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Aula 01 Interpretação de texto Prof. Hélio Taques

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Prévia do material em texto

Aula 01 - Interpretação de Texto 
 
www.fatodigital.com.br Prof. Hélio Taques 
 
 
1 
 
• Compreensão e interpretação de texto 
• Tipos e gêneros textuais : descrição, narração, 
dissertação, propaganda, editorial, cartaz, anúncio, 
artigo de opinião, artigo de divulgação, bula, charge, 
tirinha, oficio , carta. 
• Coesão e coerência, 
• variedade linguística 
• semântica. 
 
Compreendendo os Enunciados 
A palavra compreensão 
Quando a questão é de compreensão o juízo de valor do 
leitor é irrelevante, não importa, deve ser desconsiderado. 
Limita-se as ideias contidas apenas no texto de fato. 
Geralmente os enunciados que aparecem nas questões 
são: 
• De acordo com o texto 
• Para o autor 
• Conforme o texto 
• A ideia principal do texto é: 
 
“ Na primeira noite, eles se aproximam e colhem uma flor 
de nosso jardim, e não dizemos nada. Na segunda noite, já 
não se escondem, pisam nas flores, matam nosso cão, e 
não dizemos nada. Até que um dia, o mais frágil deles 
entra sozinho em nossa casa, rouba-nos a lua e arranca-
nos a voz da garganta. E, porque não dissemos nada, já 
não podemos dizer nada!” 
Maiakovski 
 
O QUE ESTÁ ESCRITO, ESCRITO ESTÁ! 
 
Conceito de Texto 
Texto é qualquer conjunto de elementos que , capazes de 
serem captados por nossos sentidos (visão, audição, tato, 
olfato e gustação), possam funcionar como meio de 
interação, registro, conservação e transmissão de 
informação. 
Gurgel, Maria Cristina Lírio. Leitura: representações e 
ensino. In: Valente, André (org). Aulas de português: 
Perspectivas inovadoras. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999, 
p.209. 
 
Tipologia Textual 
São três as tipologias textuais: 
 
Narração – Desenvolvimento de ações. Tempo em 
andamento. 
 
Dissertação – desenvolvimento de ideias. Temporais e 
atemporais. 
 
Descrição – retrato através de palavras. Tempo estático. 
 
Injuntivo - Utiliza linguagem simples e direta, os verbos 
são empregados no modo imperativo. 
 
Ex: bula de remédio, manuais, etc. 
 
Gêneros Textuais 
É a variedade de textos que circulam na 
sociedade. 
• Carta 
• E-mail 
• Letra de música 
• Bilhete 
• Bula de remédio 
• Charge 
• Quadrinhos 
• Cartum 
• Símbolos 
• Ícones 
• Imagens 
• Mapas 
• Textos jornalísticos 
• Poemas e poesias 
• Blog / fotolog 
• Horóscopo 
 
A Tormenta de Quinquinha 
Sempre saía de sua casa no horário, sua roupa parecia 
combinar com as cores do muro, seu batom era de um tom 
avermelhado que às vezes lhe causava uma sensação de 
morte. 
Naquele dia em que o sol queimava seus lábios sem 
batom , houve uma grande tormenta em sua vida! 
Maria Joaquina, Quinquinha como era chamada pela 
vizinhança, saíra de casa duas horas mais cedo, seu José 
estranhou: 
- Já vai minha filha? Está tão escuro ainda, mal chegou! 
E ela cética respondeu: 
-Realmente está cedo, para o senhor cuidar da vida das 
pessoas. 
Nunca respondera daquela forma, andava sempre bem 
humorada. Seu José que se levantava às 5:00 para varrer a 
calçada, apenas resmungou e continuou varrendo as folhas 
de sete copas. 
Já se passava pouco mais de meio dia quando 
finalmente resolveu entrar na clínica. Quinquinha que era 
cobradora de coletivo não fora trabalhar naquela manhã de 
sexta feira. 
Voltemos à noite passada. 
Carlos seu antigo namorado, tinha lhe reencontrado em 
um ambiente em que as moscas pareciam gente querendo 
devorar a gordurosa carne da churrascaria de rodízio 
barato. Ela a princípio se excitou em sentar-se à mesa, 
mas Carlos insistiu: 
- Senta minha querida! Há muito tempo que não a vejo! 
Ela sussurrou timidamente: 
Não posso, tenho marido! 
Quinquinha tinha uma fidelidade inabalável. Mas o 
charme dos olhos de mel e os cabelos indianos de Carlos, 
realmente a seduziram. 
Carlos se levantou, puxou uma das cadeiras e 
balbuciou: 
-Senta, hoje é por minha conta. 
A conversa entre Carlos e Maria Joaquina perdurou até 
a noite, logo depois da churrascaria foram ao Paradise 
Motel. O batom de Quinquinha parecia marcas de sangue 
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2 
 
na branca cueca de Carlos, no lixeiro do banheiro do motel 
já constavam seis preservativos usados, e muito exausta 
Quinquinha disse: 
-Essa é a última Carlos, meu marido não gosta que 
chego em casa tarde. 
Carlos cinicamente respondeu: 
- Quem? O José? 
E mais uma vez naquela noite Quinquinha gemeu de 
prazer. E ao final do gemido, Carlos gritou: 
- Não! Não é possível! 
Assustada Quinquinha o indagou: 
- Que aconteceu? 
- O preservativo estourou! 
- Fica calmo, eu tomo anticoncepcional 
- Oh! minha linda, não é isso, há mais de um ano, eu 
sou soro positivo! 
 Naquela madrugada começava a tormenta de 
Quinquinha! 
 Hélio Taques 
 
Intertexto 
• A intertextualidade é a relação entre dois textos em que 
um cita o outro. 
A UFMT e UNEMAT usam os termos: interdiscurso ou 
interlocução. 
Paródia 
• Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e 
quase sempre tem sentidos diferentes. 
Paráfrase 
• Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um 
texto ou uma passagem usando outras palavras. O ato de 
paráfrase é também chamado de parafrasear. 
• TEXTO 
• O SINALEIRO DO TREM ESTAVA VERMELHO. 
• PARÁFRASE 
• O TREM NÃO ESTAVA AUTORIZADO A SEGUIR 
 
Pressuposição 
Em alguns textos existem informações que não estão 
explícitas, mas podem ser interpretadas por meio de 
algumas pistas. 
A criança parou de chorar 
A essas informações que não estão explícitas no texto, 
mas que podem ser deduzidas pelo leitor a partir de 
marcas concretas, denominamos pressuposição. 
Texto I 
No primeiro dia de aula, um professor cumprimentava os 
alunos, quando se dirigiu para um deles e disse: 
- Você parou de colar? 
 
Texto II 
Certa vez, em um famoso programa de entrevistas, 
perguntou a um candidato à presidência da república : 
- Casamento gay: Você é contra ou a favor? 
Responder a essa pergunta era complicado, porque se ele 
dissesse que era contra, perderia milhões de votos. Se 
respondesse que era a favor, também. Então ele disfarçou 
e respondeu outra coisa. A entrevistadora, percebendo que 
ele não queria responder, avisou então que iria mudar de 
assunto. O candidato ainda respirava aliviado quando veio 
esta outra pergunta: 
- Se você descobrisse que seu filho é gay, o que faria? 
Ele, surpreso, pensou um pouco e respondeu: 
- Eu ensinaria a ele o caminho correto. 
Subentendido 
O subentendido também é uma informação implícita. Mas 
difere do pressuposto em um aspecto: as informações 
subentendidas não deixam marcas, não deixam pistas que 
comprometam o produtor do texto. 
 
Texto I 
Um casal está conversando. A mulher estuda e possui um 
grau de escolaridade maior que o marido. O marido parou 
de estudar anos atrás. Então, eles começam uma 
discussão e a mulher diz: 
Se você voltasse a estudar, nós brigaríamos menos! 
E o marido, ofendido, responde: 
- Você está me chamando de burro? 
 
Texto II 
Em uma reunião estavam presentes os presidentes de 
vários países. Quando o então presidente Hugo Chaves, 
da Venezuela, foi fazer uso da palavra, disse: 
“ sinto cheiro de enxofre. O diabo esteve aqui.” 
 
O presidente anterior a ele, no palanque, fora o ex-
presidente dos EUA. 
 
Estereótipo 
Os estereótipos são, em muitos casos, desejáveis para se 
facilitar a comunicação. Entretanto, comoestereótipo, em 
geral, apresenta uma visão simplificada e parcial das 
realidades, o leitor que pretenda fazer uma leitura crítica 
precisa saber identificar quando uma ideia é estereotipada, 
e precisa reconhecer se o verdadeiro estereótipo é falso ou 
verdadeiro, negativo ou positivo. Precisa analisar as ideias 
que o sustentam, que interesses ele representa. Etc ... 
• A televisão “emburrece” as pessoas. 
• As mulheres são interesseiras. 
• “Loira burra.” 
• Todo político é ladrão. 
• Filme brasileiro não presta. 
• Cidade maravilhosa 
• País do futebol 
 
Denotação 
É o emprego de palavras no seu sentido próprio, comum, 
habitual, preciso, aquele que consta nos dicionários. 
De noite, enquanto Lourenço lê o jornal, a esposa 
comenta: 
- Você já percebeu como vive o casal que mora aí em 
frente? Parecem dois pombinhos apaixonados! Todos os 
dias, quando ele chega em casa, traz flores para ela, 
abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente. 
Por que você não faz isso? 
E o maridão: 
- mas, querida, eu mal conheço essa mulher. 
 
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3 
 
POLISSEMIA 
É o fato de uma determinada palavra ou expressão 
adquirir um novo sentido além de seu sentido original, 
guardando uma relação de sentido entre elas. 
 
 
 
Análise de Alternativas: 
EXTRAPOLAM as informações contidas no texto. 
LIMITAM as informações contidas no texto. 
Estão PARCIALMENTE corretas em relação às 
informações contidas no texto. 
CONTRADIZEM as informações do texto. 
Não abordam de forma direta o TEMA do texto. 
 
Dicas Gerais: 
Alternativas iguais se excluem. 
Há enunciados afirmativos que podem ser usados 
para respon- 
der questões. 
Lembre-se de que você está procurando a resposta 
mais certa ou a mais errada. 
Não mude sua resposta por achar que ela é muito 
obvia. 
Não utilize conhecimento de mundo para responder a 
qualquer questão de texto. 
Todas as questões devem ser respondidas 
exclusivamente com base no texto. 
Em caso de dúvida, procure usar a conclusão como 
parâmetro. Intencionalidade do texto 
Procure sempre relacionar a intencionalidade do texto 
à tipolo- 
gia. 
Principais: informar, persuadir, criticar, comover, 
ironizar, satiri- 
zar... 
 
Ponto de vista do autor 
Impressões gerais do autor sobre o tema. 
Fragmentos de texto que contenham o ponto de vista 
do au- 
tor.(Nesse caso, verifique a existência de adjetivos, 
advérbios com carga semântica e verbos com carga 
semântica.) 
Linguagem formal / culta / padrão 
Nesse caso, trata-se de uma questão de gramática. 
Assim, você 
deve observar se há construções coloquiais, típicas da 
oralida- 
de. 
 
Questões de vocabulário 
Procure referências no texto ou use a técnica do 
desmembra- 
mento da palavra. 
Ambiguidade 
Análise de enunciados com duplo sentido. 
 
• Coesão Textual 
“Os sem-terra fizeram um protesto em Brasília contra a 
política agrária do país, consideram injusta a 
atual distri- 
buição de terras. 
o ministro da Agricultura considerou a manifestação um 
ato de rebeldia, o projeto de Reforma Agrária 
pretende assentar milhares de sem-terra.” 
PORQUE => CAUSA 
PORÉM => CONTRASTE 
UMA VEZ QUE => CAUSA 
 
1. Correu demais, ... caiu. 
2. Dormiu mal, ... os sonhos não o deixaram em paz. 
3. A matéria perece, ... a alma é imortal. 
4. Leu o livro, ... é capaz de descrever as 
personagens detalhes. 
5. Guarde seus pertences, ... podem servir mais 
tarde. 
6. Correu demais, POR ISSO caiu. 
7. Dormiu mal, PORQUE os sonhos não o deixaram 
em 
paz. 
8. A matéria perece, MAS a alma é imortal. 
9. Leu o livro, PORTANTO é capaz de descrever as 
per- 
sonagens com detalhes. 
10. Guarde seus pertences, QUE podem servir mais 
tarde. 
• Elementos de Retomada 
Comprei um livro. O livro me foi muito útil para realizar 
a prova. 
• Elementos de Retomada 
• Comprei um livro que me foi muito útil para realizar 
a prova. 
Conheci o pai da Joana, que me pareceu muito 
inteligente. 
• Quem é inteligente? 
• Conheci o pai da Joana, O QUAL me pareceu 
muito 
inteligente. 
• Conheci o pai da Joana, A QUAL me pareceu 
muito 
inteligente. 
João Paulo II esteve, ontem, em Varsóvia. Lá, Sua 
Santidade disse que a Igreja continua a favor de 
celibato. 
Pedro comprou um carro novo e José também. Minha 
prima comprou um Uno. Eu também quero um. O 
padre ajoelhou-se. Todos fizeram o mesmo. 
• POLISSEMIA DAS CONJUNÇÕES 
COMO - 
Dormia como um anjo. 
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4 
 
 (COMPARAÇÃO) 
 
Ensinava os colegas como o mestre o orientou. 
 (CONFORMIDADE) 
Como era pobre não pode estudar. 
 (CAUSA) 
• E 
• Estudou muito e foi reprovado 
• Estudou muito e passou. 
• Era homem e muito homem! 
• Saiu do escritório e foi para casa 
• E o Palmeiras? Ganha o campeonato? 
• Valores das Preposições 
• Relações semânticas da preposição 
 As preposições podem exprimir vários sentidos: 
1- Modo - Comeu um bife a cavalo. 
2- Preço - A casa foi avaliada em 1 bilhão. 3- Direção - 
Atirou-se sobre o herói. 
4- Companhia - Foram viajar com os amigos. 5- 
Instrumento - Martelava com o ferro. 
6- Procedência - Vim de Paris. 
7- Assunto - Falou sobre linguística. 
8- Tempo – Por dez anos vivi em Londres. 
9- Lugar – Cantava pelos bares da vida. 
10- Posição inferior – O livro estava sob a carteira. 
11- Posição superior – O livro estava sobre a carteira. 
 
Epigrama nº. 1 
Pousa sobre os espetáculos infatigáveis 
Uma sonora ou silenciosa canção: 
Flor do espírito, desinteressada e efêmera. 
Por ela, os homens te conhecerão: 
Por ela, os tempos versáteis saberão 
Que o mundo ficou mais belo, ainda que 
inutilmente, 
Quando por ele andou teu coração. 
(Cecília Meireles) 
 
• Assinale a alternativa CORRETA. 
a. As expressões “Por ela” (versos 4 e 5) e “por ele” 
(verso 7) remetem, respectivamente, à canção e ao 
mundo. 
b. Os vocábulos “sonora” e “silenciosa” de acordo 
com o 
sentido, no texto, apresentam uma relação de 
exclusividade. 
c. Em “Que o mundo ficou mais belo”, a palavra grifada 
é classificada como pronome relativo. 
d. A conjunção “ainda que” estabelece uma relação 
condicional. 
e. A substituição do pronome oblíquo pela terceira 
pessoa em “os homens te conhecerão” corresponde a 
“os homens lhe conhecerão”. 
 
• Assinale a alternativa correta. 
a. As expressões “Por ela” (versos 4 e 5) e “por ele” 
(ver 
so 7) remetem, respectivamente, à canção e ao mun 
do. 
b. Os vocábulos “sonora” e “silenciosa” de acordo 
com o 
sentido, no texto, apresentam uma relação de exclusi 
vidade. 
 
Intertexto 
A intertextualidade é a relação entre dois textos em que 
um cita o outro. 
 
 
 
Paródia 
Ela geralmente é parecida com a obra de origem, e 
quase sempre tem sentidos diferentes. 
 
 
 
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5 
 
 
 
Paráfrase 
Uma paráfrase é uma reafirmação das ideias de um 
texto ou 
uma passagem usando outras palavras. O ato de 
paráfrase é 
também chamado de parafrasear. 
A Paráfrase é um texto que procura tornar mais claro e 
objetivo 
aquilo que se disse em outro texto. Portanto, é sempre 
a reescritura de um texto já existente, uma espécie de 
‘tradução’ dentro 
da própria língua.O autor da paráfrase deve 
demonstrar que 
entendeu claramente a ideia do texto. Além disso, são 
exigências de uma boa paráfrase: 
1. Utilizar a mesma ordem de ideias que aparece 
no texto 
original. 
2. Não omitir nenhuma informação essencial. 
3. Não fazer qualquer comentário acerca do que 
se diz no 
texto original. 
4. Utilizar construções que não sejam uma simples 
repetição 
daquelas que estão no original e, sempre que 
possível, um 
vocabulário também diferente 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
TEXTO 
O SINALEIRO DO TREM ESTAVA VERMELHO. 
PARÁFRASE 
O TREM NÃO ESTAVA AUTORIZADO A SEGUIR 
Pressuposição 
 
Em alguns textos existem informações que não estão 
explícitas, mas podem ser interpretadas por meio de 
algumas pistas concretas. 
 
JOÃO DEIXOU DE FUMAR. 
 
PRESSUPOSIÇÃO SEMÂNTICA 
I- Foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o 
campeonato. 
II- Não foi o Futebol Clube do Porto que ganhou o 
campeonato. III- Foi o Futebol Clube do Porto que 
ganhou o campeonato? 
A que conclusão podemos chegar depois de ter 
analisado os itens anteriores? 
Subentendido 
O subentendido também é uma informação implícita. 
Mas difere do pressuposto em um aspecto: as 
informações subentendidas não deixam marcas, não 
deixam pistas que comprometam o produtor do texto. 
 
Texto I 
Um casal está conversando. A mulher estuda e possui 
um grau de escolaridade maior que o marido. O marido 
parou de estudar anos atrás. Então, eles começam 
uma discussão e a mulher diz: Se você voltasse a 
estudar, nós brigaríamos menos! 
E o marido, ofendido, responde: 
- Você está me chamando de burro? 
 
 
TEXTO 
Para o Brasil seria ótimo que a atual onda de cresci- 
mento pudesse se generalizar por toda a América 
Latina. 
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6 
 
 
Podemos inferir do texto que: 
A) De que no Brasil não tínhamos crescimento. 
B) O Brasil vive um bom crescimento, no entanto, ainda 
não serve de exemplo. 
C) O Brasil não rara vezes cresceu. 
D) De que no Brasil a atual onda de crescimento é 
culpa do IPI 3Reduzido. 
E) Atualmente, o Brasil não é o único da América 
Latina com crescimento considerável. 
 
Podemos inferir do texto que: 
A) De que no Brasil não tínhamos crescimento. 
B) O Brasil vive um bom crescimento, no entanto, ainda 
não serve de exemplo. 
C) O Brasil não rara vezes cresceu. 
D) De que no Brasil a atual onda de crescimento é 
culpa do IPI Reduzido. 
E) Atualmente, o Brasil não é o único da América 
Latina com crescimento considerável. 
 
I- Antes não tínhamos crescimento. 
II- Na América latina, só o Brasil cresce. 
III- O Brasil pode se tornar uma potência 
mundial. Ambiguidade. 
A multiplicidade de sentidos, apresentada pelas 
palavras, em função do contexto em que são 
utilizadas, pode gerar ambigui- 
dade, que é a propriedade de certas frases que 
apresentam vários sentidos. 
 
LULA ESTAVA EM MINHA COMPANHIA 
De noite, enquanto Lourenço lê o jornal, a 
esposa co- 
menta: 
Você já percebeu como vive o casal que mora aí em 
frente? Parecem dois pombinhos apaixonados! Todos 
os dias, quando ele chega em casa, traz flores para ela, 
abraça-a e os dois ficam se beijando apaixonadamente. 
Por que você não faz isso? 
 
E o maridão: 
mas, querida, eu mal conheço essa mulher. 
 
 
 
 
 
 
 
POLISSEMIA 
é o fato de uma determinada palavra ou expressão 
adquirir um novo sentido além de seu sentido original, 
guardan do uma relação de sentido entre elas. 
 
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7 
 
 
 
 
 
 
 
O bom esportista não esquenta a cabeça: usa boné Zás. 
I- A mensagem do anúncio não é clara devido à 
ambiguidade 
causada pelo verbo esquenta. 
II- No anúncio ocorre um caso de polissemia, pois o verbo 
esquenta apresenta dois sentidos: “ aquecer” e “preocupar-
se”. 
III- O anúncio explora somente um dos sentidos do 
verbo esquentar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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8 
 
 
PERSONAGENS 
HAGAR – O HORRÍVEL 
 
 
Hagar, o Horrível, o protagonista Viking, é um guerreiro 
que frequentemente tenta invadir a Inglaterra e outros 
países. Embora respeitado profissionalmente (um dos 
maiores saqueadores e assassinos da Escandinávia), 
Hagar leva uma vida pessoal frustrada. Está sempre 
discutindo com a esposa Helga, que não está satisfeita com 
o padrão de vida que a família leva. Hagar é tanto um 
guerreiro feroz quanto um homem de família. Sua higiene 
pessoal é excepcionalmente deficiente e seu banho anual é 
um momento de celebrações. 
Helga: Esposa de Hagar, dona de casa e mandona, ela é a 
essência perfeita da figura da "super-mãe". Helga 
frequentemente discute com Hagar sobre os hábitos dele 
como esquecer de lavar as mãos, não limpar os pés antes 
de entrar ou até mesmo quando é que ele vai crescer. Ela 
vive tentando ensinar seus valores à moda antiga para a 
filha Honi, embora esta nunca entenda realmente. Sua 
aparência é baseada na personagem Brünnhilde, da ópera 
Valquíria, de Wagner. 
 
 
 
 
 
 
Mafalda: A personagem principal, uma menina de seis 
anos 
de idade, que odeia sopa e adora os Beatles e o desenho 
Pica-Pau. Ela se comporta como uma típica menina na sua 
idade, mas tem uma visão aguda da vida e vive 
questionando o mundo à sua volta, principalmente o 
contexto dos anos 60 em que se encontra. Tem uma visão 
mais humanista e aguçada do mundo em comparação com 
os outros personagens. 
Susanita: Uma menina fútil. Seu único objetivo na vida é 
encontrar um marido rico e de boa aparência quando 
crescer e ter uma quantidade de filhos acima da média. É 
uma grande fofoqueira e egoísta, e sempre encontra um 
jeito de falar sobre o vizinho do irmão da cunhada de 
alguém. 
 
Calvin e Haroldo 
 
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9 
 
Calvin: um menino de seis anos que vive diversas 
aventuras e não perde uma chance de se aventurar com 
sua própria imaginação. Calvin constitue frequentemente 
uma fuga à cruel realidade do mundo moderno 
Hobbes (ou Haroldo): o tigre de pelúcia e maior parceiro 
de Calvin. 
 
 
 
 
Garfield - Um gato laranja listrado. Preguiçoso, guloso, 
viciado em café, amante de televisão e acima de tudo, 
sarcástico. Adora chutar Odie da mesa, arrotar, caçar 
pássaros e carteiros, o seu prato favorito é lasanha. Odeia 
segunda-feira, passas, Nermal, dietas(que vez ou outra Jon 
lhe impõe) e caçar ratos("Lábios que tocam num rato jamais 
tocarão os meus") 
Jon Arbuckle - O cartunista(embora raramente seja visto 
trabalhando), dono de Odie e Garfield. É um fracasso com 
as mulheres(até finalmente engatar um namoro com Liz), 
veste-se muito mal e geralmente cai nos truques do gato, 
acabando por perder a paciência com este Níquel Náusea. 
 
Os personagens possuiem um humor ácido, diversas vezes 
aproximando-se do humor negro.Seus nomes são paródias 
de objetos ou situações 
 
 
 
Niquel Nausea: Um rato que mora no esgotoe seu melhor 
amigo é uma barata (Fliti) viciada em inseticida. É uma 
sátira do personagem Mickey Mouse, porem ele alega nao 
ser um camundongo… 
A barata "Fliti": É na verdade um "barato", e tem este 
nome por causa da bomba de Flit, um pulverizador manual 
de inseticida (que o entorpece). 
Funções da Linguagem 
ÊNFASE NO EMISSOR 
FUNÇÃO EMOTIVA ou EXPRESSIVA 
CARACTERÍSTICAS 
SUBJETIVIDADE – Predomínio da primeira pessoa 
VISÃO INTIMISTA 
UNILATERALIDADE 
PREOCUPAÇÃO COM O “EU” 
OPINIÕES E RELATOS PESSOAIS 
Textos líricos 
ÊNFASE NO REFERENTE ASSUNTO 
FUNÇÃO REFERENCIAL 
INFORMATIVA 
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COGNITIVA 
FUNÇÃO REFERENCIAL 
OBJETIVIDADE 
ÊNFASE NA INFORMAÇÃO 
CONHECIMENTO E ESCLARECIMENTO 
LINGUAGEM DENOTATIVA 
VISÃO UNIVERSAL 
PREFERÊNCIA PELA 3ª PESSOA 
TESES, TEXTOS JORNALÍSTICOS, CIENTÍFICOS 
ÊNFASE NO RECEPTOR 
FUNÇÃO CONATIVA 
APELATIVA 
 
 
 
FUNÇÃO CONATIVA 
MUDAR HÁBITOS 
INFLUENCIAR 
CONVENCER / PERSUADIR 
ORDENAR 
CONVIDAR 
APELAR 
SUGESTIONAR 
CARACTERÍSTICAS 
Verbos no imperativo 
Orações optativas (expressam desejos) 
Referência direta ao receptor. 
 
 
ÊNFASE NO CÓDIGO 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA 
FUNÇÃO METALINGUÍSTICA 
Código abordando o próprio código 
Poema que fala de poema 
Música que fala de música 
Teatro que fala de teatro 
Gastei uma hora pensando em um verso 
que a pena não quer escrever. 
No entanto ele está cá dentro inquieto, vivo. 
Ele está cá dentro e não quer sair. 
Mas a poesia deste momento inunda minha vida inteira. 
Drummond 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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FIGURAS DE LINGUAGEM 
 Com a intenção de tornar a linguagem mais 
expressiva, muitas vezes usamos as palavras num 
sentido diferente do usual, ou então construímos uma 
frase de forma especial, procurando conseguir 
determinado efeito. 
 Observe os seguintes exemplos: 
a) “Ele foi um leão durante o jogo.” 
 Nesse caso, a palavra “leão” está sendo usada 
fora de seu sentido comum, significando “um atleta que 
se esforçou bastante”. 
b) “O vento uivava nos vales...” 
 Nesse exemplo, percebemos que a escolha das 
palavras não foi casual; ela foi feita de modo a 
provocar determinado efeito: o som do vento é 
sugerido pela repetição do fonema /v/. 
c) “Depois de muito sofrimento, entregou a alma a 
Deus.” 
 Na elaboração desta frase, percebemos 
claramente que o objetivo foi evitar a expressão direta 
da idéia da morte. 
 A essas construções peculiares damos o nome de 
figuras de linguagem, que costumam ser divididas em 
figuras de sintaxe, de palavras e de pensamento, 
conforme o nível em que atuam. 
 
FIGURAS DE SINTAXE (ou de construção frasal) 
A gramática normativa, partindo de aspectos lógicos e 
gerais observados na língua culta, aponta princípios 
que presidem às relações de dependência ou 
interdependência e de ordem das palavras na frase. 
Ensina-nos, entretanto, que aqueles aspectos lógicos e 
gerais não são exclusivos; ocasionalmente, outros 
fatores podem influir e, em função deles, a 
concordância, a regência ou a colocação (planos em 
que se faz o estudo da estrutura da frase) apresentam-
se, às vezes, alteradas. Tais alterações denominam-
se figuras de construção' também chamadas 
de figuras sintáticas.Também Existe A Figura de 
construção que faz parte da figura de linguagem. 
 
1. Elipse 
 Consiste na omissão de um termo que, no entanto, 
pode ser facilmente identificado. 
Ex: Sobre a mesa, garrafas vazias (elipse do verbo 
haver) 
 
2. Zeugma 
 É um tipo de elipse que consiste na omissão de 
um ou mais termos anteriormente enunciados. 
Ex: O dia estava frio; o vento, cortante. (omitiu-se a 
forma verbal “estava”) 
 
 Pode ocorrer, ainda, que a palavra omitida seja um 
verbo anteriormente citado mas sob outra flexão. 
 
Ex: Nós viemos de Jundiaí; eles, de Campinas. (omitiu-
se o verbo “vir” mas sob a forma verbal “vieram”) 
 
3. Silepse 
 Ocorre a silepse quando a concordância (de 
gênero, número ou pessoa) é feita com termos ou 
idéias subientendidos na frase e não claramente 
expressos. 
Exs: 
a) Vossa Excelência parece extremamente cansado. 
(silepse de gênero) 
 O adjetivo “cansado” concordou não com o 
pronome e tratamento, de forma feminina, mas com a 
pessoa a quem se referia. 
b) A multidão foi tomada de pavor, gritavam e 
choravam desesperadamente. (silepse de número) 
 Os verbos grifados estão concordando com a idéia 
de plural que a palavra “multidão” sugere. 
c) Todos do grupo estávamos presente. (silepse de 
pessoa) 
 Essa frase levaria o verbo normalmente para a 3ª 
pessoa, mas a concordência foi feita com a 1ª, 
indicando que a pessoa que fala está incluída na 
expressão “todos do grupo”. 
 Veja um exemplo de silepse de número: 
 
4. Pleonasmo 
 Ocorre o pleonasmo quando, para reforçar uma 
idéia, utilizamos palavras redundantes. 
Ex: Ele vive uma vida bem difícil. 
 
Observação: Devem ser evitados os 
pleonasmos viciosos, que não tem valor de reforço, 
sendo antes fruto do desconhecimento do sentido das 
palavras, como, por exemplo: subir para cima; 
monopólio exclusivo; entrar para dentro etc. 
 
5. Polissíndeto 
 Consiste na repetição enfática do conectivo( 
geralmente, o e). 
Ex: A pobre chorava, e gritava, e lamentava, e se 
desesperava... 
 
6. Assíndeto 
 Ocorre o assíndeto quando certas orações ou 
palavras, que poderiam vir ligadas pelo conectivo, 
aparecem apenas justapostas. 
Ex: Vim, vi, venci. 
 
7. Inversão 
 Consiste na alteração da ordem normal dos 
elementos da frase. O processo da inversão costuma 
ser subdividido em: 
a) hipérbato — ocorre o hipérbato quando, por meio da 
intercalação, alteramos a posição de alguns termos da 
frase para realçá-los. 
Ex: Esqueça dos homens o desprezo e siga em frente. 
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b) anástrofe — ocorre a anástrofe quando alteramos a 
posição usual do sujeito, do verbo ou dos 
complementos. 
Ex: “Foi por ti que num sonho de ventura / A flor da 
mocidade consumi.” 
 (Álvares de Azevedo) 
c) sínquise — é a inversão violenta dos termos, que 
provoca, inclusive, certa dificuldade na compreensão 
do sentido da frase. 
Ex: “Enquanto manda as ninfas amorosas grinaldas 
nas cabeças pôr de rosas.” 
 (Camões) A ordem direta seria: Enquanto manda 
as ninfas amorosas pôr grinalda de rosas nas cabeças. 
 
8. Anacoluto 
 O anacoluto (ou frase quebrada) ocorre quando a 
um elemento (palavra ou expressão), apresentado no 
início, segue-se uma oração em que esse elemento 
não se integra. O tipo de anacoluto mais comum é 
aquele em que o elemento parece que vai ser sujeito 
da oração, mas acaba sem função sintática. Essa 
figura é usada geralmente para pôr em, relevo a idéia 
que consideramos mais importante, destacando-a do 
resto. 
Ex: “Eu, que era branca e linda, eis-me medonha e 
escura.” (M. Bandeira) Observe que serve o pronome 
“eu”, enunciado no início, não se liga sintaticamente à 
oração “eis-me medonha e escura”. 
 
9. Anáfora 
 Ocorre a Anáfora quando se repete uma palavra 
ou segmento do texto com o objetivo de enfatizar uma 
idéia. É uma figura de contrução muito usada em 
poesia. Ex.: 
Ex.: “Tua beleza incendiará os navios do mar. 
 Tua beleza incendiará as florestas. 
 Tua beleza tem um gosto de morte. 
 Tua belezatem uma tristeza de aurora. 
 Tua beleza é uma beleza de 
escrava.”(Augusto F. Schimidt) 
 
10. Aliteração 
 É uma construção em que se repetem fonemas 
consonantais idênticos ou semelhantes, com a 
intenção de se obter maior expressividade. Observe 
estes versos do poeta Cruz e Sousa, em que a idéia de 
vozes e musicalidade é reforçada pela própria escolha 
das palavras usadas: 
 “Vozes veladas , veludosas vozes, 
 volúpias de violões, vozes veladas, 
 vagam nos velhos vórtices velozes 
 dos ventos, vivas, vãs, vulcanizadas.” 
Observação: Quando uma palavra usada tem 
o objetivo de reproduzir um som natural, temos então a 
onomatopéia. 
Ex.: “E era tudo silêncio na saleta de costura: não se 
ouvia mais do que o plic-plic-plic-plic da agulha no 
pano.”(M. de Assis) 
 
FIGURAS DE PALAVRAS 
As figuras de palavras (ou tropos) se caracterizam 
por apresentar uma mudança, substituição ou 
transposição do sentido real da palavra, para assumir 
um sentido figurado mediante o contexto. 
Isso acontece em diversas situações e diferentes tipos 
de texto. Quando afirmamos “Marcos é fera em 
Matemática”; em momento algum inferimos que 
“Marcos é algum bicho ou coisa parecida”, e sim que 
ele é sabe muito sobre esse assunto. 
Esse recurso proporciona o exercício da 
criatividade linguística, abrindo ao usuário da língua a 
possibilidade se expressar com mais eficácia nos 
diversos contextos comunicativos. 
 
 
1. Metáfora 
 Consiste em associar a uma palavra 
características de outra, em função de uma analogia 
estabelecida de forma subjetiva. 
Ex.: “Meu verso é sangue” (Manuel Bandeira) 
 “O campo é o ninho do poeta...” (Castro Alves) 
 
Observação: 
 Quando a associação entre as palavras é mediada 
por partículas do tipo como, tal como, tal qual, assim 
como etc., temos a comparação. 
Ex: “A felicidade é como a gota do orvalho numa pétala 
de flor.” 
 (Vinícius de Moraes) 
É útil lembrar ainda que há duas variedades de 
metáfora cujo conhecimento interessa do ponto de 
vista estilístico: o clichê e a sinestesia. 
 O clichê é a metáfora estereotipada, que perdeu 
sua força expressiva tornando-se banal e pobre, 
devendo, por isso, ser evitada. É o que ocorre quando 
dizemos as páginas da vida, a flor dos anos etc. 
 A sinestesia ocorre quando atribuímos a alguma 
coisa uma qualidade que pertence a outra área de 
percepção sensorial. 
Ex: “Tem cheiro a luz, a manhã nasce...” (A. de 
Guimaraens) 
 (Observe que luz é fruto de percepção visual 
enquanto cheiro resulta de percepção olfativa.) 
 
2. Catacrese 
 Como ocorre com a metáfora, a catacrese consiste 
em transferir a uma palavra o sentido próprio de outra. 
No entanto, se a metáfora surpreende pela 
originalidade da associação de idéias, o mesmo não 
acontece com a catacrese, que já não chama a 
atenção porque a transferência de sentido está de tal 
forma incorporada aos usos da língua que nem a 
percebemos. 
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Ex: Ele embarcou no avião das sete. 
 (Observe que “embarcar” pressupõe “barco” e não 
“avião”.) 
 O braço da cadeira quebrou. 
 
3. Metonímia 
 Ocorre a metonímia quando, em vista de uma 
relação de contigüidade ou de afinidade, uma palavra é 
empregada em lugar de outra. Temos a metonímia 
quando empregamos: 
a) O autor (ou criador) pela obra. 
Ex: Ele gosta de ler Jorge Amado. 
 (O nome do autor está sendo usado no lugar de 
suas obras.) 
 Este é um Ford antigo e valioso. 
 (O nome do inventor está sendo usado no lugar da 
coisa inventada.) 
 
b) O continente pelo conteúdo. 
Ex: Ele comeu uma caixa de doces. 
 (É evidente que ele comeu o que estava dentro e 
não a caixa... O elemento que contém está sendo 
usado no lugar do conteúdo.) 
 
c) O abstrato pelo concreto (e vice-versa). 
Ex: A velhice deve ser respeitada. 
 (O abstrato “velhice” está sendo usado no lugar de 
concreto, ou seja, “pessoas velhas”.) 
 Ele tem um grande cérebro. 
 (O concreto “cérebro” está sendo usado no lugar 
do abstrato, ou seja, “inteligência”.) 
 
d) O efeito pela causa (e vice-versa). 
Ex: Vencer na vida com o suor do próprio rosto. 
 (“Suor” é o efeito ou resultado e está sendo usado 
no lugar da causa, ou seja, o “trabalho”.) 
 Aprendi a viver do meu trabalho. 
 (“Trabalho” é a causa ou o meio e está sendo 
usado no lugar do efeito ou resultado, ou seja, “lucro”.) 
 
e) O instrumento pela pessoa que o utiliza. 
Ex: Ele é um bom garfo! 
 (Isto é, um indivíduo que come muito.) 
 
f) O lugar pelo produto. 
Ex: “Beijarias até uma caveira / se espumante o 
Madeira ali corresse.” (Á;vares de Azevedo) 
 (O produto “vinho” foi substituído pelo nome do 
lugar em que é feito, ou seja, “Ilha da Madeira”.) 
 
g) O símbolo pela coisa ou idéia simbolizada. 
Ex: O trono foi disputado pelos revolucionários. 
 (O trono simboliza o império.) 
 
4. Sinédoque 
 Consiste no alargamento ou diminuição de sentido 
de uma palavra. Ocorre a sinédoque quando 
empregamos: 
a) a parte pelo todo. 
Ex: Não há teto para todos os necessitados. 
 (A parte “teto” está sendo usada no lugar do todo 
“casa”.) 
 
b) O indivíduo pela classe ou espécie. 
Ex: Ele era o judas da classe. 
 (O nome próprio passou a designar a classe dos 
homens traidores.) 
 
c) o singular pelo plural. 
Ex: O homem é um animal racional. 
d) o gênero pela espécie. 
Ex: Os mortais são imperfeitos. 
 (Isto é, os homens.) 
 
e) a matéria pelo objeto (artefato). 
Ex: Ele não tem um níquel. 
 (A matéria “níquel”está sendo usada no lugar da 
coisa fabricada, que é “moeda”.) 
 
5. Antonomásia 
 Ocorre a antonomásia quando substituímos um 
nome próprio pela qualidade ou atributo que o 
distingue. 
Ex: O Poeta dos Escravos é um autor do Romantismo. 
 (A expressão “Poeta dos Escravos” está sendo 
usada no lugar do nome próprio Castro Alves.) 
 
FIGURAS DE PENSAMENTO 
figuras de pensamento... Por que assim se 
denominam? 
Antes de chegarmos à conclusão a qual pretendemos, 
torna-se viável levarmos em consideração dois 
aspectos tidos como básicos: o primeiro é que por 
pertencerem às figuras de linguagem, constituem-se de 
um tom conotativo, ou seja, não se assemelham 
àqueles textos que não nos permitem mais de uma 
interpretação, pelo simples fato de primarem somente 
pela objetividade. As figuras de pensamento trabalham 
a subjetividade, exploram a riqueza de significados 
escondidos por trás de uma determinada ideia, de uma 
determinada expressão. 
O segundo aspecto diz respeito ao vocábulo 
“pensamento”, visto que ele se encontra 
intrinsecamente relacionado a essas ideias como 
sendo manifestações oriundas da atividade humana. 
Eis aí o ponto central de nossa discussão: as figuras de 
pensamento trabalham mais a questão daquilo que se 
encontra implícito, ou seja, daquilo que revela a 
intenção que o emissor quis provocar em seu 
interlocutor do que a questão voltada para aspectos 
sintáticos, relacionados à construção das orações. 
 
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1. Antítese (ou Contraste) 
 Consiste em realçar uma idéia, aproximando-se 
palavras de sentidos opostos. 
Ex: “Residem juntamente no teu peito 
 Um demônio que ruge e um deus que chora.” 
(Olavo Bilac) 
 
Obs: Quando o vigor da antítese resulta numa 
contradição ou paradoxo, temos o oximoro. 
Ex: “Amor é um fogo que arde sem se ver; 
 É ferida que dói e não se sente; 
 É um contentamento descontente; 
 É dor que desatina sem doer.” (Camões)2. Hipérbole 
 Ocorre a hipérbole quando, para realçar uma idéia, 
exageramos na sua representação. 
Ex: Estou morrendo de sede! 
 
3. Apóstrofe 
 Consiste em interromper o texto para interpelar ou 
chamar a atenção de alguém ou as coisas 
personificadas. Sintaticamente, corresponde ao 
vocativo. 
Ex: “Tende piedade, Senhor, de todas as mulheres 
 Que ninguém mais merece tanto amor e amizade” 
(Vinícius de Moraes) 
 
4. Prosopopéia 
 Consiste em atribuir características humanas ou 
em dar vida e ação a seres inanimados ou irracionais. 
Ex: “Debalde o rio docemente / canta a monótona 
canção.” (Manuel Bandeira) 
 
5. Gradação 
 Ocorre quando organizamos uma seqüência de 
palavras ou frases que exprimem a intensificação 
progressiva de uma idéia; se a seqüência é 
ascendente, temos o clímax; caso contrário, o 
anticlímax. 
Ex: “Eu era pobre. Era subalterno. Era nada.” 
(Monteiro Lobato) 
 
6. Perífrase 
 Consiste em substituir uma palavra por uma 
expressão ou frase. O uso da perífrase pode ser 
motivado pela intenção de destacar uma qualidade que 
a palavra sozinha não evoca; mas deve ser usada com 
propriedade para não tornar o estilo afetado. 
Ex: A Cidade Maravilhosa prepara-se para o Carnaval. 
(Cidade Maravilhosa = Rio de Janeiro) 
 
7. Eufemismo 
 Ocorre o eufemismo quando, no lugar do termo 
próprio, empregamos outro que atenue ou evite a 
expressão direta de uma idéia desagradável ou 
grosseira. A perífrase, muitas vezes, é usada com essa 
finalidade. 
Ex: Depois de alguns momentos de delírio, entregou a 
alma a Deus. 
 
8. Irônia (ou Antífrase) 
 Ocorre essa figura quando empregamos uma 
palavra ou expressão com o sentido oposto ao que 
queremos dizer, geralmente com intenção sarcástica. 
Ex: Que belo comportamento o seu! (Referindo-se a 
alguém que agiu mal)

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