Buscar

Pericias Criminais Mod.01

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 3, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 6, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes
Você viu 9, do total de 66 páginas

Faça como milhares de estudantes: teste grátis o Passei Direto

Esse e outros conteúdos desbloqueados

16 milhões de materiais de várias disciplinas

Impressão de materiais

Agora você pode testar o

Passei Direto grátis

Você também pode ser Premium ajudando estudantes

Prévia do material em texto

Programa de Educação 
Continuada a Distância 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
 
 
Perícias Criminais 
 
 
 
 
 
 
 
Aluno: 
 
 
 
 
 
 
EAD - Educação a Distância 
 Parceria entre Portal Educação e Sites Associados 
 
 
 
 
 
2 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
 
 
 
Curso de 
Perícias Criminais 
 
 
 
 
 
MÓDULO I 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Atenção: O material deste módulo está disponível apenas como parâmetro de estudos para 
este Programa de Educação Continuada. É proibida qualquer forma de comercialização do 
mesmo. Os créditos do conteúdo aqui contido são dados aos seus respectivos autores 
descritos nas Referências Bibliográficas. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
3 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
SUMÁRIO 
 
MÓDULO I 
Introdução à perícia criminal 
Breve histórico da perícia criminal no mundo 
Histórico da perícia criminal no Brasil 
Criminalística, investigação criminal e a carreira de perito criminal e suas 
competências 
 
MÓDULO II 
Tipos de identificação 
Exame pericial no local do crime 
Tipos de vestígios nos locais do crime 
Coleta, armazenamento e transporte de materiais coletados na cena do 
crime 
Fotografia da cena do crime 
 
MÓDULO III 
Noções de Papiloscopia 
Noções de Análise de Fibras 
Noções de Documentoscopia 
Noções de Medicina legal 
 
MÓDULO IV 
Noções de Odontologia legal 
Noções de DNA forense 
 
MÓDULO V 
Noções de Balística forense 
Noções de Perícia em Engenharia e em Crimes Informáticos 
 
 
 
 
 
4 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Noções de Perícias Ambientais 
Noções de Fonética forense 
Laudo pericial 
Concursos públicos para perito criminal 
Considerações finais 
Glossário 
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
5 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
MÓDULO I 
 
 
INTRODUÇÃO À PERÍCIA CRIMINAL 
 
As primeiras investigações realizadas em casos forenses foram baseadas 
em observação e interpretação de evidência física. Na segunda metade do século 
XIX, a ciência foi pela primeira vez empregada para a investigação de casos 
forenses e suas conclusões foram validadas pelas autoridades responsáveis. Com o 
avanço da tecnologia e do conhecimento acerca de diversas ciências, elas foram 
progressivamente incorporadas e adaptadas para a investigação de um crime. 
São inúmeras as áreas de atuação de um perito criminal, sendo que na 
maioria dos casos o conhecimento acerca de cada área é generalizado e não 
específico, sendo que a sua especificidade só se dará mediante a realização de 
cursos específicos para tal área. Por exemplo, engenharia forense, por mais que 
possa ser estudado por um profissional da biologia, um engenheiro teria mais 
condições para exercê-la de forma mais eficaz e não superficial. 
Alguns concursos públicos aqui no Brasil (Ex: Polícia Federal) dividem os 
tipos de peritos criminais segundo sua especialidade (Odontologia, Engenharia, 
Farmácia e Bioquímica, Biologia e Biomedicina, etc.), mas a maioria (Ex: Estado de 
São Paulo) ainda realiza-os de maneira generalizada, exigindo qualquer curso 
superior registrado pelo Ministério da Educação e Cultura, sendo que somente 
depois de cursos de formação, o perito passa por outra seleção ou encaminhamento 
às diversas áreas da perícia criminal. 
O curso a seguir se propõe a trazer diversos conhecimentos dentro da área 
pericial de maneira geral, trazendo noções básicas da realização da perícia criminal 
no Brasil e no Mundo. Os alunos poderão observar o quão específico é cada área de 
atuação e, consequentemente, além da graduação, que é necessária a sua 
especialização ou realização de cursos específicos para cada área. No entanto, os 
alunos poderão aprender as noções básicas sobre esse universo pericial, que 
 
 
 
 
 
6 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
poderá servir como apoio e incentivo para o seu ingresso na carreira de perito 
criminal ou mesmo na atuação da mesma na pesquisa e na docência. 
No entanto, o curso pretende esclarecer os alunos da importância da 
realização de perícias e o quão reluzente e magnífico é o seu estudo, não somente 
para sanar curiosidades, mas sim divulgar os modos de investigação de crimes para 
estimular a justiça. 
Nos primórdios da ciência forense, a sua definição era de uma ciência 
“mista” utilizada para esclarecer a justiça. Atualmente, a ciência forense é tida como 
uma profissão. A ciência forense é descrita como o estudo de associação entre 
pessoa, lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes 
disciplinas assistem na investigação de casos criminais e civis. 
 
 
BREVE HISTÓRICO DA PERÍCIA CRIMINAL NO MUNDO 
 
Utilizando-se como referência principal o brilhante artigo publicado por Norah 
Rudin e Keith Inman (The Forensic Science Timeline, Disponível em: 
<http://www.forensicdna.com/Timeline020702.pdf> Acesso em 20/01/2009) e outros 
artigos e fontes descritas abaixo, foi elaborado um quadro contendo alguns relatos 
históricos importantes da ciência forense no mundo. 
 
Período Acontecimento 
700 
A.C. 
Evidências de impressões digitais em pinturas e cavernas de 
pedra de humanos pré-históricos. 
 
 
 
 
 
7 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
Cerca de 
200 a.C. 
http://archimedes2.mpiwg-
berlin.mpg.de/archimedes_templates/popup.h
tm. Acessado em 20/01/2009 
A legenda "Eureka" de 
Archimedes pode ser 
considerada o primeiro relato 
da antropologia forense no 
qual ele determina que a 
coroa não era feita totalmente 
de ouro, demonstrando que 
poderia ser fraudulenta. 
1
248 
 
Disponível em: 
<http://en.wikipedia.org/wiki/File:XiYuanJiLuD
iagram.jpg>. Acesso em 20/01/2009. 
 
Um livro chinês, Hsi Duan Yu 
ou casos coletados de retificação de 
injustiças, de Song Si, combina 
diversos casos que envolvem ciência 
forense com suas próprias 
experiências. É o primeiro registro da 
aplicação dos conhecimentos 
médicos na resolução de um crime. 
 
 
 
 
 
 
 
 
8 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
 
 
 
 
9 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Anos de 
1500 
 
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Ambroise_Par%C3%A9.jpg.> Acessado em: 
20/01/2009. 
 
 
Ambroise Paré (1510-1590) foi um cirurgião francês. Introduziu 
várias inovações na prática médica, estudou os efeitos das causas e 
tipos de mortes violentas. 
1609 
A primeira obra em um documentode exame sistemático foi 
publicada por François Demelle da França. 
 
 
 
 
 
10 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1686 
 
 
Marcello Malpigui, um professor de anatomia da Universidade 
de Bologna, notou características na impressão digital. No entanto, não 
mencionou o seu valor para a identificação individual. 
 
 
 
 
 
 
11 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
1784 
Em Lancaster, Inglaterra, John Toms foi condenado pelo 
assassinato, com base de um chumaço de jornal encontrado na pistola 
que coincidia com o pedaço remanescente encontrado em seu bolso. 
Anos 
1800 
 
Thomas Bewick, um naturalista inglês, utilizou estampas com 
sua própria impressão digital para identificar os livros que publicou. 
 
 
 
 
 
12 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1810 
 
 
Eugène François Vidocq fez um acordo com a polícia para que 
sua sentença criminal fosse suspensa e estabeleceu o primeiro grupo de 
detetives, denominado Sûreté of Paris. Foi inspiração de Victor Hugo 
para a criação do personagem Jean Valjean, na novela Os miseráveis. 
1810 Primeiro relato do uso de análise de documentos questionados 
 
 
 
 
 
13 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
ocorreu na Alemanha, na qual se utilizou testes químicos para 
marcadores de tintas específicas. O documento analisado foi o Konigin 
Hanschritt. 
1813 
 
Mathiew Orfila, um espanhol que se tornou professor de 
 
 
 
 
 
14 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
medicina e química forense na Universidade de Paris, publicou Traite 
des Poisons Tires des Regnes Mineral, Vegetal et Animal, ou 
Toxicologie General l e foi considerado o “Pai da toxicologia moderna”. 
Ele também trouxe significativa contribuição para o desenvolvimento de 
testes para a presença de sangue em um contexto forense e foi o 
primeiro a utilizar o microscópio na análise de amostras de sangue e 
sêmen. 
 
 
 
 
 
 
15 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
Estudo dos 
efeitos da 
decomposi
ção em 
corpos 
exumados, 
1831 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Livro de Orfila 
 
 
 
 
 
17 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1
823 
 
 
 
John Evangelist Purkinji, um professor de anatomia da 
Universidade de Breslau, Czecheslovakia, publicou o primeiro artigo na 
natureza das impressões digitais e sugeriu um sistema de classificação 
baseado em nove tipos principais. No entanto, ele falhou ao reconhecer 
seu potencial de individualização. 
1
828 
Willian Nichol inventou o microscópio polarizado. 
 
 
 
 
 
18 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Cerca de 
1830 
 
Adolphe Quetelet, um 
estaticista belgo, 
providenciou uma fundação 
para os trabalhos de 
Bertillion que seriam 
desenvolvidos no futuro, de 
que não existem dois 
corpos humanos 
exatamente iguais. 
 
 
 
 
 
 
1831 
Leuchs foi o primeiro a notar a atividade da amilase na saliva 
humana. 
1835 
Henry Goddard realizou a primeira comparação de projeteis 
para pegar um assassino. Sua comparação foi baseada na fenda visível 
presente nos projéteis disparados de uma determinada arma de fogo. 
 
 
 
 
 
19 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1836 James Marsh, um químico escocês, foi o primeiro a utilizar a 
toxicologia em um julgamento criminal, detectando o arsênico. 
1839 H. Bayard publicou o primeiro procedimento para detecção 
microscópica de esperma. Ele também notou as características 
microscópicas diferentes de vários substratos de tecidos. 
1851 Jean Serviais Stas, um professor de química belgo, foi o 
primeiro a identificar com sucesso venenos de vegetais no corpo 
humano. 
1853 Ludwig Teichmann, polonês, desenvolveu o primeiro teste de 
cristal por microscopia para a hemoglobina. 
1854 Maddox, um médico inglês, desenvolveu a fotografia de placa 
seca, método que era utilizado para registro de indivíduos presos. 
1856 
 
 
Disponível em: 
<http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:William_James_Herschel.j
pg.> Acesso em: 20/01/2009 
Willian James Herschel foi 
Magistrado Principal dos Serviços 
Administrativos Ingleses na Índia sendo 
reconhecido como o primeiro europeu a 
perceber a aplicação prática das 
impressões digitais, contribuindo assim 
para a implantação definitiva da 
papiloscopia. 
 
 
 
 
 
20 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
1862 J. (Izaak) Van Deen desenvolveu uma técnica para teste de 
sangue 
1863 Um cientista alemão, Schönbein foi o primeiro a descobrir a 
habilidade de a hemoglobina oxidar na presença de peróxido de 
hidrogênio, resultando em um teste presumível para sangue. 
1864 Odelbrecht foi o primeiro a utilizar a fotografia para a 
identificação de criminosos e a documentação da evidencia e da cena do 
crime. 
 
 
 
 
 
21 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1869 
 
Disponível em: <http://www.pbs.org/wgbh/nova/photo51/images/befo-
miescher.jpg.> Acesso em: 20/01/2009. 
 
 
O DNA foi isolado pela primeira vez pelo médico suíço Friedrich 
Miescher que descobriu a substância microscópica em pus de curativos 
de cirurgia. 
 
1877 Thomas Taylor, microscopista do Departamento de Agricultura 
Americano sugeriu que marcas nas palmas das mãos e as pontas dos 
dedos poderiam ser utilizadas para a identificação em casos criminais. 
 
 
 
 
 
22 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Mesmo sendo publicada cientificamente, a ideia aparentemente não foi 
utilizada dessa fonte. 
 
1879 Rudolph Virchow, um patologista alemão estudou o cabelo e 
reconheceu suas limitações. 
1880 Henry Faulds publicou na revista Nature o primeiro registro 
científico da utilização das impressões digitais encontradas na cena do 
crime. 
1883 Alphonse Bertillion, policial francês, identificou o primeiro 
criminoso reincidente baseado na invenção antropometria. 
 
 
 
 
 
23 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autoresFotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas. 
 
 
 
 
 
24 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
Fotografia de Bertillon realizando medidas antropométricas. 
 
 
 
 
 
 
25 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Mensurações realizadas por Alphonse Bertillon. 
Foto disposta no National Gallery of Canada, Ottawa. 
 
 
 
 
 
 
26 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1
887 
 
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Alexandre_Lacassagne.jpg.> Acesso 
em: 20/01/2009. 
 
 
Alexandre Lacassagne, professor de medicina forense na 
Universidade de Lyons, na França, foi o primeiro a tentar individualizar 
projéteis, pelos vincos e particularidades. 
 
 
 
 
 
27 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1
887 
 
Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:Conan_doyle.jpg.> Acesso em: 
20/01/2009. 
 
Arthur Conan Doyle era espírita, médico e escritor, escreveu 
mais de 60 histórias de ficção de Sherlock Holmes, consideradas uma 
grande inovação no campo da literatura criminal. 
 
 
 
 
 
28 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1891 Disponível em: <http://www.criminaldep.chnu.edu.ua/en/history/hans_gross.html.> 
Acesso em: 20/01/2009. 
 
 
 
 
 
 
29 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Hans Gross, jurista criminal e 
professor de direito criminal na 
Universidade de Graz na Áustria 
publicou livros sobre investigação 
criminal, nos quais utilizou a evidência 
física para a resolução de um crime. 
 
1
892 
 
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Francis_Galton2.jpg.> Acesso em 
20/01/2009. 
Francis Galton publicou Fingerprints, o primeiro livro sobre 
impressões digitais e da sua utilização para esclarecimento de crimes. 
 
 
 
 
 
30 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1
892 
Disponível em: 
<http://www.onin.com/fp/fmiru/juan_vucetich.jpg.> 
Acesso em: 20/01/2009. 
 
 
Juan Vucetich, da polícia 
argentina, desenvolveu o sistema de 
classificação das impressões digitais. 
 
 
 
 
 
 
31 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Vucetich escreveu as instruções para a tomada de impressões 
digitais, incluindo diagramas explicativos. 
 
 
 
 
 
32 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
 
 
 
 
33 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Impressões digitais não foram usadas somente para identificar 
suspeitos e criminosos, mas sim como controle do governo argentino. 
Os cidadãos argentinos eram identificados em um livro com a sua foto e 
a sua impressão. 
 
 
 
 
 
 
34 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Disponível em: 
<http://www.onin.com/fp/fmiru/thumbprint_and_signature_juan_vucetich.jpg.> Acesso 
em: 20/01/2009. 
1896 
 
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Edward_Richard_Henry00.jpg.> 
Acesso em: 20/01/2009. 
 
Edward Richard Henry desenvolveu o método de classificação 
das impressões digitais utilizado na Europa e América no Norte. 
 
1900 
Paul Uhlenhuth foi um bacteriologista e higienista que trabalhou 
com ciências forenses e serologia desenvolvendo um teste que 
 
 
 
 
 
35 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
distinguia sangue humano de sangue animal. 
1900 
 
Disponível em: <http://nobelprize.org/nobel_prizes/medicine/laureates/1930/landsteiner-
bio.html>. Acesso em: 20/01/2009. 
 
Karl Landsteiner médico e biólogo austríaco, premiado com o 
Nobel de Fisiologia ou Medicina em 1930, pela classificação dos grupos 
sanguíneos, sistema A B O, e foi descobridor do fator RH. 
 
Diagrama mostrando compatibilidade entre os grupos 
 
 
 
 
 
36 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
sanguíneos para transfusão 
1901 
 
Disponível em: <http://www.antiquemapsandprints.com/p-16026.jpg>. Acesso 
em: 20/01/2009. 
 
Edward Richard Henry foi apontado como chefe da Scotland 
Yard e forçou a adoção da identificação pela impressão digital no lugar 
da antropometria. 
1903 
O sistema de Prisão de New York iniciou o uso sistemático das 
impressões digitais para a identificação criminal. 
1905 
 
Disponível em: <http://www.fbi.gov>. Acesso em: 20/01/2009. 
 
O presidente americano Theodore Roosevelt estabeleceu o 
Federal Bureal of Investigation (FBI). 
 
 
 
 
 
37 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
1910 
Victor Balthazard, professor de medicina forense da 
Universidade de Paris, na França, publicou o primeiro livro significativo 
sobre o estudo de cabelo, incluindo casos criminais envolvendo cabelos. 
Estudos também fotografias ampliadas de projéteis e cartuchos para 
determinar o tipo de arma e foi o primeiro a individualizar um projétil de 
uma arma. 
 
 
 
 
 
 
38 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1910 
Disponível em: 
<http://www.onin.com/fp/fmiru/edmond_loca
rd.jpg>. 
Acesso em: 20/01/2009. 
 
 
Edmond Locard foi um 
pioneiro na ciência forense e 
formulou o princípio básico da 
mesma: “Todo contato deixa um 
rastro”. 
 
 
 
1910 Albert S. Osborne foi pioneiro no exame de documentos. 
1918 
Edmond Locard sugeriu a utilização de 12 pontos coincidentes 
para a identificação positiva pela impressão digital. 
Cerca de 
1920 
George Popp foi o primeiro a utilizar a identificação botânica em 
trabalhos forenses. 
1921 John Larson e Leonard Keeler designaram o polígrafo portátil. 
1927 
Landsteiner e Levine foram os primeiros a detectar os sistemas 
sanguíneos M, N, e P. 
 
1937 
Disponível em: <http://en.wikipedia.org/wiki/File:Luminol2006.jpg>. Acesso em: 
20/01/2009. 
 
 
 
 
 
 
 
39 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
Walter Specht, do instituto de 
medicina legal e criminalística científica da 
Universidade de Jena desenvolveu o reagente 
luminolpara testes de detecção de sangue. 
 
 
 
 
 
 
1940 
Landsteiner e A.S. Wiener foram os primeiros a descrever o 
sistema sanguíneo Rh. 
 
1941 
Murray Hill, dos laboratórios Bells, iniciou o estudo de 
identificação pela voz. 
 
1945 
Frank Lundquist, da unidade de medicina legal da Universidade 
de Copenhagen, desenvolveu os testes pela fosfatase ácida para 
sêmen. 
 
1950 
Disponível em: <http://www.aafs.org/>. Acesso em: 20/01/2009. 
 
 
 
 
 
 
 
40 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
A Academia Americana 
de Ciências Forenses é criada, 
assim como, se iniciou a 
publicação do jornal científico 
Journal of Forensic Science, 
periódico referência na área. 
 
1953 
James D. Watson e Francis Crick descreveram a molécula de 
DNA. 
 
 
 
 
 
41 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
1960 
Lucas, no Canadá descreveu pela primeira vez a utilização de 
cromatografia a gás para a identificação de petróleo e seus derivados. 
 
 
 
 
 
42 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1984 
Alec Jefrreys desenvolveu o primeiro teste para análise do perfil 
genético para identificar o padrão de sondas multilócus RFLP. 
 
 
 
 
 
 
43 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1986 
 
O DNA foi utilizado pela primeira vez para solucionar um crime, 
sendo o exame liderado por Alec Jeffreys, na Inglaterra. 
1983 
Disponível em: <http://www.karymullis.com/>. 
Acesso em: 14/01/2009. 
 
 
Kerry Mullis inventou o 
princípio da reação de amplificação da 
polimerase (PCR) enquanto estava na 
Cetus corporation. Essa técnica foi à 
primordial para os avanços na análise 
do DNA forense. 
 
 
 
 
 
44 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
1986 
Henry Erlich, da Cetus Corporation desenvolveu a técnica de 
PCR adaptada para o uso forense. 
1987 O DNA foi utilizado pela primeira vez na corte americana. 
1990 
K. Kasai e colaboradores publicaram o primeiro artigo sugerindo 
a utilização do lócus D1S80 para análises forenses, sendo 
posteriormente comercializado pela Cetus corporation. 
1992 
Thomas Caskey, professor americano, sugeriu a utilização de 
repetições consecutivas curtas ou STRs para a análise do DNA forense. 
A Promega corporation e a Perkin-Elmer desenvolveram o primeiro kit de 
análise de STRs. 
1991 
Walsh Automation Inc, empresa canadense, desenvolveu o 
Integrated Ballistics Identification System para análise comparativa de 
projéteis e cartuchos. 
 
 
 
 
 
45 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
1998 
Criação do banco nacional de dados de perfis genéticos de 
criminosos americanos, denominado CODIS. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
46 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
BREVE HISTÓRICO E DEFINIÇÃO DA PERÍCIA CRIMINAL NO BRASIL 
 
O entendimento do desenvolvimento da perícia criminal no Brasil inicia-se 
com a análise da estrutura do sistema judicial e da estrutura policial nacional. Alguns 
conceitos são primordiais para entender o que é a perícia criminal, entre eles, saber 
diferenciar a perícia na área cível e na área criminal. Espíndula (2006) descreve de 
forma didática a diferença entre Justiça Cível e Criminal: 
“A partir da tipificação dos delitos no Código Penal e Código Civil, onde está 
estabelecida a sua competência, cada segmento da Justiça (Federal ou Estadual) 
será acionado de acordo com a sua competência jurisdicional. Se o delito for 
classificado como de competência federal, caberá a Justiça Federal julgá-lo. Da 
mesma forma, quando o delito for Estadual, será julgado pela Justiça Estadual. 
Outro aspecto importante para a nossa compreensão inicial é quanto à 
divisão da Justiça Criminal e Cível. 
Na esfera da Justiça Cível estão todos os delitos praticados contra o 
patrimônio, bens ou qualquer valor de outrem, cabendo à parte prejudicada acionar 
a Justiça para ter o seu direito reparado. Portanto, é o próprio lesado em seu direito 
de titular a ação. 
O presente curso estudará noções de perícias criminais, isso quer dizer, 
aquelas designadas pela Justiça Criminal, na qual o Estado é o titular da ação. 
Obviamente, muitas das metodologias periciais a serem estudadas também são 
realizadas na Justiça Cível, no entanto, nesse curso, não se dará ênfase na área 
cível e sim, somente na criminal. 
O sistema de Segurança Pública no Brasil é dividido em (Espíndula, 2007): 
 
 
 
 
 
 
 
47 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
48 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
“Criminalística é uma ciência que se utiliza do 
conhecimento de outras ciências para poder 
realizar o seu mister, qual seja, o de extrair 
informações de qualquer vestígio encontrado em 
um local de infração penal, que propiciem a 
obtenção de conclusões acerca do fato ocorrido, 
reconstituindo os gestos do agente da infração e, 
se possível, identificando-o. 
(...) É uma ciência que objetiva a individualização e 
a identificação dos vestígios materiais relacionados 
aos delitos em geral, valendo-se das suas próprias 
regras e metodologias e do conhecimento das 
demais ciências, a fim de saber o que aconteceu, a 
maneira como se desenvolveu os fatos e quem 
cometeu o crime.” 
 
Espíndula, 2007 
CRIMINALÍSTICA, INVESTIGAÇÃO CRIMINAL E A CARREIRA DE 
PERITO CRIMINAL E SUAS COMPETÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A criminalística é definida por Aurélio (2004) como “Ciência auxiliar do 
Direito Penal, a qual tem por objeto a descoberta de crimes e a identificação de seus 
 
 
 
 
 
49 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
autores.” Os objetos presentes na cena de um crime possuem características gerais 
e específicas, que quando analisadas por técnicas cientificamente comprovadas ou 
caracterizadas, podem proporcionar dados suficientes para a identificação de um 
crime e criminoso. 
A nomenclatura Criminalística, às vezes, é associada como sinônimo de 
ciências forenses. Criminalística é uma palavra derivada do alemão kriminalisticI, 
que engloba os diversos aspectos dos métodos científicos e tecnológicos aplicados 
a investigação e resolução de matérias legais. Criminalística é uma área da ciência 
forense que envolve a coleta e análise de evidências físicas geradas por atividades 
criminais (Houck e Siegel, 2006). No entanto, muitos autores consideram os 
criminalistas, os cientistas forenses ou como é denominado aqui no Brasil, peritos 
criminais.Criminalística é a profissão e a disciplina científica diretamente relacionada 
ao reconhecimento, a identificação, a individualização e a avaliação da evidência 
física pela aplicação das ciências aplicadas às questões legais. Um criminalista 
utiliza o princípio científico da química, da biologia e da física para deduzir 
informações da cena do crime e da evidência física (Gialamas, 2001). 
Traduzindo do inglês forensic science – ciência forense – termo mais 
comumente utilizado para definir a ciência relacionada aos estudos judiciais, ou 
melhor, a ciência forense é descrita como o estudo de associação entre pessoa, 
lugares e coisas que envolvem atividades criminais, na qual diferentes disciplinas 
assistem na investigação de casos criminais e civis. Como profissão, seria aquela 
composta por cientistas cujo trabalho é responder questões para a corte por 
intermédio de informações e testemunhas (Houck e Siegel, 2006). No Brasil, o termo 
mais comumente utilizado é o de perícias criminais, mas o termo ciências forenses 
também pode ser utilizado, mas para definir o estudo das questões judiciais que 
envolvem casos criminais e civis, e não somente a criminal. 
 
 
 
 
 
50 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Para um melhor 
entendimento acerca das 
perícias criminais, se fazem 
necessários o entendimento e a 
diferenciação da mesma com a 
perícia cível. Dessa maneira, 
serão explicados a seguir alguns 
conceitos básicos da perícia 
cível e criminal: 
 
 
 
Segundo o Código de Processo Civil (Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73) em 
seu artigo 420. “A prova pericial consiste em exame, vistoria ou avaliação”. Silva 
(1999) define que as perícias são operações destinadas a ministrar esclarecimentos 
técnicos à justiça e França (2001) como “um ato pelo qual a autoridade procura 
conhecer, por meios técnicos e científicos, a existência ou não de uma questão 
judiciária ligada à vida ou à saúde do homem ou que com ele tenha relação”. 
A perícia é requisitada pela autoridade que legalmente estiver conduzindo o 
inquérito e a ação judicial, como o juiz, que poderá ou não nomear um perito 
(França, 2001; Espíndula, 2007). O perito nomeado deverá possuir os 
conhecimentos técnicos ou científicos para a realização da mesma. As perícias mais 
frequentes são realizadas no foro civil e criminal. 
Para a realização de perícias no âmbito civil, o Código de Processo Civil 
ainda acrescenta: 
“Seção II – Do perito 
Art. 145. Quando a prova do fato depender de conhecimento técnico ou científico, o 
juiz será assistido por perito, segundo o disposto no art. 421. 
 
 
 
"O dever de um perito é dizer a 
verdade; no entanto, para isso é 
necessário: primeiro saber 
encontrá-la e, depois querer dizê-
la. O primeiro é um problema 
científico, o segundo é um 
problema moral." 
 
 
 Nerio Rojas (1966) 
 
 
 
 
 
51 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
§ 1o Os peritos serão escolhidos entre profissionais de nível universitário, 
devidamente inscritos no órgão de classe competente, respeitado o disposto no Capítulo Vl, 
seção Vll, deste Código. (Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984) 
§ 2o Os peritos comprovarão sua especialidade na matéria sobre que deverão 
opinar, mediante certidão do órgão profissional em que estiverem inscritos. (Incluído pela Lei 
nº 7.270, de 10.12.1984) 
§ 3o Nas localidades onde não houver profissionais qualificados que preencham os 
requisitos dos parágrafos anteriores, a indicação dos peritos será de livre escolha do juiz. 
(Incluído pela Lei nº 7.270, de 10.12.1984) 
Art. 146. “O perito tem o dever de cumprir o ofício, no prazo que Ihe assina a lei, 
empregando toda a sua diligência; pode, todavia, escusar-se do encargo alegando motivo 
legítimo.” 
 
Nas perícias no fórum civil, caso seja necessário, o juiz nomeia o seu perito, 
que é denominado perito do juiz e cada parte indicará um assistente técnico que 
poderá elaborar quesitos a serem respondidos pelo perito do juiz e também podem 
criticar, concordar ou complementar o laudo do perito oficial, que poderá ser ou não 
aceito pelo juiz (Código de Processo Civil - Lei Federal n. 5.869, de 11/01/73): 
“Art. 421. O juiz nomeará o perito, fixando de imediato o prazo para a 
entrega do laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.455, de 24.8.1992) 
§ 1o Incumbe às partes, dentro em 5 (cinco) dias, contados da intimação do 
despacho de nomeação do perito: 
I - indicar o assistente técnico; 
II - apresentar quesitos. 
(...) 
Art. 425. Poderão as partes apresentar, durante a diligência, quesitos 
suplementares. Da juntada dos quesitos aos autos dará o escrivão ciência à parte 
contrária. 
 
 
 
 
 
52 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Art. 426. Compete ao juiz: 
I - indeferir quesitos impertinentes; 
II - formular os que entenderem necessários ao esclarecimento da causa. 
Art. 427. O juiz poderá dispensar prova pericial quando as partes, na inicial e 
na contestação, apresentarem sobre as questões de fato pareceres técnicos ou 
documentos elucidativos que considerar suficientes. (Redação dada pela Lei nº 
8.455, de 24.8.1992) 
Art. 428. Quando a prova tiver de realizar-se por carta, poderá proceder-se à 
nomeação de perito e indicação de assistentes técnicos no juízo, ao qual se 
requisitar a perícia. 
Art. 429. “Para o desempenho de sua função, podem o perito e os 
assistentes técnicos utilizar-se de todos os meios necessários, ouvindo 
testemunhas, obtendo informações, solicitando documentos que estejam em poder 
de parte ou em repartições públicas, bem como instruir o laudo com plantas, 
desenhos, fotografias e outras quaisquer peças.” 
 
As perícias no âmbito criminal são idealmente realizadas por peritos 
criminais ou oficiais. Utilizando as definições dadas por Espíndula (2007), tem-se: 
- PERITO OFICIAL: denominação consagrada no Código de Processo Penal 
aos profissionais que realizam perícias no âmbito criminal, possuindo formação 
acadêmica, são funcionários públicos contratados, mediante concursos públicos 
para o fim específico de realizar exames periciais (Espindula, 2007). 
- PERITO MÉDICO LEGISTA: médico, funcionário público que realiza 
exames de natureza médico-legal nos Institutos de Medicina Legal. 
- PERITO CRIMINAL: profissionais de diversas áreas de formação 
acadêmica, que ingressam nos Institutos de criminalística mediante concurso público 
e exercem os mais diversos tipos de exames periciais, com exceção os de natureza 
médico legal, em alguns Estados do país, os de odontolegista. Isso se deve ao fato 
de alguns Estados possuírem o cargo de Perito Odontólogo ou odontolegista. 
 
 
 
 
 
53 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
- PERITO AD HOC: Perito não oficial, nomeado por uma autoridade ou juiz 
para executar um exame específico, nos locais que não existe perito oficial, como é 
descrito no capítulo II do Código de Processo Penal (Decreto-Lei n°3689, de outubro 
de 1941): 
 
“CAPÍTULO II 
DO EXAME DO CORPO DE DELITO, E DAS PERÍCIAS EM GERAL 
Art. 158. Quando a infração deixar vestígios, será indispensável o exame de corpo 
de delito, direto ou indireto, nãopodendo supri-lo a confissão do acusado. 
Art. 159. O exame de corpo de delito e outras perícias serão realizados por perito 
oficial, portador de diploma de curso superior. (LEI 11.689 de 2008 - alteração em vigor após 
10/08/2008) 
§ 1 o Na falta de perito oficial, o exame será realizado por 2 (duas) pessoas 
idôneas, portadoras de diploma de curso superior preferencialmente na área específica, 
dentre as que tiverem habilitação técnica relacionada com a natureza do exame. 
§ 2 o Os peritos não oficiais prestarão o compromisso de bem e fielmente 
desempenhar o encargo. 
§ 3 o Serão facultadas ao Ministério Público, ao assistente de acusação, ao 
ofendido, ao querelante e ao acusado a formulação de quesitos e indicação de assistente 
técnico. 
§ 4 o O assistente técnico atuará a partir de sua admissão pelo juiz e após a 
conclusão dos exames e elaboração do laudo pelos peritos oficiais, sendo as partes 
intimadas desta decisão. 
§ 5 o Durante o curso do processo judicial, é permitido às partes, quanto à perícia: 
I – requerer a oitiva dos peritos para esclarecerem a prova ou para responderem a 
quesitos, desde que o mandado de intimação e os quesitos ou questões a serem 
esclarecidas sejam encaminhados com antecedência mínima de 10 (dez) dias, podendo 
apresentar as respostas em laudo complementar; 
II – indicar assistentes técnicos que poderão apresentar pareceres em prazo a ser 
fixado pelo juiz ou ser inquiridos em audiência. 
§ 6 o Havendo requerimento das partes, o material probatório que serviu de base à 
perícia será disponibilizado no ambiente do órgão oficial, que manterá sempre sua guarda, e 
na presença de perito oficial, para exame pelos assistentes, salvo se for impossível a sua 
conservação. 
 
 
 
 
 
54 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
§ 7 o Tratando-se de perícia complexa que abranja mais de uma área de 
conhecimento especializado, poder-se-á designar a atuação de mais de um perito oficial, e a 
parte indicar mais de um assistente técnico. 
Art. 160. Os peritos elaborarão o laudo pericial, onde descreverão minuciosamente 
o que examinarem, e responderão aos quesitos formulados. (Redação dada pela Lei nº 
8.862, de 28.3.1994) 
Parágrafo único. O laudo pericial será elaborado no prazo máximo de 10 (dez) dias, 
podendo este prazo ser prorrogado, em casos excepcionais, a requerimento dos peritos. 
(Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
Art. 161. O exame de corpo de delito poderá ser feito em qualquer dia e a qualquer 
hora. 
Art. 162. A autópsia será feita pelo menos 6 (seis) horas depois do óbito, salvo se 
os peritos, pela evidência dos sinais de morte, julgarem que possa ser feita antes daquele 
prazo, o que declararão no auto. 
Parágrafo único. Nos casos de morte violenta, bastará o simples exame externo do 
cadáver, quando não houver infração penal que apurar, ou quando as lesões externas 
permitirem precisar a causa da morte e não houver necessidade de exame interno para a 
verificação de alguma circunstância relevante. 
Art. 163. Em caso de exumação para exame cadavérico, a autoridade providenciará 
para que, em dia e hora previamente marcados, se realize a diligência, da qual se lavrará 
auto circunstanciado. 
Parágrafo único. O administrador de cemitério público ou particular indicará o lugar 
da sepultura, sob pena de desobediência. No caso de recusa ou de falta de quem indique a 
sepultura, ou de encontrar-se o cadáver em lugar não destinado a inumações, a autoridade 
procederá às pesquisas necessárias, o que tudo constará do auto. 
Art. 164. Os cadáveres serão sempre fotografados na posição em que forem 
encontrados, bem como, na medida do possível, todas as lesões externas e vestígios 
deixados no local do crime. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
Art. 165. Para representar as lesões encontradas no cadáver, os peritos, quando 
possível, juntarão ao laudo do exame provas fotográficas, esquemas ou desenhos, 
devidamente rubricados. 
Art. 166. Havendo dúvida sobre a identidade do cadáver exumado, proceder-se-á 
ao reconhecimento pelo Instituto de Identificação e Estatística ou repartição congênere ou 
 
 
 
 
 
55 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
pela inquirição de testemunhas, lavrando-se auto de reconhecimento e de identidade, no 
qual se descreverá o cadáver, com todos os sinais e indicações. 
Parágrafo único. Em qualquer caso, serão arrecadados e autenticados todos os 
objetos encontrados, que possam ser úteis para a identificação do cadáver. 
Art. 167. Não sendo possível o exame de corpo de delito, por haverem 
desaparecido os vestígios, a prova testemunhal poderá suprir-lhe a falta. 
Art. 168. Em caso de lesões corporais, se o primeiro exame pericial tiver sido 
incompleto, proceder-se-á a exame complementar por determinação da autoridade policial 
ou judiciária, de ofício, ou a requerimento do Ministério Público, do ofendido ou do acusado, 
ou de seu defensor. 
§ 1o No exame complementar, os peritos terão presente o auto de corpo de delito, 
a fim de suprir-lhe a deficiência ou retificá-lo. 
§ 2o Se o exame tiver por fim precisar a classificação do delito no art. 129, § 1o, I, 
do Código Penal, deverá ser feito logo que decorra o prazo de 30 (trinta) dias, contado da 
data do crime. 
§ 3o A falta de exame complementar poderá ser suprida pela prova testemunhal. 
Art. 169. Para o efeito de exame do local onde houver sido praticada a infração, a 
autoridade providenciará imediatamente para que não se altere o estado das coisas até a 
chegada dos peritos, que poderão instruir seus laudos com fotografias, desenhos ou 
esquemas elucidativos. 
Parágrafo único. Os peritos registrarão, no laudo, as alterações do estado das 
coisas e discutirão, no relatório, as consequências dessas alterações na dinâmica dos fatos. 
(Parágrafo acrescentado pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
Art. 170. Nas perícias de laboratório, os peritos guardarão material suficiente para a 
eventualidade de nova perícia. Sempre que conveniente, os laudos serão ilustrados com 
provas fotográficas, ou microfotográficas, desenhos ou esquemas. 
Art. 171. Nos crimes cometidos com destruição ou rompimento de obstáculo a 
subtração da coisa, ou por meio de escalada, os peritos, além de descrever os vestígios, 
indicarão com que instrumentos, por que meios e em que época presumem ter sido o fato 
praticado. 
Art. 172. Proceder-se-á, quando necessário, à avaliação de coisas destruídas, 
deterioradas ou que constituam produto do crime. 
Parágrafo único. Se impossível a avaliação direta, os peritos procederão à 
avaliação por meio dos elementos existentes nos autos e dos que resultarem de diligências. 
 
 
 
 
 
56 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Art. 173. No caso de incêndio, os peritos verificarão a causa e o lugar em que 
houver começado, o perigo que dele tiver resultado para a vida ou para o patrimônio alheio, 
a extensão do dano e o seu valor e as demais circunstâncias que interessarem à elucidação 
do fato. 
Art. 174. No exame para o reconhecimento de escritos, por comparação de letra, 
observar-se-á o seguinte: 
I - a pessoa a quem se atribua ou se possa atribuir o escrito será intimada para o 
ato, se for encontrada; 
II - para a comparação, poderão servir quaisquer documentos que a dita pessoa 
reconhecer ou já tiverem sido judicialmente reconhecidos como de seu punho, ou sobrecuja 
autenticidade não houver dúvida; 
III - a autoridade, quando necessário, requisitará, para o exame, os documentos 
que existirem em arquivos ou estabelecimentos públicos, ou nestes realizará a diligência, se 
daí não puderem ser retirados; 
IV - quando não houver escritos para a comparação ou forem insuficientes os 
exibidos, a autoridade mandará que a pessoa escreva o que Ihe for ditado. Se estiver 
ausente a pessoa, mas em lugar certo, esta última diligência poderá ser feita por precatória, 
em que se consignarão as palavras que a pessoa será intimada a escrever. 
Art. 175. Serão sujeitos a exame os instrumentos empregados para a prática da 
infração, a fim de se Ihes verificar a natureza e a eficiência. 
Art. 176. A autoridade e as partes poderão formular quesitos até o ato da diligência. 
Art. 177. No exame por precatória, a nomeação dos peritos far-se-á no juízo 
deprecado. Havendo, porém, no caso de ação privada, acordo das partes, essa nomeação 
poderá ser feita pelo juiz deprecante. 
Parágrafo único. Os quesitos do juiz e das partes serão transcritos na precatória. 
Art. 178. No caso do art. 159, o exame será requisitado pela autoridade ao diretor 
da repartição, juntando-se ao processo o laudo assinado pelos peritos. 
Art. 179. No caso do § 1o do art. 159, o escrivão lavrará o autorrespectivo, que será 
assinado pelos peritos e, se presente ao exame, também pela autoridade. 
Parágrafo único. No caso do art. 160, parágrafo único, o laudo, que poderá ser 
datilografado, será subscrito e rubricado em suas folhas por todos os peritos. 
Art. 180. Se houver divergência entre os peritos, serão consignadas no auto do 
exame as declarações e respostas de um e de outro, ou cada um redigirá separadamente o 
 
 
 
 
 
57 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
seu laudo, e a autoridade nomeará um terceiro; se este divergir de ambos, a autoridade 
poderá mandar proceder a novo exame por outros peritos. 
Art. 181. No caso de inobservância de formalidades, ou no caso de omissões, 
obscuridades ou contradições, a autoridade judiciária mandará suprir a formalidade, 
complementar ou esclarecer o laudo. (Redação dada pela Lei nº 8.862, de 28.3.1994) 
Parágrafo único. A autoridade poderá também ordenar que se proceda a novo 
exame, por outros peritos, se julgar conveniente. 
Art. 182. O juiz não ficará adstrito ao laudo, podendo aceitá-lo ou rejeitá-lo, no todo 
ou em parte. 
Art. 183. Nos crimes em que não couber ação pública, observar-se-á o disposto no 
art. 19. 
Art. 184. Salvo o caso de exame de corpo de delito, o juiz ou a autoridade policial 
negará a perícia requerida pelas partes, quando não for necessária ao esclarecimento da 
verdade. 
 
No Brasil, segundo a Associação Brasileira de Criminalística, em seu 
Regulamento para a concessão do título de especialista em áreas periciais (2009), 
emite o título de especialista nas seguintes áreas: 
? Especialista em Perícia de Identificação de Veículos; 
? Especialista em Perícia Documentoscópica; 
? Especialista em Perícia de Crimes contra a Vida; 
? Especialista em Perícia de Balística Forense; 
? Especialista em Perícia de Crimes contra o Meio Ambiente; 
? Especialista em Perícia de Fonética Forense; 
? Especialista em Perícia de Crimes de Trânsito; 
? Especialista em Perícia de Crimes de Informática; 
? Especialista em Perícia de Revelação de Impressões Papilares; 
? Especialista em Perícia de DNA Forense; 
? Especialista em Perícia de Laboratório Forense, áreas de Biologia, 
Química, Física, ou Toxicologia; 
? Especialista em Perícia Contábil; 
? Especialista em Perícia de Engenharia Legal. 
 
 
 
 
 
 
58 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
As especialidades em perícias descritas acima só são emitidas para peritos 
oficias, como disposto no REGULAMENTO PARA A CONCESSÃO DO TÍTULO DE 
ESPECIALISTA EM ÁREAS PERICIAIS (Associação Brasileira de Criminalística, 
2009): 
 
“Da Concessão 
Art. 3
º 
- O título de especialista será concedido somente aos peritos 
criminais que sejam filiados às suas respectivas entidades de classe estaduais e 
estas, por sua vez, estejam em dia com as suas obrigações junto a ABC, nos termos 
previstos em seu Estatuto. 
Parágrafo Único - Para satisfazer o requisito previsto no “caput” é 
necessário que esteja filiado, ininterruptamente, a pelo menos 3 (três) anos, o qual 
deverá ser comprovado pela cópia da ficha de inscrição e declaração da sua 
entidade, assinada pelo Presidente e Tesoureiro. 
 
Das Condições para se inscrever 
Art. 4
º 
- São condições para o perito criminal se inscrever a realização da 
prova de especialista: 
a) Ter mais de 5 (cinco) anos como perito criminal; 
b) Possuir, pelo menos, 3 (três) anos de efetivo exercício nessas perícias em 
seu respectivo local de trabalho, comprovado pela periódica emissão de, no mínimo, 
36 (trinta e seis) laudos periciais oficiais; “ 
 
As especialidades de Medicina Legal e Odontologia Legal são devidamente 
regulamentadas pelos respectivos Conselhos Federais de Medicina e Odontologia, 
devendo o profissional ser previamente graduado nas respectivas profissões. 
A criminalística envolve o estudo de todas essas áreas, sendo que cada uma 
possui competências e características distintas e englobam inúmeros conhecimentos 
que podem ser obtidos durante anos de experiência, como descreve a Associação 
Brasileira de Criminalística. Com isso, as instruções e definições que serão dadas a 
seguir servem como base para o conhecimento de como funcionam as perícias 
 
 
 
 
 
59 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
criminais em algumas de suas áreas, dando uma ênfase maior na parte de 
identificação humana e crimes contra a pessoa. Essa base auxiliará o aluno a 
perceber o quão extenso, interessante e difícil é o estudo das perícias criminais. 
Os alunos poderão perceber a vasta quantidade de informações para a 
realização de perícias criminais, que nunca poderão ser realizadas somente por um 
perito ou entendida amplamente por uma só pessoa, seja um perito criminal, um 
investigador, um advogado, um delegado, etc.; mas, sim, por um conjunto de 
pessoas que se unirão para que se traga o esclarecimento para a justiça do fato 
ocorrido. 
No final desse curso, colocaremos alguns dados sobre concursos públicos 
para o ingresso na carreira de perito criminal. 
As perícias criminais são realizadas para os diversos tipos de crimes 
dispostos no Código Penal, mas que são facilmente visualizados nessa tabela 1 
elaborada pela Fundação Sistema Estadual de Análise de Dados – SEADE (2009), 
que permite também a visualização da quantidade de crimes cometidos no Estado 
de São Paulo. 
 
Tabela 1: Ocorrências policiais e inquéritos policiais instaurados, por 
Departamento de Polícia Judiciária, segundo natureza do crime, no Estado de São 
Paulo - maior Estado do Brasil, 2003 
Natureza do Crime 
Ocorrências Policiais 
Decap 
(1) 
Demacro 
(2) 
Deinter 
(3) 
TOTAL 
745.540 413.171 
1.436.63
0 
Crimes Contra a Pessoa 110.434 90.653 381.800 
Homicídio Doloso 4.373 3.078 3.656 
Tentativa de Homicídio 2.638 2.234 5.008 
Homicídio Culposo por Acidentes de 832 767 3.023 
 
 
 
 
 
60 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Trânsito 
HomicídioCulposo, Outros 94 59 179 
Indução/Auxílio ao Suicídio 31 53 46 
Aborto 89 66 298 
Lesões Corporais Dolosas 33.010 28.282 121.211 
Lesões Corporais Culposas por 
Acidentes de Trânsito 23.073 16.555 78.305 
Lesões Corporais Culposas, Outras 1.276 734 2.602 
Perigo de Vida ou Saúde 254 217 652 
Maus Tratos 950 933 4.053 
Omissão de Socorro 120 146 391 
Calúnia, Difamação e Injúria 8.827 7.416 40.160 
Constrangimento Ilegal 877 608 1.735 
Ameaça 32.387 27.162 111.347 
Violação de Domicílio 406 693 3.944 
Outros Crimes Contra a Pessoa 1.197 1.650 5.190 
Crimes Contra o Patrimônio 420.228 192.619 554.825 
Roubo Consumado 131.080 45.773 70.884 
Roubo Tentado 2.959 1.100 3.776 
Roubo de Veículo Consumado 41.880 23.396 15.136 
Roubo de Veículo Tentado 729 350 344 
Roubo Seguido de Morte (Latrocínio) 187 118 235 
Extorsão Mediante Sequestro 90 109 87 
Extorsão, Outras 401 289 582 
Furto Consumado 104.973 58.406 220.625 
Furto Tentado 2.662 1.385 10.880 
Furto de Veículo Consumado 
5
1.110 
2
0.789 
3
4.916 
Furto de Veículo Tentado 462 183 917 
Furto Qualificado Consumado 34.205 16.337 102.021 
 
 
 
 
 
61 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Furto Qualificado Tentado 1.486 493 5.448 
Receptação 3.920 2.591 4.026 
Apropriação Indébita 2.837 1.699 7.867 
Dano Material 8.058 6.284 33.123 
Estelionato 28.666 10.712 29.210 
Fraudes Diversas 440 202 1.348 
Outros Crimes Contra o Patrimônio 4.083 2.403 13.400 
Crimes Contra os Costumes 3.405 2.910 9.663 
Estupro Consumado 1.135 932 1.775 
Estupro Tentado 251 182 629 
Atentado Violento ao Pudor 1.222 1.025 3.010 
Sedução 47 66 222 
Corrupção de Menores 59 54 333 
Rapto 70 86 355 
Incentivo à Prostituição 40 16 262 
Ato Obsceno 369 232 1.624 
Outros Crimes Contra os Costumes 212 317 1.453 
Crimes Contra a Família 468 423 3.227 
Abandono Material 221 178 1.417 
Outros Crimes Contra a Família 247 245 1.810 
Crimes Contra a Fé Pública 3.606 1.700 6.146 
Moeda Falsa 466 249 1.358 
Falsidade de Títulos e Documentos 881 345 940 
Outras Falsidades 565 122 551 
Uso de Documento Falso 783 457 1.822 
Falsa Identidade 272 169 344 
Outros Crimes Contra a Fé Pública 639 358 1.131 
Crimes Contra a Administração 
Pública 5.371 5.157 18.269 
 
 
 
 
 
62 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Peculato 20 12 68 
Corrupção 55 38 129 
Resistência 282 191 711 
Desacato 584 797 6.261 
Contrabando ou Descaminho 31 21 267 
Comunicação Falsa de Crime 99 77 204 
Falso Testemunho 24 19 59 
Exercício Arbitrário das Próprias Razões 1.273 1.135 3.493 
Fuga de Presos 217 146 655 
Desobediência 660 890 3.584 
Outros Crimes Contra a Administração 
Pública 2.126 1.831 2.838 
Crimes Contra a Incolumidade Pública 6.497 3.656 33.094 
Incêndio 663 485 4.882 
Tráfico de Entorpecentes 2.422 1.502 9.080 
Uso de Entorpecentes 3.041 1.302 17.122 
Outros Crimes Contra a Incolumidade 
Pública 371 367 2.010 
Crimes Diversos 261 117 785 
Leis Especiais 10.511 7.731 43.742 
Corrupção de Menores - Lei nº 2.252/54 29 34 79 
Crime de Racismo 49 20 118 
Porte de Arma 4.159 2.776 10.412 
Disparo de Arma de Fogo 497 243 1.777 
Falta de Habilitação 1.927 1.921 8.698 
Direção Perigosa 654 441 6.173 
Outros Crimes 3.196 2.296 16.485 
Contravenções Penais 7.258 5.114 50.764 
Vias de Fato 2.646 1.990 24.272 
 
 
 
 
 
63 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Perturbação de Trabalho e Sossego 1.598 1.216 12.388 
Jogo do Bicho 97 29 307 
Embriaguez 1.380 825 2.174 
Outras Contravenções Penais 1.537 1.054 11.623 
Não Criminais 177.501 103.091 334.315 
Suicídio Consumado 349 251 844 
Suicídio Tentado 341 805 4.391 
Desinteligência 1.768 792 6.095 
Queda Acidental 834 362 2.934 
Perda/Extravio de Documento 51.303 17.893 51.540 
Desaparecimento de Pessoa 6.512 5.406 9.583 
Morte Suspeita 12.250 9.182 5.180 
Veículo Localizado 38.149 21.275 25.385 
Acidente de Trabalho 211 230 2.760 
Outros Não Criminais 65.784 46.895 225.603 
Fonte: Secretaria da Segurança Pública - SSP/Delegacia Geral de Polícia - DGP/Departamento de Administração 
e 
Planejamento - DAP/ Núcleo de Análise de Dados; Fundação Seade. 
(1) Departamento de Polícia Judiciária da Capital. 
(2) Departamento de Polícia Judiciária da Macro São Paulo. 
(3) Departamentos de Polícia Judiciária de São Paulo Interior. 
Nota: Com a aprovação da Lei nº 9.099, de 26/11/1995, as ocorrências policiais referentes a crimes e 
contravenções penais; 
Passíveis de pena de reclusão de até 1(um) ano, são remetidas ao Poder Judiciário através de "Termos Circunstanciados", 
Não sendo necessária a instalação de Inquérito Policial. Deste modo, a partir de janeiro de 1996, as ocorrências, 
policiais passam a ser compostas pela soma dos boletins de ocorrências policiais e termos circunstanciados. 
Não inclui as ocorrências policiais registradas e inquéritos instaurados pelos Departamentos Especializados da 
Polícia Civil 
(Deatur, DHPP, Deic, Denarc, etc.). Dados preliminares. 
Dessa maneira, podemos observar que existem inúmeros tipos de crimes, 
sendo que nesse curso, a ênfase será dada para os crimes contra a pessoa e 
aqueles que estão relacionados com eles. 
Nerio Rojas (Rojas, 1936) elaborou um guia extremamente didático e 
objetivo disposto em 10 postulados com recomendações da prática forense, 
 
 
 
 
 
64 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
orientando aspectos técnicos e científicos da perícia médico-legal, podendo se 
estender as perícias odontolegais. São eles: 
 
1°) O perito deve atuar com a ciência do médico, a veracidade da 
testemunha e a equanimidade do juiz: 
O perito deve possuir conhecimento intelectual profundo de todas as áreas 
dentro da medicina (ou da odontologia), manter sempre a sinceridade e a veracidade 
devido à importância do laudo pericial para o juiz. 
 
2°) É necessário abrir os olhos e fechar os ouvidos: 
Não confiar nas palavras ditas pelas pessoas e sim em provas e fatos 
comprovados. 
 
3°) A exceção pode ser tanto valor como regra: 
Casos excepcionais na literatura científica podem não ser raros na medicina 
legal ou na odontologia legal. 
 
4°) Desconfiar dos sinais patognomônicos 
A perícia deve juntar o maior número possível de fatos, provas e elementos 
para a posterior conclusão e não pela análise de sinais patognomônicos. 
 
5°) Deve-se seguir o método cartesiano: 
Dividir ordenadamente o pensamento e consequentemente a procura pelos 
elementos que farão parte do laudo pericial. 
 
 
6°) Não confiar na memória: 
Anotar devidamente tudo que foi realizado, suas dúvidas e questionamentos. 
 
7°) Uma necropsia não pode ser refeita: 
 
 
 
 
 
65 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Realizar uma necropsia bem feita com cautela e cuidado, a fim de evitar 
perícias sucessivas, que podem ser dificultadas devido às condições do corpo ou 
mesmo da impossibilidade de recuperação do material para estudo. 
 
8°) Pensar com clareza para esclarecer com precisão: 
O laudo deve ser escrito com fundamento científico lógico e coerente, 
evitando contradições.9°) A arte das conclusões consiste nas medidas 
As conclusões periciais devem ser cuidadosamente “pesadas”, “medidas”, 
isto é, analisadas e reanalisadas quantas vezes o perito julgar necessário, pois a 
interpretação de texto de uma pessoa pode ser diferente de outra. 
 
10°) A vantagem da medicina legal está em não formar uma inteligência 
exclusiva e estritamente especializada: 
A medicina e odontologia legal abrangem diversas áreas do conhecimento, 
principalmente o Direito, a Biologia, a Física, a Química entre outros. 
 
França (2001) elaborou um Decálogo Ético do Perito, norteando os 
princípios éticos para auxiliar os peritos: 
 
1°) Evitar conclusões intuitivas e precipitadas 
Ter prudência e concluir racionalmente baseado em fundamentos científicos. 
2°) Falar pouco e em tom sério. 
Falar o imprescindível, argumentando e apresentando evidências em 
momento oportuno. 
3°) Agir com modéstia e sem vaidade 
O sucesso e fama devem depender da ótima conduta ética do profissional. 
4°) Manter o segredo exigido 
O sigilo pericial deve ser respeitado 
5°) Ter autoridade para ser acreditado 
 
 
 
 
 
66 
Este material deve ser utilizado apenas como parâmetro de estudo deste Programa. Os créditos deste conteúdo são dados aos seus respectivos autores 
 
Decidir com firmeza e manter suas decisões. 
6°) Ser livre para agir com isenção 
Não permitir que convicções, paixões e ideologias influenciem o resultado. 
7°) Não aceitar a intromissão de ninguém 
Não aceitar que alguém deforme sua conduta ética e profissional 
8°) Ser honesto e ter vida pessoal correta 
É preciso ser honesto para ser justo, conferindo credibilidade e 
respeitabilidade. 
9°) Ter coragem para decidir 
O que sabe, o que não sabe. 
10°) Ser competente para ser respeitado 
Atualizar os estudos permanentemente. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
---------------- FIM DO MÓDULO I------------------

Outros materiais