RESENHA FILME VIDAS SECAS

Esta é uma pré-visualização de arquivo. Entre para ver o arquivo original

RESENHA FILME VIDAS SECAS
	Dirigido por Nelson Pereira dos Santos, o filme Vidas Secas foi produzido e estreado no Brasil no ano de 1963, sua duração é de 103 minutos e caracteriza-se como um drama nacional. Esta obra cinematográfica fundamenta-se no quarto romance do escritor brasileiro Graciliano Ramos, escrito entre 1937 e 1938, publicado originalmente pela editora José Olympio em 1938.
	Considerado como melhor ficcionista do Modernismo e prosador mais importante da Segunda Fase do Modernismo, Graciliano Ramos (1892 – 1953) escreveu diversas obras, dentre as quais Vidas Secas obteve maior destaque. Suas obras, embora abordem os problemas sociais do nordeste brasileiro, apresentam uma visão crítica das relações humanas, tornando-as de interesse universal.
	O filme Vidas Secas retrata o terrível drama de uma família de retirantes em condição de extrema pobreza, os quais vivem uma constante luta para sobreviver as adversidades do sertão nordestino. Os integrantes desta família, Fabiano, Sinha Vitória, dois filhos (filho mais velho e filho mais novo), o papagaio e uma cadela de nome Baleia, permanecem em constante fuga, partindo sempre em busca de melhores condições de sobrevivência, onde revelam as camadas de desigualdade de uma sociedade desequilibrada, situação esta que ainda se mantém presente na realidade de muitos brasileiros.
	Vidas Secas salienta uma hostil realidade encontrada no interior do nordeste brasileiro apresentando a figura do homem quase animal, massacrado por uma natureza adversa, por um governo injusto e corrupto e marcado pela exploração de seu trabalho. 
Apesar de exagerados os efeitos sonoros (dificultando, em alguns momentos, a compreensão das falas das personagens) o filme produzido em 1963 se mantém atual pois temas como a reforma agrária, miséria, desigualdade social, violência e corrupção se mantém no topo da lista de debates contemporâneos.
ANDRESSA PINA DE MELO
Uruaçu, 03 de outubro de 2018.