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Prévia do material em texto

ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO
E ANÁLISE DO PERFIL
DO INVESTIDOR
MATERIAL DE ESTUDOS
DA CERTIFICAÇÃO CPA-102
	 A	CPA-10	é	uma	 importante	parte	do	Programa	de	Certificação	Continuada	da	ANBIMA	
(Associação	 Brasileira	 das	 Entidades	 dos	 Mercados	 Financeiro	 e	 de	 Capitais),	 um	 esforço	
empreendido	pela	entidade	e	pelos	participantes	do	mercado	para	elevar	o	nível	de	conhecimento	
dos	profissionais	e	a	qualidade	do	mercado	de	investimento.
	 O	principal	objetivo	da	CPA-10	é	a	contínua	elevação	da	capacitação	técnica	dos	profissionais	
que	 atuam	 em	 instituições	 financeiras	 em	 contato	 com	 o	 público	 em	 geral,	 no	 processo	 de	
distribuição	 de	 produtos	 de	 investimento.	 Essa	 iniciativa,	 amparada	 na	 Resolução	 3.158	 do	
Conselho	 Monetário	 Nacional,	 instituiu	 um	 processo	 de	 aferição	 do	 conhecimento	 desses	
profissionais	nos	principais	aspectos	relacionados	à	distribuição	de	produtos	de	investimento.
	 No	 exame	 da	 CPA-10,	 o	 candidato	 deve	 demonstrar	 conhecimento	 sobre	 as	 principais	
características	dos	produtos	de	investimento	que	são	ofertados	nas	agências	bancárias,	bem	como	
entender	os	padrões	éticos	de	comportamento	que	devem	ser	adotados	no	relacionamento	com	
os	investidores,	de	tal	forma	que	os	produtos	oferecidos	satisfaçam	aos	objetivos	e	às	necessidades	
dos	clientes.	Esse	material	de	estudo	da	CPA-10	tem	por	objetivo	fornecer	aos	candidatos	uma	
forma	de	preparação	autônoma	para	o	exame,	além	de	permitir	o	aprofundamento	nos	temas	
abordados.
	 A	 ANBIMA	 acredita	 que	 esse	 esforço	 de	 modernização	 dos	 mercados	 financeiro	 e	 de	
capitais	e	a	melhoria	no	atendimento	ao	investidor	–	com	a	disponibilização,	pelos	profissionais,	
de	informações	de	melhor	qualidade	sobre	os	produtos	de	investimento,	em	especial,	sobre	os	
principais	fatores	de	risco	envolvidos	–	resultará	em	estímulos	à	concorrência	leal,	à	padronização	
de	procedimentos	e	à	adoção	das	melhores	práticas	em	prol	do	crescimento	dos	mercados.	
 
	 O	resultado	desse	esforço	refletirá	o	estímulo	ao	crescimento	da	poupança	financeira	no	
país,	uma	das	maneiras	de	favorecer	o	crescimento	sustentável	da	economia	brasileira.
INTRODUÇÃO
O CONTEÚDO DO MATERIAL DE ESTUDO DA CPA-10
	 O	Material	de	Estudos	da	CPA	10	é	estruturado	segundo	os	temas	relacionados	no	Programa	
Detalhado	da	CPA-10	e	contém	todo	o	conhecimento	que	pode	ser	demandado	dos	candidatos	no	
exame	da	CPA-10.	O	objetivo	da	ANBIMA	com	essa	iniciativa	é	permitir	que	todos	os	candidatos	
tenham	 acesso	 a	 um	 conteúdo	 padronizado,	 de	 forma	 que	 possam	 realizar	 sua	 preparação	
de	maneira	mais	uniforme	sem	necessidade	da	realização	de	cursos	preparatórios,	apesar	de	
considerá-los	uma	forma	muito	eficiente	de	formação	dos	candidatos	que	deve	continuar	a	ser	
ofertada.
	 Este	material	será	atualizado	sempre	que	necessário,	por	 isso	sempre	baixe	as	apostilas	
nesta	página!	Quando	for	estudar,	não	deixe	de	confirmar	que	a	versão	que	você	tem	em	mãos	
é	a	última	publicada,	consultando	a	data	da	revisão	na	última	página	de	cada	apostila.
	 O	 conteúdo	da	CPA-10	 é	 resultado	do	 trabalho	 conjunto	da	ANBIMA	 com	as	 principais	
instituições	 do	mercado	 financeiro	 que	 acreditam	 que	 seus	 respectivos	 desdobramentos	 em	
tópicos,	itens	e	subitens	detalham	os	assuntos,	cujo	conhecimento	pelos	profissionais	envolvidos	
na	distribuição	de	produtos	de	investimento	nas	instituições	financeiras	é	considerado	essencial.	
	 O	Material	de	Estudo	da	CPA-10	é	composto	de	sete	grandes	temas	que	foram	divididos	
em	capítulos	para	facilitar	a	apresentação:	Sistema	Financeiro	Nacional;	Ética,	Regulamentação	e	
Análise	do	Perfil	do	Investidor;	Noções	de	Economia	e	Finanças;	Princípios	de	Investimento;	Fundos	
de	 Investimento;	 Instrumentos	de	Renda	Variável	 e	Renda	Fixa;	 e	Previdência	Complementar	
Aberta:	 PGBL	 e	 VGBL.	 Cada	 capítulo	 foi	 estruturado	 com	 uma	 orientação	 de	 estudo	 com	 o	
que	 será	aprendido	 sobre	o	assunto,	 seguida	do	objetivo,	do	 conteúdo	com	o	 conhecimento	
requerido	sobre	o	assunto,	uma	seção	de	questões,	as	justificativas	das	respostas	corretas	e	um	
glossário	ao	final.
 
	 A	 ANBIMA	 assume	 o	 compromisso	 de	manter	 o	 conteúdo	 dos	 exames	 da	 CPA-10	 e	 o	
respectivo	Material	 de	 Estudos	 sempre	 alinhado	 às	 legislações	 e	 revisá-los,	 periodicamente,	
com	a	finalidade	de	incluir	novos	assuntos,	tão	logo	o	dinamismo	e	a	evolução	dos	mercados	
financeiro	e	de	capitais	venham	torná-los	relevantes	e	essenciais.
	 A	 legislação	 vigente	 relacionada	 à	 distribuição	 de	 produtos	 de	 investimento,	 ainda	 que	
não	explicitada	em	todos	os	temas,	encontra-se	presente,	por	meio	dos	conceitos	e	das	regras	
aplicáveis	a	todos	os	temas	e	tópicos	abordados.
	 Além	disso,	é	considerado	mais	importante	para	o	profissional	ter	domínio	dos	conceitos	
envolvidos	nas	questões	do	 seu	dia	 a	dia	do	que	utilizar	 cálculos	matemáticos.	Dessa	 forma,	
não	haverá	necessidade	do	uso	de	calculadora	para	a	realização	do	exame	da	CPA-10,	apesar	
de	 estarem	 presentes	 alguns	 exemplos	 com	 cálculos	 matemáticos	 para	 permitir	 melhor	
entendimento	de	alguns	conceitos	apresentados.
	 A	 ANBIMA	 espera	 que	 os	 candidatos	 ao	 exame	 da	 CPA-10	 possam	 utilizar	 de	maneira	
proveitosa	o	conteúdo	desse	Material	de	Estudo	e	partilhem	do	mesmo	entusiasmo	sentido	por	
todos	os	profissionais	que	participaram	da	construção	desse	processo.
INTRODUÇÃO
APRESENTAÇÃO DOS AUTORES
LUIZ ROBERTO CALADO
Luiz	Calado	é	pós-doutorado	pela	Universidade	da	Califórnia	(Berkeley).	Autor	dos	best	sellers	
Imóveis	(Ed.	Saraiva)	e	Fundos	de	Investimentos	(Ed.	Campus),	além	de	mais	de	20	livros	sobre	
mercado	 financeiro,	 entre	 eles	 Securitização	 (Ed.	 Saint	 Paul),	 Relacionamento	 Bancário	 (Ed.	
Saraiva),	Governança	Corporativa	(Ed.	Andato),	100	Dúvidas	de	Carreira	em	Finanças	(Ed.	Saint	
Paul)	 e	Regulação	e	Autorregulação	 (Ed.	 Saint	Paul).	 Seus	 livros	 são	vendidos	em	mais	de	80	
países,	traduzidos	para	vários	idiomas.	É	professor	e	pesquisador	do	Centro	de	Estudos	GV	Invest	
da	FGV.	Foi	gerente	de	Certificação	e	Educação	na	ANBIMA.	
MAURO MIRANDA, CFA, FRM
Presidente	 da	 CFA	 Society	 Brazil	 e	 profissional	 de	 finanças	 desde	 2000.	 Tem	 carreira	 em	
instituições	financeiras	brasileiras	e	estrangeiras	nas	áreas	de	renda	fixa,	dívida	estruturada	e	
crédito	 privado.	 Começou	 sua	 carreira	 na	 área	de	 administração	da	 dívida	 externa	no	Banco	
Central	do	Brasil.	Em	seguida,	trabalhou	como	trader	e	estruturador	de	renda	fixa,	entre	outras	
posições,	nos	bancos	Bear	Stearns,	Lehman	Brothers,	Banco	Fator	e	Banco	ABN	Amro,	em	Nova	
York,	 Londres	 e	 São	Paulo.	 É	 bacharel	 em	Relações	 Internacionais	 e	 em	Ciências	 Econômicas	
pela	Universidade	de	Brasília,	tem	MBA	pela	Columbia	Business	School	e	obteve	as	designações	
Chartered	Financial	Analyst	(CFA)	em	2006	e	Financial	Risk	Manager	(FRM)	em	2011.
TÂNIA RAQUEL DOS SANTOS AMARAL
Analista	 sênior	da	Superintendência	de	Educação	da	ANBIMA.	Doutoranda	em	Administração	
pela	Faculdade	de	Economia,	Administração	e	Contabilidade	da	Universidade	de	São	Paulo	(FEA	
–	USP).	É	mestre	em	Administração	pela	Faculdade	de	Economia,	Administração	e	Contabilidade	
da	Universidade	de	São	Paulo	(FEA	–	USP).	Cursou	MBA	em	Gestão	de	Investimento	na	Fundação	
Getúlio	Vargas	(FGV	SP).	É	pós-graduada	em	Administração	Financeira	e	Contábil	na	Fundação	
Armando	Álvares	Penteado	(FAAP)	e	graduada	em	Tecnologia	em	Processamento	de	Dados	na	
Universidade	Mackenzie.
VICENTE PICCOLI MEDEIROS BRAGA 
Advogado	e	doutorando	em	Direito	Comercial	na	Faculdade	de	Direito	da	Universidade	de	São	
Paulo	(FDUSP),	é	mestre	em	Direito	e	Desenvolvimento	pela	Escola	de	Direito	de	São	Paulo	da	
Fundação	Getúlio	Vargas	(FGV	DIREITO	SP).	Trabalhou	junto	ao	setor	de	Crimes	Contra	o	Sistema	
Financeiro	Nacional	do	Ministério	Público	Federal	do	Paraná,	assessorouo	Conselho	de	Recursos	
do	Sistema	Financeiro	Nacional	(CRSFN),	foi	responsável	pelos	aspectos	jurídicos	dos	processos	
de	Autorregulação	da	ANBIMA	e	atualmente	coordena	as	Operações	de	Assistência	Estrutural	e	
de	Liquidez	prestadas	pelo	Fundo	Garantidor	de	Créditos	(FGC).
INTRODUÇÃO
RICARDO NARDINI – coordenador e revisor 
Gerente	executivo	da	ANBIMA,	responsável	pelas	áreas	de	Certificação	e	Educação	Continuada.	
Desde	 2005,	 responsável	 por	 coordenar	 o	 desenvolvimento	 dos	 exames	 de	 certificação	 da	
ANBIMA	e	da	Associação	PLANEJAR,	sendo	responsável	pelo	desenvolvimento	da	Certificação	
de	Especialistas	em	Investimento	ANBIMA	(CEA),	da	Certificação	de	Gestores	ANBIMA	(CGA)	e	
da	Certificação	CFP	no	Brasil.	Antes	de	ingressar	na	ANBIMA,	trabalhou	nas	áreas	de	tesouraria,	
private	banking	e	investimentos	no	Lloyds	Bank	Plc.,	Banco	Credit	Commercial	de	France	e	HSBC	
Asset	Management.	Formado	em	Engenharia	de	Produção	pela	Escola	Politécnica	da	Universidade	
de	São	Paulo,	é	pós-graduado	em	Banking	pela	FGV	SP.
INFORMAMOS QUE AS QUESTÕES APRESENTADAS NESSE MATERIAL NÃO FAZEM PARTE DOS EXAMES DE CERTIFICAÇÃO APLICADOS 
PELA ANBIMA, DEVENDO SERVIR APENAS COMO ORIENTAÇÕES PARA O ESTUDO DOS CANDIDATOS. EM HIPÓTESE ALGUMA A SUA 
UTILIZAÇÃO É GARANTIA DE APROVAÇÃO NO EXAME, UMA VEZ QUE APENAS SERVE COMO COMPLEMENTO AO ESTUDO, SENDO 
FACULTADO AO CANDIDATO ANALISAR A VIABILIDADE DE SEU USO, COMO TAL INFORMADO. AS QUESTÕES APRESENTADAS 
NESTE MATERIAL FORAM DESENVOLVIDAS PELOS AUTORES ESPECIFICAMENTE PARA FINALIDADE DE APOIO. PORTANTO, NÃO É 
GARANTIDA A APROVAÇÃO OU QUE AS QUESTÕES SERÃO APRESENTADAS DA MESMA FORMA NO EXAME. A ANBIMA RESERVA-SE 
O DIREITO DE APRESENTAR AS QUESTÕES NO EXAME DE CERTIFICAÇÃO CPA-10 DE FORMA DISTINTA AOS CANDIDATOS.
INTRODUÇÃO
Apresentação do capítulo......................................................................................................................................	1
2.1 Códigos de regulação e melhores práticas da ANBIMA .............................................................................	2
2.1.1	Código	ANBIMA	de	Regulação	e	Melhores	Práticas	para	os	Fundos	de	Investimento...........................3
2.1.2	 Código	 ANBIMA	de	 Regulação	 e	Melhores	 Práticas	 para	 a	 Atividade	 de	Distribuição	 de
Produtos	de	Investimento	no	Varejo.............................................................................................................	13
2.2 Prevenção contra a lavagem de dinheiro....................................................................................................	20
2.2.1	Conceito	de	lavagem	de	dinheiro	–	legislação	..........................................................................................21
2.2.2	Clientes/investidores...................................................................................................................................	23
2.2.3	Operações	suspeitas....................................................................................................................................	25
2.2.4	 Responsabilidades	 administrativas	 e	 legais	 de	 entidades	 e	 pessoas	 físicas	 sujeitas	 à	 lei	 e	 à	
regulamentação....................................................................................................................................................	30
2.2.5	Crime	de	lavagem	de	dinheiro....................................................................................................................	31
2.3 Ética na venda ................................................................................................................................................	32
2.3.1	Venda	casada:	conceito	...............................................................................................................................32
2.3.2	Restrições	do	investidor:	idade,	horizonte	de	investimento,	conhecimento	do	produto	e	tolerância	
ao	risco	...................................................................................................................................................................	34
2.4 Análise do Perfil do Investidor (API).............................................................................................................	35
2.4.1	Instrução	CVM	539	–	dever	de	verificação	da	adequação	de	produtos,	serviços	e	operações	ao	perfil	
do	cliente	(suitability)	–	finalidade	e	para	quem	se	aplica	a	regra..........................................................35
2.4.2	Adequação	de	produtos	em	função	do	perfil	do	investidor;	importância	e	motivação	do	API	para	o	
investidor;	possibilidade	de	venda	de	um	produto	não	adequado	ao	perfil	do	investidor...........................	40
Questões.................................................................................................................................................................42
Respostas...............................................................................................................................................................	48
Glossário.................................................................................................................................................................	52
Expediente.............................................................................................................................................................	67
SUMÁRIO
AUTOR
	 Vicente	Piccoli	M.	Braga
ORIENTAÇÕES DE ESTUDO
 Conhecer	 os	 principais	 códigos	 ANBIMA	 de	 autorregulação	 referentes	 à	 atividade	 de
	 	 intermediação	financeira.
 Compreender	 as	 principais	 obrigações	 impostas	 às	 instituições	 financeiras
	 	 pela	autorregulação	da	ANBIMA.
 	Entender	o	conceito	de	lavagem	de	dinheiro.
 	Conhecer	como	se	dá	a	prevenção	contra	a	lavagem	de	dinheiro	no	Sistema	Financeiro
		 	 Nacional.
 	Conhecer	e	delimitar	o	que	caracteriza	uma	venda	casada
 	Compreender	a	finalidade	e	extensão	do	dever	de	verificação	da	adequação	dos	produtos,	
	 	 serviços	e	operações	ao	perfil	do	cliente	(suitability).
 	Adequar	os	produtos	oferecidos	às	limitações,	necessidades	e	anseios	dos	investidores,	
	 	 de	acordo	com	a	regulação.
OBJETIVO
	 Este	 capítulo	 se	 propõe	 a	 expor	 algumas	 das	 principais	medidas	 regulatórias	 impostas	
ao	profissional	que	trabalha	com	intermediação	financeira.	Grande	parte	dessas	medidas	têm	
sua	 justificativa	amparada	em	considerações	de	natureza	ética.	Nesse	sentido,	serão	expostas	
medidas	focadas	em	duas	grandes	preocupações.	Em	primeiro	lugar,	há	preocupação	em	garantir	
que	 o	 profissional	 atenda	 o	 público	 de	 forma	 efetiva,	 transparente	 e	 leal,	 visando	 buscar	 a	
melhor	opção	disponível	para	os	anseios	e	as	necessidades	dos	clientes,	e	não	forçar	produtos	
inadequados	visando	sobretudo	ao	favorecimento	do	próprio	intermediário.	Em	segundo	lugar,	
cuida-se	 para	 que	 a	 atividade	 de	 intermediação	 não	 seja	 utilizada	 para	 viabilizar	 ou	 facilitar	
atividades	ilícitas.
1
CAPÍTULO 1 1ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISEDO PERFIL DO INVESTIDOR
	 A	definição	mais	bem	aceita	e	difundida	do	termo	“ética”	é	aquela	que	a	define	como	o	
corpo	de	regras	que	regem	determinado	meio,	expressando	a	sua	moral.	Assim,	quando	falamos	
de	ética	no	mercado	financeiro,	estamos	falando	justamente	das	normas	que	definem	a	moral	
desse	mercado.	
	 A	principal	finalidade	das	normas	que	regem	o	mercado	financeiro	é	zelar	pela	confiança	
do	público.	Isso	porque	a	confiança	do	público	no	Sistema	Financeiro	Nacional	(SFN)	é	elemento	
essencial	para	seu	bom	desenvolvimento.	Para	zelar	por	essa	confiança,	tanto	a	autorregulação	
quanto	a	regulação	estatal	buscam	estabelecer	práticas	focadas	em	dois	pilares:	(i)	garantir	que	o	
SFN	cumpra	sua	função	de	modo	a	satisfazer	o	público	e	(ii)	zelar	para	que	o	mercado	financeiro	
seja	utilizado	de	acordo	com	as	demaisleis	vigentes	na	sociedade.	Para	compreender	melhor	
algumas	das	principais	disposições	regulatórias	nesse	sentido,	o	presente	capítulo	se	divide	em	
quatro	partes.
	 A	 primeira	 parte	 dedica-se	 a	 detalhar	 as	 disposições	 previstas	 em	 dois	 códigos	 de	
autorregulação	da	ANBIMA	de	maior	relevância	para	o	escopo	deste	capítulo.	A	segunda	parte	
dedica-se	a	explicar	as	medidas	direcionadas	ao	combate	e	à	prevenção	à	lavagem	de	dinheiro.	
A	terceira	parte	dispõe	sobre	algumas	das	principais	considerações	relativas	à	ética	na	venda	de	
produtos,	com	especial	atenção	à	vedação	à	venda	casada.	A	quarta	e	última	parte,	por	sua	vez,	
detalha	as	determinações	regulatórias	de	observação	obrigatória	quanto	à	análise	do	perfil	do	
investidor	e	restrições	decorrentes	da	verificação	de	diferentes	perfis.
 2.1 Códigos de Regulação e Melhores Práticas da ANBIMA
 Conforme	 visto	 no	 capítulo	 anterior,	 a	 ANBIMA	 desempenha	 relevante	 função	 de	
autorregulação,	 cujas	 normas	 são	 expressas	 em	diversos	 Códigos,	 cada	 um	 tratando	de	 uma	
atividade	diferente	dentro	do	mercado	financeiro.
	 Contudo,	no	que	diz	respeito	às	normas	advindas	da	preocupação	de	manter	uma	ética	
de	mercado	 que	 vise	 tanto	 garantir	 ao	 público	 o	 serviço	mais	 adequado	 aos	 seus	 anseios	 e	
necessidades	quanto	proteger	a	própria	atividade	de	intermediação	da	sua	utilização	para	fins	
ilícitos,	dois	Códigos	de	autorregulação	da	ANBIMA	ganham	maior	destaque.	
	 De	um	lado,	há	o	Código	ANBIMA	de	Regulação	e	Melhores	Práticas	para	os	Fundos	de	
Investimento	(“Código	de	Fundos”),	cujo	número	de	aderentes	é	expressivo	frente	ao	universo	da	
indústria,	ditando	o	padrão	de	conduta	que	se	espera	de	gestores,	administradores,	custodiantes	
e	distribuidores.	De	outro,	há	o	Código	de	Varejo,	que	tutela	a	relação	direta	dos	intermediários	
financeiros	com	os	investidores.
	 Em	razão	da	relevância	singular	desses	códigos	na	definição	do	corpo	de	regras	que	regem	
as	 relações	no	mercado	financeiro,	 isto	 é,	 como	visto,	 sua	ética,	 ambos	 serão	analisados	 em	
maior	detalhe	a	seguir.
2
ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
 2.1.1 Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para os Fundos de Investimento
	 Dado	o	crescimento	da	indústria	de	fundos	na	última	década	e	a	carência	regulatória	inicial,	
o	Código	de	Fundos	é	o	mais	difundido	da	ANBIMA	e	o	segundo	mais	antigo,	datando	de	2000.	
Também	é	o	Código	a	respeito	do	qual	se	verifica	maior	atividade,	sendo	ano	após	ano	aquele	do	
qual	decorre	o	maior	número	de	procedimentos	de	apuração.
	 Para	melhor	apreciação	do	conteúdo	do	Código	de	Fundos	frente	às	preocupações	deste	
capítulo,	analisaremos	em	detalhe	os	principais	capítulos	dele	relacionados	a	aspectos	da	ética	
de	mercado.
 2.1.1.1 Propósito e abrangência (Cap. I) 
	 O	objetivo	declarado	do	Código	de	Fundos	é	estabelecer	parâmetros	pelos	quais	a	indústria	
deve	se	orientar	visando	à	promoção	da	concorrência	leal,	da	padronização	de	procedimentos,	
da	maior	qualidade	e	disponibilidade	de	informações,	da	elevação	dos	padrões	fiduciários	e	a	
promoção	de	melhores	práticas.
	 Para	tal,	o código vincula as ações de todos que desejarem a ele aderir e aos associados 
da ANBIMA que pratiquem qualquer das seguintes atividades para os fundos de investimento:	
(i)	administração;	(ii)	gestão	de	carteira;	(iii)	consultoria;	(iv)	distribuição	de	cotas;	(v)	tesouraria;	
(vi)	controle	de	ativos;	(vii)	Controle	do	passivo;	e	(viii)	custódia	de	ativos.	Aqueles	aos	quais	se	
aplica	o	código	são	chamados	de	instituições	participantes.
	 Além	 disso,	 as	 regras	 do	 código	 valem	 para	 todos	 os	 integrantes	 do	 conglomerado	 ou	
grupo	financeiro	das	instituições	participantes	que	estejam	autorizados	a	operar	no	Brasil	nas	
atividades	descritas	no	parágrafo	anterior.	Considera-se	pertencente	ao	mesmo	conglomerado	
financeiro	 ou	 grupo	 financeiro	 qualquer	 sociedade	 controlada,	 controladora	 ou	 sob	 controle	
comum	das	instituições	participantes.
 2.1.1.2 Princípios gerais (Cap. II) 
	 Os	 princípios	 gerais	 dispostos	 no	Código	de	 Fundos	diferem	dos	 princípios	 comumente	
elencados	nas	leis,	que	normalmente	se	referem	a	conceitos	sucintos	de	definição	aberta,	como	
os	princípios	da	 legalidade,	 impessoalidade,	moralidade,	publicidade	e	eficiência	dispostos	no	
art.	37	da	Constituição	Federal	de	1988.
	 O	que	o	Código	de	Fundos	 chama	de	princípios	 gerais	 são,	na	 verdade,	declarações	de	
deveres	a	serem	observados	pelas	instituições	participantes	em	relação	a	fundos	de	investimento.	
Esses	deveres	são	descritos	em	maior	detalhe	que	a	mera	menção	a	um	princípio	jurídico,	mas	
ainda	 assim	 contêm	 em	 sua	 descrição	 conceitos	 um	 tanto	 quanto	 abertos,	 que	 permitem,	
portanto,	alguma	interpretação.	
	 Assim,	são	quatro	os	deveres	impostos	às	instituições	participantes	pelos	princípios	gerais	
do	código:
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
I.		 	 “Desempenhar	suas	atribuições	buscando	atender	aos	objetivos	descritos	nos	documentos	
	 	 do	fundo	de	investimento,	observada	a	regulamentação	aplicável	a	cada	tipo	de	fundo,	
	 	 bem	como	a	promoção	e	divulgação	de	informações	a	eles	relacionadas,	inclusive	no	que
	 	 diz	 respeito	 à	 remuneração	 por	 seus	 serviços,	 visando	 sempre	 ao	 fácil	 e	 correto	
	 	 entendimento	por	parte	dos	investidores;”
	 	 Como	 se	 pode	 perceber	 pela	 leitura	 desse	 dispositivo,	 ele	 é	 composto	 por	 duas	
	 	 obrigações,	a	saber:	atuar	dentro	do	mandato	recebido	–	ou	seja,	na	busca	dos	objetivos	
	 	 do	fundo	–	e	ser	transparente	com	as	informações	do	fundo	–	inclusive	aquelas	relativas	
	 	 à	remuneração	das	instituições	participantes.
II.	 	 “Cumprir	 todas	as	suas	obrigações,	devendo	empregar,	no	exercício	de	sua	atividade,	
	 	 o	cuidado	que	toda	pessoa	prudente	e	diligente	costuma	dispensar	à	administração	de
	 	 seus	 próprios	 negócios,	 respondendo	por	 quaisquer	 infrações	 ou	 irregularidades	 que
	 	 venham	a	ser	cometidas	durante	o	período	em		que	prestarem	algum	dos	serviços
	 	 previstos	no	§	1º	do	artigo	2º	deste	Código;”	O	que	esse	princípio	determina	é	a	obrigação	
 de desempenhar suas funções respeitando o dever de diligência	 –	 assim	entendido	
	 	 como	a	prudência	e	o	zelo	que	se	esperariam	de	alguém	na	administração	de	seus	
	 	 próprios	negócios1.
III.		 	 “Evitar	práticas	que	possam	ferir	a	relação	fiduciária	mantida	com	os	cotistas	dos	fundos	
	 	 	de	investimento;”
	 	 Isso	quer	dizer	que	a	instituição	participante	deve	zelar	pela	relação	fiduciária existente
	 	 entre	 ela	 e	 os	 cotistas,	 assim	 entendida	 como	 a	 relação	 de	 confiança	 e	 lealdade
	 		 estabelecida	com	eles	no	momento	da	contratação.
IV.		 	 “Evitar	 práticas	 que	 possam	 vir	 a	 prejudicar	 a	 indústria	 de	 fundos	 de	 investimento
		 	 e	 seus	 participantes,	 especialmente	 no	 que	 tange	 a	 deveres	 e	 direitos	 relacionados	
	 	 às	atribuições	específicas	de	cada	uma	das	instituições	participantes,	estabelecidas	em	
	 	 contratos,	regulamentos	e	na	legislação	vigente.”
	 	 Em	outras	palavras,	 as	 instituições	participantes	devem	cumprir	de	 forma	adequada
		 	 suas	respectivas	funções	e	obrigações,	de	modo	a	preservar	e	fortalecer	a	reputação	da	
	 	 indústria	de	fundos	de	investimento	perante	investidores.
1 Tal	como	conceitua	o	art.	153	da	Lei	6.404/76.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Saiba mais: uma	delimitação	mais	precisa	do	que	efetivamente	significa	o	dever	de	
diligência	é	discutida	em	SALAMA,	Bruno	Meyerhoff	&	BRAGA,	Vicente	Piccoli	M.	Dever	de	
Diligência	do	Conselheiro	de	Administração:	Lições	da	Jurisprudência	Administrativa	nas	
Companhias	Abertas.	In	ROSSETTI,	Maristela	Abla	&	PITA,	Andre	Grunspun.	Governança	
Corporativa:	Avanços	e	Retrocessos.	São	Paulo:	Quartier	Latin	do	Brasil,	2017.	p.	133-
157.	Disponível	em:	https://works.bepress.com/bruno_meyerhof_salama/113/2.1.1.3 Documentos e informações dos fundos: Anexo I – Fundos de Investimento
	 Parte	 fundamental	das	melhores	práticas	propostas	pelo	Código	de	Fundos	diz	 respeito	
a	documentos	e	 informações	que	devem	ser	 fornecidos	ou	disponibilizados	pelas	 instituições	
participantes	para	seus	cotistas	e	para	a	ANBIMA.	Isso	ocorre	para	permitir	maior	controle	por	
parte	dos	cotistas	e	dos	reguladores	sobre	as	atividades	referentes	aos	fundos	de	investimento,	
bem	como	para	informar	melhor	as	decisões	de	investimento.
	 Pensando	nisso	é	que	o	código	estabeleceu	em	seus	anexos	as	obrigações	documentais	
e	 informacionais	específicas	dos	principais	tipos	de	 fundo,	 respeitando	as	particularidades	de	
cada	um	deles.	O	rol	desses	documentos	e	 informações	de	prestação	obrigatórias	podem	ser	
analisados	nos	seguintes	anexos	para	os	seguintes	tipos	de	fundo:	Anexo	I	–	Fundos	regulados	
pela	instrução	CVM	555;	Anexo	II	–	Fundos	de	Investimento	em	Direitos	Creditórios;	Anexo	III	–	
Fundos	de	Investimento	Imobiliário;	e	Anexo	IV	–	Fundos	de	Investimento	em	Índice	de	Mercado.
 
	 Especialmente	no	que	se	refere	ao	Anexo	I,	relativo	aos	fundos	de	investimento	regulados	
pela	Instrução	CVM	5552	,	são	impostas	as	seguintes	obrigações	às	instituições	participantes	que	
administram	esses	fundos:
 	Registrar	o	fundo	na	ANBIMA	no	prazo	máximo	de	dez	dias,	contados	do	início	da	captação	
	 	 ou	de	ter	a	instituição	administradora	se	tornado	instituição	participante	do	código,	o	que	
	 	 ocorrer	por	último.
 	Encaminhar	para	a	ANBIMA	documentação	específica	contendo:
 • Formulário de Informações Complementares	(“formulário”);
	 	 •	regulamento	do	fundo;
	 	 •	comprovante	de	pagamento	da	taxa	de	registro;	e
	 	 •	formulário	de	cadastro.
 	Fazer	constar	do	Formulário	de	Informações	Complementares,	no	mínimo,	as	seguintes
		 	 informações:
	 	 •	classificação	 de	 Tipo	 ANBIMA	 atribuída	 ao	 fundo,	 acompanhada	 da	 descrição	 do
		 	 	 respectivo	tipo;
 
2	A	Instrução	CVM	555	veio	em	substituição	à	Instrução	CVM	409,	de	modo	que	os	fundos	de	investimento	regulados	por	essa	nova	
instrução	são,	basicamente,	aqueles	antigamente	conhecidos	como	“fundos	409”.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Dica: O	profissional	nunca	deve	ignorar	as	seções	dos	princípios	nos	códigos	
ANBIMA,	pois,	 além	de	nortear	 a	 aplicação	das	 regras,	 eles	 também	geram	
obrigações	e	podem	motivar	a	instauração	de	processos	de	autorregulação.
 • descrição detalhada dos fatores de risco do fundo,	 em	 obediência	 ao	 conteúdo
	 	 	 mínimo	
	 	 	 de	cada	fator	de	risco	descrito	no	inciso	II	do	art.	3º	do	Anexo	I	do	Código	de	Fundos;
	 	 	 descrição	 do	 sistema	 de	 gerenciamento	 de	 risco	 utilizado	 pelo	 administrador	 e/ou	
	 	 	 gestor	do	fundo;
	 	 •	descrição	 do	 sistema	 de	 gerenciamento	 de	 risco	 utilizado	 pelo	 administrador	 e/ou
		 	 	 gestor	do	fundo;
	 	 •	breve	histórico	do	administrador	e	do	gestor	do	fundo;
	 	 •	Política	de	Exercício	de	Direito	de	Voto	em	Assembleia.
 	 Para	fundos	distribuídos	por	diversas	instituições,	deve	constar	no	formulário	um	aviso	
	 	 com	o	seguinte	teor:
	 	 “ESTE	FUNDO	PODE	TER	SUAS	COTAS	COMERCIALIZADAS	POR	VÁRIOS	DISTRIBUIDORES,
	 	 O	QUE	PODE	GERAR	DIFERENÇAS	DE	HORÁRIOS	E	VALORES	MÍNIMOS	PARA	APLICAÇÃO	
	 	 OU	RESGATE,	E	TELEFONES	PARA	ATENDIMENTO	AO	CLIENTE.”
	 Ademais,	 no	que	 se	 refere	 aos	 fundos	que	disponibilizarem	a	“Lâmina de Informações 
Essenciais” aos seus cotistas,	 cabe	 à	 instituição	 participante	 observar	 as	 diretrizes	 emitidas	
nesse	 sentido	 pelo	 Conselho	 de	 Regulação	 e	Melhores	 Práticas	 de	 Fundos	 de	 Investimento,	
em	especial	 as	 “Diretrizes	de	Escala	de	Risco	para	Preenchimento	da	Lâmina	de	 Informações	
Essenciais”,	disponíveis	no	site	da	ANBIMA.
 2.1.1.4 Documentos e Informações dos Fundos de Investimento (Cap. V)
	 Seguindo	 a	 linha	 dos	 deveres	 informacionais,	 o	 Código	 de	 Fundos	 estabelece	 que	 os	
documentos	disponibilizados	devem	conter	as	principais	características	do	fundo	de	investimento,	
em	especial	as	informações	relevantes	ao	investidor	sobre	a	política	de	investimento,	os	riscos	
envolvidos	e	os	direitos	e	responsabilidades	dos	cotistas.	Além	disso,	devem	conter,	no	mínimo,	
alguns	dizeres	obrigatórios	elencados	no	art.	14º	do	código.
 
	 Entre	eles,	destaca-se	o	Selo	ANBIMA,	representado	pela	logomarca	da	ANBIMA,	que	deve	
constar	na	capa	do	prospecto	ou	do	formulário,	seguida	de	um	dos	seguintes	dizeres,	conforme	
o	caso:	
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Dica: A	adequada	descrição	dos	fatores	de	risco	é	obrigação	das	 instituições	
participantes	 a	 fim	 de	 manter	 o	 cotista	 plenamente	 ciente	 dos	 riscos	 que	
aceitará	ao	investir	em	determinado	fundo.	Portanto,	é	indispensável	que	sejam	
listados	todos	os	riscos	ao	qual	o	fundo	esteja	sujeito,	pois	o	não	cumprimento	
dessa	obrigação	sujeitará	a	instituição	participante	à	instauração	de	processos	
de	autorregulação.
	 I.			 no	caso	do	prospecto:
	 	 	 “PROSPECTO	 DE	 ACORDO	 COM	 O	 CÓDIGO	 ANBIMA	 DE	 REGULAÇÃO	 E	 MELHORES
	 		 	 PRÁTICAS	PARA	OS	FUNDOS	DE	INVESTIMENTO”;
	 II.		 no	caso	do	formulário:	
 
	 	 	 “A	PRESENTE	INSTITUIÇÃO	ADERIU	AO	CÓDIGO	ANBIMA	DE	REGULAÇÃO	E	MELHORES	
	 	 		PRÁTICAS	PARA	OS	FUNDOS	DE	INVESTIMENTO”.
	 Além	disso,	quando	for	o	caso	e	conforme	o	nível	de	exposição	a	risco	de	cada	fundo,	devem	ser	
incluídos	obrigatoriamente,	com	destaque	–	ou	seja,	nada	de	letras	miúdas	ou	menções	escondidas	
–,	na	capa,	contracapa	ou	primeira	página	do	prospecto	ou	formulário,	um	dos	seguintes	avisos:
 
	 I.			 “ESTE	FUNDO	UTILIZA	ESTRATÉGIAS	QUE	PODEM	RESULTAR	EM	SIGNIFICATIVAS		
	 	 	 PERDAS	PATRIMONIAIS	PARA	SEUS	COTISTAS.”;	ou
	 II.		 “ESTE	FUNDO	UTILIZA	ESTRATÉGIAS	QUE	PODEM	RESULTAR	EM	SIGNIFICATIVAS	PERDAS
	 	 	 PATRIMONIAIS	 PARA	 SEUS	 COTISTAS,	 PODENDO	 INCLUSIVE	 ACARRETAR	 PERDAS
		 	 	 SUPERIORES	AO	CAPITAL	APLICADO	E	A	CONSEQUENTE	OBRIGAÇÃO	DO	COTISTA	DE	
	 	 	 APORTAR	RECURSOS	ADICIONAIS	PARA	COBRIR	O	PREJUÍZO	DO	FUNDO.”
	 Outros	 avisos	 também	 são	 obrigatoriamente	 previstos	 por	 força	 do	 Código	 de	 Fundos	
e	 das	 deliberações	 emitidas	 pelo	 Conselho	 de	 Regulação	 e	Melhores	 Práticas	 de	 Fundos	 de	
Investimento,	 pelo	 que	 o	 profissional	 responsável	 por	 essas	 atividades	 deve	 ler	 o	 Código	 de	
Fundos	em	detalhe,	bem	como	as	deliberações	e	diretrizes	correspondentes,	todas	divulgadas	
em	suas	versões	atualizadas	no	site	da	ANBIMA.
 2.1.1.5 Publicidade e divulgação de material técnico (Cap. VI)
	 As	 obrigações	 informacionais	 do	Código	de	 Fundos,	 contudo,	 não	 se	 limitam	a	 garantir	
que	os	 investidores	 tenham	as	 informações	 adequadas	 e	precisas	 sobre	o	 fundo,	nem	a	que	
entendam	 seus	 riscos.	Há	 também	a	 preocupação	 de	 garantir	 que	 os	 investidores	 ingressem	
na	indústria	com	perspectivas	realistas	acerca	do	desempenho	de	seus	investimentos	e	que	as	
instituições	participantes	concorram	de	forma	leal.	
	 Para	isso,	o	Código	de	Fundos	impõe	algumas	condutas	e	exige	a	plena	observância	das	
Diretrizes	 para	 Publicidade	 e	Divulgação	 de	Material	 Técnico	 de	 Fundos	 de	 Investimento.	 Tal	
documento,	como	se	pode	intuir,	estabelece	regras	que	visam	tornar	a	divulgação	de	rentabilidade	
e	rendimentos	autêntica	e	facilmente	compreensível,	de	modo	a	amparar	o	investidor	em	suas	
escolhas.	
	 Para	tanto,	as	comunicações	publicitárias	e	os	materiais	solicitados	com	objetivo	de	dar	
suporte	a	uma	decisão	de	investimento	devem	se	ater	aos	seguintes	princípios:
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
 
 Objetividade e relevância:	 as	 informações	 disponibilizadas	 devem	 ser	
	 	 objetivas	 e	 pertinentes	 ao	 processo	 de	 decisão	 de	 investimento,	 devendo	 ser	
	 	 tratados	de	forma	técnica	assuntos	relativos	ao	desempenho	passado,	conferindo-se	privilégio	às	informações	de	longo	prazo	em	detrimento	daquelas	de	curto	prazo.
 Consistência, atualidade e regularidade:	 as	 informações	 apresentadas	 de	 forma
	 	 constante	 e	 regular	 devem	manter	 a	 mesma	 linha	 de	 conteúdo	 e	 forma,	 incluindo	
	 	 a	 informação	 mais	 recente	 disponível,	 de	 tal	 maneira	 que	 não	 sejam	 alterados	 os	
	 	 períodos	de	análise	buscando	ressaltar	períodos	de	boa	rentabilidade,	com	o	descarte	
	 	 de	períodos	desfavoráveis.
 Transparência e clareza:	 deve	 ser	 usada	 linguagem	 adequada	 ao	 público-alvo,
	 	 não	induzindo	a	erro	ou	decisão	equivocada	de	aplicação	ou	permanência	no	fundo.
 Comparabilidade: devem	ser	privilegiados	dados	de	fácil	comparabilidade.	Caso	não	
	 	 sejam	usados	métodos	de	cálculo	universais,	deve	 ser	 indicado	onde	o	 cotista	pode	
	 	 obter	informações	sobre	a	metodologia	utilizada,	que	deve	ser	pública	e	estar	disponível	
	 	 para	consulta.
 Concorrência leal:	 não	 se	 deve	 promover	 determinados	 fundos	 ou	 instituições
	 		participantes	 em	detrimento	dos	 seus	 concorrentes,	 sendo	permitida	 a	 comparação
	 		entre	os	fundos	sem	juízo	de	valor.
 Adequação: as	 instituições	 participantes	 devem	 envidar	 melhores	 esforços	 para	
	 	 fornecer	material	adequado	ao	seu	público-alvo,	minimizando	incompreensões	quanto
	 	 	ao	seu	conteúdo	e	privilegiando	informações	necessárias	para	a	tomada	de	decisão.	
	 Com	isso,	busca-se	fortalecer	a	relação	de	confiança	dos	investidores	com	a	indústria	de	
fundos,	bem	como	garantir	um	ambiente	de	concorrência	saudável	e	leal	entre	as	instituições	
participantes.
 
2.1.1.6 Marcação a Mercado (MaM) – Código de Fundos de Investimento (Cap. VII) 
 Seguindo	a	linha	de	zelo	pela	confiança	dos	investidores	na	indústria,	a	ANBIMA	estabelece	
uma série de regras determinando a MaM	de	diversos	ativos.	
 
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Saiba mais: As	Diretrizes	para	Publicidade	e	Divulgação	de	Material	Técnico	
de	Fundos	de	Investimento	compõem	um	dos	principais	corpos	de	diretrizes	
emitidos	 pelo	 Conselho	 de	 Regulação	 e	 Melhores	 Práticas	 de	 Fundos	 de	
Investimento,	impondo	uma	série	de	obrigações	às	instituições	participantes,	
pelo	que	sua	leitura	atenta	é	recomendável	para	todo	profissional	que	exerça	
atividade	correlata.	O	 inteiro	 teor	da	versão	atual	das	 respectivas	diretrizes	
pode	 ser	 encontrado	 em:	 http://www.anbima.com.br/data/files/81/
E7/01/88/0BC575106582A275862C16A8/DeliberacaoN70-Diretrizes-para-
Publicidade-e-Divulgacao-de-Material-para-Fundos-de-Investimento_1_.pdf
Basicamente, a MaM consiste em registrar todos os ativos, para efeito de valorização e cálculo 
de cotas dos fundos de investimento, pelos respectivos preços negociados no mercado em 
casos de ativos líquidos ou, quando esse preço não é observável, por uma estimativa adequada 
de preço que o ativo teria em eventual negociação feita no mercado.
 IMPORTANTE: as determinações obrigando esse tipo de MaM se baseiam em dois motivos:
 Maior transparência:	os	cotistas	sabem	dia	a	dia	como	está	sendo	o	desempenho	de
		 	 suas	cotas.	
 Evitar a transferência de riqueza:	porque	há	grande	preocupação	que,	se	a	flutuação
	 natural	 dos	 preços	 dos	 ativos	 não	 for	 devidamente	 acompanhada	 e	 demonstrada,	
	 investidores	 podem	 aproveitar	 para	 efetuar	 a	 retirada	 de	 recursos	 em	 determinados	
	 momentos	nos	quais,	em	verdade,	as	cotas	valeriam	menos	que	o	pago	por	elas,	pois
		 os	ativos	poderiam	ter	se	desvalorizado	sem	que	isso	estivesse	refletido	no	preço		
	 da	cota.
	 A	MaM	é	de	responsabilidade	do	administrador	de	cada	fundo,	mas	ele	pode,	sob	sua	
fiscalização,	contratar	prestador	de	serviço	habilitado	para	o	exercício	dessas	funções.
	 Ademais,	 cabe	 destacar	 que	 a	 maior	 parte	 das	 regras	 específicas	 referentes	 à	 MaM	
estão	dispostas	nas	Diretrizes	de	Marcação	a	Mercado	emitidas	pelo	Conselho	de	Regulação	
e	Melhores	Práticas	de	Fundos	de	Investimento	e	disponíveis	no	site	da	ANBIMA.	Entre	essas	
regras,	merece	destaque	a	obrigatoriedade	de	que	as	instituições	participantes	administradoras	
de	fundos	registrem	na	ANBIMA	um	manual	de	MaM.	Esse	manual,	além	de	estar	sujeito	ao	
escrutínio	da	autorregulação,	precisa	ter	uma	estrutura	mínima,	incluir	o	memorial	de	cálculo	
do	 preço	 dos	 diversos	 instrumentos	 financeiros	 e	 modalidades	 operacionais	 utilizadas	 na	
gestão	dos	 fundos,	bem	como	englobar	as	políticas	da	 instituição	com	relação	à	prática	de	
MaM	e	à	estrutura	organizacional	envolvida.	
 2.1.1.7 Serviços: administração, gestão e distribuição de fundos de investimento (Cap. IX, 
X e XI do Código de Fundos) 
 Embora	este	código	se	preste	a	regular	a	atividade	de	todos	os	prestadores	de	serviços	
elencados	 no	 ponto	 2.1.1.1,	 as	 previsões	 específicas	 constantes	 nele	 se	 concentram	 em	 três	
núcleos	de	atividade:	a	administração,	a	gestão	e	a	distribuição.
 A administração de um fundo de investimento compreende o conjunto de serviços 
relacionados direta ou indiretamente ao funcionamento e manutenção do fundo.	Para	isso,	a	
mais	importante	atividade	realizada	pelo	administrador	consiste	na	contratação	de	prestadores	
de	serviço,	razão	pela	qual	o	Código	de	Fundos	exige	que	ele	tenha	–	e	efetivamente	leve	a	cabo	–	
uma	política	interna	que	descreva	os	processos	de	seleção,	contratação	e	monitoramento	desses	
prestadores	de	serviço.	Os	requisitos	básicos	dessa	política	estão	descritos	no	Código	de	Fundos.
	 Ademais,	uma	das	principais	obrigações	do	administrador	é	garantir	que	os	prestadores	
de	 serviços	 contratados	 para	 as	 atividades	 relacionadas	 nos	 itens	 (ii),	 (v),	 (vi),	 (vii)	 e	 (viii)	 do	
ponto	2.1.1.1.	sejam	instituições	participantes	do	Código	de	Fundos	ou	do	Código	ANBIMA	de	
Regulação	e	Melhores	Práticas	para	Serviços	Qualificados	ao	Mercado	de	Capitais,	se	for	o	caso.	
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
A	única	hipótese	em	que	isso	não	é	exigido	é	caso	se	trate	de	fundo	exclusivo,	em	que	a	gestão	
seja	exercida	pelo	próprio	cotista,	legalmente	habilitado	e	formalmente	constituído	como	tal.
	 Para	a	contratação	de	prestador	do	serviço	de	distribuição,	embora	não	seja	obrigatória	a	
aderência	do	distribuidor	a	nenhum	Código	ANBIMA,	o	contrato	de	prestação	de	serviços	deve	
incluir	o	fluxo	e	as	responsabilidades	na	divulgação	de	material	técnico	e	publicitário.	Além	disso,	
na	contratação	de	prestação	de	serviços	para	outras	atividades,	o	administrador	deve	incluir	no	
contrato	entre	as	partes	a	obrigação	de	cumprir	tais	tarefas	em	conformidade	com	as	disposições	
do	Código	de	Fundos.
 A atividade de gestão, por sua vez, compreende o conjunto de decisões que,	executadas	
com	observância	dos	termos	do	regulamento,	prospecto	ou	do	formulário,	conforme	aplicável,	
determinam o desempenho do fundo.
	 Nesse	sentido,	tem-se	que	a instituição gestora é responsável:	
 	Pelas	 decisões	 de	 investimento	 e	 desinvestimento,	 segundo	 a	 política	 de
	 	 investimento	estabelecida	para	o	fundo.	
 	Pelas	 respectivas	 ordens	 de	 compra	 e	 venda	 de	 ativos	 financeiros	 e	 demais
		 	 modalidades	operacionais,	incluindo	direitos	creditórios.	
 	Pelo	envio	das	informações	relativas	a	negócios	realizados	pelo	fundo	de	investimento
	 	 ao	administrador	do	fundo	ou	ao	prestador	de	serviço	contratado	para	tal.	
 	Pelo	 gerenciamento	 da	 liquidez	 das	 carteiras	 dos	 fundos	 de	 investimento,	 de	
	 	 acordo	com	as	diretrizes	elaboradas	pelo	Conselho	de	Regulação	e	Melhores	Práticas	
	 	 para	cada	tipo	de	fundo	regulado	por	esse	código	(salvo	se	o	fundo	de	investimento	
	 	 gerido	for	constituído	sob	a	forma	de	condomínio	fechado).	
 	Por	 garantir	 que	 as	 operações	 realizadas	 pelo	 fundo	 tenham	 sempre	 propósitos
	 	 econômicos	 compatíveis	 com	 sua	 política	 de	 investimento,	 sobretudo	 aquelas
	 	 operações	referentesa	empréstimos	de	títulos	e	valores	mobiliários.
	 	 De	 resto,	 vale	 salientar	 que	 entre	 as	 principais	 obrigações	 a	 que	 está	 sujeita	 uma	
instituição	 participante	 que	 realiza	 a	 atividade	 de	 gestão	 estão:	 o	 estabelecimento	 dos	
critérios	 necessariamente	 observáveis	 para	 a	 aquisição	 de	 ativos	 financeiros	 representativos	
de	 dívidas	 ou	 obrigações	 não	 soberanas	 (crédito	 privado)	 e	 a	 obrigação	 de	 manter	 política	
interna	 de	 gestão	 de	 riscos	 que	 cumpra	 uma	 série	 de	 requerimentos	 de	 gestão	 de	 risco.
Funções básicas
ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Saiba mais: no	que	 se	 refere	 à	obrigação	do	 gestor	de	 gestão	do	 risco,	
merecem	destaque	as	Diretrizes	para	Gerenciamento	de	Risco	de	Liquidez,	que	
impõem	uma	série	de	obrigações.	Portanto,	especialmente	para	profissionais	
que	 trabalham	 com	 gestão	 de	 risco,	 recomendamos	 acessar	 o	 referido	
documento	no	site	da	ANBIMA.
10
	 Temos,	ainda,	a atividade de distribuição,	que	para	fins	do	Código	de	Fundos	compreende 
a oferta de cotas de fundos de investimento ao investidor ou potencial investidor, de forma 
individual ou coletiva, resultando ou não em captação de recursos para o fundo de investimento.
 De	acordo	com	o	Código	de	Fundos,	entre	outras	coisas,	é responsabilidade do distribuidor: 
 	A	prestação	adequada	de	informações	sobre	o	fundo	de	investimento,	esclarecendo
	 	 suas	dúvidas	e	recebendo	reclamações.	
 	O	fornecimento	dos	documentos	do	fundo,	termo	de	adesão	e/ou	demais	documentos	
	 	 obrigatórios.
 	O	controle	e	a	manutenção	de	registros	internos	referentes	à	compatibilidade	entre
	 	 as	 movimentações	 dos	 recursos	 dos	 clientes,	 sua	 capacidade	 financeira	 e	 suas
	 	 atividades	econômicas,	nos	termos	das	normas	de	Prevenção	e	Combate	à	Lavagem	
	 	 de	Dinheiro	e	ao	Financiamento	do	Terrorismo	(PLDFT).	
 	O	atendimento	aos	requisitos	da	legislação	e	da	regulamentação	e	melhores	práticas	
	 	 em	relação	à	adequação	dos	investimentos	recomendados	(suitability).
	 Além	 disso,	 são	 de	 especial	 importância	 as	 regras	 referentes	 às	 exigências	 para	 a	
publicidade	(já	mencionadas)	e	as	obrigações	referentes	às	informações	mínimas	a	serem	
disponibilizadas	na	internet
 2.1.1.8 Dever de verificar a adequação dos investimentos recomendados – suitability 
(Cap. XII)
 O	dever	de	verificação	da	adequação	dos	investimentos	recomendados,	conhecido	como	
obrigação	de	suitability	(em	razão	da	origem	anglo-saxã	da	prática),	é	exigido	pela	autorregulação	
da	ANBIMA	desde	2007,	ou	seja,	bem	antes	da	publicação	da	Instrução	CVM	539,	em	2013,	sobre	
a	matéria.
	 Em	 linhas	 gerais,	o dever de suitability estabelece que a instituição participante deve 
garantir que os produtos por ela oferecidos aos investidores sejam adequados ao perfil deles. 
Essa	 obrigação	 existe	 tanto	 para	 evitar	 que	 investidores	 sejam	 levados,	 por	 intermediários	
inescrupulosos,	a	adquirir	produtos	cujas	características	não	compreendem	bem	como	para	evitar	
que	o	pouco	conhecimento	leve	o	investidor	a	adquirir	produtos	que	não	conhece	bem	ou	que	
sejam	inadequados	ao	seu	perfil	de	risco,	o	que	pode	frustrar	suas	expectativas,	afugentando-o	
do	mercado	financeiro.
	 O	Código	de	Fundos	impõe	esse	dever	às	instituições	participantes	que	atuam	na	distribuição	
de	cotas	de	fundos	de	investimento	e	exige	delas	a	indelegável	e	integral	aplicação	dos	processos	
de	suitability.	As	obrigações	específicas,	por	sua	vez,	estão	descritas	em	detalhe	no	documento	
Diretrizes	para	Adequação	do	Produto,	Serviço	ou	Operação	ao	Perfil	do	Investidor	(Suitability),	
emitido	pelo	Conselho	de	Regulação	e	Melhores	Práticas	de	Fundos	de	Investimento.
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11
	 Nesse	 sentido,	 a	 principal	 obrigação	 prevista	 nas	 Diretrizes	 de	 Suitability	 diz	
respeito	 à	 necessidade	 de	 elaboração	 e	 condução	 de	 “metodologia	 e	 processos	
adotados	 para	 verificar	 a	 adequação	 dos	 produtos,	 serviços	 ou	 operações	 ao	 perfil	
do	 investidor”,	 chamado	 de	 Processo	 de	 Suitability.	 Esse	 processo,	 que	 é	 dispensado	
apenas	 para	 pessoas	 jurídicas	 consideradas	 investidores	 qualificados	 e	 na	 distribuição	
dos	 Fundos	 de	 Renda	 Fixa	 Simples,	 deve	 conter,	 no	 mínimo,	 os	 seguintes	 elementos:
 Coleta de informações:	 deve	 fornecer	 informações	 suficientes	 para	 permitir	 a
	 	 definição	 do	 perfil	 de	 cada	 cliente,	 sendo	 necessário	 observar,	 no	 mínimo,	 seu	
	 	 objetivo	de	investimentos,	sua	situação	financeira	e	seu	conhecimento	em	matéria
	 	 de	investimentos.
 Classificação do perfil:	com	base	nas	 informações	coletadas,	uma	classificação	de	
	 	 perfil	deve	ser	adotada	para	o	cliente.	Geralmente	os	perfis	variam	entre	
	 	 “conservador”,	“moderado”	e	“arrojado”.
 Classificação dos produtos de investimento:	 os	 produtos	 de	 investimento	 devem
	 	 ser	classificados	considerando,	no	mínimo,	os	riscos	associados	ao	produto	e	seus
	 		ativos	subjacentes,	o	perfil	dos	emissores	e	prestadores	de	serviços	associados	ao
	 	 produto,	a	existência	de	garantias	e	os	prazos	de	carência.
 Comunicação com os clientes:	 é	 necessária	 a	 comunicação	 transparente	 com	 o	
	 	 cliente		 acerca	 do	 perfil	 pelo	 qual	 foi	 classificado	 e	 a	 respeito	 do	 eventual	
	 	 desenquadramento	de	um	investimento	com	seu	perfil.
 Procedimento operacional:	pelo	qual	deve	haver	a	aferição	periódica	entre	o	perfil	
	 	 do	cliente	e	seus	investimentos.
 Atualização do perfil do investidor:	o	perfil	deve	ser	atualizado	com	frequência	e
		 	 isso	precisa	ser	comunicado	ao	investidor.
 Controles internos:	 deve	 haver	 controles	 e	 mecanismos	 a	 fim	 de	 assegurar	 a
	 	 efetividade	dos	processos	estabelecidos.
	 Sendo	 conduzido	 o	 referido	 processo,	 fica vedado ao distribuidor recomendar 
produtos ou serviços quando: 
	 (i)		 o	perfil	do	cliente	não	seja	adequado	ao	produto	ou	ao	serviço;
	 (ii)		não	 sejam	 obtidas	 as	 informações	 que	 permitam	 a	 identificação	 do	 perfil	 do
		 	 	 cliente;	ou
	 (iii)	as	informações	relativas	ao	perfil	do	cliente	não	estejam	atualizadas.	
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12
 Não	obstante,	caso	o	cliente	ordene	a	realização	de	operações	nas	situações	em	que	
a	recomendação	é	vedada,	o	distribuidor	deve,	antes	da	primeira	operação	com	a	categoria	
de	 ativo,	 alertar	 o	 cliente	 acerca	 da	 ausência,	 desatualização	 ou	 inadequação	 do	 perfil,	
com	a	indicação	das	causas	da	divergência.	Ademais,	caso o cliente insista na operação, o 
distribuidor deve obter declaração expressa do cliente de que deseja manter a decisão de 
investimento nesta categoria de ativo, mesmo estando ciente da ausência, desatualização 
ou inadequação de perfil.
 
 2.1.2 Código ANBIMA de Regulação e Melhores Práticas para a Atividade de Distribuição
de Produtos de Investimento no Varejo
	 Conforme	visto	no	capítulo	1,	o	Código	de	Varejo	foi	instituído	em	2012	e	se	presta	a	definir	
e	regulamentar	a	atividade	de	distribuição	de	produtos	de	investimento	no	varejo,	estabelecendo	
os	 requisitos	mínimos	 a	 serem	 respeitados	 pelas	 instituições	 participantes	 que	 atuam	 nesse	
segmento.
	 Para	melhor	apreciação	do	conteúdo	do	Código	de	Varejo	frente	às	preocupações	deste	
capítulo,	analisaremos	em	detalhe	os	principais	capítulos	do	código	relacionados	a	aspectos	da	
ética	de	mercado.
 2.1.2.1 Propósito e abrangência (cap. I)
	 Também	como	visto	no	capítulo	1,	o	Código	de	Varejo	tutela	as	atividades	de	oferta	de	
produtos	de	 investimento	destinadas	a	pessoa	natural,	atendida	pelo	 segmento	de	varejo	ou	
de	varejo	alta	renda,	conforme	definição	própria	adotada	pelas	instituições	participantes,	e	que	
invista	 ou	 tenha	 potencial	 para	 investir	 nos	 produtos	 deinvestimento	 sujeitos	 ao	 Código	 de	
Varejo.
	 Por	se	debruçar	sobre	atividade	diretamente	ligada	ao	grande	público,	tem	como	objetivos:
 	Manter	 elevados	 padrões éticos e	 consagrar	 a	 institucioanalização	 das	 práticas 
 equitativas	no	mercado
 	Estimular	o	adequado	funcionamento	da	atividade.	
 	Manter	transparência	no	relacionamento	com	os	investidores.
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13
Dica: a	adequada	descrição	dos	fatores	de	risco	é	obrigação	das	instituições	
participantes	 a	 fim	 de	 manter	 o	 cotista	 plenamente	 ciente	 dos	 riscos	 que	
aceitará	ao	investir	em	determinado	fundo.	Portanto,	é	indispensável	que	sejam	
listados	todos	os	riscos	ao	qual	o	fundo	esteja	sujeito,	pois	o	não	cumprimento	
dessa	obrigação	sujeitará	a	instituição	participante	à	instauração	de	processos	
de	autorregulação.
 	Promover	a	qualificação	das	instituições	e	de	seus	profissionais	envolvidos	na
	 	 atividade.	
 	Comprometer-se	com	a	qualidade	da	atuação	na	distribuição	de	produtos	e	serviços.
	 O	Código	de	Varejo	se	aplica	a	todos	que	desejarem	a	ele	aderir	e	aos	associados	da	
ANBIMA	 que	 pratiquem	 a	 atividade	 de	 distribuição	 de	 produtos	 no	 varejo.	 Aqueles	 aos	
quais	se	aplica	o	Código	de	Varejo	são	chamados	de	instituições	participantes.
	 Além	 disso,	 as	 regras	 do	 Código	 de	 Varejo	 valem	 para	 todos	 os	 integrantes	 do	
conglomerado	ou	grupo	financeiro	das	instituições	participantes	que	estejam	autorizados	a	
operar	no	Brasil	na	atividade	descrita.	Considera-se	pertencente	ao	mesmo	conglomerado	
financeiro	 ou	 grupo	 financeiro	 qualquer	 sociedade	 controlada,	 controladora	 ou	 sob	
controle	comum	das	instituições	participantes.	
 2.1.2.2 Princípios gerais (Cap. II) 
	 Assim	como	visto	no	Código	de	Fundos,	o	que	o	Código	de	Varejo	chama	de	princípios	gerais	
são,	na	 verdade,	declarações	de	deveres	a	 serem	observados	pelas	 instituições	participantes	
em	relação	ao	desempenho	da	atividade	de	oferta	de	produtos	de	investimento.	Esses	deveres	
são	descritos	em	maior	detalhe	que	a	mera	menção	a	um	princípio	 jurídico,	mas	ainda	assim	
contêm	em	sua	descrição	conceitos	um	tanto	quanto	abertos,	que	permitem,	portanto,	alguma	
interpretação.
	 Assim,	são	quatro	os	deveres	impostos	às	instituições	participantes	pelos	princípios	gerais	
do	Código:	
	 I.		 “Adotar	práticas	que	promovam	a	transparência	na	relação	com	o	Investidor;”
	 	 	 Em	 razão	 de	 o	 cliente	 do	 varejo	 ser	 aquele	 que,	 geralmente,	 mais	 se	 distancia	 da
	 	 	 instituição	 participante	 em	 termos	 de	 grau	 de	 informação	 e	 capacidade	 de	 análise,	
	 	 	 é	 indispensável	 que	 a	 instituição	 participante	 se	 esforce	 no	 zelo	 pela	 transparência	
	 	 	 em	suas	interações	com	os	investidores,	a	fim	de	fomentar	a	confiança	necessária	para	
	 	 	 o	bom	desenvolvimento	do	segmento.
	 II.	 “Cumprir	todas	as	suas	obrigações,	devendo	empregar,	no	exercício	de	sua	atividade,	
	 	 	 o	cuidado	que	toda	pessoa	prudente	e	diligente	costuma	dispensar	à	administração	de	
	 	 	 seus	próprios	negócios,	respondendo	por	quaisquer	infrações	ou	irregularidades	que	
	 	 	 venham	a	ser	cometidas;”
	 	 	 Em	outras	palavras,	o	que	esse	princípio	determina	é	a	obrigação	de	desempenhar	suas
	 	 	 funções	respeitando	o	dever	de	diligência	–	assim	entendido	como	a	prudência	e	o	zelo	
	 	 	 que	se	esperariam	de	alguém	na	administração	de	seus	próprios	negócios3	.	Em	outras	
	 	 	 palavras,	espera-se	que	a	instituição	participante	atue	no	melhor	interesse	do	cliente
	 	 	 de	varejo,	não	recomendando	produtos	que	favoreçam	a	si	em	detrimento	de	outros
	 	 	 que	atenderiam	melhor	o	cliente.
3	Tal	como	conceitua	o	art.	153	da	Lei	6.404/76.
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 III.“Efetuar	prévia	e	criteriosa	análise	quando	contratar	serviços	de	terceiros;”
	 	 	 Não	raro,	a	atividade	de	distribuição	no	varejo	é	conduzida	por	meio	de	parcerias	com
	 	 	 prestadores	de	serviços	responsáveis	por	dar	maior	visibilidade	aos	produtos	oferecidos.	
	 	 	 Essas	parcerias,	quando	existem,	requerem	uma	análise	rigorosa	do	parceiro	a	fim	de
	 	 	 evitar	a	prática	de	irregularidades	frente	ao	grande	público	do	varejo,	geralmente	mais	
	 	 	 vulnerável,	sobretudo	em	termos	informacionais.
	 IV.	“Evitar	práticas	que	possam	vir	a	prejudicar	o	mercado	de	Distribuição	de	Produtos	de
	 	 	 Investimento	no	Varejo;”
	 	 	 O	que	esse	princípio	pretende	é	tutelar	a	confiança	dos	clientes	do	varejo	no	mercado	
	 	 	 financeiro.	 Para	 tanto,	 é	 essencial	 que	 o	 distribuidor	 desses	 produtos,	 que	 é	 quem	
	 	 	 mais	diretamente	interage	com	o	público,	tenha	um	cuidado	especial	em	preservar	a
	 	 	 imagem	e	reputação	do	mercado,	não	atuando	de	modo	a	gerar	desconfiança.
 2.1.2.3 Exigências mínimas (Cap. III) 
	 A	fim	de	cumprir	seu	propósito,	o	Código	de	Varejo	estabelece	um	rol	extenso	de	exigências	
mínimas	a	 serem	 requeridas	das	 instituições	participantes	para	desempenho	da	atividade	de	
distribuição	de	produtos	de	investimento	no	varejo.
 As exigências mínimas	estão	dispostas	no	art.	9º	do	Código	de	Varejo	e	compreendem:
 	Estar	 devidamente	 habilitado	 a	 distribuir	 produtos	 de	 investimento,	 nos	 termos	 da	
	 	 regulação	em	vigor.
 	Prestar	 informações	 adequadas	 sobre	 os	 produtos	 de	 investimento,	 visando
	 	 esclarecer,	no	mínimo,	os	riscos	relacionados.
 
 Adotar procedimentos formais de “conheça seu cliente” (KYC)	compatíveis	com	o	porte,	
	 	 o	 volume,	 a	 natureza	 e	 a	 complexidade	 das	 transações	 envolvendo	 produtos	 de	
	 	 investimento,	 visando	 ao	 aprimoramento	 de	 práticas	 de	 prevenção	 aos	 crimes	 de
	 	 lavagem	 de	 dinheiro	 ou	 ocultação	 de	 bens,	 direitos	 e	 valores	 (PLD)	 e	 buscando o 
 monitoramento contínuo das transações,	de	modo	a	identificar	aquelas	que	são	suspeitas
	 	 e/ou	incompatíveis	com	o	patrimônio	e/ou	renda	do	cliente.
 	Adotar	procedimentos	formais	que	possibilitem	verificar	a	Adequação	dos	Produtos	de
	 	 Investimento	ao	perfil	do	Investidor	(API);
 	 Indicar	profissional	responsável	pela	atividade	de	distribuição	de	produtos	de	investimento
	 	 no	varejo,	especificando	área	de	atuação,	incumbido	de	zelar	pela	observação	das	regras	
	 	 e	políticas	internas	existentes.
 	Possuir	profissionais	de	atendimento	dedicados	à	distribuição	de	produtos	de	investimento	
	 	 que	sejam	certificados,	nos	termos	exigidos	pelo	Código	ANBIMA	de	Regulação	e	Melhores	
	 	 Práticas	para	o	Programa	de	Certificação	Continuada.
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 	Contar	 com	 política interna de capacitação da equipe	 envolvida	 na	 distribuição	 que	
	 	 contemple,	no	mínimo:	
	 	 •	conteúdo	do	Código	de	Ética;
	 	 •	conteúdo	das	políticas	de	investimentos	pessoais	e	de	segurança	da	informação;
	 	 •	procedimentos	de	PLD	e	KYC;
	 	 •	regras	 e	 princípios	 do	 Código	 de	 Varejo,	 especialmente	 no	 que	 se	 refere	 aos
		 	 	 procedimentos	formais	de	API;
	 	 •	treinamento	contínuo	dos	funcionários,	com	prazo	de	atualização.
 	Disponibilizar	aos	funcionários	o	código	de	ética	da	instituição,	bem	como	a	política	de
		 	 investimentos	pessoais.
 	Ter	política	de	segurança	da	informação,	incluindo:
	 	 •	gerenciamento	de	senhas	e	acessos	a	redes	e	sistemas;
	 	 •	canal	criptografado	de	relacionamento	eletrônico	com	o	cliente,	como	home	banking
	 	 	 ou	e-mail.
 	Possuir	documento	que	contenha	a	metodologia	utilizada	para	permitir	a	verificação	dos	
	 	 procedimentos	de	API.
 Ter um plano	de	continuidade	de	negócios	atualizado	e	documentado.
	 Também	como	parte	das	exigências	mínimas,	as	instituições	participantes	devem	manter	
área	ou	profissionais	responsáveis	pela	atividade de compliance	com	isenção	necessária	para	o	
cumprimento	do	seu	dever,	assim	entendido	como	o	de	promoverações preventivas visando 
ao cumprimento de leis, regulamentações e princípios corporativos aplicáveis, para garantir as 
boas práticas de mercado e o atendimento dos requisitos constantes do Código de Varejo.
	 Ademais,	quando	de	sua	adesão	ao	Código	de	Varejo,	as	instituições	participantes	devem	
apresentar	correspondência	assinada	pelo	profissional	responsável	pela	atividade	de	distribuição	
explicando	e	 evidenciando	o	 cumprimento	das	 exigências	mínimas	 aqui	 dispostas.	 Por	fim,	 a	
instituição	participante	que	contratar	agente(s)	autônomo(s)	de	investimento	(AAI)	devidamente	
autorizado(s)	 pela	 CVM	 para	 a	 distribuição	 e	mediação	 de	 valores	mobiliários	 deve	 celebrar	
contrato	entre	as	partes	incluindo	a	obrigação	ao(s)	AAIs	de	cumprir	tais	tarefas	em	conformidade	
com	as	disposições	do	Código	de	Varejo.	É	válido	notar	que	mesmo	essa	contratação	de	AAI	está	
sujeita	à	observação	das	Diretrizes	para	Contratação	de	Agentes	Autônomos	de	Investimento,	
publicadas	 pelo	 Conselho	 de	 Regulação	 e	Melhores	 Práticas	 de	 Distribuição	 de	 Produtos	 no	
Varejo.
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DO PERFIL DO INVESTIDOR
 2.1.2.4 Da Publicidade e divulgação dos produtos de investimento (Cap. IV)
 
	 Parte	 fundamental	 da	 atividade	 de	 distribuição	 de	 produtos	 de	 investimento	 no	 varejo	
é	 o	 contato	 com	o	 grande	 público,	 que	 se	 dá	 primeiramente	 pela	 divulgação	 de	 publicidade	
e	 materiais	 técnicos	 elaborados	 pelas	 instituições	 participantes	 a	 fim	 de	 informar	 sobre	 as	
características	dos	diferentes	produtos.
	 Para	a	divulgação	de	cada	produto	de	investimento	em	específico,	é	necessário	observar	as	
regras	relativas	a	isso	previstas	nos	diferentes	Códigos	ANBIMA	para	cada	diferente	produto.	Não	
obstante,	o	próprio	Código	de	Varejo	apresenta	regras	próprias.
	 Primeiramente,	as	instituições	participantes	devem	cumprir	algumas	obrigações	genéricas	
quando	à	publicidade	e	divulgação	de	material	técnico	de	produtos	de	investimento,	a	saber:
 	Envidar	seus	melhores	esforços	no	sentido	de	produzir	publicidade	ou	material	técnico	
	 	 adequado	ao	seu	público-alvo,	minimizando	incompreensões	quanto	ao	seu	conteúdo,	e	
	 	 privilegiando	informações	necessárias	para	a	tomada	de	decisão.
 	Buscar	transparência	e	clareza	das	informações,	fazendo	uso	de	linguagem	adequada	ao		
	 	 público-alvo,	no	intuito	de	embasar	a	decisão	do	investidor.
 	Conter	 informações	 alinhadas	 com	 a	 documentação	 do	 produto,	 quando	 for	 o	 caso.
 
 	Cuidar	 para	 que	 não	 haja	 qualificações	 injustificadas,	 superlativos	 não	 comprovados,	
	 	 opiniões	ou	previsões	para	as	quais	não	exista	uma	base	técnica,	promessa,	garantia	de	
	 	 resultados	 futuros	 ou	 isenção	 de	 risco	 para	 o	 investidor,	 quando	 isso	 não	 refletir	 a	
	 	 realidade	do	produto.
	 Nesse	 sentido,	 também	 são	 vedadas	 comparações	 entre	 produtos	 de	 investimentos	 de	
diferentes	naturezas	ou	categorias.	Produtos	de	mesma	natureza	podem	ser	comparados,	desde	
que	 sejam	 informadas	 simultaneamente	 as	 datas,	 os	 períodos,	 a	 fonte	das	 informações	 e	 os	
critérios	de	comparação	utilizados.	Tudo	 isso	visa	evitar	a	falsa	ou	tendenciosa	representação	
dos	fatos	aos	investidores.
 Quanto às regras de publicidade em si, pode-se destacar que qualquer publicidade, 
exceto aquela veiculada em rádio ou short message service (SMS), deve obedecer às seguintes 
regras:
 
 	Envidar	seus	melhores	esforços	no	sentido	de	produzir	publicidade	ou	material	técnico	
	 	 adequado	ao	seu	público-alvo,	minimizando	incompreensões	quanto	ao	seu	conteúdo,	e	
	 	 privilegiando	informações	necessárias	para	a	tomada	de	decisão.
 	Publicidade	que	não	possua	selo	ANBIMA	proveniente	das	regras	estabelecidas	para	o
		 	 produto	de	investimento	deve	adicionar	aviso	com	a	seguinte	redação:	
	 	 “ESTA	 INSTITUIÇÃO	 É	 ADERENTE	 AO	 CÓDIGO	 ANBIMA	 DE	 REGULAÇÃO	 E	 MELHORES	
	 	 PRÁTICAS	PARA	ATIVIDADE	DE	DISTRIBUIÇÃO	DE	PRODUTOS	DE	INVESTIMENTO	NO
	 	 VAREJO”.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
 
 	Publicidade	que	faça	referência	a	histórico	de	rentabilidade,	ou	menção	a	sua	performance,	
	 	 deve	adicionar	aviso	com	a	seguinte	redação,	quando	aplicável:	
	 	 “A	RENTABILIDADE	DIVULGADA	NÃO	É	LÍQUIDA	DE	IMPOSTOS”.
 	Publicidade	que	mencione	produto	de	investimento	que	não	contem	com	a	garantia	do
		 	 Fundo	Garantidor	de	Créditos	deve	adicionar	aviso	com	a	seguinte	redação:	
	 	 “TRATA-SE	DE	UMA	MODALIDADE	DE	INVESTIMENTO	QUE	NÃO	CONTA	COM	A	GARANTIA
		 	 DO	FUNDO	GARANTIDOR	DE	CRÉDITOS	–	FGC”.
 	Publicidade	que	divulgue	simulação	de	rentabilidade	deve	adicionar	aviso	com	a	seguinte
	 	 	redação:	
	 	 “AS	INFORMAÇÕES	PRESENTES	NESTE	MATERIAL	SÃO	BASEADAS	EM	SIMULAÇÕES	E	OS	
	 	 RESULTADOS	REAIS	PODERÃO	SER	SIGNIFICATIVAMENTE	DIFERENTES”.
	 Igualmente	 é	 importante	 destacar	 que	 todo	material	 de	 publicidade	 direcionado	 a	 um	
único	produto	de	investimento	deve	conter	o	seguinte	conteúdo	mínimo:
 	público-alvo
 	 classificação	de	risco;
 
 	 características	do	produto;	
 	informações	sobre	os	canais	de	atendimento;	e
 	endereço	para	o	portal	de	educação	financeira	da	ANBIMA	Como	Investir	(http://www.
	 	 comoinvestir.com.br)	 e/ou	 portal	 de	 educação	 financeira	 da	 instituição	 participante,
	 	 quando	se	tratar	de	material	de	publicidade	disponibilizado	na	internet.
	 Por	fim,	nas	dependências	das	instituições	participantes,	deve-se	manter	à	disposição	dos	
interessados	material	impresso,	ou	passível	de	impressão,	atualizado,	com	o	mesmo	conteúdo	
mínimo	disposto	nos	itens	anteriores,	assim	como	informações	sobre	os	canais	de	atendimento,	
a	fim	de	garantir	a	verificação	da	idoneidade	do	material	publicado.
 2.1.2.5 Dever de verificar a adequação de perfil de investidor – API (Cap. VI)
	 Como	visto	anteriormente,	o	dever	de	adequação	de	perfil	de	 investidor	é	uma	área	da	
regulação	financeira	na	qual	 a	ANBIMA	sempre	esteve	na	vanguarda.	Assim,	é	natural	que	o	
Código	de	Varejo,	provavelmente	aquele	no	qual	há	maior	impacto	na	verificação	de	perfil	de	
investidor,	justamente	por	lidar	com	o	grande	público,	detalhe	tanto	as	disposições	quanto	ao	
dever	de	verificar	a	API.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
	 Analogamente	 ao	 que	 exige	 o	 Código	 de	 Fundos,	 o	 Código	 de	 Varejo	 determina	 que	 a	
principal	 obrigação	diz	 respeito	 à	necessidade	de	elaboração	e	 condução	de	 “procedimentos	
formais	(…)	e	controles	que	possibilitem	verificar	o	processo	de	API”.	Esse processo, dispensado 
apenas para pessoas jurídicas consideradas investidores qualificados, deve conter, no mínimo, 
os seguintes elementos:
 Coleta de informações:	 deve	 fornecer	 informações	 suficientes	 para	 permitir	 a	
	 	 definição	do	perfil	de	cada	cliente,	sendo	necessário	observar,	no	mínimo,	seu	objetivo	
	 	 de	investimento,	sua	situação	financeira	e	seu	conhecimento	em	matéria	de	investimentos.
 Classificação do perfil:	com	base	nas	informações	coletadas,	uma	classificação	de	perfil	
	 	 deve	 ser	 adotada	 para	 o	 cliente.	 Geralmente	 os	 perfis	 variam	 entre	 “conservador”,	
	 	 “moderado”	e	“arrojado”.
 Classificação dos produtos de investimento:	 os	 produtos	 de	 investimento	 devem	
	 	 ser	 classificados	 considerando,	 no	 mínimo,	 os	 riscos	 associados	 ao	 produto
	 	 e	 seus	 ativos	 subjacentes,	 o	 perfil	 dos	 emissores	 e	 prestadores	 de	 serviços	
	 	 associados	ao	produto,	a	existência	de	garantias	e	os	prazos	de	carência.
 
 Comunicação com os clientes:	é	necessária	a	comunicação	transparente	com
	 	 o	 cliente	 acerca	 do	 perfil	 pelo	 qual	 foi	 classificado	 e	 a	 respeito	 do	 eventual
	 	 desenquadramento	de	um	investimento	com	seu	perfil.
 Procedimento operacional: pelo	qual	deve	haver	a	aferição	periódica	entre	o	perfil	do	
	 	 cliente	e	seus	investimentos.Atualização do perfil do investidor: o	perfil	deve	ser	atualizado	com	frequência	e	isso
	 	 precisa	ser	comunicado	ao	investidor.
 Controles internos: deve	haver	controles	e	mecanismos	a	fim	de	assegurar	a	efetividade	
	 	 dos	processos	estabelecidos.
 Sendo	conduzido	o	referido	processo,	fica vedado ao distribuidor recomendar produtos 
ou serviços quando: (i) o perfil do cliente não seja adequado ao produto ou serviço; (ii) 
não sejam obtidas informações que permitam a identificação do perfil do cliente; ou (iii) as 
informações relativas ao perfil do cliente não estejam atualizadas, uma vez que a atualização 
deve ocorrer em prazos inferiores a 24 meses. 
	 Não	 obstante,	 caso	 o	 cliente	 ordene	 a	 realização	 de	 operações	 nas	 situações	 em	que	
a	recomendação	é	vedada,	o	distribuidor	deve,	antes	da	primeira	operação	com	a	categoria	
de	ativo,	alertar	o	cliente	acerca	da	ausência,	desatualização	ou	 inadequação	do	perfil,	com	
a	indicação	das	causas	da	divergência.	Caso	o	cliente	insista	na	operação,	o	distribuidor	deve	
obter	declaração	expressa	do	cliente	de	que	deseja	manter	a	decisão	de	investimento	nessa	
categoria	 de	 ativo,	 mesmo	 estando	 ciente	 da	 ausência,	 desatualização	 ou	 inadequação	 de	
perfil.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
	 Ademais,	as	instituições	participantes	devem	elaborar	anualmente	um	laudo	descritivo	
detalhado	–	revisado	pela	área	responsável	pela	atividade	de	compliance	ou	auditoria	interna	
–	até	o	fim	de	março,	 contendo	 informações	 referentes	ao	ano	civil	 anterior,	 com	avaliação	
qualitativa	sobre	os	controles	internos	implantados	pela	instituição	participante	para	verificação	
do	 processo	 de	 API.	 Também	 devem	 adotar	 políticas	 internas	 específicas	 relacionadas	 à	
recomendação	 e	 classificação	 de	 produtos	 complexos,	 que	 ressaltem	os	 riscos	 da	 estrutura	
em	comparação	com	a	de	produtos	tradicionais	e	a	dificuldade	em	se	determinar	seu	valor,	
inclusive	em	razão	de	sua	baixa	liquidez.	As	regras	de	classificação	definidas	devem	observar	
também	uma	série	de	fatores	listados	no	parágrafo	único	do	art.	24	do	Código	de	Varejo.
	 Por	fim,	há	que	se	atentar	que	as	 regras	sobre	o	dever	de	verificar	API	aqui	dispostas	
não	 se	 aplicam	 aos	 assim	 chamados	 “produtos	 automáticos”,	 que	 são	 aqueles	 produtos	 de	
aplicação	e	resgate	automáticos	destinados,	exclusivamente,	aos	correntistas	da	instituição.	Essa	
isenção,	contudo,	só	é	válida	se	a	referida	aplicação	automática	não	tiver	como	base	um	valor	
mobiliário.	Assim,	para	produtos	automáticos	que	tenham	como	base	fundos	de	investimento	
com	 a	 funcionalidade	 de	 aplicação	 e	 resgate	 automáticos,	 ou	 operações	 compromissadas	
com	lastro	em	debêntures	emitidas	por	instituições	financeiras	do	mesmo	conglomerado	ou	
grupo	econômico	da	instituição	na	qual	o	investidor	seja	correntista,	será	admitido	processo	
simplificado	de	API,	mas	não	será	admitido	dispensá-lo.	Esse	processo	simplificado,	por	sua	
vez,	consistirá	na	obtenção	de	declaração	assinada	pelo	investidor	no	momento	da	contratação	
do	produto	automático,	de	acordo	com	modelo	disponibilizado	pela	ANBIMA	em	seu	site.
2.2 Prevenção contra a lavagem de dinheiro
	 Em	uma	época	marcada	pelos	rápidos	avanços	tecnológicos	e	pela	globalização,	a	lavagem	
de	dinheiro	é	um	tema	de	especial	relevância	e	que	ganha	destaque	na	agenda	dos	países.	Nesse	
sentido	 é	 que	 já	 em	 1988	 a	Organização	 das	Nações	Unidas	 aprovou	 a	 Convenção	 de	 Viena	
contra	o	Tráfico	Ilícito	de	Entorpecentes	e	de	Substâncias	Psicotrópicas,	cujo	art.	3º	estabeleceu	
que	as	partes	signatárias	deveriam	se	esforçar	para	transformar	em	delitos	penais	a	conversão,	
transferência,	ocultação	ou	encobrimento	de	bens	provenientes	de	atividades	ilícitas	relacionadas	
ao	tráfico	de	drogas4.
	 Isso	impôs	uma	obrigação	internacional	de	esforços	visando	coibir	a	lavagem	de	dinheiro,	
esforços	esses	que	se	estenderam	ao	combate	do	terrorismo	e	à	corrupção.
	 Assim,	 convencionou-se	 que	 a	 fim	 de	 combater	 a	 corrupção,	 o	 crime	 organizado,	 o	
terrorismo	e	até	mesmo	a	simples	evasão	de	divisas	–	que	pode	comprometer	a	situação	fiscal	e	
monetária	de	um	país	–	é	necessário	vigilância	constante.	Para	isso,	contudo,	os	reguladores	de	
cada	país	dependem	imensamente	da	cooperação	das	instituições	financeiras.
	 Nesse	sentido,	há	uma	série	de	dispositivos	normativos	em	vigor	no	Brasil	direcionados	
a	garantir	que	as	 instituições	financeiras	cumpram	o	seu	papel	no	combate	e	na	prevenção	à	
lavagem	de	dinheiro.
4	No	Brasil,	esse	acordo	foi	internalizado	por	meio	do	Decreto	154/91.	
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
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 2.2.1 Conceito de lavagem de dinheiro – legislação
	 Em	termos	simples,	a	 lavagem	de	dinheiro	corresponde	à	prática	pela	qual	se	 inserem	
na	 economia	 formal	 recursos	 decorrentes	 de	 atividades	 ilícitas,	 por	 meio	 da	 ocultação	 ou	
dissimulação	de	sua	verdadeira	origem.
 
	 Em	 sua	 forma	 mais	 recorrente,	 portanto,	 a	 lavagem	 de	 dinheiro	 envolve	 três	 etapas	
independentes5,	que	muitas	vezes	ocorrem	de	forma	sequencial	ou	simultânea.
 
 Colocação:	a	primeira	etapa	do	processo	é	a	inserção	do	dinheiro	no	sistema	econômico.	A	
colocação	se	efetua	por	meio	de	depósitos,	compra	de	instrumentos	negociáveis	ou	compra	de	
bens.	Para	dificultar	a	identificação	da	procedência	do	dinheiro,	os	criminosos	aplicam	técnicas	
sofisticadas,	 tais	 como	o	 fracionamento	dos	 valores	 em	quantias	menores	 e	 a	 utilização	de	
estabelecimentos	comerciais	que	usualmente	trabalham	com	dinheiro	em	espécie.
 Ocultação:	a	segunda	etapa	do	processo	consiste	em	dificultar	o	rastreamento	contábil	
dos	 recursos	 ilícitos.	O	objetivo	é	quebrar	 a	 cadeia	de	evidências	 que	 conecta	o	dinheiro	 à	
sua	origem	 ilícita.	Os	criminosos	buscam	movimentá-lo	de	 forma	eletrônica,	 transferindo	os	
ativos	para	contas	anônimas	preferencialmente,	em	países	amparados	por	fortes	leis	de	sigilo	
bancário.
 Integração:	 na	 última	 etapa,	 os	 ativos	 são	 incorporados	 formalmente	 ao	 sistema	
econômico.	As	organizações	criminosas	buscam	 investir	em	empreendimentos	que	 facilitem	
suas	 atividades	 –	podendo	 tais	 sociedades	prestarem	 serviços	 entre	 si.	Uma	vez	 formada	a	
cadeia,	torna-se	cada	vez	mais	fácil	legitimar	o	dinheiro	ilegal.
	 Na	legislação	brasileira,	o	conceito	de	lavagem	está	expresso	na	Lei	9.613/986		(criada	por	
força	do	compromisso	assumido	no	já	mencionado	Tratado	de	Viena	de	1988),	que	em	seu	art.	
1º	conceitua	o	crime	de	lavagem	como	“(o)cultar	ou	dissimular	a	natureza,	origem,	localização,	
disposição,	movimentação	ou	propriedade	de	bens,	direitos	ou	valores	provenientes,	direta	ou	
indiretamente,	de	infração	penal”.
	 Contudo,	é	importante	notar	que	o	referido	artigo,	em	seus	parágrafos	1º	e	2º,	impõe as 
mesmas penas para quem:
 	 “(…)	 ocultar	 ou	 dissimular	 a	 utilização	 de	 bens,	 direitos	 ou	 valores	 provenientes	 de
		 	 infração	penal:	
	 	 •	os	converte	em	ativos	lícitos;	
	 	 •	“os	adquire,	recebe,	troca,	negocia,	dá	ou	recebe	em	garantia,	guarda,	tem	em	depósito,
	 	 	 	movimenta	ou	transfere;
	 	 •	importa	ou	exporta	bens	com	valores	não	correspondentes	aos	verdadeiros”.
5	Coaf	 –	 Conselho	 de	 Controle	 de	 Atividades	 Financeiras.	 Cartilha	 –	 Lavagem	de	Dinheiro:	Um	problema	Mundial.	 2015.	 p.	 4-5.	
Disponível	em:	http://www.coaf.fazenda.gov.br/menu/pld-ft/publicacoes/cartilha.pdf/view.	Acesso	em:	20	jun.	2017.
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DO PERFIL DO INVESTIDOR
 	 “(…)	utiliza,	na	atividade	econômica	ou	financeira,	bens,	direitos	ou	valores	provenientes	
	 	 de	infração	penal”;
 	 “(…)	 participa	 de	 grupo,	 associação	 ou	 escritório	 tendo	 conhecimento	 de	 que	 sua
	 	 atividade	principal	ou	secundária	é	dirigida	à	práticade	crimes	previstos	nesta	Lei”.
 Em suma, ficam sujeitas às punições aplicáveis aos crimes de lavagem de dinheiro todos 
que de alguma forma contribuem para qualquer uma das etapas tradicionais do processo de 
lavagem de dinheiro.
	 Não	 obstante,	 o	 que	 todas	 essas	 atividades	 têm	 em	 comum	 é	 que,	 para	 que	 sejam	
consideradas	crime	consequente	de	lavagem	de	dinheiro,	é	necessário	haver	fonte	ilícita	para	o	
recurso	original,	ou	seja,	uma	infração	penal	precedente.	Por	isso	é	habitual	a	expressão	de	que	
na lavagem de dinheiro não há crime consequente sem crime precedente.
	 Além	 disso,	 é importante observar que o combate à lavagem de dinheiro no Brasil 
é capitaneado pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), que é órgão 
integrante do Ministério da Fazenda e cumpre a função de Unidade de Inteligência Financeira.	
Enquanto	tal,	o	Coaf	tem	a	incumbência	legal	de	receber	e	analisar	as	comunicações	suspeitas	
oriundas	dos	segmentos	econômicos	elencados	na	Lei	9.613/98.	Da	mesma	forma,	esse	diploma	
também	confere	ao	Coaf	o	papel	de	supervisor	das	pessoas	obrigadas	lá	elencadas	que	não	têm	
um	supervisor	próprio,	como	é	o	caso	das	joalherias	e	das	factorings.
	 Além	do	Coaf,	outras	autoridades,	tais	como	o	BACEN,	a	CVM,	a	Polícia	Federal,	a	Receita	
Federal,	a	Controladoria-Geral	da	União	e	o	Ministério	Público	cumprem	importante	papel	no	
combate	à	lavagem	de	dinheiro7.
	 No	que	 se	 refere	ao	 sistema	financeiro,	 contudo,	merecem	especial	 atenção	as	normas	
emitidas	pela	CVM	e	pelo	BACEN.	As	principais	 iniciativas	regulatórias	advindas	desses	órgãos	
para	combate	à	lavagem	de	dinheiro	são:
	 Instrução	CVM	3018		–	dispõe	sobre	a	identificação,	o	cadastro,	o	registro,	as	operações,	
a	comunicação,	os	limites	e	a	responsabilidade	administrativa	de	que	tratam	os	incisos	I	e	II	do	
art.	10;	I	e	II	do	art.	11;	e	os	arts.	12	e	13	da	Lei	9.613/98,	referente	aos	crimes	de	lavagem	ou	
ocultação	de	bens,	direitos	e	valores.
	 Circular	BACEN	3.4619		–	consolida	as	regras	sobre	os	procedimentos	a	serem	adotados	na	
prevenção	e	no	combate	às	atividades	relacionadas	com	os	crimes	previstos	na	Lei	9.613/98.
6	A	redação	vigente	foi	alterada	pela	Lei	12.683/12,	que	buscou	tornar	mais	eficiente	a	persecução	penal	dos	crimes	de	lavagem	de	
dinheiro.	
7	ANBIMA	–	Associação	Brasileira	das	Entidades	dos	Mercados	Financeiro	e	de	Capitais.	Guia	de	Prevenção	à	“Lavagem	de	Dinheiro”	
e	ao	Financiamento	do	Terrorismo	no	Mercado	de	Capitais	Brasileiro.	2014.	Disponível	em:	http://www.anbima.com.br/data/files/
A8/96/7B/01/B78C7510E855FB75862C16A8/ANBIMA-Guia-PLD_1_.pdf	Acesso	em:	20	jun.	2017.	P.	4.
8	Com	redação	vigente	fruto	de	alterações	pelas	Instruções	CVM	463,	506,	523,	534	e	553.
9	Com	redação	vigente	 fruto	de	alterações	pelas	Circulares	Bacen	3.517,	3.583,	3.654,	3.780	e	3.839	 (cujas	alterações	passam	a	
vigorar	a	partir	de	28	de	dezembro	de	2017).
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DO PERFIL DO INVESTIDOR
 2.2.2 Clientes/investidores 
	 Como	é	perceptível	pela	conceituação	vista,	a	lavagem	de	dinheiro	pode	ser	praticada	tanto	
por	instituições	financeiras	quanto	por	seus	clientes	e	investidores.	Logo,	mesmo	uma	instituição	
financeira	idônea	precisa	tomar	as	devidas	cautelas	a	fim	de	que	sua	estrutura	não	seja	utilizada	
para	a	prática	de	crime	de	lavagem,	uma	vez	que	isso	pode	difamar	a	 instituição	e	diminuir	a	
confiança	do	público	no	sistema	financeiro.
	 Tendo	isso	em	vista	é	que	o	BACEN	e	a	CVM	impõem,	sobretudo	por	meio	dos	normativos	
mencionados,	uma	série	de	obrigações	procedimentais	às	 instituições	financeiras	referentes	a	
identificação,	cadastro,	registro	e	comunicações	de	operações	de	seus	clientes.
 2.2.2.1 Ações preventivas: princípio do “conheça seu cliente”
	 Embora	as	disposições	regulatórias	advindas	do	BACEN	e	da	CVM	sejam	de	observância	
fundamental	 para	 as	 instituições	 financeiras,	 ações	 preventivas	 adicionais	 também	 podem	 e	
devem	ser	tomadas	a	fim	de	preservar	a	reputação	das	instituições	financeiras.	Nesse	sentido,	
observaremos	na	sequência	algumas	dessas	medidas	preventivas.
 2.2.2.1.1 Função do cadastro e implicações de um cadastro desatualizado e análise da 
capacidade financeira do cliente 
	 Uma	das	principais	atuações	preventivas	ao	alcance	das	instituições	financeiras	diz	respeito	
à	manutenção	de	um	cadastro	completo	e	atualizado	dos	clientes.	Nesse	sentido,	quanto	mais	
completo	um	cadastro,	mais	facilmente	são	identificadas	operações	suspeitas.	
	 Tão	importante	quanto	a	existência	de	um	cadastro	completo	quando	da	abertura	de	um	
relacionamento	de	 intermediação	financeira,	 contudo,	 é	 a	 constante	 atualização	dele.	Afinal,	
as	pessoas	passam	por	uma	 série	de	mudanças	em	suas	 vidas,	muitas	das	quais	 repercutem	
em	alterações	patrimoniais	relevantes,	de	tal	forma	que	apenas	a	manutenção	de	um	cadastro	
atualizado	 periodicamente	 é	 capaz	 de	 fornecer	 às	 instituições	 financeiras	 os	 elementos	
necessários	para	averiguar	a	regularidade	das	operações	de	cada	cliente.
	 Portanto,	 as	 instituições	 devem	 prever	 e	 realizar	 as	 rotinas	 de	 atualização	 de	 dados	
cadastrais	descritas	em	seus	manuais	internos,	respeitando,	no	mínimo,	a	periodicidade	definida	
na	regulamentação	vigente.
Saiba mais: para	 conhecer	 mais	 sobre	 a	 história	 do	 combate	 à	 lavagem	
financeira	no	Brasil	e	sobre	o	conceito	de	unidade	de	inteligência	financeira,	
recomendamos	 a	 leitura	 da	 Cartilha	 –	 Lavagem	de	Dinheiro:	 Um	problema	
Mundial	 (disponível	 em:	 http://www.coaf.fazenda.gov.br/menu/pld-ft/
publicacoes/cartilha.pdf/view),	publicada	pelo	Coaf	em	2015.
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ÉTICA, REGULAMENTAÇÃO E ANÁLISE
DO PERFIL DO INVESTIDOR
Essa	 atualização	 dos	 dados	 cadastrais	 pode	 ser	 realizada	 via	 canais	 de	 atendimento,	 mas	
precisa	ser	evidenciada	por	meio	de	fichas	cadastrais	e/ou	cartas	assinadas	pelos	clientes,	logs	
de	 sistemas,	 gravações	 telefônicas,	 ou	 outro	 comprovante	 idôneo	 de	 confirmação	 de	 dados.	
Igualmente,	 recomenda-se	 que	 nenhuma	 operação	 seja	 realizada	 com	 clientes	 cujo	 cadastro	
esteja	 incompleto	ou	desatualizado,	afinal	essa	prática	pode	sujeitar	a	 instituição	financeira	a	
sanções	administrativas,	conforme	será	visto	em	detalhe	adiante10.
	 Dessa	forma,	como	na	atividade	de	lavagem	de	dinheiro	a	utilização	de	pessoas	aleatórias	
para	a	colocação,	ocultação	ou	integração	de	recursos	é	prática	recorrente,	torna-se	fundamental	
observar,	entre	outras	características,	a	capacidade	financeira	do	cliente,	a	fim	de	verificar	se	as	
movimentações	dele	são	compatíveis	com	sua	situação	financeira.
 2.2.2.1.2 O princípio “conheça seu cliente” como forma de proteção da instituição 
financeira e do profissional
	 Nas	 instituições	 financeiras,	 o	 processo	 de	 averiguação	 detalhada	 do	 perfil	 do	 cliente	
é	conhecido	como	“conheça	seu	cliente”	ou	pelo	acrônimo	KYC,	advindo	da	 forma	 inglesa	da	
expressão	(know	your	client).
	 Esses	procedimentos	buscam	reunir	informações	das	mais	diversas	sobre	os	clientes,	desde	
dados	documentais	até	profissão,	grau	de	escolaridade,	patrimônio	e	renda	mensal.	Isso	tudo	a	
fim	de	possibilitar	uma	análise	mais	precisa	sobre	quais	operações	realizadas	por	algum	cliente	
caracterizam	ou	não	operações	suspeitas.
	 Mais	especificamente,	as	 informações	mínimas	requeridas	podem	variar	a	depender	da	
natureza	do	cliente,	se	pessoa	física,	jurídica	ou	outro	(como	clubes	de	investimento,	fundos	de	
investimento,	investidores	não	residentes	e	fundações).	As	informações	mínimas	requeridas	pela	
CVM	estão	descritas	no	Anexo	I	da	Instrução	CVM	301	e	as	informações	mínimas	requeridas	pelo	
BACEN	estão	descritas	nos	arts.	2º	e	3º	da	Circular	BACEN	3.461.	É	importante	salientar	que	toda	
a	documentação	comprovante	das	informações	prestadas	deve ser armazenada	pela	instituição	
junto	ao	cadastro.
	 Fazer	isso,	longe	de	consistir

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