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Erros e Medidas CARVALHO, Vinícius1 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – vinniciuscarvalho19@gmail.com GAMA, José Vitor P.2 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – josxvitor@gmail.com Resumo: O relatório se refere ao experimento intitulado “Erros e medidas”, realizado para a determinação das margens e propagação de erro em medições de comprimento, largura, área e volume, por meio de aferições diretas e indiretas. Para o estudo, foram utilizados uma régua milimetrada, uma régua centimetrada e um paquímetro para determinar as dimensões de uma folha de papel A4 e um de pequeno cilindro, de forma a demonstrar como o instrumento de medida utilizado pode afetar o valor encontrado. Com os dados obtidos e utilizando-se de artifícios como algumas fórmulas matemáticas e derivações, foi possível encontrar as incertezas das medidas, o desvio padrão e a propagação dessas incertezas. Palavras chave: introdução, física, medidas e erros. Introdução No mundo científico, definimos o ato de medir como a expressão numérica da comparação de quantas vezes “isso” é maior que “aquilo”, ou seja, quando se utiliza um padrão definido para equiparar a quantas vezes ele se repete em outros objetos, o padrão definido torna-se uma grandeza, por exemplo, observe as afirmações abaixo: • a massa de uma caixa é 60 quilogramas • o comprimento de um fio é 275 metros • o voltímetro acusa a tensão de 12 volts As medidas indicadas são correspondentes às grandezas massa, comprimento e tensão, acompanhadas de suas medidas e unidades, sendo a aferição da grandeza massa dada acima igual a 60 quilogramas, 60 será sua medida e quilogramas sua unidade. Para cada grandeza utilizada nas relações físicas existe uma padronização, definida no sistema internacional de unidades (SI). Os múltiplos das unidades são definidos como prefixos por exemplo quilo, hecto, deca, deci, centi, mili e etc, sendo 𝑥103, 𝑥102, 𝑥101, 𝑥10−1, 𝑥10−2𝑒 𝑥10−3, respec tivamente, observe o exemplo para a unidade de comprimento: quilômetro (km), hectômetro (hm) e decâmetro (dam), decímetro (dm), centímetro (cm) e milímetro (mm). (observe a figura 1) 1 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 2 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 Figura 1 – Prefixos O ato da aferição, pode ser direto ou indireto, por exemplo ao usar uma fita métrica para tomar a medida de uma parede, está comparando o comprimento da parede com o da fita métrica, tomando a fita métrica como padrão (aferição direta) assim como também pode se utilizar a medida encontrada para realizar um cálculo de área dessa parede (aferição indireta). Dado que não há como produzir uma medida com 100% de precisão, deve-se ser considerado erros, sendo os erros causados pelos métodos ou pelos instrumentos, denominados erros sistemáticos, em contrapartida, os erros produzidos por acidentes ou fatores imprevisíveis, serão definidos como os erros aleatórios. Na ciência, a palavra erro não tem a mesma conotação comum dos termos equivoco ou engano. Erro em uma medida cientifica significa a inevitável incerteza que acompanha toda as medições. (TAYLOR, 2009) Materiais e métodos (procedimentos experimentais) Para este experimento foram utilizados os equipamentos do fornecidos pelo professor no laboratório que são: 01 Folha de Papel (Tamanho A4); 01 Cilindro de Alumínio; 01 Régua centimetrada; 01 Régua milimetrada; 01 Paquímetro. Após as instruções do professor inicia- se o experimento, utilizando a régua de divisão milimetrada para a determinação do comprimento e largura da folha de papel tamanho A4, essa aferição é realizada e anotada. Em seguida, repete-se o processo anterior, porém desta vez os valores são medidos utilizando uma régua de divisão centimetrada, esta aferição também é anotada. Posteriormente, foi utilizado um paquímetro para determinação do diâmetro e altura de um pequeno cilindro de alumínio, após realizar a aferição 5 vezes, foram anotados os resultados. O processo de obtenção de dados, então se finaliza, e a pauta guia nos fornece relações para o processamento dos dados, esses resultados estão na sessão “Resultados e Discussões” deste documento. Resultados e Discussões O experimento foi iniciado com a folha de papel A4, sendo medida inicialmente com a régua milimetrada. Para o comprimento, foi obtido o valor de: C=29,6 cm Uma vez que a menor medida da régua é de 0,1 cm e sabendo que a incerteza se dá pela metade da menor medida, a conclusão foi de que o comprimento é de: C= (29,6 ± 0,5) cm Da mesma forma, a medida encontrada para a largura da folha foi de: L= (21,0 ± 0,5) cm Para a área, foi necessário usar a fórmula de propagação de erro, dada por: 𝜎𝑓 = √( 𝑑𝑓 𝑑𝑥 ) 2 𝜎𝑥2 + ( 𝑑𝑓 𝑑𝑦 ) 2 𝜎𝑦2 (1) Sendo a fórmula da área dada por: A=L.C ± 𝜎𝐴 (2) De (2) em (1), temos; 𝜎𝐴 = √( 𝑑𝐴 𝑑𝐿 ) 2 𝜎𝐿 2 + ( 𝑑𝐴 𝑑𝐶 ) 2 𝜎𝐶 2 Onde: • 𝜎𝐴 é a incerteza da área; • 𝜎𝐿 é a incerteza da largura; • 𝜎𝐶 é a incerteza do comprimento. Assim: 𝜎𝐴 = √𝐶2𝜎𝐿 2 + 𝐿2𝜎𝐶 2 𝜎𝐴 = √(29,6)2. (0,05)2 + (21,0)2. (0,05)² 𝜎𝐴 ≈ ±1,81463 cm² Dessa forma, a área com a sua incerteza será de: A = 621,6 ± 1,81 cm² Posteriormente, as mesmas medidas foram feitas, desta vez usando uma régua centrimetrada. Sendo assim, a menor medida da régua era de 1 cm, concluindo a incerteza de ±0,5 cm. Na medição do comprimento, o resultado obtido foi: C= (29,7 ± 0,5) cm e na largura: L= (21,0 ± 0,5) cm Utilizando (1), calculamos a propagação de erro: 𝜎𝐴 = √(29,7)2. (0,5)2 + (21,0)2. (0,5)² 𝜎𝐴 ≈ ±18,18715 cm² Dessa forma, a área com a sua incerteza será: A = (623,7 ± 18,98) cm² Depois, foi utilizado um paquímetro para calcular as medidas de um cilindro que foi fornecido. Tanto para o diâmetro quanto para a altura, foram feitas 5 (cinco) medidas. Os valores se encontram na tabela abaixo (Tabela 1): Tabela 1 - Valores do Cilindro DIÂMETRO (CM) ALTURA (CM) 2,576 ±0,002 3,000 ±𝟎, 𝟎𝟎𝟐 2,562 ±0,002 2,980 ±𝟎, 𝟎𝟎𝟐 2,588 ±0,002 2,980 ±𝟎, 𝟎𝟎𝟐 2,570 ±0,002 2,982 ±𝟎, 𝟎𝟎𝟐 2,574 ±0,002 2,986 ±𝟎, 𝟎𝟎𝟐 Fonte - O Autor Obs; o valor da incerteza 0,002 cm, é fornecido pelo instrumento. Para os cálculos acerca do cilindro, utilizam-se as fórmulas: 𝑆 = √ 1 (𝑁 − 1) ⋅ ∑(𝑥𝑖 − �̅�)2 𝑁 𝑖=1 (3) 𝑆𝑚 = 𝑆 √𝑁 (4) �̅� = 1 𝑁 ∑ 𝑥𝑖 𝑁 𝑖=1 (5) 𝑉 = 𝜋𝑟2. ℎ (6) 𝜎𝑣 = √( 𝑑𝑣 𝑑𝐴𝐵 ) 2 𝜎𝐴𝐵 2 + ( 𝑑𝑣2 𝑑ℎ ) 𝜎ℎ2 (7) Onde: • S é o desvio padrão; • 𝑆𝑚 é o desvio padrão da média, • 𝑁 é a quantidade de dados; • 𝑥𝑖 é valor na posição i do conjunto de dados; • �̅� é a média aritmética dos dados. Utilizando a equação (5),temos que; A média do diâmetro é: �̅� = 2,574 𝑐𝑚 A média da altura é: �̅� = 2,9856 𝑐𝑚 Os desvios padrões, calculados utilizando a equação (3), são; O desvio padrão do diâmetro: 𝑆�̅� = √ 0,00036 4 𝑆�̅� ≈ ±0,00009 𝑐𝑚 O desvio padrão da altura: 𝑆�̅� = √ 0,0002832 4 𝑆�̅� ≈ ±0,0000708 𝑐𝑚 O erro padrão do diâmetro e da altura respectivamente, é; 𝑆�̅�𝑚 = 0,00009 √5 𝑆�̅�𝑚 ≈ ±4,02492 × 10−5 𝑐𝑚 𝑆�̅�𝑚 = 0,0000708 √5 𝑆�̅�𝑚 ≈ ±3,16627 × 10−5 𝑐𝑚 Por fim seu volume pela equação (6), é: 𝑉 = 𝜋 ( 𝐷 2 ̅ ) 2 . 𝐻 𝑉 = 𝜋 ( 2,574 2 ) 2 . 2,9856 𝑉 = 4,96𝜋 𝑐𝑚³ E o desvio propagado, calculado pela equação (7), é: 𝜎𝑣 = √( 𝑑𝑣 𝑑𝐴𝐵 ) 2 𝜎𝐴𝐵 2 + ( 𝑑𝑣2 𝑑ℎ ) 𝜎ℎ2 𝜎𝑣 = √ℎ2𝜎𝐴𝐵 2 + 𝐴𝐵²𝜎ℎ2 𝜎𝑣 = √ℎ2𝜎𝐴𝐵 2 + 𝐴𝐵²𝜎ℎ2 𝜎𝑣 = ±0,0004 cm³ Conclusão Com os experimentos e os dados conseguidos, analisando os desvios padrões e as incertezas, pode-se concluir que, como esperado, quanto mais preciso, ou seja, quanto menor a incerteza dos instrumentos de medição utilizados, maior a precisão dos resultados conseguidos. Dessa forma, a régua centimetrada nos deu a maior incerteza quanto ás medidas, uma vez que foi difícil precisar valores em casas decimais. Por outro lado, com o paquímetro, a incerteza foi menor graças a possibilidade que o instrumento dá de medir valores decimais e centidecimais, diminuindo o desvio padrão da média dos valores conseguidos. Referências SAMPAIO, Jose Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. São Paulo: Atual, 2005. TAYLOR, John R. Introdução à análise de erros: o estudo de incertezas em medições físicas. Bookman Editora, 2009.
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