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Transformação Isotérmica: Boyle-Mariotte CARVALHO, Vinícius1 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – vinniciuscarvalho19@gmail.com LOPES, Victor2 - Instituto Federal do Sertão Pernambucano - BR 407, Km 08 - Jardim São Paulo CEP: 56314-520 | Petrolina/PE – victorlopes.prof@gmail.com Resumo. O presente relatório refere-se a prática experimental realizada para estudo do comportamento de um gás confinado. Utilizando um painel gaseológico estudamos o volume e o comportamento de um gás em função da sua pressão, mantendo constante sua temperatura ao longo do experimento e utilizando um sensor de pressão (manômetro analógico) para aferição, através dos dados obtidos foi possível analisar afim de verificação a lei Boyle-Mariotte: “sob temperatura constante o volume ocupado por uma certa massa de gás é inversamente proporcional à pressão a qual o gás está confinado”, e construir analises gráficas referente a pressão versus o volume do gás confinado. Palavras chave: Boyle-Mariotte, Gases, Transformações Isotérmicas 1. Introdução. Termodinâmica é a ciência que estuda as transformações de energia nas quais as variações de temperatura são importantes. Segundo (CALÇADA, 2005) Foi durante o século XIX que o calor foi reconhecido como uma forma de energia e que foi estabelecido o Princípio da Conservação da Energia. Nesta época, então, passou-se a usar a palavra Termodinâmica para designar o estudo das transformações do calor em trabalho e do trabalho em calor. Uma parte muito importante da termodinâmica é o estudo dos gases ideias e suas transformações, segundo (HEWITT, 2000), às vezes ocorre que, durante uma transformação uma das variáveis fique constante, variando apenas as outras duas, isso é denominado transformações particulares, e quando essa variável constante é a temperatura chamamos essa transformação de “Transformação Isotérmica”. Dois dos grandes nomes relacionado as leis das transformações é Robert Boyle e Edme Mariotte, os dois desenvolveram paralelamente a Lei de Boyle-Mariotte, onde segundo (SABIN, 2011) diz que sob temperatura constante, o produto da pressão e do volume de uma massa gasosa é constante, sendo, portanto, inversamente proporcionais. Qualquer aumento de pressão produz uma diminuição de volume e qualquer aumento de volume produz uma 1 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 2 Graduando no curso de Licenciatura em Física do Instituto de Educação, Ciências e Tecnologias do Sertão Pernambucano – Petrolina/PE – Turma 1.132171 diminuição de pressão. Em um gráfico de pressão versus volume, sob temperatura constante, o produto entre pressão e volume deveria ser constante, se o gás fosse perfeito. “A lei de Boyle-Mariotte estabelece que, sob transformação isotérmica de um gás ideal, o produto entre pressão e volume é constante.” Segundo (ALVES, 2008), a Lei de Boyle- Mariotte diz que o volume ocupado por uma mesma massa gasosa é inversamente proporcional às pressões que o mesmo suporta, sob uma mesma temperatura. Assim, podemos entender os efeitos da altitude sobre os órgãos cavitários do organismo (estômago, intestinos, ouvidos, seios da face). Na subida de uma aeronave, ocorre uma expansão gasosa consequente à queda da pressão barométrica. Na descida da aeronave, o inverso é verdadeiro. Tiago Fernandes (FERNANDES, 2009), utilizou a lei de Boyle-Mariotte para explicar alguns fenômenos da medicina hiperbárica (medicina de tratamento de patologias num meio ambiente com pressão superior à atmosférica), como por exemplo: Segundo a lei de Boyle- Mariotte a pressão e o volume variam em proporção inversa (a temperatura constante). As variações de pressão que se conseguem dentro de uma câmara hiperbárica fazem com que os volumes de todas as cavidades orgânicas aéreas que sejam ou possam estar fechadas (tubo digestivo, ouvido, seios perinasais) variem de forma inversa. Todos os objectos ocos sofrerão as mesmas variações de volume. (FERNANDES, 2009) 2. Materiais e métodos 2.1 Materiais. Para este experimento foram utilizados os equipamentos do CIDEPE (Centro Industrial de Equipamentos de Ensino e Pesquisa) dispostos em laboratório; que são: 01 Painel gaseológico - EQ037F.01; 01 Tripé delta médio com sapatas niveladoras – EQ102.03; 01 Chave sextavada em L 4 mm 42002.202. 2.2. Métodos Com a montagem prévia do sistema já efetuada, conforme instrução 1052.032Q2_m também cedida pelo CIDEPE, iniciamos o experimento abrindo totalmente a válvula controladora de fluxo no final da tubulação/mangueira do sistema pneumático, sem retirar o tampão protetor do lugar. Através de pesquisa em sites de meteorologia como o Instituto Nacional de Meteorologia (INMET) e o CLIMATEMPO, registramos a pressão atmosférica (𝑃0) local. Em seguida elevamos o êmbolo ao ponto máximo girando o manípulo em sentido anti- horário, posicionando-o no início do curso no ponto ZERO. Antes de começarmos a comprimir o gás dentro do sistema, ainda com a válvula controladora de fluxo aberta, damos duas voltas no sentido horário tendo como referência o ponto zero, e logo após fechamos a válvula confinando dentro do sistema um volume inicial (𝑉0) de ar à pressão atmosférica. Iniciamos a compressão do sistema dando quatro voltas no manípulo, sempre no sentido horário e tendo como referência o ponto zero; isso gerou uma pressão manométrica (𝑃𝑀) visualizada em um manômetro analógico acoplado ao sistema. Registramos essa pressão. Logo após, calculamos o valor da pressão absoluta (𝑃𝑎𝑏𝑠) e o volume inicial (𝑉0) contido no sistema. Ao todo foram realizados um total de 7 compressões (de quatro em quatro voltas no manípulo), registrando para cada compressão: o valor da pressão manométrica assim como a pressão absoluta, que é a soma da pressão atmosférica com a manométrica; e paralelamente, calculamos também o volume ocupado pelo gás (𝑉𝑁) e o seu inverso para cada situação. Ao fim do experimento, plotamos gráficos comparativos a partir dos dados coletados organizados em tabela, afim de validar a assertiva da lei de Boyle e Mariotte para os gases reais. 3. Resultados e Discussões Para o processamento dos dados, utilizamos as seguintes expressões (nomenclaturas na tabela 1): Lei de Boyle e Mariotte: 𝑉𝛼 1 𝑃 , 𝐿𝑜𝑔𝑜, 𝑃𝑉 = 𝐾 = 𝑐𝑡𝑒 (𝟏) 𝑉0 = ∆𝑉(𝑃0 + ∆𝑝)/∆𝑝 (𝟐) 𝑃𝑎𝑏𝑠 = 𝑃0 + 𝑃𝑀 (𝟑) 𝑉𝑥 = [𝑉𝑥−1 − (4 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎𝑠 𝑥 0,45 𝑚𝐿 𝑣𝑜𝑙𝑡𝑎 )] 𝑚𝐿 (𝟒) Com x >≠0 Onde: Tabela 1 - Nomenclatura dos termos 𝑃0 Pressão Atmosférica 𝑃𝑀 Pressão manométrica ∆p Incremento de pressão manométrica ∆𝑉 Decréscimo do volume 𝑃𝑎𝑏𝑠 Pressão absoluta 𝑉𝑁 Volume nominal/Volume ocupado pelo gás 𝑉𝑥 Volume relacionado à compressão 𝑉0 Voluma de gás inicial K Constante Fonte: O Autor Esse experimento foi uma soma total de 3 repetições, afim de garantir maior certeza experimental através da proximidade estatística. A pressão absoluta (𝑃𝑎𝑏𝑠) ou pressão total, é a soma da pressão atmosférica local com um incremento de pressão, que neste experimento podemos verificarcomo sendo a pressão manométrica. A pressão atmosférica local foi definida com o auxílio de pesquisa, sendo registrado um valor de 970 hPa[3] (Hectopascal). Para efeito de otimização dos dados, sabendo que o manômetro acoplado ao sistema mede a pressão em Kgf/cm², convertemos o valor encontrado da pressão atmosférica para esta mesma unidade com a seguinte relação: 1 ℎ𝑃𝑎 ≅ 0,001 𝐾𝑔𝑓/𝑐𝑚² Após o registro das pressões manométricas para todas as compressões feitas sobre o manípulo, pode-se calcular com auxílio das equações (2), (3) e (4) os dados necessários para analise experimental, sendo expressos seus valores na tabela 2. Tabela 2 Dados coletados Fonte: o Autor A lei de Boyle e Mariotte (1), diz que à uma temperatura constante, o volume ocupado por um gás é inversamente proporcional a pressão em que o gás está submetido. Logo, o produto do volume ocupado com a pressão em que está submetido é uma constante: 𝑃0𝑉0 = 𝑃1𝑉1 = 𝑃2𝑉2 = ⋯ = 𝐾 (5) Podemos verificar melhor a partir dos gráficos 1 e 2 abaixo: Gráfico 1 - Pressão absoluta x Volume ocupado pelo gás Fonte: o Autor 3 Como é de conhecimento de muitos, a pressão atmosférica local é variável; então, é preciso saber que o valor expresso foi coletado na data do experimento. Disponível em: <https://www.climatempo.com.br/previsao-do-- tempo/cidade/258/petrolina-pe> Acesso em: 18/02/2019 Gráfico 2 - Pressão absoluta x Inverso do volume ocupado pelo gás Fonte: o Autor Vemos então - com o auxílio do Gráfico 1, que a pressão cai com o aumento de volume. Enquanto que no gráfico 2, percebemos nitidamente que a pressão e o volume ocupado pelo gás são inversamente proporcionais. Sabendo, porém, que a equação (5) se trata de gases ideais, e que para gases reais há uma boa aproximação, pudemos constatar experimentalmente, com um erro percentual de aproximadamente 2,18% de variação em relação aos dados obtidos e a afirmação feita pela equação (5). Logo, podemos afirmar a assertiva de Boyle-Mariotte, sabendo que para procedimentos experimentais, um erro de até 5% é considerado aceitável. 4. Conclusão Observamos que o volume de um gás é inversamente proporcional à pressão, mantendo- se uma mesma temperatura ambiente. Neste trabalho foi mostrado que ao exercer lentamente uma força sobre uma seringa contendo uma massa gasosa, há um aumento de pressão junto com uma diminuição de volume desta massa de ar, considerando a temperatura ambiente constante. Verificou-se que os gases de interesse realmente são os reais, no entanto adotou-se como referência os gases ideais para facilitar o entendimento do experimento assim como estabelecer cálculos com grande facilidade. Pôde-se verificar que o volume de ar da seringa não se comporta como um gás ideal, pois o produto da pressão e do volume não permaneceu constante. 5. Referências ALVES, Luiz Filipe et al. Avaliação dos efeitos da altitude sobre a visão. Rev Bras Oftalmol, v. 67, n. 5, p. 250-4, 2008. FERNANDES, Tiago DF. Hyperbaric medicine. Acta medica portuguesa, v. 22, n. 4, p. 323-34, 2009. HEWITT, Paul G. Fundamentos de física conceitual. Bookman, 2000. SABIN, Guilherme Post et al. Aumento da resposta analítica por meio da otimização do sistema de injeção sem divisão de fluxo em cromatografia gasosa empregando a lei dos gases ideais. Quim. Nova, v. 34, n. 3, p. 414-418, 2011. SAMPAIO, Jose Luiz; CALÇADA, Caio Sérgio. Física: volume único. São Paulo: Atual, 2005.
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