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EEssccrriittaa ee RReeddaaççããoo 
Módulo I 
 
 
 
Parabéns por participar de um curso dos 
Cursos 24 Horas. 
Você está investindo no seu futuro! 
Esperamos que este seja o começo de um 
grande sucesso em sua carreira. 
 
Desejamos boa sorte e bom estudo! 
 
Em caso de dúvidas, contate-nos pelo site 
www.Cursos24Horas.com.br 
 
Atenciosamente 
Equipe Cursos 24 Horas 
 
 
 
 
Sumário 
Introdução..................................................................................................................... 3 
Unidade 1 – Abordagem Inicial..................................................................................... 7 
1.1 – Tipos de linguagem .......................................................................................... 7 
1.2 – Linguagem oral ................................................................................................ 8 
1.3 – Linguagem escrita ............................................................................................ 8 
1.4 – Linguagem denotativa .................................................................................... 10 
1.5 – Linguagem conotativa .................................................................................... 11 
1.6 – Como escolher as palavras.............................................................................. 11 
1.7 – Período, oração e frase ................................................................................... 12 
1.8 – Pontuação....................................................................................................... 15 
1.9 – Crase .............................................................................................................. 20 
1.10 – Nova ortografia ............................................................................................ 22 
1.11 – Ambiguidade................................................................................................ 29 
Unidade 2 – Técnicas de Redação ............................................................................... 31 
2.1 – Formatação e estrutura do parágrafo ............................................................... 31 
2.2 – Objetividade e concisão.................................................................................. 33 
2.3 – Coesão e coerência ......................................................................................... 34 
2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual ............................................ 38 
2.5 – As partes de uma redação ............................................................................... 39 
2.6 – Tema e título .................................................................................................. 42 
Conclusão do Módulo I............................................................................................... 48 
 
 
3 
Introdução 
O maior pesadelo da grande maioria das pessoas quando vai prestar processos 
seletivos como vestibulares e concursos públicos ou até mesmo participar de seleções 
de emprego é a redação. O pensamento de ter pouco tempo para escrever um texto de 
cerca de 30 linhas sobre um assunto que só será divulgado no momento da prova, causa 
insônia em diversos candidatos de todo o país. 
 
Se livrar do estigma que é não saber como construir um texto é uma tarefa que 
requer dedicação, mas que pode ser imensamente gratificante, em especial se o objetivo 
for o de conseguir uma boa colocação no mercado de trabalho ou uma vaga na 
universidade. 
 
Este curso tem a intenção de dar fim ao momento de angústia durante a escrita 
de um texto convencional, uma carta, prova de vestibular etc. Esperamos que os 
conhecimentos aqui repassados possam ser utilizados também em outros momentos e 
com outros fins, afinal, a necessidade de saber escrever não é exclusiva das pessoas que 
passam por processos seletivos, mas de todo profissional. 
 
Quando falamos em redigir, é fundamental que tenhamos a capacidade de 
organizar ideias. Precisamos partir de três requisitos básicos: conhecer o assunto, 
possuir poder crítico sobre ele e dominar a língua portuguesa. 
 
Todos nós conhecemos pelo menos uma pessoa que adora falar sobre qualquer 
assunto; temas que vão desde a primeira vez que o homem pousou na lua até as 
complexas técnicas de como fraudar uma votação secreta no senado, ou seja: nenhum 
assunto é complexo demais. Se é difícil escutar um indivíduo desses, imagina ler o que 
ele escreve. É necessário saber do que se está falando e ter certo domínio sobre o tema 
abordado. 
 
 Suponhamos que um texto ou uma redação tenha como tema “As mudanças 
climáticas no planeta”. Ora, o que se pode escrever sobre este assunto? Muita coisa! 
 
 
4 
Mas se não estamos acompanhando o noticiário, vai ser difícil escrevermos uma única 
linha. Quando arriscamos falar sobre um assunto que não dominamos, corremos o risco 
de cometer um dos mais frequentes enganos de candidatos de processos seletivos: o ato 
de “encher linguiça”. Em outras palavras: escrever, escrever e escrever, sem dizer 
absolutamente nada. 
 
 Não é necessário formular uma tese, até porque não teríamos tempo para isso, 
mas é importante deixar claro que temos uma opinião. Ninguém sabe qual será o tema 
da redação em um processo seletivo. Sendo assim, a melhor coisa a se fazer é começar, 
desde já, a ler. Nunca devemos nos limitar a um só assunto, devemos ler sobre tudo. 
Revistas e jornais (na íntegra e não apenas a sua seção favorita), livros de ficção e 
também os que obtiveram grande repercussão na mídia. Ou seja, praticamente tudo o 
que for divulgado e que possua qualidade. 
 
Que tal assumirmos o compromisso de ler ao menos uma revista por semana? 
Ou, talvez, um livro a cada dois meses? Os benefícios que esta prática pode nos trazer 
são enormes. Ler não é nenhum bicho de sete cabeças, basta deixar essa ideia de lado e 
começar o quanto antes. 
 
Além de nos prover conhecimento, a leitura nos ajuda a aprender a escrever. 
Sem que conheçamos as regras de redação, nossos textos vão se modificando 
naturalmente. Isto acontece porque no processo de leitura ganhamos mais vocabulário. 
Perguntemos a qualquer bom jornalista quantos livros ele lê por ano. Assim, 
entenderemos a facilidade dele se expressar acima da média. Começar a ter um poder 
crítico sobre o mundo que nos cerca é outra consequência natural do hábito da leitura. 
 
Será que conhecemos realmente o Brasil? Sabemos por quais problemas o povo 
nordestino passa? Como realmente vive a população do norte do país? Por que o índice 
de violência é tão grande na região sudeste? Por que o sul conseguiu se desenvolver 
mais rápido que o restante do país? Conhecer os porquês do Brasil não é apenas uma 
questão de patriotismo, mas sim de sensatez, até mesmo para tecermos críticas sobre o 
local onde vivemos. No que diz respeito a uma redação de vestibular, ou de qualquer 
outro processo seletivo, conhecer o Brasil 
 
 
5 
é a melhor forma de encarar as 30 linhas de espaço para elaborar o texto. Novamente, é 
aí que a leitura regular se revela fundamental. É importante conhecermos as notícias de 
todas as regiões do Brasil, não apenas de nossa cidade ou estado. 
 
Jornais e revistas são grandes fontes para sabermos o que se passa no mundo. 
Devemos ler e nos informar sobre questões como: as razões das guerras, as crises 
econômicas, os problemas ambientais e muitos outros, isto é, de agora em diante, temos 
que reconhecer o mundo como a nossa casa. Não é preciso comprar os impressos, basta 
ler pela internet. Cabe acessar os principais jornais de nossa cidade e analisarmos como 
cada um pensa sobre o mesmo assunto, comparar e pensar a respeito. Deste modo, 
descobriremos como o mesmo tema pode ser escrito de formase com sentidos 
diferentes. 
 
“Qualquer um de nós, senhor de um assunto, é, em princípio, capaz de escrever 
sobre ele. Não há um jeito especial para a redação, ao contrário do que muita gente 
pensa. Há apenas uma falta de preparação inicial, que o esforço e a prática vencem”. 
(J. Matoso Câmara Jr.) 
 
Ter senso crítico é ser capaz de discordar com coerência de alguma opinião 
utilizando argumentos sensatos e, também, um fator de grande importância no momento 
de redigir uma redação, pois dá leveza ao texto. Isso é típico de quem conhece várias 
opiniões sobre o assunto que está sendo tratado, mas tem uma opinião pessoal formada. 
 
Dominar a linguagem é uma das boas consequências do hábito da leitura. Se não 
perdemos a conta, já são quatro vantagens que conseguimos com as leituras constantes: 
conhecimento, aprender a escrever, formular senso crítico e dominar a linguagem. 
 
As pessoas mudas têm uma linguagem própria, a dos sinais. Se alguém domina 
esta linguagem, pode se comunicar com qualquer outra pessoa que também a domine. O 
mesmo vale para uma redação. As palavras são códigos que, se dominados, podem 
passar a mensagem que quisermos da forma que queremos e para quem a gente quiser. 
 
 
 
6 
Nada nos limitará! As palavras são desafiadoras considerando as muitas formas 
de se escrever, mas, principalmente, o seu significado. O ato de escrever e denominar a 
língua e a linguagem para alguns é fácil e agradável, entretanto, para outros pode 
representar dificuldades e sacrifícios. 
 
Quem escreve deve ter consciência de que ao redigir passamos impressões, 
pensamentos críticos e vivência pessoal, sabendo que por meio do aprimoramento da 
linguagem será possível expressar de forma plena o que se pensa. É importante 
percebermos que a redação, tal como ela deve ser, é consequência de um processo 
contínuo de aprendizagem. 
 
 
 
7 
Unidade 1 – Abordagem Inicial 
 
Olá, aluno(a)! 
 
Seja bem-vindo(a) ao Curso de Escrita e Redação. Nesta primeira unidade, 
veremos os conceitos básicos sobre o trabalho com a escrita. 
 
Ao longo das exposições serão apresentadas algumas propostas de redações. Se 
desejar, você pode enviar esses exercícios sugeridos e mais duas redações de tema livre 
para que eu, professor, faça a correção. O envio não é obrigatório, porém sinta-se livre 
para fazê-lo caso queira receber a correção e meus comentários. 
 
Bom estudo! 
 
1.1 – Tipos de linguagem 
 
Existem diversos tipos de 
linguagem. Aqui, vamos nos concentrar 
em aprender um pouco mais sobre as 
diferenças existentes entre a forma que 
utilizamos para falar e a que utilizamos 
para escrever, e também aprenderemos 
sobre as linguagens conotativa e 
denotativa. 
 
Talvez a melhor forma de começar o 
aprendizado sobre como escrever uma 
redação com clareza e objetividade (maiores qualidades de qualquer texto), seja 
descobrindo quais são as grandes diferenças entre a linguagem escrita e a linguagem 
falada. Isso nos auxilia na diferenciação do vocabulário adequado para escrever uma 
dissertação e qual deve ser usado apenas 
 
 
8 
em discursos específicos ou conversas informais. 
 
1.2 – Linguagem oral 
 
 A linguagem oral é aquela que 
usamos em nosso cotidiano. Quando 
estamos em um ambiente que exige 
muita seriedade ou um comportamento 
mais formal, como o local de trabalho, 
por exemplo, nós geralmente ficamos 
preocupados com a maneira que nos 
comunicamos. Já quando estamos com 
pessoas de nossa família ou amigos, 
usamos uma linguagem coloquial, ou 
seja, uma linguagem despreocupada, sem normas gramaticais ou vocabulários refinados. 
Esses são momentos que nos permitem fazer uso de gírias, por exemplo. 
 
Ao falarmos, possuímos algumas vantagens a mais do que quando escrevemos. 
Um orador aumenta ou diminui o tom da voz, quando lhe convém, para chamar atenção 
em determinado trecho de seu discurso. Ele possui, ainda, a vantagem de estar frente a 
frente com o receptor de sua mensagem, chamando atenção para o discurso por meio de 
gestos e do olhar. A vantagem de estar presente no momento de passar uma mensagem é 
tão relevante que é comum, em nosso dia a dia, solicitarmos que conversas sejam 
realizadas pessoalmente, quando se trata de um assunto sério. Sendo assim, a linguagem 
oral não exige que tenhamos grandes preocupações com as regras gramaticais e com o 
entendimento do receptor, uma vez que, no caso de dúvidas ou mal-entendidos, este 
pode se manifestar, já que se encontra frente a frente com o orador, ao contrário do que 
ocorre na linguagem escrita, como veremos a seguir. 
 
1.3 – Linguagem escrita 
 
 
 
9 
Este é o tipo de linguagem 
que vamos aprender a utilizar ao 
longo deste curso. Ao contrário 
da linguagem falada, a escrita 
exige de nós maior 
comprometimento com as 
palavras e com a norma padrão da 
língua. Sempre que escrevemos, o 
fazemos com determinada 
finalidade e, para alcançarmos os 
objetivos desejados, precisamos 
saber como utilizar a variante normativa da gramática brasileira. 
 
Aqui não podemos fazer, indiscriminadamente, o uso de gírias e demais 
elementos que podem compor a linguagem coloquial. Isto quer dizer que quando por 
algum motivo for necessário fazer uso de gíria ou de algum tipo de linguagem coloquial 
ou diferente da norma padrão, precisamos tomar certos cuidados, deixando claro essas 
marcas, fazendo uso, por exemplo, de aspas. Os sons e até mesmo as flexões da 
linguagem falada têm que ser substituídos ao se redigir um texto. 
 
Claro que isso não quer dizer que todo texto precisa ser cheio de palavras e 
frases complicadas para ser bom; pelo contrário, ele deve ser “leve”. No entanto, temos 
que evitar determinados erros que poderão gerar certa informalidade. Além disso, 
veremos no decorrer do curso que uma boa redação tem que ser “enxuta”, ou seja, usar 
poucas palavras e expressões para que tenha qualidade na comunicação. 
 
Ao contrário da linguagem oral, não temos na escrita a vantagem de estar em 
contato com a pessoa com quem se fala. Os leitores podem ser os mais diversos 
possíveis. Sendo assim, um texto escrito precisa ser de fácil compreensão, permitindo 
que as pessoas, independente de suas diferenças, sejam capazes de captar a mensagem 
que se pretende transmitir. 
 
 
 
10 
A dificuldade da redação seria, então, a de substituir com precisão todas as 
vantagens típicas da linguagem falada por outras que permitam a comunicação por 
escrito. 
 
Mas apesar do que parece, escrever, independente de ser uma dissertação 
escolar, uma carta comercial ou um texto jornalístico, não é algo inalcançável para 
ninguém. Contudo, requer dedicação para a compreensão das regras típicas da 
linguagem escrita. 
 
1.4 – Linguagem denotativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Para lembrarmos o que é a linguagem denotativa, podemos compará-la à linguagem 
do dicionário. Nesta forma de linguagem, as palavras sempre aparecem com seu sentido 
real, sem dar margem para interpretações. Para identificarmos um texto denotativo, 
devemos analisar se o sentido das palavras e das construções frasais estão em seu 
sentido literal. 
 
Exemplo: Colhi uma flor no jardim. 
 
 
 
11 
1.5 – Linguagem conotativa 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Ao contrário da anterior, na linguagem conotativa as palavras podem adquirir 
diferentes sentidos, que variam de acordo com o contexto em que elas estão inseridas. A 
conotação é uma linguagem que trabalha com sentidos figurados e é muito utilizada por 
profissionais da publicidade na construção de propagandas. Ela não é muito bem-vinda 
em dissertações, já que esta estrutura de texto pede algode maior formalidade e 
exatidão. 
 
Exemplo: Sua filha é mesmo uma flor! 
 
1.6 – Como escolher as palavras 
 
A imprecisão das palavras é um dos erros mais comuns que se verifica nos 
textos. Não podemos nos basear apenas pelo hábito do uso no dia a dia para justificar 
seu uso no texto. Considerando o que vimos até aqui a respeito das linguagens escrita e 
falada, denotativa e conotativa, sabemos que uma mesma palavra pode ser usada para 
designar mais de um elemento, e sabemos também que nem todas as palavras e 
 
 
12 
linguagens devem ser utilizadas em todo momento e em qualquer contexto. 
 
Sendo assim, para escolher as palavras 
adequadas na hora de construir um texto devemos 
considerar o seu contexto, a sua finalidade e o seu 
caráter. Deve-se verificar se o texto é descritivo, 
narrativo, dissertativo ou de outro gênero, como 
veremos mais adiante. 
 
1.7 – Período, oração e frase 
 
Oração: é o enunciado que se estrutura e faz sentido baseado em um verbo. 
 
Exemplos: 
 
• Os garotos cansaram. 
• Fui ao mercado 
ontem. 
• Andamos muito 
naquele dia. 
 
Período: é a frase que contém uma ou mais orações. Este é o termo que damos para 
organizar orações simples ou complexas, curtas ou longas, que, muitas vezes, se 
separam umas das outras através da vírgula. Os períodos representam pensamentos 
desenvolvidos, conclusos e inteligíveis. Eles podem ser simples, tendo somente uma 
oração e podem ser compostos quando têm duas ou mais orações, ou seja, mais de um 
verbo como elemento principal para efeito de sentido. 
 
Exemplos: 
 
 
 
13 
• Período simples: Os professores e os alunos se reuniram ontem. 
 
• Período composto: Os professores e os alunos se reuniram ontem e decidiram 
quais seriam as regras do Festival Universitário. 
 
É necessário que tenhamos cuidado ao escolher que tipo de período utilizar. Se 
tivermos muitas informações sobre um mesmo assunto, o melhor será mesclar o 
parágrafo utilizando períodos simples e compostos. 
 
O período mais utilizado é o simples, pois facilita a leitura e, portanto, o 
entendimento. No entanto, o período composto é usado como forma de deixar o texto 
menos cansativo, pois sua estrutura concede ao leitor agilidade. 
 
Exemplos: 
 
 
“Redigir um texto requer estudo. O aluno precisará se dedicar. A dedicação é sua 
única maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.” 
 
Quem não compreendeu o pensamento acima? Foi fácil, mas o texto em si está 
mais parecendo um telegrama com frases curtas, com pouca ou nenhuma conexão. 
Vejamos como ficaria se usássemos também o período composto: 
 
“Redigir um texto requer estudos. O aluno precisará se dedicar, pois esta é a única 
maneira de compreender e colocar em prática as técnicas de redação.” 
 
 
Vejamos que o segundo período é mais rápido e igualmente compreensível. 
 
Os pensamentos formalizados em um período composto precisam de partículas 
de ligação entre as orações para que não perca sua unidade e sentido. A estas partículas 
damos o nome de conjunções, das quais falaremos mais adiante. 
 
 
14 
 
Frase: é um enunciado constituído por vocábulos que se reúnem para a formação do 
processo de comunicação, apresentando sentido completo, podendo ou não ter verbo, ou 
seja, podendo ou não possuir oração. Assim, nem toda frase é um período. 
 
Quando dizemos: “O dia está chuvoso”, “Todos estão trabalhando”, “Que dia é 
hoje?”, “Ai!” – todas estas construções são exemplos de frase. Em uma redação 
podemos considerar a frase como o núcleo de todo o texto. Se ela é formulada de forma 
equivocada, isso afetará o parágrafo do qual faz parte e, finalmente, o texto por 
completo. 
 
A frase simples, geralmente, é estruturada com sujeito e predicado. O primeiro 
indica quem exerce a ação e o segundo trata da ação principal. Mas nem todas as frases 
possuem esta estrutura. As frases mais complexas incluem ainda: 
a) Adjunto adverbial: apresenta as circunstâncias envolvidas no processo designado 
pelo verbo (tempo, lugar, causa, modo, instrumento, fim, companhia, entre outros). 
 
b) Objeto direto: é utilizado quando o verbo pede complemento para que a frase tenha 
significado. 
 
Exemplo: Renata ganhou um presente. O verbo “ganhou” pede um complemento, que é 
o “presente”. 
 
c) Objeto indireto: é utilizado quando o verbo, ao pedir um complemento, necessita de 
uma preposição. 
 
d) Complemento adverbial: é quando o verbo pede um complemento especial, ou seja, 
que indique circunstância. 
 
e) Predicativo: é um elemento que indica qualidade, um estado ou uma condição do 
sujeito. Quando há predicativo na frase, há também verbo de ligação. O verbo de 
ligação não exprime ação e sim um estado, ligando o sujeito ao predicativo. Os verbos 
de ligação mais comuns são: ser, estar, 
 
 
15 
permanecer, ficar, continuar, parecer, andar etc. 
 
Esta listagem relaciona formas de frases mais complexas. Uma única frase pode 
conter todos estes complementos, apenas um deles, ou ainda, nenhum. Todas as frases 
precisam ser claras e precisas. 
 
1.8 – Pontuação 
 
Na comunicação escrita, a 
pontuação é essencial. Se mal colocada, ela 
pode deixar um texto com dupla 
interpretação ou com interpretação errada. 
 
Vejamos, abaixo, os sinais de 
pontuação que utilizamos na língua escrita 
e suas funções mais básicas: 
 
 
 
Vírgulas [ , ] 
 
• Separam itens dentro de uma mesma frase; 
• Separam adjuntos e orações adverbiais; 
• Separam o aposto e o vocativo; 
• Separam elementos intercalados; 
• Separam elementos não restritivos. 
 
Ponto e vírgula [ ; ] 
 
• Localizam-se entre duas ou mais orações coordenadas; 
• Separam itens que já tem vírgula; 
 
 
16 
• Para separar itens de uma enumeração; 
• Orações ligadas pelas conjunções: entretanto, por conseguinte, 
consequentemente, portanto. 
 
Dois pontos [ : ] 
 
• Para introduzir itens; 
• Para uma citação formal. 
 
Ponto de exclamação [ ! ] 
 
• Vem sempre depois de uma interjeição; 
• Indica emoções e ordem. 
 
Ponto final [ . ] 
 
• Usado no fim da frase para afirmar ou concluir; 
• Usada em abreviaturas. 
 
Ponto de interrogação [ ? ] 
 
• Usado no final da frase para indicar perguntas, dúvidas e indignação. 
 
Reticências [ ... ] 
 
• Para indicar continuidade ou interrupção. 
 
Aspas [ “ ” ] 
 
• Para indicar citação; 
• Para indicar palavras estrangeiras, neologismos e gírias. 
 
 
 
17 
Parêntesis ( ) 
 
• Para explicar algo. 
 
Travessão [ – ] 
 
• Para indicar diálogo; 
• Separa orações intercaladas, assim como a vírgula e o parêntesis; 
 
 
18 
Leia: 
A falta de pontuação ou a pontuação errada também pode causar grandes 
problemas quanto à ambiguidade, ou trazer uma interpretação completamente diferente da 
que queremos. Veja, nesta historinha, um exemplo disso: 
 
Um homem rico agonizava em seu leito de morte. Pressentindo que o fim estava 
próximo, pediu papel e caneta e escreveu: “Deixo meus bens a minha irmã não a meu 
sobrinho jamais será paga a conta do padeiro nada dou aos pobres”. Mas morreu antes 
de fazer a pontuação. Para quem o falecido deixou a sua fortuna? Eram quatro 
concorrentes: 
 
1. O sobrinho fez a seguinte pontuação: 
 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho. Jamais será paga a 
conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 
 
2. A irmã chegou, em seguida, e pontuou assim: 
 
Deixo meus bens à minha irmã. Não ao meu sobrinho. Jamais será paga a conta 
do padeiro. Nada dou aos pobres. 
 
3. O padeiro pediu cópia do original e puxou a brasa pra sardinha dele: 
 
Deixo meus bensà minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a 
conta do padeiro. Nada dou aos pobres. 
 
 
 
 
 
19 
 
4. Aí chegaram os descamisados da cidade. Um deles, sabido, fez esta interpretação: 
 
Deixo meus bens à minha irmã? Não! Ao meu sobrinho? Jamais! Será paga a 
conta do padeiro? Nada! Dou aos pobres. 
 
Abaixo, temos a nossa primeira proposta de atividade. Leia-a, atentamente, 
e depois responda. De preferência, copie e cole a atividade em documento Word e, 
depois, envie-a para a nossa equipe fazer a correção. 
 
Proposta de exercício 1 
 
Pontue as frases abaixo de maneira correta: 
 
a) Naquela obra tudo é bom os personagens o enredo a linguagem e até a capa 
 
b) Eram várias frutas maçãs vermelhas doces e macias melancias suculentas e uvas 
adocicadas de todas as cores 
 
c) Em anos de trabalho eu jamais tinha visto um fenômeno como aquele 
 
d) Durante seis meses ele ficou sem ver TV pois não estudou e reprovou 
 
e) Eu não meu irmão foi reprovado no teste 
 
f) O professor da Universidade José da Silva tem opinião contrária 
 
g) De todos os vizinhos aquele era o único com quem me dava bem 
 
h) As cores têm significados diferentes o vermelho é paixão e o branco é paz 
 
i) Temos que considerar três pontos a rapidez a praticidade e a qualidade sem estas 
 
 
20 
características os serviços que queremos prestar via internet serão de pouca valia até 
porque a concorrência está grande não podemos arriscar e investir errado concorda 
 
j) Todos nós temos defeitos mas assim é um pouco de exagero 
 
l) O filme que assisti hoje é o primeiro que mesmo sendo de Hollywood não tem final 
feliz 
 
1.9 – Crase 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A crase é a união de duas vogais idênticas, ou seja, a + a = à. Vejamos, abaixo, 
quando usá-la: 
 
1. Preposição a + os artigos a, as: 
O rei ficava indiferente às súplicas do povo. 
 
2. Preposição a + os pronomes demonstrativos aquele(s), aquela(s), aquilo: 
Referiu-se àquele livro de Machado de Assis. 
Perdi àquelas duas reuniões do clube. 
 
 
 
21 
3. Preposição a + os pronomes demonstrativos a, as: 
Paula foi à praça. 
 
4. Crase de preposição a + artigo a/as. 
Sou desfavorável à ideia dela. 
Chegamos cedo às aulas de português nesta semana. 
Dicas 
• Substitua a palavra feminina por outra masculina. Se encaixar a forma ao, isto é 
sinal de que há crase. 
Exemplos: Fui a faculdade. (?) Fui ao colégio. (?) 
Correto: Fui à faculdade. 
Observação – Sempre ocorre crase: às duas horas; à tarde; à direita; à esquerda; às 
vezes; às pressas; à frente; à medida, à vontade, à disposição, à moda de, à maneira de 
etc. 
Não esqueça que só pode ocorrer crase diante de palavra feminina, que aceite o artigo a 
e que dependa de outra palavra que exija a preposição a: 
Exemplo: Você deve obedecer à lei. 
Casos opcionais 
Antes de nomes próprios femininos. 
Exemplo: Falou-se à Marta que ela deveria ir embora. 
 Falou-se a Marta que ela deveria ir embora. 
 
Antes de pronomes possessivos femininos. 
Exemplo: Irei à sua festa. 
 Irei a sua festa. 
 
Depois da preposição até: 
 
 
22 
Exemplo: Fui até a padaria 
 Fui até à padaria. 
 
Não ocorre crase diante de verbos. 
Exemplo: Estava disposta a concorrer à candidatura. 
 
Antes da palavra casa no sentido de lar. 
Exemplo: Voltou a casa. 
 
Diante de nome de cidade. 
Exemplo: Ela viajou a negócios a São Paulo. 
 
1.10 – Nova ortografia 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Agora, conheceremos as mudanças ocorridas na ortografia da língua portuguesa, 
válida em todos os países cujo idioma oficial é o português. Vejamos: 
 
Alfabeto: nosso alfabeto agora inclui as letras K, W e Y. 
 
Trema: Este sinal não é mais usado em palavras do vocabulário de língua portuguesa. 
Segundo a nova ortografia, o trema só aparece em nome próprios (Müller, Bündchen 
 
 
23 
etc) ou em palavras derivadas de outros idiomas. 
 
Acento agudo 
 
Vejamos, abaixo, os casos em que as palavras não recebem mais este acento: 
 
• Os ditongos, que são os encontros de duas vogais em uma só sílaba, abertos ei ou oi, 
não recebem mais o acento nas palavras paroxítonas, aquelas em que a penúltima 
sílaba é pronunciada com mais ênfase. 
 
Exemplos: idéia > ideia; 
 paranóia > paranoia; 
 platéia > plateia; 
 assembléia > assembleia. 
 
Observação: As oxítonas terminadas em éis, éu, éus, ói, óis, continuam acentuadas: 
herói, anéis, céu etc. 
 
• As paroxítonas cujas vogais i e u sejam tônicas e que formem hiato, junção de duas 
vogais pertencentes a sílabas diferentes, sempre que tais vogais vierem após um 
ditongo. 
 
Exemplos: feiúra > feiura; 
 saiínha > saiinha; 
 baiúca > baiuca. 
 
Observação: se a palavra for oxítona e a letra i ou u estiverem em posição final, ou 
seguidos de s, o acento permanece. É o caso de Piauí. 
 
• Nos verbos que têm o u tônico em que as letras g ou q o precedem, seguido de e ou 
i: 
 
 
 
24 
Exemplo: argúis > arguis; 
 redargúem > redarguem. 
 
Hífen 
 
Ele será empregado nas seguintes condições: 
 
1. Em palavras compostas que não apresentam elementos de ligação: 
 
Guarda-chuva; 
Arco-íris; 
Bate-boca. 
 
Porém, há exceções! Palavras que perderam o sentido de composição não apresentam 
hífen em sua grafia: 
 
Girassol; 
Mandachuva; 
Paraquedas. 
 
2. Se o segundo termo começa por h: 
 
Anti-herói; 
Super-homem; 
Geo-história. 
 
3. Separando vogais ou consoantes iguais: 
 
Anti-inflamatório; 
Micro-ondas; 
Hiper-real; 
Sub-base. 
 
 
25 
 
Prefixo pan ou circum seguidos de palavras iniciadas por vogais ou por h, m ou n: 
 
Pan-americano; 
Pan-hispânico; 
Circum-navegação. 
 
4. Após os prefixos pós, pré, pró, ex, além, aquém, recém, sem: 
 
Pós-graduado; 
Pré-datado; 
Pró-reitor; 
Recém-nascido; 
Ex-marido; 
Sem-vergonha; 
Além-mar. 
 
5. Em palavras de origem Tupi-Guarani: 
 
Capim-açu; 
Goio-coió; 
Itajai-guaçu. 
 
6. Em palavras que não formam vocábulos: 
 
Norte-Sul; 
Leste-Oeste. 
 
7. Em palavras compostas que designam espécies botânicas e zoológicas (com ou sem 
formas de ligação): 
 
Erva-doce; 
 
 
26 
Beija-flor; 
Couve-flor. 
 
Agora, vejamos, quais são os termos que não recebem mais o hífen: 
 
1. Prefixo terminado em vogal em uma palavra começada por r ou s. Quando isso 
acontece, dobra-se o r ou o s: 
 
Ultrassom; 
Contrarregra; 
Motosserra. 
 
2. Juntam-se os termos em caso de vogais diferentes: 
 
Autoescola; 
Aeroespacial; 
Semiárido; 
Coautor. 
 
3. Em palavras quando o prefixo termina em vogal e a segunda palavra inicia-se com 
consoante: 
 
Semiprecioso; 
Anteprojeto. 
Semidesnatado. 
 
Acento diferencial 
 
Não são mais acentuadas as palavras para, pera, polo, pelo, tanto em sua forma 
verbal como substantiva. Vejamos: 
 
Exemplos: 
 
 
27 
 
Vou para escola. (preposição) 
Ela não para de falar. (verbo) 
 
Vou pela rua. (contração de preposição + artigo) 
O pelo do cão. (substantivo) 
Eu pelo a cabeça. (verbo) 
 
• Vale a regra também em: para-brisa, para-raio etc. 
• Mantém acentuação no verbo pôr e na sua conjugação no pretérito perfeito pôde. 
• Facultativo: fôrma ou forma. 
 
Acento circunflexo 
 
Não são mais acentuados os encontros vocálicos EE e OO: 
 
Creem; 
Leem; 
Veem; 
Enjoo; 
Voo; 
Perdoo. 
 
 
 
 
 
 
 
28Outras mudanças 
 
 
Uso facultativo das maiúsculas ou minúsculas: 
 
 
• Nos bibliônimos (nomes de livros) – afora a primeira inicial maiúscula: 
 
 
• Em palavras usadas reverencialmente, formas de tratamento ou hagiônimos (nomes 
religiosos); 
 
• Nos nomes que designam domínios do saber, cursos e disciplinas; 
 
• Em início de versos; em categorizações de logradouros públicos, templos e edifícios. 
 
 
A letra minúscula inicial é usada: 
 
 
• Ordinariamente, em todos os vocábulos da língua nos usos correntes. 
 
• Nos nomes dos dias, meses, estações do ano. 
 
• Nos usos de fulano, sicrano, beltrano. 
 
• Nos pontos cardeais (mas não nas suas abreviaturas). 
 
A letra maiúscula inicial é usada: nos antropônimos e topônimos; nomes de seres 
antropomorfizados ou mitológicos; nos nomes de instituições; nos nomes de festas e 
festividades; nos títulos de periódicos; nos pontos cardeais ou equivalentes quando empregados 
absolutamente; em siglas, símbolos ou abreviaturas internacionais ou nacionalmente reguladas 
com maiúsculas, iniciais ou mediais ou finais ou totalmente em maiúsculas: 
 
• Nordeste, por nordeste do Brasil; Norte, por norte de Portugal; Ocidente, por ocidente 
europeu; Oriente, por oriente asiático. 
 
Fonte: http://www.linguabrasil.com.br/acordo.htm 
 
 
 
29 
1.11 – Ambiguidade 
 
A função da ambiguidade é 
sugerir significados diversos para 
uma mesma mensagem. Embora 
funcione como recurso estilístico, 
ela também pode ser um vício de 
linguagem, que decorre da má 
colocação da palavra na frase. 
Neste caso, deve ser evitada, pois 
compromete o significado da 
oração, além de representar um erro 
de coerência, dependendo da forma 
como estiver empregada. 
 
 
Exemplo 
 
“O presidente americano (...) produziu um espetáculo cinematográfico em 
novembro passado na Arábia Saudita, onde comeu um peru fantasiado de marine no 
mesmo bandejão em que era servido aos soldados americanos.” (Revista Veja) 
 
 
Às vezes quando um trecho é ambíguo, o conhecimento que o leitor tem dos 
fatos é que lhe permite fazer uma interpretação adequada do que lê. Um bom exemplo 
seria o trecho acima, no qual há duas ambiguidades, uma decorrente da ordem das 
palavras e a outra de uma elipse do sujeito. 
 
Neste exemplo, pode-se entender que o peru estava fantasiado de marine 
(fuzileiro naval) e não o presidente. Por outro lado, é possível entender que o presidente 
estava sendo servido pelos soldados no bandejão, não o peru. 
 
 
 
30 
Correção: O presidente americano, fantasiado de marine, produziu um espetáculo 
cinematográfico em novembro passado na Arábia Saudita, quando comeu peru no 
mesmo bandejão que servem os soldados americanos. 
 
Proposta de exercício 2 
 
Para escrever bem é preciso escrever sempre! Então, vamos lá! Leia uma matéria do 
jornal e reescreva-a com as suas próprias palavras. 
 
 
 
31 
Unidade 2 – Técnicas de Redação 
 
Olá, aluno(a)! 
 
 Existem alguns elementos considerados básicos para se escrever um bom texto. 
A estética de uma redação, ao contrário do que muitos pensam, é quase tão importante 
quanto o seu conteúdo. Quando um corretor analisa um texto, a primeira impressão diz 
respeito à estética, o que pode influenciar sua postura com relação à leitura que ele fará 
posteriormente. Portanto, neste capítulo iremos aprender como organizar os parágrafos 
de uma redação, que elementos devem ser considerados na hora de redigir um texto, 
entre outras coisas. 
 
Bom estudo! 
 
2.1 – Formatação e estrutura do parágrafo 
 
 Da mesma maneira que a 
redação deve seguir um modelo, os 
parágrafos, ainda sendo partes 
menores, também devem seguir uma 
estrutura e ter uma forma adequada. 
 
A divisão mais comum de um 
parágrafo consiste em três partes 
principais: 
 
• Frase-núcleo: traduz o objetivo do assunto escolhido. Costuma ser a primeira 
frase do parágrafo e serve para informar o leitor sobre o tipo de abordagem que 
será dada ao assunto escolhido; 
 
 
 
32 
• Desenvolvimento: sua função é desenvolver a frase-núcleo; 
 
• Conclusão: se houve um assunto abordado em determinado parágrafo, ele 
precisa ser concluído para que outro aspecto seja tratado em um novo parágrafo. 
 
 
Exemplo 
 
Parte da população brasileira, frequentemente, afirma que não gosta de política. 
Essa parte, geralmente, é composta da mesma parcela da população que não lê sobre 
política e não compreende a profundidade do tema em suas vidas. No entanto, em 
alguns momentos da história brasileira é possível ver pessoas em torno de um debate 
político, seja na eleição ou na corrupção. O difícil é encontrar brasileiros que 
compreendam que a política faz parte de nossas vidas e que quanto mais tentamos 
ignorá-la, mais complicado fica de se efetuar qualquer mudança no país. 
 
 
Outro ponto que não podemos deixar de mencionar é a transição. As frases dos 
parágrafos parecem estar bem escritas em uma análise isolada, porém, se as unirmos, 
podem parecer desconexas. É preciso que elas tenham conexão umas com as outras para 
que não pareçam elementos isolados. Para isso, você deve fazer uso de conectivos, 
como os pronomes, as conjunções e os advérbios, que veremos mais adiante. 
 
Proposta de exercício 3 
 
Vamos treinar um pouco? Escreva um parágrafo para cada tema: 
 
• A corrupção no Brasil 
 
• A escassez d’água nas grandes capitais 
 
 
33 
2.2 – Objetividade e concisão 
 
Ser conciso e objetivo consiste em passar o máximo de informações de maneira 
articulada, com o menor número de palavras possível e, ainda assim, conseguir 
transmitir a mensagem que se deseja. A concisão é uma das qualidades fundamentais de 
um texto. Para um texto ser objetivo, ele deve ser capaz de responder a quatro questões 
básicas: 
 
a) O que o receptor precisa saber? 
 
É necessário delimitar os principais objetivos do texto, separar as ideias mais 
importantes e selecionar os assuntos que merecem destaque. 
 
b) Para que o receptor precisa destas informações? 
 
Para poder elaborar estratégias capazes de levá-lo a compreender o que se quer 
informar. 
 
c) Que tipo de conhecimento o leitor já tem sobre o assunto? 
 
Deve-se evitar a presença de informações dispensáveis que só tendem a cansar o 
 
 
34 
leitor, desviando dos objetivos do trabalho e na certeza de não discorrer sobre o óbvio. 
Informações irrelevantes desmotivam o leitor, seja por ele já estar afeiçoado aos 
detalhes relativos ao tema, ou por não dispor de repertório técnico necessário à 
compreensão imediata do contexto em que o trabalho se insere. 
 
d) Qual a utilização e o alcance do texto? 
 
É pertinente a escolha de uma linguagem compatível com as necessidades do 
leitor, que muitas vezes se sente distante do texto por não entender a terminologia 
técnica nele empregada, por não ter condições de alcançar aquilo que o redator se 
propõe ou por não ter repertório suficiente para entender o significado de algumas 
expressões formais utilizadas. Levando-se em consideração todos estes elementos, é 
possível construir um texto claro e objetivo. 
 
2.3 – Coesão e coerência 
 
 
A coesão e a coerência também são 
elementos indispensáveis para a construção de 
um bom texto. Vejamos: 
 
 
 
 
 
Coesão 
 
 A coesão se resume à ligação entre palavras e parágrafos de um texto e tem a ver 
com a formulação e estruturação do texto. Como já dissemos, é imprescindível que o 
texto possua começo, meio e fim. E mais do que isso, é preciso que as partes dos textos 
 
 
35 
se relacionem formando um todo consistente. É importante que as frases e parágrafos 
estejam bem “amarrados”para que o texto não caia em descrédito. Dois importantes 
elementos gramaticais para que se mantenha a coesão de um texto são: os pronomes e as 
conjunções. 
 
• Pronomes – São usados para representar termos já utilizados no texto, evitando a 
repetição. São capazes de fazer referência, substituir ou qualificar um nome. Os 
pronomes são muito bem-vindos, pois a repetição de um termo é capaz de 
empobrecer muito um texto. São eles: 
 
1. Pessoais do caso reto (função de sujeito na oração): eu, tu, ele, ela, nós, vós, 
eles. 
 
2. Pessoais oblíquos: me, mim, comigo, te, ti, contigo, se, si, consigo, o, a, lhe, 
nos, conosco, vos, convosco, se, si, consigo, os, as, lhes. 
 
3. Possessivos: meu(s), minha(s), nosso(s), nossa(s), teu(s), tua(s) vosso(s), 
vossa(s), seu(s), sua(s) dele(s), dela(s). 
 
4. Demonstrativos: este(s), esta(s), isto, esse(s), essa(s), isso, aquele(s), aquela(s), 
aquilo. 
 
5. Indefinidos: algum(s), alguma(s), nenhum(s),nenhuma(s), todo(s), toda(s), 
muito(s), muita(s), pouco(s), pouca(s), tanto(s), tanta(s), certo(s), certa(s), 
vário(s), vária(s), outro(s), outra(s), certo(s), certa(s), quanto(s), quanta(s), tal, 
tais, qual, quais, qualquer, quaisquer. 
 
6. Interrogativos: qual, quais, quanto(s), quanta(s), que, onde, quem. 
 
7. Relativos: o(a) qual, os(as) quais, quanto(s), quanta(s), cujo(s), cuja(s), que, 
quem, onde. 
 
 
 
36 
 
Exemplo 
 
"A televisão brasileira está sendo alvo de discussões, nos mais diversos setores da 
sociedade. Sua programação tem sido...”. 
 
"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões 
em massa no Brasil.” 
 
 
 
• Conjunções – As conjunções representam as transições do texto. Elas servem para 
ligar o texto, continuar o mesmo assunto, contradizer ou, ainda, iniciar um novo 
assunto sem permitir que o texto perca sua unidade. As conjunções podem ser: 
 
1. Coordenativas: e, nem, mas também, mas ainda, senão também, como também, 
bem como. 
 
2. Adversativas: mas, porém, todavia, contudo, entretanto, senão, ao passo que, 
antes, pelo contrário, no entanto, não obstante, apesar disso, em todo caso. 
 
3. Alternativas: ou, ou... ou, ora... ora, já...já, quer...quer etc. 
 
4. Conclusivas: logo, portanto, por conseguinte, pois, por isso. 
 
5. Explicativas: que, porque, porquanto, pois. 
 
 
 
37 
 
Exemplo 
 
"O racionamento de energia atingirá parte do país. Ele deverá promover demissões em 
massa em todas as regiões, sem distinções. Portanto, influenciará em nossa economia.” 
 
 
 
Observação: Procure não usar palavras repetidas em seu texto. Diversifique seu 
vocabulário. O uso de repetições também representa um erro de coesão. 
 
Proposta de exercício 4 
 
Reescreva os trechos, abaixo, trocando as pontuações, mudando os pronomes, as 
conjunções e os sinônimos para acabar com as repetições e as ambiguidades. Você verá 
como o texto ficará muito mais claro e apresentável! 
 
1. Paulo é aluno do terceiro ano do Ensino Médio. Paulo deseja prestar vestibular, o 
curso que o Paulo deseja fazer é engenharia química. O professor de química do 
Paulo disse que ele tem grandes chances. Ele vai muito bem em química na escola. 
Paulo está muito animado. Tem esperança de que consiga ingressar em uma 
universidade pública. O professor dele disse pra ele que basta que ele estude 
bastante. Paulo não se sente preparado. 
 
2. Sandra adora viajar. Sandra não gosta de ficar na praia. Sandra gosta de conhecer 
cidades diferentes. Sonha em conhecer a Europa. Afirma que um dia vai realizar. 
Sandra guarda dinheiro para viajar à Europa há muito tempo. O marido de Sandra 
diz ser um sonho impossível. Sandra afirma que conseguirá. 
 
Coerência 
 
 A coerência está ligada ao sentido do texto, ela é necessária para que este tenha 
 
 
38 
lógica. Para que seja coerente, devemos manter uma mesma linha de raciocínio durante 
todo o texto. Não podemos de modo algum nos contradizer, temos que manter o foco e 
sempre usar diferentes argumentos para um mesmo ponto de vista. 
 
2.4 – Os momentos que antecedem a produção textual 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 Antes de começarmos a escrever efetivamente um texto, existem momentos que 
são de extrema importância para o resultado final, como veremos a seguir: 
 
• Inspiração: Este momento corresponde ao processo criativo do autor. Quando 
escrevemos um texto, independente de que tipo ele seja, precisamos de 
criatividade para ter ideias suficientes para a sua constituição. Devemos anotar, 
sem muitos critérios, tudo o que vem à mente para não perder ou esquecer algo 
importante. Neste momento específico não existem regras a serem seguidas, 
apenas deixemos a imaginação fluir. Com certeza, tudo que vimos, ouvimos ou 
pensamos, sobre o assunto em questão, será lembrado. 
 
• Transpiração: Aqui é o momento de organizarmos as ideias que surgiram, já 
que nem todas terão espaço para aparecer no texto. Devemos selecionar as que 
se encaixam melhor com a temática, considerando a qualidade de nossa 
 
 
39 
argumentação, a ordem exata para serem colocadas e pensar em como essas 
ideias serão trabalhadas. A fase posterior diz respeito a colocar em prática a arte 
da escrita, o que veremos com mais cuidado adiante. 
 
2.5 – As partes de uma redação 
 
 
Como vimos acima, um texto 
bem escrito deve ter uma 
estrutura que indique seu 
desenvolvimento. Isso implica em 
sua composição, com começo, 
meio e fim; ou introdução, 
desenvolvimento e conclusão. 
 
 
Introdução 
 
Geralmente, sentimos bastante dificuldade para escrever a introdução, 
exatamente por ser a primeira parte do texto. No entanto, quando uma introdução está 
bem escrita, o restante do texto flui com uma naturalidade surpreendente. E por que isso 
acontece? 
 
A resposta é simples. O desenvolvimento de uma dissertação é todo baseado na 
sua introdução. Se nela o assunto não estiver explícito, ou estiver demasiadamente 
detalhado ou muito limitado, toda a estrutura e desenvolvimento do texto será afetada. 
Uma introdução consiste em um parágrafo de aproximadamente 4 ou 5 linhas e 
deve apenas iniciar o assunto a ser tratado, indicando, na medida do possível, o rumo 
que o texto seguirá. 
 
 Uma dica para driblar a dificuldade com a introdução é deixar para escrevê-la 
 
 
40 
por último. Dessa forma, será muito mais fácil escrevê-la, porque já sabemos tudo o que 
foi tratado na redação e faremos um resumo de tudo que escrevemos. Deste modo, nós 
também nos livramos do risco de “fugir” do assunto que foi iniciado na introdução. 
 
O primeiro parágrafo sempre corresponde à introdução da redação. Ele deve 
apresentar o assunto a ser tratado no texto, ou seja, deve conter elementos básicos que 
apenas iniciem a temática e passe a ideia principal da dissertação, como podemos ver no 
exemplo a seguir: 
 
Exemplo 
 
 Um dos problemas que mais tem preocupado a população em âmbito mundial é a 
degradação ambiental. A intensa exploração de recursos naturais aliada à poluição de 
todos os tipos e ao contexto social tornou crítica a relação entre homem e meio 
ambiente, pedindo soluções urgentes. 
 
 
 
 Para ver mais exemplos, cabe ler as introduções das matérias dos jornais. 
Perceba como há uma clareza no texto, sempre baseado no primeiro parágrafo. Trata-se 
de uma técnica do texto jornalístico. Resume-se o assunto no primeiro parágrafo e 
desenvolve-se depois. No entanto, a introdução jornalística possui certas peculiaridades 
como começar sempre pelo fato mais importante. Não é o caso de uma redação que têm 
outros objetivos além de informar. 
 
Desenvolvimento 
 
Esta é a maior parte da redação ecorresponde ao momento central, localizado 
entre o começo e o fim. Ao desenvolver um texto, é necessário manter em mente o 
assunto que nele abordaremos, essa é a melhor maneira de selecionar, isto é, de saber 
sobre o que achamos que podemos falar. Seria ótimo dominar todos os assuntos, mas 
não sendo possível, nos limitemos a escrever sobre o que conhecemos para não 
escrevermos errado. 
 
 
41 
 
O desenvolvimento de um texto também tem que ser coerente com a introdução 
e a conclusão. Nele serão expostos os nossos argumentos, e tais argumentos devem 
apresentar lados positivos e negativos sobre a temática tratada, criando uma discussão 
acerca do assunto, após colocarmos os dois lados da questão em defesa de nossa opinião 
(conforme o tipo de redação evite o uso da primeira pessoa, escreva na terceira pessoa 
do plural, preferencialmente), através de argumentos coerentes e capazes de convencer 
o leitor. 
 
 Esse é o momento de aprofundar as questões colocadas na introdução. Em uma 
redação comum, o ideal é a escrita de 2 a 3 parágrafos de desenvolvimento. 
 
 
Exemplo 
 
 Essa situação foi gerada pela forma como temos vivido e nos desenvolvido. O 
desenvolvimento, desde o início da revolução industrial, foi pautado por uma grande 
exploração dos recursos naturais pela produção industrial cada vez maior e intensa. Além 
de esgotar os recursos, que não têm tempo suficiente para se recuperar, contaminamos o 
meio com o lixo que produzimos, também de maneira intensa. 
 
 Além disso, este modelo de desenvolvimento também peca quanto aos seus 
benefícios. Embora toda a produção humana seja em prol de um conforto e uma qualidade 
de vida maior, não é o que temos alcançado. Ao contrário do que se pensam, essas 
atitudes vêm apenas esgotando os recursos dos quais somos dependentes, acabando com a 
saúde e denegrindo a imagem humana. 
 
 Treine, pegue um texto de assunto interessante para que você o desenvolva. 
Utilize a introdução que já está lá para que você tenha como ser guiado. Faça isso várias 
vezes, afinal você está treinando! 
 
Conclusão 
 
 
42 
 
 A conclusão sempre será o parágrafo final do texto e corresponde à possibilidade 
de conferir “amarração” à redação. Devemos finalizar o assunto tratado retomando de 
forma breve o que foi anteriormente discutido e, principalmente, oferecendo uma 
solução para o problema colocado pela temática dada. Não podemos cometer o erro de 
iniciar outro assunto ou tópico neste momento, pois ele ficaria vago e pouco 
desenvolvido. Temos que continuar a ser objetivos, coerentes e concisos. 
 
 
Exemplo 
 
 Assim sendo, esse modelo de desenvolvimento demanda uma solução de caráter 
urgente que pense na produção humana em sua totalidade, analisando desde a exploração de 
recursos, passando pela transformação em produtos até o seu destino final que considere, 
principalmente, os aspectos humanitários, buscando eliminar o desenvolvimento desigual. 
 
 
2.6 – Tema e título 
 
Muitas pessoas confundem estas duas palavras 
na hora de escrever um texto. Quando escrevemos 
um texto sobre um determinado assunto, muitas 
vezes, colocamos no lugar do título, o tema que 
está sendo pedido. A seguir, vamos diferenciar o 
que é “tema” e “título” para melhor lidarmos com 
esta questão: 
 
Principais diferenças entre tema e título 
 
Tema é o assunto sobre o qual escreveremos, ou seja, a ideia que 
desenvolveremos ao longo da composição. Título, por outro lado, é o nome que se dá ao 
 
 
43 
texto, no qual será abordado o tema ou assunto. O tema geralmente é dado quando 
devemos construir um texto e o título deve partir de nós. É necessário que o título seja 
uma criação pessoal de acordo com o assunto abordado, e é positivo que se use da 
criatividade na construção de um título, já que isso pode contar pontos na correção de 
uma redação. Para finalizar, cabe ainda dizermos que o título é dependente do tema, já 
que ele não pode ser criado anteriormente. Em algumas situações (quando o tema é 
curto, por exemplo) é possível usar o tema como título, porém esta atitude não será 
bem-vista, indicando possível falta de criatividade da parte do autor da dissertação. 
 
 
Exemplo 
 
Tema: O aquecimento global na terra tem prejudicado a vida humana e acabado com a 
existência de muitas espécies. 
Títulos possíveis: O aumento da temperatura e os prejuízos para o homem 
 A ação humana e a extinção de animais e vegetais 
 
 Como vimos, outras características que podem distinguir o tema do título e vice-
versa, é o fato de que o primeiro tende a ser mais longo e a fazer mais uso de verbos, 
enquanto o segundo tende a ser mais curto e pontual, nem sempre apresentando verbos em 
sua construção. 
 
Entendimento e delimitação do tema 
 
A primeira etapa de uma redação consiste em compreender plenamente o tema. 
Nos antigos processos seletivos, ele era proposto de forma direta. Por exemplo, a 
Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo, certa vez, pediu que os 
vestibulandos escrevessem sobre a "Cortina de Ferro". Neste caso, o vestibulando 
deveria dissertar sobre os países do leste europeu, então dominado pela Ex-União 
 
 
44 
Soviética. Sem dúvida, questões propostas de maneira explícita facilitavam o 
entendimento do tema. 
 
As provas hoje já não apresentam os temas dessa maneira. São dados textos que, 
de alguma forma, interligam-se, e o candidato deve, em primeiro lugar, descobrir essas 
relações. Em linguagem simples, devemos “perceber” o conteúdo do tema. Temos que 
nos adequar ao tema sem fugirmos da proposta dada, afinal tal erro conta como ponto 
negativo. 
 
Para compreendermos como delimitar um tema, vamos imaginar uma cena 
surreal: um extraterrestre lhe aborda um dia e lhe pede para falar sobre o nosso planeta. 
Você teria duas formas de abordar o tema: cronologicamente ou por fatos. O importante 
mesmo é que você teria que encontrar uma forma de delimitar o tema. É claro que se 
você for um engenheiro, será muito mais fácil dissertar baseado nas grandes obras da 
engenharia mundial. Se você for um pintor, a história terá uma abordagem com as 
grandes obras-primas e seus autores. Enfim, seria uma delimitação natural do assunto, 
baseada em seus conhecimentos prévios. Concorda? No caso de uma redação, a questão 
é outra. Os temas serão dados para nós no momento da prova, o que dificulta a 
delimitação do assunto. 
 
Exemplo 
 
Tema: O preconceito ainda está presente na sociedade brasileira 
 
 Este é um tema amplo e precisamos delimitá-lo para que a redação não se torne 
em um monte de informações desconexas. Não adianta querermos abordar todos os 
tópicos que o tema permite, afinal existem teses de doutorado sobre o assunto. É 
preciso, então, começar a escolher sobre o que poderemos falar, sem “inventar moda”. 
Sem se esquecer de falar só do assunto que dominamos. Se não conhecemos realmente 
como é o preconceito na Polônia, por exemplo, não devemos citá-lo. Limitemos-nos aos 
nossos conhecimentos. 
 
 
 
45 
Há vários tipos de preconceito (racial, religioso, sexual, cultural, os que 
envolvem o poder aquisitivo, entre outros), mas não precisamos escrever tudo o que 
pensamos ou o que já lemos sobre todos eles. Mostraremos que sabemos o que é 
preconceito e que existem vários tipos. Só então escolheremos um ou dois deles para 
tomarmos como exemplo para dar embasamento ao texto. 
 
O que citamos neste último exemplo não é simplesmente um macete, é, 
principalmente, uma forma de organizar as ideias. É algo que podemos usar no dia a dia. 
Se alguém nos perguntar “Como foi o show?”, nós não vamos descrevê-lo parte por 
parte. Citaremos quais foram as melhores partes. Isso é algo natural e essencialem uma 
redação. Podemos chamar isto de “poder de síntese”. 
 
Uma outra boa forma de organizarmos as ideias é pensarmos como colocá-las no 
papel, isto é, cabe escrevermos rapidamente os tópicos que abordaremos no texto. Não 
precisa ser muita coisa, mas algo que nos permita dar um direcionamento ao tema, 
assim não corremos o risco de fugir do assunto e cairmos no velho erro de “encher 
linguiça”. Precisamos sempre estar em busca de um objetivo. Ao delimitarmos o 
assunto, esse objetivo deve estar claro e evidente. Um exemplo de como organizar 
ideias sobre a temática do preconceito seria colocando-as em tópicos, como podemos 
ver a seguir: 
 
• Existem vários tipos de preconceito; 
• Dependendo do país, alguns se destacam mais do que os outros; 
• No Brasil ele está mais ligado à questão financeira e racial; 
• Para diminuir o preconceito são necessárias ações, como diminuir as diferenças 
existentes na sociedade, melhorar a educação e criar programas que ensinem a 
igualdade entre as pessoas. 
 
Mas vejamos bem, este esquema serve para nos guiar e não nos limitar. Se 
surgirem mais ideias durante o texto, ainda dentro do tema proposto, não há nada de mal 
em utilizá-las. 
 
 
 
46 
Desenvolvendo uma temática 
 
 Para desenvolvermos um tema, podemos começar seguindo os passos abaixo 
listados: 
 
1. Interrogar o tema; 
2. Responder com uma opinião formada; 
3. Apresentar um argumento básico; 
4. Apresentar argumentos auxiliares e complementares; 
5. Apresentar fatos como exemplos; 
6. Concluir. 
 
Para compreendermos mais facilmente os passos acima colocados, vamos pegar 
como exemplo a seguinte proposta temática: “Nenhum homem é uma ilha”. 
 
•••• Primeiro, precisamos entender o termo “ilha” que, naturalmente, está em 
sentido figurado, significando solidão, isolamento; 
 
•••• Transformemos o tema em uma pergunta: Nenhum homem é uma ilha?; 
 
•••• Procuremos responder a esta pergunta de um modo simples e claro, 
concordando ou discordando (ou, ainda, concordando parcialmente e 
discordando parcialmente). Esta resposta é o ponto de vista de cada um; 
 
•••• Perguntemos a nós mesmos o porquê de nossa resposta, dando uma 
causa, um motivo, uma razão para justificar a posição. Aí estará o 
argumento principal; 
 
•••• Agora, procuremos descobrir outros motivos que ajudem na defesa do 
nosso ponto de vista para fundamentarmos a nossa posição. Esses serão 
argumentos auxiliares; 
 
 
 
47 
•••• Em seguida, procuremos algum fato que sirva de exemplo para reforçar a 
nossa posição. Este fato-exemplo pode vir de uma memória visual, das 
coisas que ouvimos, do que lemos, um fato da vida política, econômica 
ou social, ou pode ainda ser um fato histórico. Ele precisa ser bastante 
expressivo e coerente com o ponto de vista. O fato-exemplo, geralmente, 
dá força e clareza à argumentação, além de esclarecer a nossa opinião e 
fortalecer os nossos argumentos. Além disso, personaliza o texto, 
diferenciando-o; 
 
•••• Procuremos agrupar esses elementos em um texto, considerando essa 
atividade como um rascunho da redação. Por enquanto, pode-se agrupá-
los na sequência que foi sugerida; 
 
•••• Para o desenvolvimento de uma temática precisamos também aprender a 
importância de um texto com começo, meio e fim, assim como 
desenvolver cada uma dessas partes, o que veremos posteriormente. 
 
 
48 
Conclusão do Módulo I 
 
Olá, aluno(a)! 
 
Você está quase chegando ao fim da primeira etapa do nosso curso de Escrita e 
Redação, oferecido pelos Cursos 24 horas. 
 
Para passar para o próximo módulo, você deverá realizar uma avaliação 
referente a este módulo já estudado. A avaliação encontra-se em sua sala virtual. Fique 
tranquilo(a) e faça sua avaliação quando se sentir preparado(a)! 
 
Desejamos um bom estudo, boa sorte e uma boa avaliação! 
 
Até logo!

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