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Puerpério Fisiológico Profa. Ana Carolina Araújo 1 ENSINO CLÍNICO EM SAÚDE DA MULHER TEÓRICO OBJETIVOS COMPREENDER AS ALTERAÇÕES FISIOLÓGICAS OCORRIDAS DURANTE O PERÍODO PUERPERAL; CONHECER AS PRINCIPAIS INTERVENÇÕES DE ENFERMAGEM A SEREM IMPLEMENTADAS NESTE PERÍODO. 2 Puerpério É o intervalo de 6 semanas entre o nascimento do neonato e o retorno dos órgãos reprodutores ao estado não gravídico normal. Pode ser chamado de período pós-parto. 3 1 a 2 horas após saída da placenta TÉRMINO: Imprevisto ou até seis semanas pós- parto • IMEDIATO: 1° ao 10° dia pós-parto • TARDIO: 11° ao 42° dia pós-parto • REMOTO: a partir do 43° dia pós-parto DIFERENÇAS NAS LITERATURAS Puerpério 4 5 Rede Cegonha SINAIS VITAIS APÓS O PARTO Temperatura: (36,8º - 37,9º C) - Aumento da temperatura axilar sem necessariamente quadro infeccioso instalado. * Monitorar a temperatura nas primeiras horas Padrão respiratório: - Restabelecido, após o diafragma exercer funções que haviam sido limitadas pelo aumento do volume abdominal. * Observar padrão respiratório. 6 SINAIS VITAIS APÓS O PARTO Pulso: - O pulso associado ao ritmo cardíaco, permanecem elevados durante a primeira hora após o parto. Pulso rápido ou em elevação: Hipovolemia = hemorragia. * Avaliar a frequência do pulso com regularidade. Pressão Arterial: - Hipotensão ortostática. PA decrescente = Hipovolemia secundária a hemorragia. * Medir a PA com regularidade 7 Sistema reprodutivo e estruturas associadas Útero ◦ Processo de involução: processo pelo qual o útero volta ao seu tamanho normal. Começa imediatamente após a expulsão da placenta com a contração da musculatura lisa uterina ◦ Em 12h: 1 cm acima da CU ◦ O FU desce 1-2cm a cada 24h ◦ 6odia= O FU está, normalmente, localizado a meio caminho entre a sínfise pubiana e a CU ◦ 1 semana = Está novamente na pelve verdadeira 8 Útero CONTRAÇÕES ◦ A intensidade aumenta significativamente logo após o parto, supostamente em resposta ao volume intra- uterino diminuído. ◦ Ajudam na hemostasia pós-parto: trombomiotamponagem. ◦ O hormônio ocitocina – fortalece e coordena as contrações uterinas e comprime os vasos sanguíneos. ◦ Amamentar aumenta as contrações – estimula a liberação de ocitocina. 9 Lóquios A secreção uterina pós-parto, chamada comumente de lóquios, é inicialmente vermelho-vivo, mudando, mais tarde, para vermelho-rosado ou marrom-avermelhado. Nas 2 primeiras horas após o parto, a quantidade de STV deve ser a de uma menstruação forte. Depois, disto, deve diminuir gradativamente. 10 Lóquios LÓQUIOS RUBROS Sangue, decídua e tec.trofoblástico 1 – 3 dias LÓQUIOS SEROSOS Sangue velho, soro, leucócitos e resíduos de tecido 4 – 10 dias LÓQUIOS BRANCOS Leucócitos, decídua, céls.epiteliais, muco, soro e bactérias 10d – 6 sem. 11 Lóquios Se a mulher receber uma medicação ocitocínica, independente da via de administração, o fluxo é geralmente escasso até desaparecerem seus efeitos; A quantidade de lóquios é geralmente menor após o parto cesário. * Acompanhar a involução do útero: Globo Segurança de Pinard 12 Vagina e Períneo Os baixos níveis de estrogênio diminuem a quantidade de lubrificação vaginal. EPISIOTOMIAS: Devem cicatrizar em torno de 2 a 3 semanas. 13 Sustentação muscular-pélvica Pode ser danificada durante o parto, contribuindo para problemas ginecológicos posteriores. Tecidos de sustentação do assoalho pélvico, rasgados ou distendidos durante o parto, podem exigir até 6 meses para readquirir o tono. 14 Sistema Endócrino HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS ◦ Níveis elevados de prolactina sérica nas mulheres que amamentam podem suprimir a ovulação; ◦ Os níveis de prolactina sérica são influenciados: pela frequência da amamentação, pela duração de cada mamada, pelo grau de uso de suplementação alimentar. 15 Sistema Endócrino HORMÔNIOS HIPOFISÁRIOS ◦ A OVULAÇÃO: pode ocorrer em até 27 dias pós- parto nas mulheres não-lactantes. Tempo médio de 70 a 75 dias. A maioria retorna com 2 - 3meses. ◦ A OVULAÇÃO: retorna, em média, com 190 dias nas mulheres que amamentam. ◦ O PRIMEIRO FLUXO MENSTRUAL PÓS- PARTO: É geralmente mais forte que o normal. Em 3 a 4 ciclos, a quantidade retorna ao período pré-gestacional 16 Abdomen Nos primeiros dias pós-parto, quando a mulher fica de pé, seus músculos protruem e dão a ela uma aparência de grávida; Nas duas primeiras semanas a parede abdominal está relaxada; É necessário aproximadamente 6 semanas para retornar ao seu estado pré-gestacional. 17 Sistema urinário DIURESE PÓS-PARTO: ◦ O trauma induzido pelo parto, o aumento da capacidade da bexiga posterior ao parto e os efeitos da anestesia de condução combinados diminuem a urgência em urinar; ◦ A micção diminuída, juntamente com a diurese pós-parto, podem distender a bexiga. 18 Sistema Gastrintestinal Apetite ◦ > da fome pós-parto ◦ Dietas leves (recuperação anestésica) Motilidade ◦ A analgesia e a anestesia podem retardar o retorno à tonicidade e a motilidade normais; Evacuação intestinal ◦ Pode demorar de 2-3 dias pós-parto 19 Mamas Apojadura ou descida: 48 a 72 h pp As mamas aumentam de tamanho e temperatura, tornam-se dolorosas e este fenômeno dura, em média, 3 a 4 dias; O volume de leite tende a aumentar gradativamente: ◦ 20 : 50ml/dia ◦ 40: 550ml/dia ◦ 3 meses: 850ml/dia ◦ Essa informação é importante para orientar as puéperas! 20 21 INFECÇÃO PUERPERAL É qualquer infecção do aparelho genital que ocorre como complicação do parto ou abortamento, nos primeiros 10 dias subsequentes. Manifestações: Hipertemia (38ºC) 24 hs pp. Taquicardia, Dor abdominal Lóquios fétidos ou purulentos Útero doloroso, amolecido e subinvoluído Sinais flogísticos na incisão ou laceração. 22 A probabilidade de ocorrência de infecção puerperal é diretamente proporcional a: • Número de toques vaginais durante o trabalho de parto; • Duração da rotura de membranas; • Importância das manipulações intra-uterinas durante o período expulsivo e a dequitação; • Extensão e número de lacerações do canal de parto; Tipos mais frequentes de infecção no puerpério: • Endometrite; • Infecção urinária; • Infecção da ferida operatória (cesariana); • Infecção da episiorrafia; 23 HEMORRAGIAS Perda de sangue acima de 500 ml, nas primeiras 24 horas após o parto vaginal (1ª ou precoce) ou depois das 24 horas mas antes das seis semanas (2ª ou tardia). 24 HEMORRAGIAS NO PÓS-PARTO IMEDIATO (80% DAS HEMORRAGIAS DO PUERPÉRIO) Principais causas: ◦ Atonia uterina (50%); ◦ Lacerações obstétricas (20%); ◦ Retenção de tecido placentar (5-10%) ASSISTÊNCIA AO PUERPÉRIO IMEDIATO (1º ao 10º dia) Atenção à Mulher: Educação em Saúde & Assistência - Estimular a deambulação precoce; - Incentivar a higienização; - Proporcionar conforto durante a amamentação. - Buscar informações sobre antecedentes epidemiológicos; - Investigar condições socioeconômicas; - Orientação dos cuidados mãe-filho promovendo o auto cuidado. 25 • Atenção física e psíquica; • Avaliação clínica completa, avaliar RN no AC; • Deambulação precoce; • Estimular e orientar higiene pessoal e do bebê; • Orientar sobre o sistema de alojamento conjunto e cuidado com o bebê; • Orientar sobre amamentação e cuidados com a mama; • Observar involução uterina e ferida operatória; • Inspecionargenitália, região perineal e lóquios; • Observar sinais de TVP, dor MMII. • Alta hospitalar parto normal primeiras 24 horas, P. Cesário com 48 horas; • Revisão puerperal entre o 7°e 10° dia ou até 42 dias; • Orientar quanto à contracepção. INTERVENÇÕES COM O BINÔMIO NO PUERPÉRIO IMEDIATO 26 FIM 27 PLANO DE CUIDADOS PÓS-PARTO. Diagnóstico de Enfermagem: Risco de volume de líquidos deficiente relacionado à atonia/hemorragia. - Monitorizar presença de lóquios (Cor, quantidade e consistência) - Monitorizar e palpar o fundo uterino (Tono e localização) - Monitorizar sinais vitais. - Massagear abdome promovendo a contração uterina. - Administrar agentes ocitocínicos por ordem médica. 28 Diagnóstico de Enfermagem: Dor relacionada às mudanças fisiológicas pós-parto. - Investigar a localização, o tipo e a qualidade da dor para dirigir a intervenção. - Explicar a origem da dor, sua duração estimada e os tratamentos. - Administrar as medicações , proporcionando alívio, - Dor relacionada à episiotomia. - Aplicar bolsa de gelo, para reduzir irritação, dor e edema(24 hs); - Encorajar higiene íntima adequada. 29 Diagnóstico de Enfermagem: - Dor relacionada ao processo de amamentação - Sugerir sutiã que sustente as mamas; - Assegurar que a criança tenha uma pega correta; - Mamilos fissurados. 30 Diagnóstico de Enfermagem: Padrão de sono perturbado relacionado à excitação, ao desconforto e às interrupções ambientais. - Estabelecer os padrões de sono rotineiros da mulher e compará-los com o padrão de sono atual. - Ensinar técnicas de relaxamento; - Evitar situações de rotinas que possam causar desconforto. - Evitar visitas em horários inapropriados; - Ensinar a mulher a dormir quando o bebê estiver dormindo. 31 Diagnóstico de Enfermagem: Risco de infecção relacionado com as defesas primárias alteradas. - Utilizar técnica adequada para lavagens das mãos. - Ensinar e estimular a mulher a realizar bons hábitos de higiene pessoal; - Proporcionar ingesta nutricional adequada. 32
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