PROCESSO DO TRABALHO - AULA 06

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Anselmo Domingos da Paz Junior
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AÇÕES TRABALHISTAS (AULA 06) 
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Conceitos de Ação, Processo e Procedimento.
Ação = “garantia de provocar o exercício da Jurisdição”. (Amauri Mascaro).
Processo = “relação jurídica que se instaura no órgão judicial para tornar possível o exercício da ação.”
Procedimento = “seqüência de atos desenvolvidos no processo” para chegar à Sentença 
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Autonomia do Direito de Ação 
O direito de ação independe do direito material a ser tutelado. 
Pode existir a ação e o direito material não ser possível juridicamente. Ex. Um homem postular alegar que trabalha 24 horas por dia durante um ano.
O processo é o instrumento físico através do qual se exerce o direito de ação. 
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GARANTIA CONSTITUCIONAL DO DIREITO DE AÇÃO. 
O Estado Democrático de Direito garante ao cidadão o Direito de ação nos seguintes dispositivos:
Art. 5º, LIV – devido processo legal (due process of law);
Art. 5º, LV – garantia do contraditório e da ampla defesa;
Art. 5º, LX – publicidade dos atos processuais;
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continuação
Art. 5º. LXXIV – assistência jurídica gratuita nos casos previstos em lei.(ver art. 14. Lei 5.584/70).
Art. 5º, XXXVI – respeito à coisa julgada;
Art. 5º, XXXIV – direito de petição.
Artigos 111 e 112 – direito de jurisdição específica trabalhista
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continuação
Art.8º - garantia de legitimação dos sindicatos para defesa dos interesses e direitos dos trabalhadores.
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Elementos da Ação
Usamos os elementos da ação para distinguir um processo do outro.
São três os elementos básicos de uma ação:
Sujeito – titular de um direito a ser protegido
O conceito de Sujeito não se confunde com o de parte no processo.
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Estudo do Sujeito no processo
Sujeito ≠ parte 
O Sujeito é titular do direito e pode atuar diretamente na sua defesa no processo como parte. Neste caso coincidem os conceitos.
Quando não atua diretamente ele pode ser representado ou substituído.
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continuação
Amauri faz o desdobramento do conceito de parte em:
A) Parte na relação material;B) Parte na ação;C) Parte legítima;
O menor de idade pode ser parte na relação material mas para postular em juízo tem que ser representado (art.408,424 e 793 da CLT) + 71 NCPC.
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Conceito de objeto e de Causa de pedir
Objeto da ação trabalhista – Consiste no pronunciamento da Justiça Trabalhista lhe concedendo um bem jurídico tutelado pela lei. Causa de pedir – “pressupõe um direito e um fato a ele contrário, ambos gerando uma pretensão jurídica.” Ex. Fato – trabalhar 12 horas + direito pedir as 4 horas extras (excedente das oito horas normais) = causa de pedir – 4 horas extras por dia.
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Transmissão do direito de ação
O direito do trabalho possui natureza personalíssima, mas pode existir a transmissão dos direitos do titular em algumas situações.
Questão da pensão alimentícia – pode a alimentanda ingressar com ação para cobrar os salários atrasados do ex-marido. 
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continuação
No evento morte do empregado – podem seus herdeiros entrar com ação para requerem direitos lesados pelo empregador – base legal – ARTIGOS 1829 E SEGUINTES DO CÓDIGO CIVIL 
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Condições da ação trabalhista
Seguia a mesma regra de direito processual comum (267, VI CPC), ou seja, são condições da ação trabalhista:
A) Interesse de agir;
B) Legitimidade “ad causam”;
C) Possibilidade jurídica do pedido;
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O novo Código de Processo Civil e a questão das condições da ação
A partir da vigência do Novo Código de Processo Civil a questão das condições da ação passa a ser analisada sob o prisma da LEGITIMIDADE “AD CAUSAM” E O INTERESSE DE AGIR conforme se constata do artigo 485, VI do NCPC.
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continuação
Pelo novo Código de Processo Civil extingue-se a possibilidade jurídica do pedido como condição da ação adotando o posicionamento de que a impossibilidade jurídica do pedido é causa de decisão de mérito e não corresponde a causa de inadmissibilidade da ação.
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continuação
Pelo novo código a LEGITIMIDADE “AD CAUSAM” e o INTERESSE DE AGIR constituem a base atual dos pressupostos processuais de validade do processo.
Dessa forma o INTERESSE DE AGIR constitui um pressuposto objetivo e a LEGITIMIDADE um pressuposto subjetivo de validade.
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Interesse de agir
Previsto no art. 3 do antigo CPC, o interesse de agir será verificado pelo Juiz através da constatação da UTILIDADE, NECESSIDADE e ADEQUAÇÃO da medida proposta pelo autor para se obter o bem a ser tutelado pela jurisdição. 
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continuação
No processo do trabalho adotamos apenas o artigo 4º, I do antigo CPC (verificação da existência ou não de um direito advindo de uma relação jurídica) 
Autenticidade ou falsidade de documentos não são apurados diretamente apenas de maneira incidental. 
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O interesse de agir e o novo CPC
Pelo novo Código de Processo Civil o estudo do interesse de agir ganha relevância.
A ausência do interesse constitui hipótese de indeferimento da petição inicial conforme consta do artigo 330, III do NCPC e pode ser alegado como matéria de defesa (art.337,XI,NCPC – no caso alegar ausência do interesse processual)
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Legitimidade “ad causam”
Consiste na legitimidade para propor uma ação (legitimidade ativa) e a legitimidade de se defender em uma ação (legitimidade passiva).
Se divide em LEGIMITIDADE ORDINÁRIA – o próprio titular busca o direito postulado.
LEGITIMIDADE EXTRAORDINÁRIA – quando terceiro, em nome próprio busca direito alheio (substituição processual).
Sindicato podem substituir os empregados da categoria (legitimação extraordinária). 
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continuação
A legitimidade “ad causam” constitui um pressuposto de validade subjetivo para o bom andamento do processo sem o qual haverá o indeferimento da ação (art.330, II do NCPC).
A falta de legitimidade pode ser alegada em contestação na forma do artigo 337, XI do NCPC.
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A legitimidade extraordinária.
Pelo novo código permanece a legitimidade extraordinária na forma descrita no artigo 18:
“Art. 18.  Ninguém poderá pleitear direito alheio em nome próprio, salvo quando autorizado pelo ordenamento jurídico.
Parágrafo único.  Havendo substituição processual, o substituído poderá intervir como assistente litisconsorcial.”
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continuação
Dessa forma, a legitimidade extraordinária existe mas foi limitada pelo texto normativo ao casos previstos em lei. 
No processo do Trabalho, haverá legitimidade extraordinária para os SINDICATOS agirem em favor dos trabalhadores ou dos empregadores.
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Possibilidade jurídica do pedido
O pedido na ação não poderá ser proibido por lei. Ex. reconhecimento de vínculo como traficante de drogas.
O pedido juridicamente impossível implicava em INÉPCIA DA INICIAL – ver artigo 295 § único , III do antigo CPC. 
A incompatibilidade de pedidos também era causa de extinção da ação por INÉPCIA – art. 295, § único, IV do antigo CPC. 
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A retirada da possibilidade jurídica do pedido pelo novo CPC
O novo CPC retirou das condições da ação a possibilidade jurídica do pedido limitando a questão a análise da existência de legitimidade AD CAUSAM e o interesse de agir. 
Com isso foi superada a questão das condições de ação previstas no Código anterior.
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continuação
Dessa forma, pelo que consta da exposição de motivos da comissão de juristas responsáveis pelo novo código temos o que se segue:
“Com o objetivo de se dar maior rendimento a cada processo, individualmente considerado, e, atendendo a críticas tradicionais da doutrina, deixou, a possibilidade jurídica do pedido, de ser condição da ação. A sentença que, à luz da lei revogada seria de carência da ação, à luz do Novo CPC é de improcedência e resolve definitivamente a controvérsia.”
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Teoria da Asserção 
 Também denominada de "prospettazione". 
Se ficar provado no processo que não existe uma das condições da ação haverá a improcedência do pedido com base no artigo 269,I do antigo CPC.
No caso o Juiz levaria em conta os fatos narrados na inicial e os compararia com o provado nos autos. 
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Ocorre que o artigo 267, VI do antigo CPC determinava que ausente uma das condições da ação há a extinção sem resolução do mérito (teoria eclética ou concretista idealizada por Liebman e que se opõe à teoria da asserção). 
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Visão do novo código sobre a exclusão da possibilidade juridica do pedido
Ao extinguir a possibilidade jurídica do pedido como uma das condições da ação o novo Código passa a adotar, de certa forma, a Teoria da Asserção, ou seja se não houver conformidade do pedido com o ordenamento jurídico vigente haverá a improcedência do pleito por meio de sentença.
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Classificação das Ações 
Para Amauri as ações trabalhistas possuem uma classificação que as distingue das ações comuns. 
AÇÕES INDIVIDUAIS – buscam a tutela de interesses concretos individualizados. 
AÇÕES COLETIVAS – buscam a tutela de interesses de uma categoria profissional ou econômica.
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As ações individuais se dividem em :
A) Ações condenatórias – consiste em um pedido judicial para que seja cumprida uma prestação jurisdicional pelo réu (obrigações de pagar, fazer ou não fazer algo). 
B) Ações constitutivas – buscam criar, modificar ou extinguir um direito em favor do autor. 
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C) Ações declaratórias – visam afirmar a existência ou não de um direito, busca evitar as incertezas sobre as relações jurídicas das partes. 
Requisitos da ação declaratória: 1) estado de incerteza sobre a existência ou não de uma relação jurídica; 2) existência de eventual prejuízo em razão da incerteza;3) Inexistência de outro meio para acabar com a incerteza. 
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D) Ações executórias – visam obter o cumprimento de uma obrigação imposta por sentença judicial ou por título extra-jurídico reconhecido com força executória (ex. termo de ajuste de conduta do Ministério Público do trabalho e atas de acordos em Comissão de Conciliação Prévia). 
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No processo do trabalho temos três títulos executórios: 
1) Sentença judicial;
2) Termo de conciliação;
3) Custas calculadas.
Temos ainda, os termos de ajuste de conduta e os termos de acordo em comissão de conciliação prévia (art.876 da CLT).
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As ações executórias prescindem do processo de conhecimento desde que não existam dúvidas sobre a legalidade do título a ser executado. 
Em termos de direito coletivo, as ações de cumprimento embora tenham por finalidade a execução de uma norma coletiva não aplicada pelo empregador devem passar pelo processo de conhecimento e somente a sentença que afirmar o direito é que será executável. 
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Ação cautelar
Visam dar provimento a direito urgente daquele que busca o socorro do Judiciário. 
Seu objetivo é evitar o perecimento do direito em razão da tramitação da ação.
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Medida liminar contra transferência indevida de empregado para outra localidade – base legal artigos 469 + 659 IX da CLT.
Medida liminar para reintegrar dirigente sindical que tenha sido afastado, suspenso ou dispensado – base legal art. 659, X da CLT. 
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Requisitos para concessão de cautelar.
Segue o mesmo parâmetro do processo civil – para se obter liminar em processo cautelar temos que ter o fumus boni juris e o periculum in mora. 
Podemos usar as cautelares do processo civil (ex. arresto de bens, etc) mas adaptando ao rito trabalhista. 
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A questão da tutela antecipada 
Prevista no artigo 273 do antigo CPC era aplicável ao processo do trabalho desde que fossem observados os requisitos legais:
Existência de prova inequívoca da verossimilhança da alegação (juízo de verossimilhança) – o direito deve ser comprovado sem existência de dúvidas ao convencimento do Juiz. 
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Haja fundado receio de dano irreparável ou de difícil reparação ao autor;
Fique evidente o abuso do direito
de defesa ou o manifesto propósito protelatório do réu. 
A antecipação de tutela é matéria a ser requerida em preliminar da inicial se não for deferida não cabe recurso imediato no processo do trabalho. 
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O regime de cautelares no Novo Código de Processo Civil
O Novo CPC quanto as cautelares divide a TUTELA PROVISÓRIA em TUTELA DE URGÊNCIA e TUTELA DE EVIDÊNCIA. 
A tutela de urgência é regulamentada pelos artigos 300 a 302 do NCPC. 
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Definição de tutela de urgência
Está descrita no artigo 300 do NCPC:
“Art. 300.  A tutela de urgência será concedida quando houver elementos que evidenciem a probabilidade do direito e o perigo de dano ou o risco ao resultado útil do processo.”
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Definição de Tutela da Evidência
A Tutela da Evidência constitui medida judicial para a defesa de direito líquido e certo do autor QUE TENHA POR BASE PROVA INCONTROVERSA(prescinde do requisito do periculum in mora) .
Tem por finalidade evitar que o autor sofra o desgaste do tempo garantindo efetividade e celeridade na solução do conflito. 
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Base legal da tutela da evidência
A base da tutela da evidência consta do artigo 311 do NCPC:
“Art. 311.  A tutela da evidência será concedida, independentemente da demonstração de perigo de dano ou de risco ao resultado útil do processo...”
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HIPÓTESES DE TUTELA DA EVIDÊNCIA
I - ficar caracterizado o abuso do direito de defesa ou o manifesto propósito protelatório da parte;
II - as alegações de fato puderem ser comprovadas apenas documentalmente e houver tese firmada em julgamento de casos repetitivos ou em súmula vinculante;
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CONTINUAÇÃO
III - se tratar de pedido reipersecutório fundado em prova documental adequada do contrato de depósito, caso em que será decretada a ordem de entrega do objeto custodiado, sob cominação de multa;
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CONTINUAÇÃO
IV - a petição inicial for instruída com prova documental suficiente dos fatos constitutivos do direito do autor, a que o réu não oponha prova capaz de gerar dúvida razoável.
Parágrafo único. Nas hipóteses dos incisos II e III, o juiz poderá decidir liminarmente.
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