6 pág.

Pré-visualização | Página 1 de 8
MENSURAÇÃO FLORESTAL CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA O crescimento e a produção de um povoamento florestal dependem da idade, da capacidade produtiva, do grau de utilização do potencial produtivo do lugar e de tratamentos silviculturais. Qualidade do local ou capacidade produtiva: o potencial p/ produção de madeira (ou de outro produto) de determinado lugar, para determinada espécie ou clone. Pode ser expressa de modo empírico em alta, média e baixa, ou por meio de algum índice quantitativo, como o índice de local. Índice de local: altura dominante média do povoamento em uma idade específica (idade-índice). Os métodos de avaliar a capacidade produtiva podem ser definidos em três categorias: avaliação da qualidade do lugar pela vegetação indicadora; avaliação por fatores climáticos, edáficos, fisiográficos e bióticos; e avaliação por meio da relação altura dominante e idade (método direto). Para a maioria das espécies, áreas de grande capacida-de produtiva são também aquelas cujo crescimento em altura é elevado, pode-se inferir que existe correlação significativa entre a altura dos indivíduos dominantes do povoamento e a capacidade produtiva do lugar. Curvas de índices de local Constitui um método prático e consistente de avaliação da qualidade do local, pois todos os fatores ambientais são refletidos de modo interativo no crescimento em altura, a qual também está relacionada com o volume. Soma-se a isso a vantagem de a altura das árvores mais altas quase não ser afetada pela competição. Outra vantagem é o fato de a classificação ser feita por uma expressão numérica, em lugar de uma descrição qualitativa. Como desvantagem pode-se citar a não aplicação em áreas sem árvores as espécie a ser cultivada e, também, em áreas com espécies folhosas nativas, pelo desconhecimento da idade. Curvas de índice de local são construídas a partir de equações de índices de local e utilizadas p/ classificar, de modo quantitativo, a capacidade produtiva do lugar. Essas equações são derivadas de relações funcionais envolvendo a variável dependente altura dominante média (Hd) e a variável independente idade (I). Vários modelos podem ser usados, sendo comuns os exponen- ciais e os sigmoidais. Cada curva representa um índice de local, o qual corresponde à altura média das árvores dominantes numa idade de referência (idade-índice: Ii). A idade de referencia (Ii) é escolhida arbitrariamente, mas, em geral, deve ser próxima da idade técnica de colheita. Os dados utilizados para ajuste do modelo de crescimento em altura dominante devem abranger idades que vão desde uma idade jovem, após o estabelecimento do povoamento (cerca de 2 anos de idade p/ eucalipto), até uma idade próxima daquela em que ocorre o máximo incremento médio anual em volume. Isso garante consistência entre a curva guia estimada e a verdadeira tendência de crescimento em altura dominante ao longo do ciclo de corte. > índices de local estão relacionados a uma produção >. Curvas de índice de local podem ser construídas utilizando dados de alturas dominantes e idades obtidos a partir de parcelas temporárias; alturas dominantes e idades, oriundos de uma rede de parcelas permanentes; alturas dominantes e idades a partir de análise completa do tronco. CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA Quando possível, a primeira alternativa deve ser evitada já q resulta em classificação eficiente somente com a aceitação da hipótese de que todos os índices de local estejam representados em todas as classes de idade da população. Se essa hipótese ou pressuposição não for verdade, a classificação pode ser tendenciosa. Uma alternativa eficiente consiste no uso de parcelas permanentes, em geral oriundas de uma rede de parcelas de inventários florestais contínuos, onde árvores dominantes são marcadas e remedidas por alguns anos. É importante garantir que todas as classes de produtividade estejam representadas na amostra de parcelas permanentes, o que, não necessariamente, implica o emprego de todas as parcelas permanentes. Dados oriundos de análise de tronco também são eficientes e se equiparam aos dados de parcelas permanentes, podendo ser coletados num tempo mais curto. No entanto, nem sempre é possível identificar com precisão os anéis de crescimento em espécies folhosas, ficando a técnica restrita a espécies de coníferas e algumas folhosas. Árvores medidas para avaliação da qualidade de local devem ser livres de supressão (efeito de dominância) e danos; são aquelas cuja copa se situa no dossel superior, recebendo luz direta. São sadias, livres de doença, com copa e fuste bem definidos, sem bifurcação e tortuosidade, com DAP e alturas dominantes maiores que os das árvores circunvizinhas. É importante, ao classificar a capacidade produtiva de locais, seguir um mesmo critério para construção e aplicação das curvas. Tipos de curvas de índice de local A representação da capacidade produtiva por meio de índices de local pode ser feita por um feixe de curvas ou tabela, que são organizados a partir de uma equação de regressão. Dependendo do método de análise utilizado e da procedência dos dados, as curvas de índices de local geradas podem ser dos tipos anamórficas ou polimórficas. Curvas anamórficas são aquelas em que a tendência do crescimento em altura é a mesma para todos os locais, ou seja, a distância entre as curvas é a mesma. Inflexão comum e constante, variando o ponto de interseção; ponto de inflexão ocorre na mesma idade em todos os locais. As curvas polimórficas não apresentam uma mesma tendência de incremento em altura para todos os locais. Método da curva-guia Selecionar-se um modelo de regressão envolvendo as variáveis altura dominante (Hd) e idade (I). Como exemplo, forma linearizada do modelo de Schumacher, cujas variáveis foram definidas: + += I HdLn 1 )( 10 A equação resultante representa a curva de índices de local médio, denominada curva-guia, que mostra a estimativa de crescimento médio ao longo do tempo. A partir da equação da curva-guia, uma equação de índices de local é obtida ao observar a condição de que, quando a idade (I) do povoamento for igual à idade- índice (Ii), a altura dominante é igual ao índice de local. Hd = S ↔ I = Ii, então: + += iI SLn 1 )( 10 CLASSIFICAÇÃO DA CAPACIDADE PRODUTIVA Essa expressão é utilizada para construir as curvas, ou tabela, de índices de local. Atribuindo-se valores para S compatíveis com a variação da altura dominante na idade-índice e variando a idade (I), são geradas as curvas de índices de local. Sendo o objetivo definir o índice de local para qualquer altura dominante e idade, e para evitar interpolação na tabela ou gráfico de índices de local, utiliza-se: − −= iII HdLnSLn 11 )()( 1 Ao utilizar uma rede de parcelas permanentes para obter o índice de local e mapear classes de produtividade de talhões, é recomendável usar as médias dos índices de local determinados nas duas ou três últimas medições das parcelas, a fim de garantir mais consistência aos resultados. Tabelas de limites de alturas dominantes: consiste no emprego de uma tabela contendo os limites de alturas dominantes para cada índice de local ou classe de capacidade produtiva. Uma classe de capacidade produtiva engloba dois ou mais índices de local, sendo usada algumas vezes para propósito de estratificação. Para acessar a classe ou índice de local é necessário conhecer a altura dominante média do lugar, além da idade atual do povoamento. Classificação utilizando índices de local definidos preliminarmente Por este método, além da idade