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Aula 7 (aula 2 do plano de aula)

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Partes/Responsabilidade Patrimonial/Fraude à execução e Fraude contra credores.
Partes
Legitimidade ativa – artigo 778 do CPC.
O rol de legitimados para propor uma ação executiva.
Art. 778. Pode promover a execução forçada o credor a quem a lei confere título executivo.
§ 1o Podem promover a execução forçada ou nela prosseguir, em sucessão ao exequente originário:
I - o Ministério Público, nos casos previstos em lei;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do credor, sempre que, por morte deste, lhes for transmitido o direito resultante do título executivo;
III - o cessionário, quando o direito resultante do título executivo lhe for transferido por ato entre vivos;
IV - o sub-rogado, nos casos de sub-rogação legal ou convencional.
O artigo 778, caput, versa sobre a legitimidade ordinária, que visa defender o direito próprio.
Já o artigo 778, §1, versa sobre a legitimidade extraordinária, que visa defender direito alheio.
OBS1: A redação do 778, caput, necessita de ajuste pois onde se lê “credor” deve-se ler “quem se afirma credor”.
OBS2: Caso em que o nome do credor não costa do título. Capítulo de sentença tem estreita ligação com o que foi pedido pelo autor.
Continuação dia 14/09/2018
Ministério Público
Artigo 778, §1º, I, tem legitimidade extraordinária, em regra, para também propor demandas executivas.
OBS.: Em situações excepcionais o Ministério Público pode ter legitimidade ordinária. Quando o Ministério Público defende os próprios interesses, como contra o próprio Estado, buscando reaver diferenças salariais. Nestes casos tem legitimidade ordinária.
Legitimidade passiva*
Art. 779. A execução pode ser promovida contra:
I - o devedor, reconhecido como tal no título executivo;
II - o espólio, os herdeiros ou os sucessores do devedor;
III - o novo devedor que assumiu, com o consentimento do credor, a obrigação resultante do título executivo;
IV - o fiador do débito constante em título extrajudicial;
V - o responsável titular do bem vinculado por garantia real ao pagamento do débito;
VI - o responsável tributário, assim definido em lei.
Litisconsórcio na execução
Na execução pode-se ter o litisconsórcio ativo, passivo e misto. Quando se tem o litisconsórcio ativo tem-se mais de um exequente, e litisconsórcio passivo tem-se mais de um executado, já o misto há pluralidade de exequentes e executados.
OBS.: Distinções
Processo Civil IV – 31/08/2018 – Aula 7 (Aula 2 do plano de aula).
Gustavo Bastos.
Litisconsórcio unitário
A decisão judicial deve ser igual para todos.
Litisconsórcio necessário
Quando há obrigatoriedade de que o polo processual seja ocupado por mais de um sujeito.
Litisconsórcio simples
A decisão judicial pode ser diferente para cada um dos litisconsortes.
Litisconsórcio facultativo
Quando a sua formação fica a critério dos litigantes.
Cumulação de demandas no litisconsórcio
A formação do litisconsórcio seja ele ativo, passivo ou misto, implica cumulação de demandas, razão pela qual se faz necessário avaliar os requisitos já estudados do artigo 780 do CPC.
Art. 780. O exequente pode cumular várias execuções, ainda que fundadas em títulos diferentes, quando o executado for o mesmo e desde que para todas elas seja competente o mesmo juízo e idêntico o procedimento.
Litisconsórcio eventual na execução
Litisconsórcio eventual é aquele que se forma no pólo passivo da demanda em razão de formulação, pelo autor, de mais de um pedido, em ordem subsidiária, afim de que o segundo seja acolhido em não o sendo o primeiro (artigo 326 do CPC).
Art. 326. É lícito formular mais de um pedido em ordem subsidiária, a fim de que o juiz conheça do posterior, quando não acolher o anterior.
Parágrafo único. É lícito formular mais de um pedido, alternativamente, para que o juiz acolha um deles.
Exemplo: Ao promover uma execução contra uma empresa, pois sabe-se que a empresa está se esvaziando por práticas fraudulentas desta, nesta ação pode-se promover a execução contra a PJ e os Sócios.
Responsabilidade patrimonial
Artigos 789 a 796 do CPC.
A responsabilidade patrimonial é o estado de sujeição do patrimônio do devedor ou de terceiros responsáveis (artigo 790/CPC), às providências executivas voltadas a satisfação da prestação devida. Aqui, temos duas situações jurídicas distintas: a dívida e a responsabilidade.
Temos assim, a responsabilidade primária, que é aquela que recai sobre os bens do devedor obrigado, como previsto nas hipóteses dos artigos 789 e do artigo 790, I, III, V, VI e VII do CPC. E a responsabilidade secundária, que incide sobre bens de terceiros não obrigados, encontra-se disciplinada no artigo 790, II e IV do CPC.
Bens do devedor em poder de terceiro
Detentor: É a pessoa que cuida da coisa para o proprietário, sem ter poder algum sobre a coisa. Não prejudica a expropriação do bem, por não ter direitos sobre a coisa.
Locatário: Lei 8.245/91, lei que regula a locação. Para a proteção do locatário o controle de locação deve ser registrado no RGI.
Artigos 8º, 27º e 33º da lei 8.245/91.
Bens do cônjuge ou do companheiro
Na forma do artigo 790, IV, do CPC, este dispositivo deve ser estudado sob dois aspectos:
Os bens referentes a meação do cônjuge;
Os bens próprios (particulares).
A meação (quota parte) responde numa meação?
Artigo 1.643 e 1.644 do CPC. Nem sempre responderá com a meação. A não ser que seja para a economia familiar.
Mesmo sendo particular, se a dívida fora contraída por ambos para administração familiar e haja autorização.
Responsabilidade patrimonial do fiador
Artigo 794/CPC.
O caput fala do benefício de ordem, diz que antes do fiador ter seus bens afetados, pode pedir para tentar atingir os bens do real devedor.
Art. 794. O fiador, quando executado, tem o direito de exigir que primeiro sejam executados os bens do devedor situados na mesma comarca, livres e desembargados, indicando-os pormenorizadamente à penhora.
OBSI.: Artigo 794, caput, parte final, o fiador precisa indicar de forma detalhada bens do real devedor.
OBSII.: Artigo 827, caput, o benefício de ordem deve ser suscitado na primeira oportunidade que tiver para falar no processo, sob pena de preclusão.
OBSIII.: Artigo 794, §2º, o fiador que paga a dívida, tem direito de ação de regressão no próprio processo, sem precisar de processo autônomo.
Fraude contra credores e fraude contra execução
Está intimamente ligada a responsabilidade patrimonial.
Fraude contra credores
É disciplinada pelo código civil, precisamente nos artigos 158 a 165. É a diminuição maliciosa, a título oneroso ou gratuito, do patrimônio do devedor em prejuízo aos seus credores. O credor ainda não ingressou em juízo, pois a obrigação pode ainda não ser exequível. É preciso preenchimento de 2 pressupostos:
Objetivo: É a redução patrimonial que conduz a insolvência (eventus damni).
Subjetivo: É a vontade do devedor de causar dano ao credor (consilium fraudis). 
Ao credor lesado assegura-se à ação pauliana para anular o ato de alienação do bem, objetivando o retorno do bem alienado ao patrimônio do devedor para que responda à obrigação.
Fraude à execução
Prevista no artigo 792 do CPC, é considerada mais grave do que a fraude contra credores, vez que cometida no curso do processo judicial executivo ou apto a ensejar futura execução, frustrando os seus resultados.
O CPC considera a alienação do bem para terceiro ineficaz (artigo 792, §2º, do CPC), sem necessidade de ação própria para neutralizar a eficácia do ato fraudulento. Aqui, temos também 2 requisitos:
Objetivo: Existência de demanda em curso e prejuízo causado ao credor pelo ato de alienação;
Subjetivo: Comprovação de má-fé do devedor e do terceiro adquirente, sendo que para este último basta a sua efetiva ciência da ação em trâmite.
A fraude contra credores pode ocorrer no momento seguinte ao que a dívida foi contraída, havendo a necessidade de se demonstrar os requisitos objetivos (insolvência) e subjetivos (conluio entre vendedor
e comprador do bem), além de se promover um processo de conhecimento pelo rito comum objetivando a anulação do negócio Jurídico.
Já a fraude à execução, por sua vez, ocorre quando já iniciado o processo, por isso, é considerada mais grave. Haverá necessidade de se demonstrar o prejuízo causado ao credor pelo ato de alienação, bem como a má-fé do devedor e do terceiro adquirente. Nestes casos, a alienação será considerada ineficaz.

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