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Capacidade Térmica de um corpo calorimétrico CARVALHO, Vinícius1 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – vinniciuscarvalho19@gmail.com LOPES, Victor2 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – victorlopes.prof@gmail.com Resumo. Este relatório se refere ao experimento realizado para determinação e estudo da capacidade térmica de um corpo calorimétrico, foram utilizados dois corpos de prova diferentes sendo eles, um bloco calorimétrico de Alumínio, e um bloco calorimétrico de Latão. Foram aquecidos por meio de potencia dissipada de um resistor através do efeito Joule, em um tempo predeterminado, logo após, foi-se utilizado os dados obtido, para a geração de suas capacidades térmicas, e outros estudos como a diferença de rapidez da variação das temperatura, este relatório também aborda a importância da calorimetria e entender o funcionamento dos corpos e do calor. Palavras chave: experimento, capacidade térmica, calorimetria. Introdução Nos primórdios da calorimetria3, cria-se que o calor era na verdade um fluido que poderia ser transmitido de um corpo para outro, como propôs Lavoisier (1743-1794), que perdurou até meados do século XIX. Porém, com o estudo mais dedicado e devido a novos recursos disponíveis, chegou-se a definir-se o que é calor: energia térmica em transe. Contudo com a pluralidade de corpos existentes na natureza, percebeu-se que cada um reagia de maneira diferente, ao realizar uma perda ou ganho de calor numa mesma variação de tempo; em outras palavras, materiais diferentes ou iguais de massas diferentes “esquentam” ou “esfriam” em tempos diferentes; e essa variação chamamos de capacidade térmica, como afirma PUCCI (2010): Suponha que estamos fornecendo a mesma quantidade de calor a dois corpos, compostos por substâncias diferentes. Depois de um certo tempo, cada um apresentará um incremento de temperatura diferenciado. Essa situação evidencia que diferentes substâncias possuem diferentes comportamentos térmicos. (PUCCI, 2010. p.3.) 1 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 2 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 3 Calorimetria: ramo da física que estuda as trocas de energia entre corpos ou sistemas quando essas trocas se dão na forma de calor. De forma análoga, ÇENGEL, Y.A (2012) afirma que “o calor pode ser entendido como a energia transferida entre corpos devido a uma variação de temperatura”, sendo esta troca entre dois ou mais corpos ou até mesmo com o meio, como por exemplo, o ar. Com a necessidade de quantizar cada processo, definiu-se para cada substancia o valor de seu calor específico “que é a quantidade de calor necessária para elevar em 1°C a temperatura dessa substancia” ( MÁXIMO, ALVARENGA – 2003). Ainda assim, notou-se que para variar em 1°C a temperatura de um mesmo material nas mesmas condições, só que agora de massas (quantidades) diferenças, era necessário também aumentar a quantidade de calor cedido. Com isso, chega-se a um novo conceito, o que chamamos de capacidade térmica, que mede numericamente a quantidade de calor produzida por uma variação unitária de temperatura em um determinado corpo. um erro comum é associarmos a terminologia “capacidade” a um sentido de limite, ou o valor máximo de calor que um corpo poderia conter, quando na verdade ela é apenas a quantificação da transferência da energia, para a temperatura do corpo variar, como ressalva HALLIDAY (1996): A palavra capacidade [...] não sugere uma analogia com a capacidade que um balde possui de conter uma certa quantidade de água. Esta analogia é falsa; você não deve pensar que um objeto contém calor ou possui uma capacidade limitada de absorver calor. (HALLIDAY, 1996. Cap. 18. p.191) A unidade definida para a para a capacidade térmica no S.I. é o J/K (Joule por Kelvin), porém a mais utilizada na prática é o cal/°C (caloria por graus Celsius). Vale também ressaltar que a capacidade térmica é proporcional à quantidade de material presente no corpo, com isso, dois corpos de mesma substância, mas com massas diferentes possuem diferentes capacidades térmicas, pois representa quanta energia um material pode armazenar por unidade de volume. Materiais e métodos (procedimentos experimentais) Para este experimento foram utilizados os equipamentos do CIDEPE (Centro Industrial de Equipamentos de Ensino e Pesquisa) dispostos em laboratório; que são: 01 Câmara calorimétrica (EQ213.13); 01 Extrator de Blocos calorimétricos (EQ213.11); 01 Resistor 50W, 24V (EQ213.08); 01 Bloco calorimétrico de alumínio (EQ2013.02S); 01 Bloco calorimétrico de Latão; 01 Vaso calorimétrico de 250ml em alumínio (EQ085.14); 01 Interruptor conversor ON-OFF (EQ034G); 01 Disco Isolante (IN010.16); 02 Cabo elétrico flexível, vermelho, 0,5 metro (EQ040.04); 02 Cabo elétrico flexível, preto, 0,5 metro (EQ040.03) 01 Fonte de alimentação digital, 0 a 30 VCC / 5 ACC (EQ030F); 01 Medidor digital de temperatura (multímetro digital) – 30000.20 10 ml de Glicerina líquida. Iniciou-se o experimento fazendo a montagem experimental de acordo com instruções do CIDEPE (instrução 1052.007H_m), colocando o disco isolante dentro do vaso calorimétrico de alumínio, para evitar contato direto do corpo de prova com o fundo do mesmo. Logo após o posicionamento do disco isolador no vaso, introduziu-se ambos na câmara calorimétrica; que por sua vez fará o isolamento térmico durante o experimento, afim de se evitar lesões ao operador. Em seguida, fixou-se o resistor na tampa da câmara calorimétrica, que será utilizado para incrementar temperatura ao corpo de prova. Após isso, conectou-se os cabos que ligam o resistor ao interruptor conversor on-off e este, por fim, à fonte de alimentação digital, que por sua vez estará conectada à rede de alimentação elétrica. Dando continuidade ao experimento, introduziu-se o corpo de prova no vaso calorimétrico e, em seguida, aplicou-se uma pequena quantidade de glicerina líquida na superfície do resistor e no furo menor do corpo de prova onde estará posicionado o termopar, que fará a leitura da variação da temperatura; fechando a câmara calorimétrica logo em seguida. Pouco antes de se iniciar o experimento, ligou-se o multímetro em paralelo ao sistema elétrico a fim de conferir a tensão, ligando-se a fonte e fazendo-se a leitura; e, logo após, colocou-se o multímetro em série para verificar a corrente, agora ligando o interruptor que aciona o resistor; não o deixando ligado por muito tempo para que não aqueça muito. Em seguida registrou-se estes dados. Agora por sua vez registra-se a leitura da temperatura inicial e em sequência liga-se o sistema e continua-se a registrá-la a cada 30 segundos, durante 480 segundos (8 minutos). Após o término do tempo indicado, removeu-se a tampa da câmara calorimétrica e substituiu-se o corpo de prova utilizando o extrator de blocos calorimétricos; repetindo- se as etapas necessárias para análise deste outro corpo de prova. Com estes dados, serão efetuadas as análises necessárias.A montagem experimental assemelha- se a figura 1 abaixo. Resultados e Discussões A cerca do processo de cálculo dos dados, foram utilizadas as seguintes formulas: 𝑃 = 𝐼. 𝑉 (1) 𝑚𝑇𝑥𝑡 = ∆𝑇 ∆𝑡 (2) 𝐶 = 𝑃 𝑚𝑇𝑥𝑡 (3) Onde: Tabela 1 - Nomenclatura dos termos P Potencia dissipada I Intensidade da corrente V Tensão 𝑚𝑇𝑥𝑡 Coeficiente angular da curva de aquecimento Txt ∆t Variação do tempo ∆T Variação da temperatura 𝐶 Capacidade térmica Fonte: O Autor Dando início à o experimento, ajustamos a fonte de acordo com os dados da tabela 2, e calculamos a potência utilizando (1), confira; Tabela 2- Alimentação Tensão 20 𝑉 ± 0,005 Corrente 1,66 A ± 0,005 Potencia 33,2 W ± 0,05 Fonte: O Autor Utilizando o corpo de prova fabricado de latão, realizamos todos os processos descritos acima, então fizemos as anotações da variação da temperatura durante os 480 segundos, veja os dados na tabela 3; Imagem 1 - Montagem experimental (exemplo) Fonte: O Autor Figura 1 - Montagem experimental (exemplo) Tabela 3 - Dados do corpo #1 CORPO I - LATÃO tempo (s) temperatura (°C) 0 27 30 29 60 30 90 31 120 32 150 33 180 35 210 36 240 38 270 39 300 41 330 42 360 44 390 45 420 47 450 48 480 50 Fonte: O Autor Utilizando dos mesmos processos, fizemos a troca do corpo de prova, por um fabricado de alumínio, que nos forneceu os seguintes dados presentes na tabela 4; Tabela 4 - Dados do corpo #2 CORPO II - LATÃO tempo (s) temperatura (°C) 0 36 30 37 60 39 90 41 120 44 150 47 180 50 210 53 240 56 270 59 300 62 330 65 360 68 390 71 420 74 450 76 480 79 Fonte: O Autor Após a finalização do experimento utilizamos os dados para fazer uma análise gráfica de Txt, presente na figura 2; Figura 2 – Gráfico Txt Fonte: O Autor Ainda utilizando os dados das tabelas e as equações (2) e (3), pudemos calcular a capacidade térmica de cada corpo; Para o corpo 1: C = 693,1 J/ºC Utilizando a relação 1 cal – 4,1868 J, logo; C = 165,5 cal/ºC Para o corpo 2: C = 370,9 J/ºC Utilizando a relação 1 cal – 4,1868 J, logo; C = 88,5 cal/ºC Analisando os resultados dos cálculos, observamos que a capacidade térmica do corpo dois é menor que a do corpo um, confirmando o que já esperávamos após fazer o gráfico, pois o corpo dois precisa de menos calor para variar um grau na temperatura, logo vemos sua representação no gráfico crescer mais, que a do corpo um que precisa de quase o dobro de calor para variar. Conclusão O estudo da Transferência de calor (calorimetria), tem mostrado bastante importância, visto que sua aplicação e utilização vão desde o próprio corpo humano até aparelhos domésticos que fazem parte do nosso cotidiano, como por exemplo ar- condicionado, fogão, geladeira, etc. Entender tais aspectos nos auxiliam a viver de maneira mais confortável como afirma ÇENGEL, Y. A. (2012): O corpo humano está constantemente rejeitando calor para o ambiente, e o nosso conforto está diretamente ligado à taxa em que essa rejeição ocorre. Tentamos controlar essa taxa de transferência de calor adequando nossas roupas às condições do ambiente. (ÇENGEL, Y. A. – 2012. pg 3) Apesar de parecer simples, estes conhecimentos são de extrema importância em várias áreas como a Física e a engenharia, por exemplo. Através deste experimento foi possível perceber (cientificamente) que a capacidade térmica está relacionada proporcionalmente à quantidade de material e ao calor específico do mesmo, possibilitando o uso adequado de tais matérias em determinadas circunstancias. Referências ÇENGEL, Y.A.; GHAJAR, A.J., Transferência de calor e massa: uma abordagem prática. São Paulo: McGraw- Hill, 2012. HALLIDAY, D.; RESNICK, R.; KRANE, K. S. Física 2. 4. ed. Rio de Janeiro: LTC (Livros Técnicos e Científicos), 1996. MÁXIMO, Antônio; ALVARENGA, Beatriz. Física: volume único (coleção “De olho no mundo do trabalho”). São Paulo: Scipione, 2003. PUCCI, L.F.S.; Física Vivencial: Capacidade térmica e calor especifico. 2010. Disponível em : < http://www.fisicavivencial.pro.br/sites/defa ult/files/ee/612/src/612/documentos/612_R T.pdf>. Acesso em: 27 out. 2018 REDAÇÃO; Resumo de física: Calorimetria. 2011. Disponível em < https://guiadoestudante.abril.com.br/estudo/ resumo-de-fisica-calorimetria/> . Acesso em: 28 out. 2018
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