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Aula 3 - Marco Civil da Internet

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MARCO CIVIL DA INTERNET
Contexto de criação – 
Tradição Civil Law – codificação anterior 
Início da discussão – 2007
Projeto legislativo – 2009 
Aprovação em 2014. Sancionada em abril. Entrada em vigor: julho/14. 
“Constituição” da Internet
Tentativa de regular a utilização do espaço virtual
Como era antes?
Internet = rede aberta – sem dono – comunicação livre
Fazer blogs, imagens, aplicações, compartilhamento de arquivos – não precisa de autorização 
Possibilidade de usar qualquer marca ou navegador. 
Oportunidades de negócio – 
empresas que lucram com violação de dados
operadoras que cobram por pacote de conteúdo, não pela velocidade de conexão. 
Sem diretrizes do poder público – impor leis e atos normativos que possam destruir esse modo de funcionamento da internet
Origem – AI5 Digital 
Projeto de Lei antigo. 1999
Voltou ao debate com o Deputado Federal Eduardo Azeredo (PSDB) 
Lei de cibercrimes
Criminalizar condutas como:
acesso não autorizado a sistema informatizado
inserção e difusão de códigos maliciosos
estelionato eletrônico
falsificação de dados eletrônicos / documento público ou particular
outros
Principal crítica – manter em ambiente controlado e em segurança, por 3 anos, os dados de conexão dos usuários. 
- Vigilantismo digital – estado de vigilância constante. 
Fiscalização
Direito Penal – deve ser a última instância de esfera jurídica a ser afetada
Subsidiariedade
Caráter excepcional – Quando todas as outras instâncias do direito falharam
Nem todo ilícito civil é penal.
Condutas “normais” seriam passíveis de criminalização 
baixar músicas
desbloquear aparelhos para usar aplicativos de outras empresas
digitalizar músicas e filmes 
Supressão de liberdades x Direito Penal
A manutenção da paz social torna necessário adotar medidas para tutelar os bens jurídicos protegidos. O Direito Penal, por sua vez, objetiva proibir determinadas condutas por considera-las prejudiciais ao bem jurídico, tratando de legislação repressiva. Ou seja, a tipificação penal se manifesta para punir as ações contrárias à preservação dos bens jurídicos. 
O Direito Penal tem caráter residual. Valora apenas os bens mais relevantes, aqueles que a coletividade estabelece como de valor necessário à manutenção da paz social. 
Nesse sentido, é possível falar em restrição de direitos e punição de condutas, sem que os direitos sejam elencados primeiro??
Nesse contexto é que surgiu o MARCO CIVIL DA INTERNET, para haver fixação dos direitos, antes de tipificar condutas como criminosas. 
A internet já é livre. Por que precisa de lei???
Justamente para manter assim. 
A internet tem caráter publico. 
ONU elevou direito de acesso à internet ao patamar de direito humano.
Exploração política e comercial. 
Não pode ficar à mercê de grandes grupos econômicos nacionais, transnacionais, partidos ou governos. 
Lei – deixa expresso o caráter público e introduz mecanismos de garantia e proteção dos usuários da rede. 
O que muda??
Marco Civil estabelece direitos civis para o território digital. 
Brasil – 1º país a implantar conjunto de leis e princípios para a proteção da cidadania online
Proteção contra centralização e controle – ponto de vista técnico e econômico. 
Proibição da inspeção não autorizada dos dados de navegação – 
tratamento igual para aplicações de grandes empresas - $$ não são diferenciadas de organizações sem fins lucrativos ou quem não pode/quer pagar. 
Proibição de censura e liberdade de expressão
Internet continue aberta, democrática, descentralizada, livre de barreiras e propensa à inovação. 
- direitos humanos e desenvolvimento da personalidade
Direitos difusos. (uma das classificações possíveis)
1ª geração – liberdades – Demarcação entre Estado e Não Estado. Direitos individuais. Liberdade de opinião, de religião. Dever do Estado de se abster de invadir. 
São os direitos Civis e Políticos. 
2ª geração – liberdades negativas – Exigem do Estado uma ação positiva. Ex. Direito à saúde, trabalho, educação, etc. 
Direitos econômicos, sociais e culturais.
3ª geração – Direitos que extrapolam o indivíduo. – titularidade coletiva ou difusa. Direito à paz, autodeterminação dos povos, desenvolvimento, meio ambiente e qualidade de vida, conservação e utilização – patrimônio cultural – direito de comunicação. 
4ª Geração – conflitos jurídicos inéditos. Contra a manipulação genética, morrer com dignidade, mudança de sexo. 
5ª Geração – Direitos Virtuais. Proteção contra o uso massivo de comunicação eletrônica. 
Após a fixação dos direitos e princípios – Torna-se possível regular os crimes. 
Discussão aberta e participativa da sociedade 
e-democracia
diversos setores
Na fase de discussão
Conflitos de interesses entre os diversos agentes
- usuários
- provedores de acesso
- desenvolvedores de programas
- Empresas
- hospedeiros de conteúdo
- polícia e entidades ligadas à investigação criminal
- Estado
- Partidos Políticos
Primeira parte – artigos. 
Art. 2 - Fundamentos
Art. 3 - Princípios
Art. 4- Objetivos
Art. 5 - Definições de conceitos
Art. 6 - Regra de interpretação
Levar em conta os aspectos anteriores
Usos e costumes particulares
Importância para a promoção do desenvolvimento humano, econômico, social e cultural
Art. 7 Direitos E Garantias Dos Usuários
Neutralidade Da Rede
Assunto discutido ultimamente – assunto ignorado ultimamente. 
Sobre o que estamos falando?
- livres de monopólios;
- liberdade de iniciar um negócio e competição 
- liberdade de expressão online
- liberdade de visitar qualquer site, na velocidade mais rápida possível
Funcionamento da internet
Rede de redes. 
Criada para ser uma rede aberta e livre que permite uma conexão em rede (teia) com qualquer indivíduo ou computador nessa mesma rede. 
Nos últimos 25 anos a internet mudou a forma de fazer quase tudo. 
(acesso imediato à informação, compras, redes sociais, fontes de notícia independentes, músicas, programas de TV e filmes em streaming, banco, chamadas em vídeo e videoconferência. 
A internet evoluiu bastante porque a tecnologia por trás é neutra. 
O que é “neutra”?
Os cabos físicos, roteadores, servidores, switches e programas que rodam a internet tratam cada pedaço de informação de modo igual. 
Um filme em streaming do netflix divide o mesmo cabo de fibra ótica que as imagens do seu sobrinho. Não há eleição de favoritos.
Há países que controlam as informações online. É possível fazer buscas na internet de forma irrestrita e livre de censura, livre para escolher quais informações manter e quais descartar. E quais sites e serviços eleger. 
Ex. China – 
- bloqueio de acesso a uma longa lista de sites banidos. 
- alguns itens de pesquisa são “marcados” com bandeira vermelha. Se digitar no Google, o usuário é bloqueado por 90 segundos. 
- Os servidores de internet chineses devem remover conteúdo que inclua palavras-chave “problemáticas”. 
- o governo e as companhias privadas empregam mais de 100.000 pessoas para policiar a internet e detectar os dissidentes. 
- o governo também paga pessoas para postar conteúdos pró-governo nas redes sociais, blogs e forums. 
Por que??
Aspecto cultural – análise interna
Deriva do confucionismo e do legalismo (civil Law, com influências alemãs e soviéticas). 
Abordagem de “Direito” é diferente da nossa concepção ocidental. 
Democracia – governo do povo. 
Só que quem é dissidente não se enquadra no conceito de “povo”. 
Portanto, o direito chinês é voltado ao Partido Comunista da China. 
Existem de fato outros partidos políticos – que não necessariamente são de oposição - mas a eles é dada a possibilidade de participar do governo, não de disputá-lo. Conferência consultiva, quepermite a manifestação dos demais membros. 
Exercício do dissenso é realizdo sob a supervisão do PCC. 
Não há como entender o Direito e a organização chineses à luz dos paradigmas ocidentais. 
Confucionismo - 
Plano de 100 anos de governo destinado ao sucesso da China. 
Voltando à neutralidade.
Visão romântica – rede de computadores ligados em uma rede aberta e livre – conto de fadas. 
As “linhas rápidas” – demonizadas pela neutralidade da rede. 
Algumas companhias – Google, Facebook e Netflix – pagam para ter acesso privilegiado às bandas e conexões diferenciadas junto aos provedores, conforme conteúdo. 
Exemplo: 
COMCAST – maior provedor de internet dos EUA e a maior companhia de internet a cabo e é dona da NBC Universal – a maior companhia do mundo de mídia. 
Se pudesse se fundir com a Time Warner – a 2ª maior companhia de internet – levaria internet para 40% das casas americanas. 
Brasil:
	%
	1T13
	2T13
	3T13
	4T13
	1T14
	America Móvil 
(Claro, NET e Embratel)
	29,8%
	30,1%
	30,6%
	31,0%
	31,4%
	Oi
	29,5%
	29,0%
	28,5%
	27,7%
	27,2%
	Telefonica
	18,9%
	18,8%
	18,6%
	18,5%
	18,0%
	GVT
	11,2%
	11,4%
	12,0%
	12,3%
	12,4%
	Algar
	1,7%
	1,7%
	1,7%
	1,7%
	1,7%
	TIM
	0,3%
	0,3%
	0,3%
	0,4%
	0,5%
	Outras
	9,0%
	8,9%
	8,5%
	8,7%
	9,3%
	Total
	100,0%
	100,0%
	100,0%
	100,0%
	100,0%
Existe uma preocupação real e genuína de que os provedores de internet se tornem os “guardiões” da internet, escolhendo vencedores e perdedores com base no tamanho do pagamento. 
Preocupação não seria tanto em relação à velocidade da internet, mas a competição entre os provedores. 
Ex. Norma do Reino Unido – as empresas de Telecom alugariam a estrutura de fibra ótica a preço de custo aos competidores, para estimular a competição. 
Nos EUA – decisão de janeiro de 2014 permitiu “pedágios” em vias de alta velocidade na internet. A FCC (Federal Communication Commission – órgão governamental americano que regula as comunicações) – deixou claro que puniria as companhias de internet e telefone que não fornecessem acesso “neutro”. 
Jan/14 – Corte disse que a FCC não tem autoridade para discriminar websites ou criar vias rápidas ou lentas na internet. 
Se for autorizado dar tratamento diferenciado para clientes que pagam mais, pode ser criado uma diferenciação injusta, onde pequenos empreendedores ficariam com as conexões lentas e corporações ricas na velocidade da luz. 
Seria todo provedor busca a liderança do mercado, apenas para deixar seus acionistas felizes? Eles também querem agradar aos consumidores, não?
Serviços caros, baixa confiabilidade e alto grau de insatisfação com os serviços de internet nos EUA.
http://time.com/106016/comcast-time-warner-cable-lowest-satisfaction/
As empresas iniciaram queda de braço com o Netflix para assegurar a banda necessária à utilização do serviço e se recusavam a melhorar os equipamentos a menos que a netflix pagasse mais. 
1% das pessoas detém mais de 50% da riqueza mundial. 
Risco de ocorrer o mesmo com a banda da internet. 
Em 2004 – tráfico de dados na internet era distribuído igualmente por milhares de companhias. 
Em 2014 – quase metade do tráfego foi originado de 30 companhias – quase metade do fluxo de dados era do youtube ou netflix.
Haveria banda ainda para os 99%? Produtores de vídeo independentes, sites de mídia social iniciantes, blogs e podcasters?
A internet como é hoje é um fórum aberto para a liberdade de expressão. Sites que publicam pontos de vista populares e impopulares são tratados de modo igual, em termos de como seus dados são enviados dos servidores para as telas. 
A cobrança a mais por linhas de alta velocidade deixam a liberdade de expressão desigual. Quem tem mais dinheiro poderia difundir suas opiniões mais rapidamente e suavemente que seus oponentes. Aqueles sem tantos recursos –ativistas, artistas e políticos poderiam ser relegados para a linha devagar. 
Se você pudesse escolher entre assistir um vídeo em HD, sem interrupções, pagando mais, ou um que demora para carregar, de baixa qualidade? Qual você escolheria?
GUARDA DE REGISTROS DE CONEXÃO E DE ACESSO A APLICAÇÕES
Arts. 13 a 17 – 
Lei estabeleceu o dever legal de manter os dados de conexão à internet por 1 ano e de acesso às aplicações de internet por 6 meses. 
Pode haver ordem judicial para manutenção desses dados por tempo superior. 
Possibilitar a identificação dos usuários em casos de publicação de material ofensivo e outras práticas ilícitas. 
Registro de conexão – data e hora de início e término de uma conexão à internet – duração e endereço IP usado para o envio de informações. 
Registro de acesso às aplicações – feito por pessoas que exercem atividade econômica de forma organizada. Deve manter as informações de data e hora de uso de aplicação de internet a partir de um determinado IP. 
Objetivo – possibilitar o cruzamento das informações. 
Ex. Pessoa A fez o login no facebook (aplicação de internet) a partir do computador de sua casa, pela conexão de internet que contratou junto à empresa de telefonia (conexão). 
Se a pessoa A postou determinado conteúdo ilícito, é possível rastreá-la, para individualizar sua conduta e buscar sua responsabilidade, civil ou criminal. 
A disponibilização dessas informações deve ser requisitada por um juiz.

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