refletir valores dos tempos modernos – praticidade, produção em massa, simplicidade, velocidade – e a negar as formas do passado. Os novos movimentos artísticos, as vanguardas, desconstroem as formas, inovam nos materiais, experimentam e rompem com cânones passados. Expressam-se em diversas manifestações artísticas. Cubismo - Pablo Picasso - Guernica Vanguardas arquitetônicas Construtivismo russo - 1919 • Movimento de vanguarda que unia ideologia política e estética; • Difundido na Revolução • Negação à ‘arte pura’: a nova arte deveria ser inspirada nas conquistas do povo operário, nas máquinas, na industrialização; • Formas geométricas puras, cores primárias; • Envolvidos pelas ideias da Revolução, os arquitetos construtivistas acreditavam que os projetos deveriam servir ao povo e ao estado; • Arte e arquitetura deveriam ser unificadas e úteis; • Arquitetura como um modelo social. A arquitetura era usada como veículo de transformação, pois era a arte que estava nas ruas, à alcance das massas. Vanguardas arquitetônicas Vanguardas arquitetônicas Vladimir Tatlin - Monumento a 3ª Intentona Kontantin Melnikov – Pavilhão da URSS na Exposição de Paris 1925 Vanguardas arquitetônicas Vanguardas arquitetônicas Futurismo Desenhos de Antonio Sant’ Elia (1914) Vanguardas arquitetônicas De Stjil (Neoplasticismo) Casa Schröder Gerrit Thomas Rietveld (1924) Vanguardas arquitetônicas Bauhaus Edifício da Bauhaus em Dessau (1925) Cartaz da Bauhaus (1923) Vanguardas arquitetônicas Bauhaus (1919) Edifício da Bauhaus em Dessau (1925) • Surge da união da Escola de Artes e Ofícios e da Escola Superior de Belas Artes: • Primeiro diretor: Walter Gropius; • Objetivo: concretizar uma arquitetura moderna que, como a natureza humana, abrangesse a vida em sua totalidade; impedir a escravização do homem pela máquina desenvolver objetos e construções voltados para a produção industrial; • Utilização de materiais modernos: aço, vidro, concreto armado. A principal característica da Bauhaus é a união entre arte, design, arquitetura e produção. Os estudos visavam popularizar as artes através de produtos produzidos em escala, porém com valor artístico e funcionalidade. Vanguardas arquitetônicas Vanguardas arquitetônicas Arquitetura Moderna As vanguardas arquitetônicas, especialmente a Bauhaus, formam as bases para o estabelecimento da Arquitetura Moderna, logo nas primeiras décadas do século XX. Principais características: • Rejeição aos estilos Historicistas e a qualquer “cópia” do passado; • Influência clássica; • Edifícios econômicos, funcionais “A forma segue a função” (Adolf Loos); • Despojamento de ornamentação “Menos é mais” (Mies Van Der Rohe) Arquitetura Moderna Le Corbusier • Foi um dos principais teóricos da Arquitetura e Urbanismo Moderno; • Defendia que a arquitetura devia ser composta de volumes e formas puras: "A arquitetura é o jogo sábio, glorioso e magnífico de volumes sob a luz do sol." Arquitetura Moderna Le Corbusier encontrará a fórmula: o homem como medida de todas as coisas, a medida humana, o Modulor. Capela Ronchamp (1950) A Villa Savoye é uma das residências mais famosas do mundo. Foi projectada em França, década de 1920, e é considerada um dos ícones maiores da arquitectura moderna no século XX. Le Corbusier (1928) Arquitetura Moderna Construída para ser uma casa de fim-de-semana em Poissy, então um arborizado subúrbio de Paris, a Vila Savoye representa o ápice do estilo purista de Le Corbusier dos anos 20. A Villa Savoy dispõe os “cinco pontos da nova arquitectura”, propostos na obra teórica de Le Corbusier a respeito da arquitectura moderna, século XX. 1. Planta livre da estrutura: a divisão dos cómodos internos é feita independentemente da configuração estrutural, de forma que as paredes divisórias não possuem função na sustentação do edifício. Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna 2. Construção sobre pilotis: pilotis é um sistema, proposto por Corbusier, no qual o térreo das construções fica livre, de forma a transformá-lo em uma extensão do espaço externo e elevando a residência do solo. Arquitetura Moderna 3. Terraço – jardim: evitando a cobertura tradicional em telhados, Le Corbusier propõe a ocupação das últimas lajes das edificações com jardins, libertando do solo usos particulares. 4. Fachada livre – a disposição das aberturas na fachada é independente da configuração estrutural do edifício, e não mais junto à fachada. 5. Janela em fita – Le Corbusier evita a solução tradicional de propor aberturas limitadas, ou muito verticais, buscando iluminação constante e homogénea, da mesma forma que o resultado estético na fachada evita a ornamentação excessiva da arquitetura anterior. Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna Interiores Arquitetura Moderna “A casa é a máquina de morar.” Mies Van Der Rohe Pavilhão da Feira Universal de Barcelona (1929) “Less is more.” (Menos é mais.) • Pilares em aço, com desenho em cruz grega • Planos perpendiculares constroem o espaço tridimensional • Cortinas de vidro delimitam os espaços internos e externos • Inovação e extravagância: aço, vidro e mármore • Entendido como uma das mais perfeitas expressões do pensamento projetual de Mies van der Rohe. Arquitetura Moderna Arquitetura ModernaArquitetura Moderna Arquitetura Moderna Arquitetura Moderna Arquitetura Pós-moderna (1960) “Less is bore.” (Menos é chato.) • Arquitetura é complexa, contraditória; • Críticas com base sociológicas à escala monumental e a impessoalidade do modernismo; • Uso irônico e exagerado de referências históricas; • Cores, materiais; • Formas geométricas; • Oposto ao modernismo. Arquitetura Moderna Museu de Stuttgart – James Stirling Piazza D’Italia – Charles More
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