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MÓDULO II 
 
TIPOS DE IDENTIFICAÇÃO 
 
 
A primeira divisão da identificação humana é a de ordem jurídica, dividindo-a 
em civil e criminal. A identificação civil é aquela que caracteriza um cidadão e ocorre 
a partir do momento do registro de seu nascimento no cartório, onde é expedida a 
certidão de nascimento, posteriormente ocorre à obtenção do registro civil (R.G.) e 
as identidades funcionais de profissionais liberais, expedidas pelos respectivos 
conselhos de classe, como por exemplo, a carteira do cirurgião-dentista, do médico, 
do advogado, etc. Já a identificação criminal é utilizada para identificar pessoas 
vivas ou mortas, quando não há possibilidade de identificá-las pela identificação civil, 
como, por exemplo, pelo R.G (Espíndula, 2007). 
A identificação é o processo pelo qual se determina a identidade de uma 
pessoa (Silva, 1997) ou um conjunto de procedimentos diversos para individualizar 
uma pessoa ou objeto (Vanrell, 2003). Já a identidade é o conjunto de caracteres 
físicos, funcionais ou psíquicos, que individualizam determinada pessoa (Simas 
Alves, 1965, e Vanrell 2003) ainda acrescenta que “além da identificação física, 
inclui todos os elementos que possam individualizar uma pessoa, como: estado civil, 
filiação, idade, nacionalidade, condição social, profissão, etc.” 
Leitão e Silva (2003) acrescentam que “a finalidade da identificação é 
permitir, de modo rigoroso e exato, a fixação da personalidade jurídica do indivíduo 
para todos os atos de sua vida pública ou privada”, abrangendo de forma completa a 
definição da identificação. 
 
 
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Segundo Simas Alves (1965) a identificação é dividida em: 
1. Identificação Judiciária ou Policial: são métodos utilizados para 
reconhecimentos técnicos, caracterizando o indivíduo. E segundo Leitão e Silva, são 
divididos em: 
a. Identificação civil: estipula a personalidade jurídica da pessoa; 
b. Identificação criminal: visa colher informações sobre antecedentes ou 
ações criminais; 
2. Identificação Médico-legal: exige conhecimentos médico-legais para 
chegar à identidade. Os conhecimentos em odontologia legal também fazem parte 
dessa divisão. 
Segundo Espíndula (2007), a identificação criminal pode ser dividida em dois 
grupos principais: 
→ Identificação conclusiva: modalidade que sozinha identifica alguma 
pessoa. 
→ Identificação não-conclusiva ou excludente de hipóteses: não são 
conclusivas, mas auxiliam na identificação de uma pessoa. 
Obviamente, não se pode esquecer que mesmo com essa divisão de 
modalidades de perícias na identificação humana, são poucas as vezes que se 
utiliza somente um método de identificação e pode acontecer também de uma 
técnica classificada como conclusiva não permitir dados suficientes para a 
identificação. Isso pode ocorrer na identificação de uma impressão digital, onde a 
mesma não se encontra inteira e sim parcial. 
 
 
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empalação. A mutilação era infligida de acordo com a natureza da ofensa. Com isso, 
muitas das marcas realizadas em crimonosos, consequentes dessa punição, eram 
passíveis de serem identificadas visualmente. A noção de "uma vida por uma vida" 
atingia aos filhos dos causadores de danos aos filhos dos ofendidos. As penalidades 
infligidas sob o Código de Hamurabi ficavam entre os brutais excessos das punições 
corporais das leis mesopotâmicas assírias e das mais suaves, dos hititas. A 
codificação propunha-se a implantação da justiça na terra,a destruição do mal, a 
prevenção da opressão do fraco pelo forte, a propiciar o bem-estar do povo e 
iluminar o mundo. Essa legislação estendeu-se pela Assíria, pela Judeia e pela 
Grécia (Código de Hamurabi, 1730 A.C. apud Cultura Brasileira, 2008) 
Com isso, um dos registros mais antigos de identificação criminal era 
utilizado na Velha Mesopotâmia, com processos extremamente brutais e bárbaros 
como mutilações, marcas, tatuagens, que não só castigavam como estigmatizavam 
as pessoas. Amputavam orelhas, mãos, braços para criminosos adversos e 
arrancavam a língua do blasfemador e do caluniador (Simas Alves, 1965). Outros 
tipos de métodos brutais eram realizados por barras e instrumentos de ferros 
aquecidos em brasa para marcar corpos de criminosos, para facilitar a identificação 
dos mesmos (Leitão e Silva, 2003). 
 
 
 
 
 
73 
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Figura 1: Fotografia do Código Hamurabi que está escrito em 46 colunas de 2,5 metros de altura. 
 
 
Com o passar dos séculos e os adventos tecnológicos, outros tipos de 
processos para a identificação judicial foram utilizadas. O assinalamento sucinto de 
estatura, sexo, cor de pele, idade, cor dos olhos, cabelos e outras características é 
utilizado até hoje, principalmente em documentos de identificação (Leitão e Silva, 
2003) e quando se procuram pessoas desaparecidas (Figura 2) ou suspeitas de 
crimes (Figura 3). 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 2: Consulta de dados cadastrais vinculados ao Cadastro Nacional de Pessoas Desaparecidas. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 3: Descrição do crime, retrato falado e descrições físicas de suspeito procurado 
atualmente pelo FBI. 
 
 
 
 
 
 
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As fotografias são realizadas até hoje para a identificação individual em 
documentos e são primordiais no reconhecimento de pessoas, no entanto, existe a 
dificuldade de classificação em razão as alterações de traços fisionômicos e 
presença de sósias e operações plásticas. O retrato falado também é utilizado para 
identificação de criminosos, sendo mais próximos da realidade quando ditados e 
revelados por pessoas detalhistas e que guardam facilmente uma fisionomia 
(França, 2001; Leitão e Silva, 2003). 
O Sistema Antropométrico de Bertillon foi o 1° método científico de 
identificação e foi introduzido em 1882 em Paris e será mais bem estudado no 
capítulo de noções de antropologia. 
Existem diversos métodos que foram desenvolvidos para a identificação 
humana, no entanto, somente o método datiloscópico de Vucetich merece um 
estudo mais detalhado nesse curso. 
Atualmente, além dos métodos científicos de identificação, ocorre o 
reconhecimento dos familiares e amigos por meio de visualização do cadáver íntegro 
e/ou por pertences particulares como alianças de casamento, roupas, pertences 
íntimos, entre outros. As tatuagens também fazem parte do elenco de observações 
realizadas para o reconhecimento do corpo (Figura 4). 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 4: Visualização parcial de tatuagem em cadáver do sexo feminino em 
putrefação. 
 
EXAME PERICIAL EM LOCAL DE CRIME 
 
 
 
 
 
 
 
Figura 5: Esqueletos encontrados em uma vala na Etiópia. 
“Local do crime é a área física onde ocorreu um fato – não 
esclarecido até então - que apresente características e/ou configurações 
de um delito.” 
Espíndula (2007)
 
 
 
 
 
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As ações realizadas no local suspeito de ter ocorrido algum crime podem ser 
primordiais para a resolução ou não de um caso. Dessa maneira, é de suma 
importância que o perito tenha conhecimentos acerca da constatação e da 
preservação da cena do crime para posterior perícia do local. 
 
A investigação da cena 
do crime é o início do sucesso 
do uso de evidência física pelo 
laboratório forense e o 
investigador criminal. Mais do 
que tudo, a cena do crime deve 
ser apropriadamente 
gerenciada e investigada da 
melhor maneira possível. A alta 
qualidade de uma investigação 
da cena do crime é um 
processo simples, mas 
metódico. Não é rígido, mas 
segue um conjunto de 
princípios e procedimentos que 
asseguram que todas as 
“Local de crime constitui um livro extremamente frágil e delicado, cujas 
páginas por terem a consistência de poeira, desfazem-se, não raro, ao simples toque 
de mãos imprudentes, inábeis ou negligentes, perdendo-se desse modo para 
sempre, os dados preciosos que ocultavam à espera da argúcia dos peritos.” 
Rabelo (1995) 
Definições 
Crime: “Segundo o conceito formal, violação culpável 
da lei penal; delito” (Aurélio, 2001) 
Evidência: “Caráter de objeto de conhecimento que 
não comporta nenhuma dúvida quanto à sua 
verdade ou falsidade.” (Aurélio, 2001) 
Evidência: “é o vestígio, que após as devidas 
análises, tem constatado técnica e 
cientificamente, a sua relação com o crime” 
(Espíndula, 2006). 
Vestígio:” Sinal que homem ou animal deixa com os 
pés no lugar por onde passa; rastro, rasto, 
pegada, pista” (Aurélio, 2001) 
Vestígio “é todo objeto ou material bruto constatado 
e/ou recolhido em um local de crime para
 
 
 
 
 
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evidências físicas sejam encontradas e investigadas para que a justiça seja 
alcançada. 
Toda a cena de crime é única e, com experiência, o investigador da cena do 
crime será capaz de utilizar sua lógica e técnicas sistemáticas para obter conclusões 
com sucesso. O único fator consistente em cenas do crime é a sua inconsistência. 
Devido a sua diversidade, elas são classificadas de diversas maneiras, segundo 
Miller (2005): 
(1) Segundo a localização; 
(a) Primária: origem da primeira atividade relacionada ao crime; 
(b) Secundária: outros locais relacionados ao crime. 
 
(2) Segundo o tamanho: 
(a) Cena do crime macroscópica: todos os elementos que são 
visualizados na cena do crime, sem auxílio de equipamentos específicos. Ex: o 
corpo, o esqueleto, o carro, o ambiente, etc.; 
(b) Microscópica: evidências físicas microscópicas encontradas na 
cena macroscópica. Por exemplo: resíduos de pólvora, traços de pelos e fibras, 
impressões digitais, etc. 
(3) Segundo o tipo de crime. Ex: homicídio, roubo, agressão sexual, etc.; 
(4) Segundo a condição: organizada ou desorganizada. 
A cena do crime normalmente é classificada utilizando um conjunto de 
definições citadas anteriormente. O objetivo de qualquer investigação da cena do 
crime é reconhecer, preservar, coletar, interpretar e reconstruir toda a evidência 
física relevante da cena do crime. Um laboratório forense examina o vestígio para 
providenciar ao investigador informações para que possa solucionar o caso. A 
integração da investigação da cena do crimecom o exame do vestígio encontrado 
na mesma forma a base da investigação científica da cena do crime. A seguir, será 
descrito alguns tipos de informações obtidas do exame do vestígio em investigações 
criminais, segundo Miller (2005): 
(1) Informações do corpo de delito: as evidências físicas, o padrão da 
evidência e os exames laboratoriais auxiliam na investigação. 
 
 
 
 
 
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(2) Informações sobre o modus operandi: criminosos utilizam de métodos 
personalizados e próprios para a execução dos diversos tipos de crime. 
(3) Ligação de pessoas, cena do crime e objetos: ligar suspeitos às vítimas 
é a mais importante e comum ligação estabelecida por uma evidência física em 
investigações criminais. 
 
 
Figura 6: Esquema dos procedimentos realizados para a individualização de algum vestígio. 
 
 
 
 
 
 
 
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Resumidamente, a cena do crime deverá seguir alguns passos, como 
descreve didaticamente Siegel (2005): 
 
Figura 7: Esquema representativo dos passos que ocorrem na investigação da cena do 
crime, segundo Siegel (2005). 
 
 
A Agência Federal de Investigação dos Estados Unidos (EUA), mais 
conhecida como FBI (Federal Bureau of Investigation), em 2000 elaborou um guia 
para a investigação da cena do crime (TWGCSI – Grupo de trabalho técnico da 
investigação da cena do crime, 2000). Esse manual visa à padronização das práticas 
adotadas para a investigação da cena do crime dos policiais e peritos americanos, 
tornando-se referência em investigação da cena do crime. Eles elaboraram esse 
 
 
 
 
 
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manual dividindo em cinco sessões 
distintas: chegada à cena do crime, 
documentação preliminar e 
avaliação da cena, processando a 
cena, finalizando a investigação da 
cena do crime. 
 
 
1) Chegada à cena do crime: Um dos cuidados mais importantes da 
perícia criminal são a manutenção das evidências físicas e a preservação da cena 
do crime, que deve ser realizada imediatamente após a constatação da cena do 
crime, e é realizado normalmente pela polícia local (Figura 8); 
a) Anotar o local, a localização, data, tipo de ocorrência, casas, veículos, 
eventos ocorridos e elementos envolvidos; 
b) Não permitir que pessoas, veículos ou objetos saem da cena do crime, 
identificando possíveis vítimas e suspeitos; 
c) Aproximar-se da cena cuidadosamente e verificar a possibilidade de 
outros crimes ao redor; 
d) Realizar observações iniciais (olhar, ouvir e cheirar) o ambiente e 
anotá-los; 
e) Observar a possibilidade de perigo de explosão e contaminação por 
materiais perigosos ou tóxicos, para chamar policiais especializados para analisar a 
cena do crime; 
f) Não permitir que pessoas, veículos ou animais se aproximam da cena 
do crime, evitando contaminações e perigos como explosões; 
g) Após controlar situações de perigo e isolar a área, a próxima atenção é 
chamar socorro médico para dar a atenção médica necessária aos feridos, 
minimizando ao máximo a contaminação da cena do crime. 
h) Anotar todas as etapas dos cuidados médicos, desde sua hora de 
chegada até os cuidados prestados; 
FG 
Cadeia de custódia é tanto o procedimento 
quanto a documentação de tudo que é 
realizado para cada vestígio encontrado na 
cena do crime. Podemos ter o processo de 
cadeia de custódia e a documentação da 
cadeia de custódia.  
(Fonte: Siegel, 2001). 
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83 
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i) Assegurar que evidências como roupas, objetos e manchas 
encontradas no corpo sejam preservadas pela equipe médica; 
j) Documentar todos os comentários e testemunhos de pessoas 
envolvidas ou presentes no local do crime ou ao seu redor; 
 
 
Figura 8: Esquema de isolamento da cena do crime. 
 
 
k) Um oficial da polícia deve sempre que possível acompanhar a vítima 
para o hospital para garantir a preservação das evidências ou mesmo documentar 
comentários feitos pelo paciente; 
l) Lacrar a cena do crime com faixas e adesivos (Figura 8); 
m) Controlar o fluxo de pessoas, inclusive peritos e outros policiais; 
n) Se possível, efetuar mensurações, e se puder fotografias com escalas, 
para preservar as evidências como pegadas, marcas de pneu no chão, etc., 
 
 
 
 
 
84 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
presentes na cena do crime se houver a possibilidade de chover, ou nevar ou 
derreter (se for gelo); 
 
Figura 9: Isolamento da cena do crime com faixas específicas e marcadores de vestígios. 
 
 
o) Não permitir que qualquer pessoa fume, masque chiclete, use o 
telefone ou banheiro, coma ou beba qualquer coisa, mexa nos vidros e janelas, 
mude os móveis de lugar, etc., ou seja, não permitir que alguém mexa em qualquer 
objeto presente na cena do crime ou ao seu redor; 
p) Toda documentação e anotações feitas pelo policial devem ser 
entregue ao investigador de polícia para posterior estudo e análise. 
 
2) Documentação preliminar e avaliação da cena: 
a) O investigador de polícia deverá documentar todas as informações 
recolhidas pelo policial, organizá-las e identificá-las com os dados da região do crime 
(delegacia, responsável, cidade, estado, etc.); 
 
 
 
 
 
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b) Continuar toda a manutenção da cena do crime descrita anteriormente, 
documentado todas as pessoas que estiver participando da investigação; 
c) Definir estratégias para a análise fotográfica (Figura 10) e recuperação 
dos vestígios encontrados na cena do crime. 
 
Figura 10: Bertillion desenvolveu um sistema de câmera e tripé alto para a tomada 
fotográfica de cenas do crime no início do século XX. 
 
 
3) Processando a cena: 
 
a) O investigador deverá avaliar e posteriormente solicitar a presença de 
peritos criminais de acordo com a especialidade envolvida; 
b) O controle da contaminação deve ser extremamente rígido, evitando-se 
a contaminação dos profissionais, das vítimas, da cena do crime, dos objetos, etc.; 
 
 
 
 
 
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c) Utilizar equipamentos de proteção individual (EPI) como luvas 
(obrigatório), gorros e protetores de sapato (se necessário); 
d) Todo material utilizado para coleta das evidências devem estar 
devidamente limpos ou até esterilizado se for para coleta de material biológico e 
devem ser corretamente acondicionados, que será descrito no final desse módulo 
com maiores detalhes; 
e) Toda evidência deve ser corretamente documentada, com localização, 
identificação e condições que se encontravam, fotografada com escalas de 
referência e/ou filmadas antes de ser removida da cena do crime (vide próximo 
capítulo); 
f) Analisar e verificar a metodologia utilizada para a coleta da evidência. 
Por exemplo, cada método requer equipamentos e materiais diferenciados para asua realização, por exemplo, para se fazer análise de impressões digitais não se 
utiliza o mesmo equipamento para análise de marcas de mordidas, e assim por 
diante; 
g) Documentar qualquer intercorrência ou dificuldade ocorrida durante a 
coleta do material; 
h) Preservar adequadamente o material coletado com a finalidade de 
minimizar sua degradação: refrigerado, congelado, local seco, local úmido, etc.; 
i) Encaminhar para os respectivos laboratórios periciais. 
 
4) Finalizando a investigação da cena do crime: 
a) Determinar quais evidências foram coletadas; 
b) Discutir com toda equipe envolvida sobre a cena do crime, 
intercorrências e evidências. 
 
A análise da cena do crime deverá ser realizada segundo padrões 
específicos de procura, como descreve Miller (2006) (Quadro 1), sendo que a 
metodologia mais recomendada varia de caso para caso, devendo o perito estudar e 
consequentemente escolher a forma mais adequada para a sua realização. 
 
 
 
 
 
 
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Quadro 1: Tipos de procura em cena do crime, segundo seu padrão 
geométrico e suas descrições: 
Tipo de 
procura 
Padrão 
geométrico 
Descrição 
Método de 
ligação 
 Baseado na teoria de ligação, mais comum e 
produtiva; um tipo de evidência liga a outra; 
experimental, lógica e sistemática; utilizadas em cenas 
grandes e pequenas, em cenas internas e externas. 
Método linear 
 
Funciona melhor em grandes cenas em 
ambientes externos; requer um coordenador de busca, 
na qual, geralmente voluntários com instruções 
preliminares auxiliam na sua realização. 
Método em 
grade 
 
Modificação do método linear, com duas 
vertentes; efetivo, mas consome muito tempo. 
Método em 
zona 
 
Utilizado melhor em cenas com definição de 
zonas ou áreas eletivas em casas ou construções; 
times são designados para áreas menores para 
procura; combinada com outros métodos. 
Método em 
roda ou raio 
 
Utilizada em situações especiais; limitada 
aplicação; melhor se utilizada em espaços pequenos e 
circulares. 
Método em 
espiral 
 
Pode ser de dentro para fora ou de fora para 
dentro. Utilizada em cenas do crime sem barreiras 
físicas; requer uma habilidade de traçar um padrão 
regular com diâmetros fixos; aplicação limitada. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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TIPOS DE VESTÍGIOS NOS LOCAIS DO CRIME 
 
Uma das práticas mais comuns é coletar tudo que possibilita ser utilizado 
como evidência. No entanto, se todos os objetos da cena são coletados e 
submetidos a um laboratório forense para análise, além de sobrecarregar as 
instituições que as realiza, a maioria dos objetos não trará valor probatório. Essa é 
uma prática que não é somente uma perda de tempo e de recursos, mas sim causa 
problemas legais e de investigação. Agora, se uma evidência crítica para a 
investigação é omitida ou negligenciada ou preservada inapropriadamente, mesmo 
com o uso de recursos extremamente modernos, não haverá possibilidade de salvar 
a investigação. Assim, um sistema deve ser desenvolvido para que o vestígio 
relevante seja reconhecido e localizado, enquanto o material supérfluo é excluído 
(Lee et al, 2001). 
O objetivo da procura na cena do crime é localizar todos os vestígios 
potencialmente relevantes e significativos que podem ser utilizados para ligar ou 
exonerar um suspeito ou testemunha de um crime. A experiência e o treinamento 
irão auxiliar um investigador ou preito criminal em determinar as evidências mais 
encontradas, mas a experiência também revelará que não há dois casos iguais. Um 
conceito conhecido como a teoria da ligação de quatro caminhos explica as inter-
relações entre uma cena do crime, uma vítima, um suspeito e a evidência física 
(Figura 11). Entendendo-se essa conexão, irá proporcionar orientação para 
determinar onde as evidências podem estar localizadas. Na teoria, se existirem 
associações entre dois ou mais desses componentes, como cena, vítima, suspeito e 
evidência física, o caso poderá ser resolvido. Quanto mais associações, maior é a 
probabilidade de sucesso na resolução do caso. (Lee et al, 2001). 
 
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2. Evidências impressas: 
a. Impressões: em papel, em livros, na parede, etc.; 
b. Entalhes em relevo em papéis: ocorre quando uma pessoa escreve em 
uma folha que está em cima de outras, marcando-as em relevo. 
c. Padrões conhecidos para comparação: exclusão ou inclusão de 
escritas, documentos, livros impressos para comparar com outros impressos 
encontrados na cena do crime. 
 
3. Evidências de fibras e cabelos/pelos: 
a. Evidências de cabelos e pelos: fios de cabelos ou pelos, tanto da 
vítima como do suspeito, podem ser encontrados na cena do crime. Pelos de 
animais de estimação, como cães e gatos, também são utilizados para comparação, 
pois o criminoso, ao possuir esses animais, pode deixar na cena do crime material 
suficiente para uma análise comparativa do perfil genético do animal; 
b. Evidências de fibras: as fibras encontradas podem estar associadas 
aos tecidos das roupas que os criminosos utilizavam no momento do crime ou 
mesmo associados ao local ou ambiente que vive. 
 
4. Outras evidências: 
a. Evidências de vidros; 
b. Evidências de pinturas; 
c. Evidências de solo. 
 
5. Armas de fogo e ferramentas: utilizadas ou não em agressões 
corporais ou ao patrimônio: 
a. Evidência de arma de fogo; 
b. Ferramentas; 
c. Resíduo de disparo por arma de fogo: encontrado na mão do autor do 
disparo; 
 
 
 
 
 
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6. Evidência biológica - sangue, fluidoscorporais e tecidos: pode permitir 
a análise do perfil genético do suspeito, da vítima e de outras pessoas que 
frequentaram o local; 
a. Sangue: além do perfil genético, pode-se estudar o padrão de manchas 
de sangue encontradas na cena de um crime para, por exemplo, levantar as 
possibilidades de direcionamento de disparos por arma de fogo; 
b. Líquido seminal: presente ou não em casos de estupros ou atentado 
violento ao pudor; 
c. Saliva, urina, suor: a saliva pode ser encontrada em casos de marca de 
mordida e outros tipos de agressões que o criminoso utiliza a boca e os lábios como 
instrumentos. Possui, por mililitros, maior quantidade de células passíveis de serem 
utilizadas para análise do perfil genético do que a urina e o suor; 
d. Dentes: em alguns casos de agressão, os dentes podem avulsionar ou 
quebrar ou serem extraídos da boca da vítima ou do suspeito. Os dentes podem 
fornecer dados como tipos de restaurações ou mesmo o DNA, em alguns casos. 
 
7. Fluidos inflamáveis ou combustíveis: 
a. Amostras líquidas inflamáveis: que podem ter sido utilizadas para o 
início do incêndio, ou mesmo, pela sua presença no local do crime, causado 
incêndios no local espontaneamente; 
b. Amostras combustíveis: que podem ter sido utilizadas para o início do 
incêndio pelas suas propriedades de alimentar o fogo previamente colocado. 
 
8. Material explosivo: encontrado na cena do crime por coincidência ou 
utilizado para causar danos. 
 
9. Documentos questionados 
 
10. Drogas: Substâncias controladas pelo governo: podem ser 
classificadas como sintéticas ou naturais: 
 
 
 
 
 
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a. Drogas sintéticas: fabricadas com componentes sintéticos, artificiais, 
produzidos em laboratório. 
b. Drogas naturais: encontradas na natureza em plantas, animais e em 
alguns minerais. 
 
11. Evidência de marca de mordida: fornece dados para a análise dos 
dentes do agressor, mediante a realização de exames comparativos dos dentes e 
das arcadas com o suspeito. 
 
12. Evidência entomológica 
a. Descrição da localidade: cada localidade possui a fauna específica, 
inclusive insetos que decompõe o cadáver em processos que ocorrem logo após a 
sua morte. 
b. Coleta de insetos como evidência: auxiliam no estudo do tempo de 
morte e podem auxiliar na análise do DNA da vítima, se for encontrado somente os 
insetos na cena do crime. 
 
Chisun e Turvey (2006) classificam e descrevem brilhantemente os tipos de 
evidências encontradas na cena do crime, de acordo com o tipo de informação que 
fornece para a reconstrução da cena de um crime: 
• Evidência sequencial; 
• Evidência direcional; 
• Evidência de localização ou de posição; 
• Evidência de ação; 
• Evidência de contato; 
• Evidência de propriedade; 
• Evidência associativa; 
• Evidência limitante; 
• Evidência de preposição; 
• Evidência temporal; 
• Evidência psicológica. 
 
 
 
 
 
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Todas essas evidências serão explicadas mais detalhadamente a seguir: 
 
1) Evidência sequencial: auxilia no estabelecimento de “quando” o evento 
ocorreu ou na “ordem” que o mesmo ocorreu. Exemplos: 
a) Uma impressão de calçado perto da de uma roda demonstra que uma 
pessoa estava presente subsequentemente à passagem do veículo. 
b) Sangue encontrado abaixo do vidro de uma janela quebrada em um 
homicídio estabelece que a janela foi quebrada depois que o sangue foi depositado. 
 
2) Evidência direcional: mostra o que alguma coisa ou alguém está indo 
ou veio. Exemplos: 
a) Marcas de calçados podem auxiliar na direção da caminhada; 
b) A análise da trajetória do projétil pode estabelecer a origem e a direção 
do tiro de arma de fogo; 
c) Análise do padrão das manchas de sangue pode ser utilizada para 
determinar a direção do sangue; 
 
3) Evidência de localização ou de posição: mostra “onde” algo aconteceu 
ou aonde algo vai e a sua orientação e relação a outros objetos ou pessoas. 
Exemplos: 
a) Uma impressão digital encontrada na parte interna da janela de um 
veículo pode indicar que uma pessoa esteve dentro do veículo, no entanto, se a 
impressão for encontrada na parte superior da janela pode significar que uma 
pessoa se apoiou no vidro para falar com o motorista. 
b) Manchas de sangue podem indicar onde a vítima foi agredida ou morta 
e onde o agressor estava e se encontrada em pé, sentado, agachado, etc. 
 
4) Evidência de ação: tudo que define o que aconteceu durante a 
execução de um crime. Exemplos: 
a) Cápsulas de arma de fogo ou cartuchos de projéteis indicam que uma 
arma de fogo foi utilizada. 
 
 
 
 
 
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b) Uma janela quebrada pode indicar que foi o local de entrada do 
criminoso. 
 
5) Evidência de contato: Algo que demonstra onde e como duas pessoas, 
dois objetos ou localidades estão associados um com o outro. Exemplos: 
a) Vestígios como pelos, cabelos, fibras, solo, vidros podem associar 
pessoas, objetos e localidades. 
b) Duas escovas de dente e duas toalhas de banho indicam que duas 
pessoas são residentes, em locais que se relata que somente uma pessoa reside a 
casa. 
 
6) Evidência de propriedade: auxilia a responder “de quem” é a evidência. 
Exemplos: 
a) Assinaturas; 
b) Documentos de registro civil, de carro, etc.; 
c) Cartão de crédito; 
d) DNA; 
e) Impressões digitais; 
f) etc. 
 
7) Evidência associativa: indica contato entre pessoas ou ambientes. 
Exemplos: 
a) Fibras encontradas no corpo que coincidem com aquelas do 
estofamento de um caminhão; 
b) Vegetação encontrada em um carro de um suspeito que é consistente 
a vegetação encontrada em uma cena do crime e na vítima. 
 
8) Evidência limitante: define a natureza e a limitação de uma cena do 
crime. Ajuda a estabelecer a cena do crime secundária e se existe necessidade de 
expandir a busca por outras áreas. Exemplos: 
a) Pontos de entrada e saída de uma cena; 
 
 
 
 
 
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b) Paredes e portas de uma construção; 
c) Localização de uma cena do crime; 
d) Localização dos itens deixados na cena pelo criminoso. 
 
9) Evidência de preposição: Tudo que a investigação pensa que ocorreu 
na cena do crime, mas não foi encontrado até o momento. Exemplos: 
a) A vítima foi encontrada sem a carteira, sem o anel de casamento, etc.; 
b) A vítima foi morta na residência, mas o projétil não foi encontrado. 
 
10) Evidência temporal: expressa a passagem do tempo de um crime. 
Exemplos: 
a) O entomologista forense poderá analisar o tempo da morte por meio 
das larvas e insetos que podem acometer o cadáver após alguns dias da morte; 
b) O médico legista poderá analisar o tempo da morte por intermédio do 
exame tanatológico, que inclui a temperatura corporal, análise do conteúdo gástrico 
e outras características que serão descritas posteriormente. 
c) Um incêndio ocorre em uma residência e acomete um relógio na sala 
onde começou o incêndio, que parou no momento em que foi atingido, 
demonstrando o momento exato em que tal fato aconteceu. 
 
11) Evidência psicológica: é qualquer ato que explique qual a satisfação 
pessoal ou motivação que fazcom que o criminoso realize algum ato. Exemplos: 
a) Um agressor, tortura a sua vítima, para satisfazer uma motivação 
sádica. 
b) Um agressor filma o seu ataque e a agressão para humilhar a vítima e 
reviver o evento depois para realizar suas fantasias. 
 
Fontes de vestígios que podem se tornar evidências 
 
Vestígios é um termo genérico para material pequeno, frequentemente 
microscópico que pode se tornar evidência, caso traga informações sobre o crime. 
 
 
 
 
 
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Existem infinitos tipos de traços que podem auxiliar na investigação criminal. Quando 
um indivíduo entra em contato com uma pessoa ou localização, pequenas e 
aparentemente minúsculas mudanças ocorrem. Itens pequenos como fibras, 
cabelos, pelos e microscópicos fragmentos podem ser deixados pela pessoa ou 
levados por meio do contato com o meio ambiente ou com outro indivíduo. A 
importância desses traços é que eles podem ligar os suspeitos à vítima ou a 
localidades. É uma evidência física de contato e, através da microscopia, pode se 
tornar uma parte da investigação (Fisher, 2003). 
 
Fontes de vestígios, segundo Fisher (2003): 
 
1. Roupas; 
a. Excelente fonte de vestígios; 
b. Substâncias macroscópicas e microscópicas podem ficar aderidas na 
roupa por eletricidade estática ou na sua fabricação; 
c. Devem ser coletadas do suspeito e da vítima, o mais rápido possível 
para que não sejam perdidas; 
d. Após a coleta dos vestígios, a roupa deverá ser embalada em sacos de 
papel para que a ação dos fungos seja minimizada. Os fungos crescem em 
ambientes úmidos e a utilização de sacos plásticos aumenta a chance de proliferá-
los devido à falta de ar circulante. Se as roupas estiverem molhadas ou com sangue, 
o ideal é que se permita secá-las antes do seu armazenamento. 
 
2. Calçados: 
a. Sapatos e outros calçados podem ser fontes de vestígios, 
principalmente porque eles podem possuir poeira, terra, fragmentos, vegetação ou 
outros vestígios biológicos impregnados; 
b. Calçados devem ser embalados separadamente para evitar 
contaminação cruzada. Cuidados particulares devem ser tomados quando o calçado 
possui fragmentos de solo seco, pois podem determinar quais lugares o suspeito 
andou. 
 
 
 
 
 
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3. Vestígios no corpo: 
 
a. Podem ser encontrados por intermédio de um exame minucioso do 
corpo do suspeito ou da vítima; 
b. Partículas microscópicas de resíduo de disparo por arma de fogo; 
c. Pelos no corpo da vítima ou do suspeito, principalmente em caso de 
estupro; 
d. Materiais da cena do crime podem estar presentes na cabeça, na mão, 
nas unhas, nas orelhas, em casos de assalto, arrombamento e outros crimes. 
 
4. Detecção de vestígios de metais: 
a. O teste de detecção de vestígios de metais (TMDT) é utilizado com 
resultados variáveis; 
b. A solução é borrifada nas mãos e observada por luz ultravioleta. A 
presença de áreas escuras indica a localização do metal. Metais diferentes resultam 
em cores diferentes; 
c. O problema desse teste é que diariamente nós manipulamos objetos 
metálicos e que o teste, ao ser realizado para a análise de contato com armas de 
fogo, nem sempre resulta em resultados satisfatórios. 
 
5. Outros objetos como fonte de vestígios: 
a. Presentes na arma do crime; 
b. Presentes em ferramentas utilizadas para arrombamento; 
c. Presentes no veículo que sofreu um acidente; 
d. Presentes em objetos carregados pela vítima (bolsa, carteiras, etc.); 
e. Etc.: não infinitas as possibilidades de vestígios serem encontrados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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COLETA, ARMAZENAMENTO E TRANSPORTE DE VESTÍGIOS 
COLETADOS NA CENA DO CRIME 
 
 
Todos os países do mundo possuem leis que definem que os vestígios 
devem ser preservados na mesma condição em que foram encontrados na cena de 
um crime. Existem duas razões para que ocorra essa recomendação, segundo 
Siegel (2000): 
• Se a evidência não for totalmente coletada e preservada perderá o valor 
probatório para auxiliar na resolução de um crime. 
• A preservação da evidência demonstra na corte que a evidência é 
autêntica. 
A cadeia de custódia deverá ser bem definida e devidamente documentada 
(Figura 12) desde o momento da coleta, para que minimize contaminações e que os 
vestígios possam ser analisados e posteriormente incorporados como evidências de 
um crime. 
 
 
 
 
 
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Figura 12: Diferentes tipos de etiquetas, cartões e fichas de documentação para vestígios 
encontrados na cena do crime, que devem ser utilizados para registrar a cadeia de custódia. 
 
 
Cada vestígio possui uma metodologia diferenciada para que a sua coleta 
seja realizada de forma eficiente e sem contaminantes. Atualmente, com a 
possibilidade de análise do perfil genético por meio de amostras biológicas, presente 
nos vestígios recomenda-se que a coleta seja realizada por meio de procedimentos 
 
 
 
 
 
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rigorosos. Com isso, levando em consideração que toda evidência poderá ser 
utilizada para análise de DNA, que é um dos métodos mais passíveis de 
interferência quando ocorre à contaminação, utilizam-se primariamente as regras 
que existem para a coleta de material biológico para todos os outros tipos de 
vestígios, como veremos a seguir. 
As amostras de material biológico devem ser minuciosamente colhidas, seja 
quando dispostas na cena do crime ou quando forem de indivíduos devidamente 
identificados. É importante que todas as pessoas que manipulam as amostras 
tenham conhecimentos específicos baseados na literatura especializada, e ainda 
possuem treinamento em boas práticas de manipulação em laboratórios forenses 
com rígida formação em controle de qualidade (INTERPOL, 2001). Amostras que 
não estiverem adequadamente identificadas e documentadas podem ser 
questionadas; aquelas, que não forem corretamente coletadas, são passíveis de não 
serem analisadas; outras, se não forem devidamente acondicionadas, pode sofrer 
contaminação e se, não forem criteriosamente preservadas, pode ocorrer 
decomposição e deterioração (FBI, 2003). 
O FBI (1999, 2001) e a INTERPOL (2001) elaboraram normas para os 
laboratórios forenses que participam da formação dos bancos de DNA internacional, 
englobando principalmente a metodologia de coleta de evidências biológicas para 
análise do DNA, assim como aspectos importantes para o treinamento de pessoal 
que serão descritas adiante. 
O material biológico presente na cena do crime pode aparentar invisível a 
olho nu, dessa maneira, pode-se utilizar reagente como o luminol que não interfere 
na análise do DNA para detecção de amostras com vestígios de sangue, sendo que 
reage com o ferro presente na hemoglobina, exibindo uma quimioluminescência 
(Figura 13) (GROSS et al, 1999). Outros kits de reagentes são utilizados: aqueles 
que contêm antígeno próstata-específica para sêmen (HOCHMEISTER et al, 1999) e 
para saliva, o teste de detecção de amilase por Phadebas®(WILLOTT & 
GRIFFITHIS, 1980), etc. 
 
 
 
 
 
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Figura 13: Kit de luminol, luz de detecção Ultravioleta (UV) e óculos de proteção para luz UV. 
 
 
Outros cuidados devem ser tomados para a documentação das amostras 
coletadas na cena do crime: fotografar o local de remoção das evidências, realizar 
anotações da sua disposição e de características pertinentes (SÃO PAULO, 1999; 
INTERPOL, 2001 ; FBI, 2003; BONACORSO, 2005). 
Amostras de sangue podem ser coletadas dos indivíduos, encontradas em 
corpos, objetos e superfície. Qualquer que seja o material biológico a ser coletado, o 
manipulador deverá utilizar luvas ou pinças devidamente estéreis. A coleta de 
sangue em indivíduos hígidos deverá ser realizada em dois tubos de 5mL, contendo 
EDTA como anticoagulante, devidamente identificado e a seguir refrigerado (Figura 
14) (BUTLER, 2005). 
 
 
 
 
 
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Figura 14: Amostras biológicas para análise do DNA forense. 
 
 
Recomenda-se que os objetos, superfícies ou corpos que possuem as 
amostras de sangue sejam recolhidos se possível; além de realizar esfregaços nas 
formas líquidas; ou se secas, umidificar a região com água estéril, seguida de 
esfregaço. Em ambos os casos, aconselha-se esperar secar os esfregaços – swabs 
– para posteriormente serem embalados em envelope de papel limpo, evitando que 
a umidade facilite o crescimento de bactérias e fungos. Amostras de sêmen, de 
 
 
 
 
 
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saliva e urina, ou de objetos que os contêm, podem ser utilizadas e seguem a 
mesma metodologia descrita anteriormente. Tecidos, dentes, ossos e fios de cabelos 
também podem servir de fonte de células para análise de DNA (FBI, 2003). A 
estocagem do material deve ser em refrigerador a 4°C ou em freezer a -20°C, no 
entanto, para longos períodos, estocar de -70 a -80°C (BUTLER, 2005). 
O armazenamento do material biológico úmido em sacos plásticos deve ser 
de no máximo duas horas, ou quando possível, permitir que seque antes do 
acondicionamento final. Cada tipo de amostra de material biológico (sangue, saliva, 
osso, dente, etc.) deve ter sua coleta e acondicionamento individualmente descrito 
(Secretaria de Segurança Pública de São Paulo – SSP-SP, 1999; INTERPOL, 2001). 
A degradação do DNA de amostras biológicas, utilizadas em investigação 
criminal, pode ocorrer decorrente de um processo natural de exposição ao meio 
ambiente. Luz, umidade, temperaturas elevadas, bem como contaminações 
bacterianas ou fúngicas levam à degradação química do DNA humano 
(SCHNEIDER et al, 2004). 
A comissão de DNA da Internacional Society For Forensic Haemogenetics – 
ISFH – (1992) sugeriu algumas recomendações para a análise de DNA pela PCR, 
incluindo que essa contaminação pode ser evitada atendendo a certos cuidados 
durante todo o processo de análise de DNA, que vão desde a coleta e 
armazenamento do material biológico do qual será extraído o DNA, até o próprio 
local de preparação da PCR. 
As contaminações das amostras pelos investigadores e pessoas do 
laboratório podem resultar em uma incorreta interpretação do perfil genético. Dessa 
maneira, o desenvolvimento e cumprimento de normas de procedimentos, e 
treinamentos específicos para o exame de DNA tornaram-se imprescindíveis 
(INTERPOL, 2001). 
Visando o estabelecimento de normas para coleta e exame de materiais 
biológicos para identificação humana, a Secretaria de Segurança Pública do Estado 
de São Paulo (SSP-SP) baixou a Resolução SSP-194 em 2 de junho de 1999 (São 
Paulo, 1999): 
 
 
 
 
 
 
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Considerando: 
a) A necessidade de normatizar os serviços os periciais relativos à coleta de 
materiais biológicos para exames de identificação humana, tanto nos locais de crime 
quanto na pessoa humana, viva ou morta; 
b) Que os procedimentos a serem seguidos pelos órgãos policiais e periciais 
oficiais devem estar em consonância com os ditames da legislação em vigor; 
c) Que é imprescindível a correta preservação das amostras para não haver 
contaminações ou outros prejuízos (p. 104). 
 
Continuando na mesma Resolução em seu anexo, cita os cuidados que 
devemos ter para a coleta, armazenamento e análise do material biológico para a 
extração de DNA. Os cuidados incluem utilização de luvas descartáveis, 
instrumentos de coleta, armazenamento e análise devem ser estéreis, a 
documentação completa do vestígio eleito para a coleta, incluindo-se fotografias da 
região, tipo de armazenamento entre outros, o armazenamento do material biológico 
úmido em sacos plásticos deve ser de no máximo duas horas, ou quando possível, 
permitir que seque antes do acondicionamento final. Cada tipo de amostra de 
material biológico (sangue, saliva, osso, dente, etc.) deve ter sua coleta e 
acondicionamento individualmente descrito. 
Existem diversos tipos de embalagens para coleta na cena do crime. 
Horswell (2001) descreve de forma detalhada e minuciosa os tipos de embalagens e 
formas de coletas dos vestígios: 
 
1) Embalagens para cada tipo de vestígio: 
(a) As embalagens de papel são fabricadas em diferentes tipos de 
tamanhos e formatos, tais como envelopes (Figura 15), sacolas e sacos (Figura 16, 
17), caixas (Figura 18) e outros. 
 
 
 
 
 
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Figura 15: Envelopes para coleta de vestígios de diferentes formatos e tamanhos. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 16: Envelopes e sacos de papel para coleta de evidências e objetos encontrados na cena do 
crime como roupas, celulares, documentos, etc. 
 
 
 
 
 
 
 
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Figura 17: Tipos de envelopes e sacos de materiais diferentes – papel e plástico - para a coleta e 
armazenamento dos vestígios encontrados na cena do crime. 
 
 
 
 
 
 
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Figura 18: caixas utilizadas para a coleta de evidências. 
 
 
(a) Os envelopes e sacos de papel permitem que o vestígio respire, 
evitando a proliferação de fungos e bactérias. 
(b) Fragmentos pequenos devem ser armazenados em envelopes de 
papel pequenos e posteriormente acondicionados em envelopes ou sacos maiores 
para que não se perca durante o transporte. 
(c) Podem-se também utilizar papéis brancos ou tiras adesivas específicas 
para a coleta de traços de evidências, que devem ser acondicionados 
posteriormente em potes rígidos ou envelopes (vide no final do módulo, mais 
explicações). 
(d) Itens molhados ou com substâncias voláteis devem ser colocadas em 
sacolas de nylon ou latas novas e limpas (Figura 19). 
 
 
 
 
 
109Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
(e) Materiais infestados com moscas, larvas, besouros e outros tipos de 
insetos devem ser dispostos em sacos plásticos selados e dispostos no freezer para 
que os insetos morram ou adicionar algumas gotas de metanoato de etilo no saco 
plástico com o conteúdo e selar. Após aproximadamente uma hora, os insetos 
estarão mortos. Insetos vivos também devem ser coletados em frascos com tampa 
para análise. 
 
Figura 19: Frascos e recipientes utilizados para a coleta de vestígios na cena do crime. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
2) Formas de coleta 
 
(a) Com as mãos: 
ƒ Utilizar sempre luvas descartáveis e máscaras faciais; 
ƒ Utilizar pinças para auxiliar na coleta de materiais pequenos; 
ƒ Todos os itens que forem visíveis a olho nu podem ser coletados pelas 
mãos; 
ƒ Materiais como cabelos, fragmentos de pinturas grandes e de vidros e 
amostras da vegetação devem ser coletadas antes da aplicação de outras técnicas 
de coleta, como levantamento por fitas adesivas, varredura e a vácuo; 
ƒ Vantagem: posiciona o material no coletor e não requer outros 
instrumentos e artifícios para a realização da mesma. 
 
(b) Esfregaço com suabes (Figuras 20 a 23): 
ƒ Esfregaços com suabes secos são utilizados para a coleta de 
partículas minúsculas, que podem ser analisados posteriormente por microscopia; 
ƒ Esfregaços com suabes umedecidos com água destilada estéril são 
utilizados para a coleta de fluidos corporais. São utilizados preferencialmente os 
suabes com algodão e estéreis para a extração de DNA. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 20: Amostras de sangue sendo coletadas de um objeto perfurocortante – faca – 
frequentemente utilizada em agressões físicas e homicídios. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 21: manipulação de material contendo amostras biológicas com luvas. 
 
Figura 22: Esfregaço bucal utilizado para a coleta de saliva e células descamadas da mucosa oral 
para a extração de DNA. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 23: Coletor estéril, apropriado para coleta de material biológico presente na cena do crime. 
 
 
(c) Levantamento com fitas adesivas (Figura 24): 
ƒ Método de coleta de traços de vestígios em uma variedade de 
superfícies como roupas, estofamentos ou tapeçarias; 
ƒ Adesivos transparentes são aplicados na superfície do objeto e 
posteriormente colocado em cima de um pedaço limpo de vidro ou plástico rígido e 
colocado em um saco de plástico com vedação. 
ƒ Mais comumente utilizado no laboratório de ciências forenses do que 
na cena. 
ƒ Alguns desses adesivos permitem que o vestígio seja removido na 
presença de água ou solvente, portanto, normalmente não é recomendado para 
amostras biológicas passíveis de extração de DNA, pois poderão interferir na 
mesma. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 24: Adesivos que são utilizados para a coleta de vestígios como partículas de pó e sujeira, 
fibras, cabelos e outros. O rolo na parte inferior é utilizado como adesivo e posteriormente ao 
mergulhá-lo em metanol ou água para a remoção dos vestígios que são recuperados por filtragem. 
 
 
(d) Varredura: 
ƒ O método é particularmente utilizado na coleta de material de diversas 
áreas, incluindo regiões inacessíveis ou que existem muitos materiais; 
ƒ É essencial que a escova esteja limpa e que sejam utilizadas somente 
em uma parte da cena do crime para evitar contaminação entrecruzada. 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
(e) A vácuo (Figura 25): 
ƒ Método utilizado para coletar materiais microscópicos por sucção com 
equipamentos especiais apropriados, com filtros limpos que podem ser de papel ou 
algodão; 
ƒ Deve ser utilizado com precaução, pois é difícil separar todos os 
vestígios no laboratório posteriormente. 
 
Figura 25: Aspirador de evidência portátil para coletar micropartículas com 
filtro hermeticamente lacrado contracontaminação. 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Quadro 2: Resumo dos principais itens utilizados para a coleta de vestígios e 
a sua utilização. 
Item Utilizado para a coleta de 
Bisturi ƒ Esfregaços de pinturas 
ƒ Fibras visíveis 
ƒ Vegetação 
ƒ Sangue seco 
Sondas ƒ Pinturas 
ƒ Fibras 
ƒ Resíduos 
ƒ Óleos 
ƒ Graxas 
ƒ Manipulação de partículas 
microscópicas 
Escova ƒ Partículas de traços de: 
ƒ Pintura 
ƒ Metais 
ƒ Vegetação 
ƒ Vidros 
Esfregaço por suabes ƒ Partículas pequenas que podem 
ser aderidas às fibras do suabe 
Escova de maquiagem ƒ Para varrer áreas restritas e 
localizadas 
Espátula ƒ Amostras de solo com ou sem 
amostras de sangue 
ƒ Misturas de componentes 
Pinça (metal) ƒ Traços de material como: 
ƒ Fibras 
ƒ Cabelos e pelos 
ƒ Vegetação 
Pinça (plástico) ƒ Itens que podem ser danificados 
com a utilização de pinças de metal. 
ƒ Normalmente são descartáveis. 
ƒ Utilizado para coletar amostras 
biológicas com um chumaço de algodão 
Algodão ƒ Coleta de sangue seco com o 
auxílio de água destilada estéril. 
Ímãs ƒ Partículas de ferro e aço. 
ƒ Armazenar o ímã em sacos 
plásticos. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
FOTOGRAFIA DA CENA DO CRIME 
 
Outros cuidados devem ser tomados para a documentação das amostras 
coletadas na cena do crime: fotografar o local de remoção das evidências, realizar 
anotações da sua disposição e de características pertinentes (SÃO PAULO, 1999; 
INTERPOL, 2001; FBI, 2003; BONACORSO, 2005). Para isso é necessário a 
utilização de equipamentos e escalas comumente encontrados em lojas 
especializadas para fotografia forense (Figura 26, 27, 28 e 29). 
 
 
Figura 26: Sistema fotográfico foco fixo para tomadas com dimensões 1x1, utilizadas principalmente 
para fotografar evidências na cena do crime, contendo ou não impressões digitais. 
 
 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 27: Conjunto de documentação fotográfica de cenas do crime com placares de indicação, 
numeração e apoios para tomadas fotográficas em ângulos de 90°. 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
 
Figura 28: Diferentes escalas para fotografia de evidências. 
 
 
Figura 29: Diferentes objetos e evidências. 
 
 
 
 
 
 
 
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Estematerial deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
Vanrell (2003) ainda acrescenta que no protocolo fotográfico padronizado, 
além da escala e de máquinas fotográficas, deverão constar: 
• Fotos coloridas; 
• Fotos em preto-e-branco. 
• Ambas tiradas com luz visível, bem como, poderá ser usado: 
o Iluminação ultravioleta: utilizam-se fontes de luzes em tubos especiais 
para a visualização de impressões latentes com pós-fluorescentes; 
o Iluminação infravermelha: utilizam-se fontes de luzes como lâmpadas 
incandescentes de tungstênio; 
• Repetição de tomadas e ângulos para que não haja a perda de 
qualquer dado porque o material é perecível ou as circunstâncias são passageiras, 
de modo que as fotografias sempre serão únicas e insubstituíveis. 
Com isso, todo perito deve ter conhecimentos intermediários em fotografia, 
principalmente quando as condições de visualização necessitam de técnicas 
específicas. 
James et al (2005) recomendam que alguns tipos de fotografias sejam 
realizadas na cena do crime, assim como os procedimentos a serem tomados para 
que elas sejam corretamente tomadas (Quadro 3). 
 
Quadro 3: Tipos de fotografias para serem realizadas na cena do crime e as 
normas de procedimentos para a sua realização, segundo James et al (2005): 
 
Tipo de fotografia Normas de procedimentos para fotografia 
Geral Exterior: orla adjacente, construções e outras 
estruturas maiores; rodovias ou caminhos que circundam a 
cena; sinais e marcas na rua; caixas de correio e números de 
endereços; tomar tomadas seriais quando possível; fotografar 
antes das 10 horas ou depois das 14 horas, se for possível. 
Interior: utilizar pontos de compasso ou corredores 
como guias; portas que abrem para dentro ou fora da 
estrutura; utilizar tripé com luz leve para aumentar a 
 
 
 
 
 
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Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores
 
profundidade do foco. 
Intermediária Seguir uma progressão da vista, passo a passo; 
utilizar várias lentes e trocar o foco da lente para arquivar a 
visão “focalizada” de vestígios individuais com a visão original 
da cena do crime; adicione flashes para detalhes adicionais. 
Tirada de perto – 
com close 
Utilize placas de documentação; separe o flash da 
câmera; utilize os efeitos de luz apropriadamente, evitando 
sombras; realize fotos com e sem escalas de referência. 
Em todos os casos Registre rapidamente; utilize câmeras que possuem 
grande profundidade de focos; não fotografe objetos e 
pessoas como membros da equipe, equipamentos, mãos e 
pés; mude o ângulo da visão; tome cuidado com áreas 
refletivas; quando na dúvida, fotografe. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
--------------FIM DO MÓDULO II----------

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