Buscar

Ep14_Platão2

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Prévia do material em texto

Platão – A República (Livro II)
Platão & O Anel de Giges (Plato & The Ring of Gyges)
E se você pudesse se sair com a sua em tudo?
Suponha, por exemplo, que você pudesse roubar do seu melhor amigo, e não só ele jamais descobriria que foi você, ele acharia também que você é o melhor amigo de todos por deixá-lo chorar em seu ombro. Enquanto isso, você vai vivendo com o roubou, e tem uma devotada ferramenta... Digo, amigo, para servir.
Acredite ou não, Platão fala sobre você em seu Livro II de A República. Bem, ele fala de pessoas como você, se fores o tipo de pessoa que disposta a fazer o que for necessário para se dar bem, especialmente se você pode fazê-lo sem ser pego.
Platão nos conta uma história – um mito, na verdade – de um humilde pastor que descobre um misterioso abismo (chasm), e dentro dele havia um anel mágico; quando ele virou o anel de modo que o jóia encarava a palma de sua mão (the setting faced his palm), ele se tornou invisível. Nessa noite, enquanto descansava ao redor de uma fogueira com outros pastores, ele começou a girar o anel e percebeu que os outros, achando que ele havia saído, começaram a falar dele; quando, na verdade, ele estava invisível. Ele não perdeu tempo seduzindo a rainha e, com sua ajuda, assassinando o rei e tomando o poder.
Mesmo tendo cometido uma grave injustiça, ele certamente se beneficiou, não foi?!
Bem, de acordo com Platão, não. Apesar de agora ser infinitamente mais rico e poderoso, Platão acredita que o pastor não se beneficiou ao cometer essa injustiça.
Mas por quê? Certamente é bom ganhar alguma riqueza material ou status social; realmente importa como isso é obtido? Mas Platão não acredita que a injustiça seja a melhor vantagem para alguém (one’s best interest). Na verdade, é o contrário! Você vê, de acordo com Platão, a justiça é inerentemente valiosa. O justo será sempre infinitamente mais feliz e, desta forma, mais rica que a pessoa injusta (unjust person). Pois Platão não acha que o bem (goodness) é derivado do ganho material ou social: por pensar dessa maneira, é o que o pastor errou.
A justiça no individuo é a condição de uma alma harmoniosa governada pela razão. Veja, Platão acredita que a alma é composta por três partes: a parte do desejo (appetitive part), que reflete nossos impulsos (urges); a parte espirituosa (spirited part), que reflete nossas emoções; e a parte racional (rational part), que reflete o melhor de nós mesmos. É por isso que o indivíduo justo nunca cometerá injustiças, mesmo que ele ou ela consiga se safar ou não. Em outras palavras, o justo sabe que cometer injustiças bagunça (messes) sua alma, e assim, também, sua felicidade.
Este texto pertence à Wisecrack –YouTube Channel e detém toda sua autoria. Esta versão é meramente uma tradução livre.

Outros materiais