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MEDICINA Habilidades Médicas I Prof. Dr. Décio Iandoli Júnior Método Grego methodos: met' = meta hodos = caminho "caminho para chegar a um fim" Processo lógico, organizado, sistema de pesquisa, instrução, investigação, atitude intelectual conducente à realização do trabalho. Método O método é uma ferramenta, um meio, um caminho para se chegar a um objetivo Método Científico: O objetivo é o Conhecimento René Descartes (O Discurso do Método – 1637) Método Cartesiano (4 passos) Receber escrupulosamente as informações, examinando sua racionalidade e sua justificação. Verificar a verdade, a boa procedência daquilo que se investiga – aceitar apenas o que seja indubitável. Análise, ou divisão do assunto em tantas partes quanto possível e necessário. Síntese, ou elaboração progressiva de conclusões abrangentes e ordenadas a partir de objetos mais simples e fáceis até os mais complexos e difíceis. Enumerar e revisar minuciosamente as conclusões, garantindo que nada seja omitido e que a coerência geral exista. Epidemiologia Grego clássico: epi (sobre) demos (povo) logos (conhecimento) “Conhecimento sobre o povo” Epidemia de peste Florença – Sec. XIV Epidemiologia É o estudo da distribuição, determinantes e frequência de problemas de saúde em população especifica, e da eficiência e da efetividade das intervenções necessárias à minimização ou controle destes mesmos problemas de saúde. Método Epidemiológico É o Método Científico aplicado à epidemiologia Epidemia de cólera Paris - 1832 Objetivos do Método Epidemiológico Medir a frequência dos eventos em estudo Descrever o lugar, tempo e pessoas envolvidas com as doenças em estudo Objetivos do Método Epidemiológico Determinar associações e possíveis causas Objetivos do Método Epidemiológico Identificar e dimensionar riscos Determinar a “história natural da doença” Objetivos do Método Epidemiológico Avaliação de eficácia e efetividade de medidas Apoiar a tomada de decisão racional (políticas de saúde pública) Clínica Do Grego: Klinikós Que se faz junto do leito do doente. Que envolve a observação direta do paciente ou está nela fundado. Referente ao diagnóstico e tratamento de pessoas enfermas (exame clínico, cuidados clínicos) Método Clínico Uma série de procedimentos de diagnóstico e tratamento de pessoas com problemas de saúde. Não é um método de pesquisa nem pretende descobrir leis Desenvolve-se sobre um único indivíduo ao longo de duas fases: Entrevista Exame físico Método Clínico X Método Epidemiológico Entrevista Processo social para a interação entre duas ou mais pessoas e é uma técnica de trabalho para alguns profissionais como o repórter, o assistente social, o psicólogo e o médico. No caso do médico a entrevista se dá entre o ele e o paciente (ou acompanhante) por iniciativa deste último, frente a um problema de saúde aná = trazer de volta mnese = memória Entrevista Apesar de a iniciativa ser do paciente, a condução depende do médico, treinado para promover uma relação conjuntiva com o paciente e seus familiares para dela extrair as informações necessárias para ajudar a pessoa enferma. A entrevista busca identificar a história natural da doença História Natural da Doença Conjunto de processos interativos compreendendo as inter-relações do agente patogênico, do suscetível e do meio ambiente que afetam o processo global e seu desenvolvimento, desde as primeiras forças que criam o estímulo patológico no meio ambiente, ou em qualquer outro lugar, passando pela resposta do homem ao estímulo, até as alterações que levam a um defeito, invalidez, recuperação ou morte. História Natural da Doença Como toda história tem um começo, um meio e um fim, segundo uma cronologia e dentro de um contexto Era uma vez... A muito tempo atrás... Num reino muito distante... Uma princesa muito bonita... A tarefa do médico na entrevista é conhecer a história até o ponto em que se encontra para tentar reconhecer a história natural do processo em curso (diagnóstico) e interferir de maneira positiva para um melhor desfecho possível estabelecendo o plano terapêutico mais adequado Fatores que interferem na entrevista Objetos físicos Objetos culturais Objetos sociais Objetos Físicos Ambiente adequado Ruído, luminosidade, etc. Instrumental Mobiliário e equipamentos Objetos Culturais Com relação ao médico Valores éticos Linguagem adequada ○ Respeitosa ○ Compreensível (mediquês) Mediquês “O estudo da metalinguagem, enquanto forma de articulação referente, implica em meticulosa avaliação da filosofia léxico- implícita. Isto não pode ser feito sem uma decodificação dos termos retóricos e simbióticos do objeto referencial ou do sistema analisado.” Manual do Cara de Pau – Carlos Queiroz Telles Objetos Culturais (com relação ao médico) Apresentação adequada (aparência) ○ Adequação ao papel social Qual dos dois você escolheria para retirar seu apêndice? Objetos Culturais Com relação ao paciente Conhecer os componentes culturais (Diagnóstico ampliado) ○ Nível educacional ○ Aspectos espirituais ○ Padrões alimentares ○ Linguagem “Dotô, eu ando com o semblante franzinho, uma gastura no stam, não tenho ido aos pé dereito, será que é pobrema no apênis o no figo?” Objetos Sociais Empatia Compreender emocionalmente o outro Ver o mundo pelos olhos do outro mantendo seu “Eu” Diferente de simpatia e de identificação Evitar a indução Atenção Linguagem verbal ou digital Linguagem não verbal-analógica Técnicas de entrevista Perguntas Abertas (iniciais) ○ O que o senhor está sentindo? ○ Em que eu posso ajudar? Diretas ○ Há quanto tempo esta sentindo isso? ○ Onde é a dor? Técnicas da entrevista Silêncio Há hora para falar e hora de calar Silêncio como forma de comunicação (durante o choro por exemplo) Técnicas da entrevista Facilitação Acenar com a cabeça demonstrando atenção e aprovação Palavras como: “continue”; “fale mais sobre isso” Confronto Usar com cuidado, pois pode parecer grosseria ou desrespeito Exemplo: ○ (paciente) - Eu sou um lixo ○ (médico) - Não, você não é um lixo Técnicas de entrevista Apoio Expressões como: “Eu compreendo”, “entendo” Reafirmação Fazer o doente perceber que você entendeu o que ele está dizendo Reforça o diálogo e a relação médico-paciente Se for na forma de interrogação pode parecer confronto ou desconfirmação: ○ Você sente dor? ○ Haaa! Você sente dor? Dados da boa anamnese 70 a 90% dos diagnósticos são feitos apenas com a história Nenhum exame de alta tecnologia tem um índice de acerto tão alto Os médicos interrompem a descrição inicial dos sintomas em mais de 75% dos casos (em média, a interrupção se dá após 16 segundos) O médico e o paciente discordam quanto à queixa principal entre 25 a 50% dos casos Dados da boa anamnese A obtenção de uma boa história é um processo colaborativo O paciente traz os fatos da sua vida e da doença O médico traz o conhecimento e a compreensão para ordenar a história A história tem que fazer sentido para o médico e para o paciente Todo Paciente Tem uma História Para Contar – Dra. Lisa Sanders Segunda fase do Método Clínico Etapas do Exame Físico Inspeção Palpação Percussão Ausculta Uso de instrumentos e aparelhos simplesEstetoscópio Esfingmomanômetro Otoscópio Oftalmoscópio Termômetro Outros... Aspectos Psicológicos do EF O exame físico e seu significado para o paciente será tão mais favorável quanto mais saudável for o vínculo estabelecido na anamnese Exame Físico Valorizar os aspectos técnicos e objetivos do exame, mas também os aspectos intuitivos e subjetivos com bom senso e responsabilidade, apoiado num sólido conhecimento científico. Prof. Celmo Celeno Porto Obrigado
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