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LIMPEZA E DESINFECÇÃO NA AVICULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – UFRR CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA CURSO DE ZOOTECNIA GERSON DA SILVA SAMPAIO LUIZ RODRIGUES BARROS NETO TAMIRES DALL’ ARMELINA RAMOS BOA VISTA/RR 2014 1 INTRODUÇÃO • A desinfecção é o conjunto de operações que visam a descontaminação do ambiente; • Pode ser entendida como o ato de destruir os agentes infecciosos situados fora do organismo animal; • Com aplicação de desinfetantes os quais são agentes químicos ou físicos capazes de exercer mudanças desfavoráveis no ambiente, dificultando a sobrevivência e a multiplicação de microorganismos. 2 • A desinfecção é uma prática que deve ser feita simultaneamente com a limpeza; • Este conjunto de ações melhora a ação dos desinfetantes; • Para que o desinfetante tenha uma boa atuação, o local deve ser previamente limpo; • Utilizando água e sabão, removendo toda a matéria orgânica e grande parte dos microorganismos. 3 • Nas granjas avícolas, considera-se que todo o ambiente externo da instalação é altamente contaminado; • Portanto tudo o que for introduzido nos seus domínios deve ser submetido a um processo de desinfecção; • A realização das pertinentes operações de limpeza e desinfecção nas instalações avícolas e seus anexos é fundamental para prevenir os problemas sanitários e melhorar a qualidade do produto; • A limpeza consiste na eliminação da sujeira para boa atuação do desinfetante. 4 • Para uma boa ação dos desinfetantes, deve-se remover toda a matéria orgânica do chão; • Uma boa operação de limpeza efetuada corretamente pode eliminar de 70 a 90% dos agentes infecciosos do ambiente; • As instalações e os equipamentos devem ser bem limpos e desinfetados, todas as vezes que for substituir o lote. 5 Roteiro de limpeza e desinfecção 6 • 1º Deve-se desmontar todos os equipamentos 7 • 2º Remover toda a cama velha, colocando-a em caminhão lonado, tendo-se o cuidado de umidificá-la antes, para evitar a poeira. 8 • 3º Esvaziar, limpar, lavar e desinfetar os depósitos de ração 9 • 4º Varrer toda a instalação para remover o máximo de sujeira do piso, das paredes das telas, dos tetos, cortinas e dos passeios. 10 • 5º Usar lança chamas no piso e nas laterais do galpão para eliminar ovos de parasitas. 11 • 6º Lavar, com água sob pressão, todo o galpão e os equipamentos; 12 • 7º Desinfetar, depois lavar e secar toda a instalação com produto adequado (iodo 2% ou solução creolina com formol 5%) 13 • 8º Fazer caiação completa do galpão para ajudar a desinfecção; 14 • 9º Desinfetar os arredores do galpão e efetuar a capina e limpeza de pelo menos dois metros das muretas 15 • 10º Distribuir a cama nova; 16 • 11º Montar os equipamentos já lavados e desinfetados, e proceder um vazio de pelo menos 14 dias 17 Principais técnicas de desinfecção As principais técnicas de desinfecção utilizadas são: pedilúvio, rodolúvio, imersão, pulverização, aspersão e fumigação. 18 Pedilúvio • Utilizado para desinfecção de calçados, colocado a porta das instalações. É muito importante no caso de visitas, evitando muitas vezes que as pessoas possam introduzir microrganismos na propriedade; • Deve ser instalado sempre na entrada da instalação. 19 Rodolúvio • Utilizado na entrada da granja para desinfetar pneus de veículos com acesso a propriedade, evitando a veiculação de agente de uma propriedade para outra. 20 Fumigação • Ocorre por meio de gás, geralmente através da queima de pastilhas de pó de diversas composições, como por exemplo, o formol e o permanganato de potássio. 21 Tipos de desinfecção Preventiva; Ocorrência; Final. 22 Desinfecção Profilática ou Preventiva • É realizada periodicamente nas instalações, a fim de evitar problemas sanitários; • Tem por finalidade prevenir as doenças; • Removendo primeiramente toda a matéria orgânica do chão. 23 Desinfecção de Ocorrência • Realizada quando surgem doenças intercontagiosas; • Feita após o isolamento das aves doentes; • Dura até a eliminação do agente etiológico. 24 Desinfecção Final • É realizada após a eliminação da infecção e do período de quarentena; • São introduzidas aves “cobaias” para verificar se a infecção foi eliminada. 25 DESINFETANTES QUÍMICOS A desinfecção química é feita para eliminar ou reduzir quantitativamente os microorganismos indesejáveis, provenientes das espécies animais ou do próprio homem. 26 Tipos de desinfetantes químicos 27 Características principais • Não existe um desinfetante ideal, a escolha se dá em função de vários fatores; • O desinfetante mais indicado possui as seguintes características: o Baixo custo; o Bom poder de destruição de microorganismos; oNão ser corrosivo nem poluente; o Estabilidade em matéria orgânica; o Fácil aplicação; o Ser atóxico ao homem e aos animais; o Não conferir odor e sabor ao alimento; o Possuir poder de penetração e rapidez de ação. 28 FATORES QUE AFETAM A EFICÁCIA Tipo de agente a ser atingido, a espécie, a estrutura, o estado funcional e a quantidade ou dose infectante do microorganismo presente no ambiente irá influenciar na eficácia do produto. 29 • Dose infectante do agente infeccioso: a dose infectante adquire importância na medida em que, através de processos de limpeza e remoção prévios, se reduzem, quantitativamente, os agentes presentes no ambiente. 30 • Concentração ou diluição do produto: a eficácia do desinfetante vai depender de sua aplicação em doses corretas, que são as recomendadas pelo fabricante. 31 • Tempo de atuação Cuidados especiais devem ser observados com relação às superfícies verticais onde dificilmente consegue-se manter o desinfetante por mais de alguns segundos. 32 • Temperatura O aumento da temperatura acelera a desinfecção e a baixa quando a temperatura diminui. 33 • Material a ser desinfetado Uma superfície porosa dificulta a atuação do desinfetante. 34 • Matéria orgânica: A matéria orgânica interfere nos processos de desinfecção. Recomenda-se uma limpeza prévia do ambiente antes da aplicação do desinfetante. 35 DESINFETANTES FÍSICOS • São utilizados para esterilização, a sua combinação com os desinfetantes químicos potencializa a desinfecção; • A radiação interfere negativamente no metabolismo dos microorganismos, dificultando assim o seu ciclo; • A luz solar tem alta capacidade desinfetante sobre os equipamentos que são retirados do galpão, inativando vírus e bactérias presentes neles; • O fogo é um desinfetante físico eficaz que destrói todo tipo de agente infeccioso do ambiente. 36 CUIDADOS ADICIONAIS À DESINFECÇÃO • Deve-se adotar um programa de biosseguridade que tenha por objetivo manter o ambiente livre de microorganismos ou com níveis mínimos de contaminação; • Reduzindo o risco de surto de doenças. 37 CUIDADOS ADICIONAIS À DESINFECÇÃO DO AVIÁRIO • Combater sistematicamente insetos e roedores; • Evitar a presença de aves silvestres na área do aviário; • Evitar a superpopulação; • Eliminar adequadamente aves mortas; 38 • Utilização de trajes adequados pela equipe; • Controlar visitas napropriedade; • Utilização de água potável; • Remover sobras de ração; • Após a desinfecção adotar um período de vazio de pelo menos 15 dias. 39 DESINFECÇÃO NO INCUBATÓRIO • O incubatório é o ambiente comum a toda a produção de ovos da granja e uma fonte potencial de infecção para as aves; • Controlar o estado sanitário de uma central de incubação, significa conhecer e manter sob controle os tipos e a quantidade de microrganismos indesejáveis presentes neste ambiente; • Por isso a necessidade da implantação de rígidas medidas de controle sanitário do incubatório, envolvendo o maior número de aspectos possíveis para biossegurança e um efetivo programa de monitoramento da eficácia das medidas adotadas e da qualidade do produto final. 40 DESINFECÇÃO NO INCUBATÓRIO • A superfície dos ovos é recoberta por microorganismos imediatamente após sua passagem pela cloaca; • Por este motivo alguns pontos importantes devem ser observados na desinfecção dos ovos e do incubatório. 41 Os seguintes pontos devem ser observados: • Realizar a desinfecção dos ovos em até duas horas após cada colheita; • Efetuar a pré-fumigação no recebimento dos ovos no incubatório; • Fumigar as incubadoras após a transferência dos ovos; • Fumigar a máquina nascedoura com uma concentração maior; • Observar a limpeza do ambiente. 42 Matéria Prima: Ovos • Nos incubatórios a contaminação dos ovos é uma importante causa de mortalidade de pintinhos por onfalite, geralmente da contaminação da casca do ovo. • Existe a necessidade da classificação e sanitização dos ovos incubáveis para impedir que as bactérias presentes na casca adentrem o ovo e iniciem sua colonização. 43 Ambiente e fluxo • O ambiente de incubatório, devido à temperatura e umidade, é ideal para a sobrevivência de microorganismos que adentram as instalações através de: ovos contaminados, resíduos e através de materiais; • O planejamento do fluxo de trânsito do processo deve prover que não haja cruzamento de material de incubatório com nascimento, nem de pessoas; • O ideal é o sentido único de passagem, não permitindo contra-fluxo, nem cruzamentos. 44 Maquinário e equipamentos • O maquinário e os equipamentos apresentam condições favoráveis à multiplicação microbiana nas suas paredes e componentes durante sua utilização; • Medidas apropriadas de limpeza e desinfecção devem ser adotadas para que seja retirado o máximo possível do material; • Deve-se buscar sempre maquinário e equipamentos com o designer que permita o mínimo de acúmulo de sujidades e máximo acesso para limpeza. 45 Resíduos • A produção de resíduos em um incubatório é considerável e crítica, pois se trata de material extremamente perecível, excelente substrato para microrganismos e potencialmente contaminado, podendo ser um foco de desafio dentro do incubatório. Daí a necessidade da retirada dos resíduos o mais rápido possível. 46 Embalagem • O armazenamento incorreto ou material muito velho pode contaminar o material de embalagem dos pintos e se tornar uma fonte de infecção para os animais. Transporte • De pouco adiantará todo esforço da produção de pintos saudáveis se houver um alto desafio no transporte que possa levar a contaminação; • O tipo de transporte de ovos também pode ser fontes de contaminação; • Todos os cuidados de limpeza e desinfecção preconizados devem ser adotados para os caminhões, sendo indicado inclusive sua avaliação periódica. 47 Equipe de trabalhadores • O bom desempenho da equipe é que resultará nos índices de qualidade e produtividade do incubatório. • O gerente e equipe devem ser selecionados para terem habilidades e atitudes condizentes as funções específicas de incubatório, onde o trabalho em ambiente fechado e de rotina industrial exige perfil de pessoas diferenciado do pessoal de campo. 48 • Estado sanitário de um incubatório depende não somente das medidas sanitárias adotadas dentro do incubatório, mas do manejo de ovos até sua recepção no incubatório, além de perfeitas práticas de desinfecção das instalações e higiene dos funcionários que trabalham no incubatório; • Somente com biosseguridade, a avicultura brasileira terá chance de crescer; • O incubatório é uma indústria que transforma ovos em pintos, ao menor custo e para isso deve ter o máximo de segurança e controle sanitário. 49 CONSIDERAÇÕES FINAIS • A limpeza e a desinfecção na avicultura é de grande importância para que se possa reduzir os riscos de surtos de doenças que consequentemente irão causar um prejuízo ao produtor; • Os métodos de desinfecção devem ser seguidos de acordo com as recomendações dos fabricantes de desinfetantes e equipamentos para se obter melhores resultados; • Más condições higiênicas interferem na produtividade das aves, bem como no surgimento de doenças; • A biosseguridade de um incubatório é fundamental para o desempenho zootécnico dos pintinhos; • Cabe a nós zootecnistas elaborar planos com a finalidade de minimizar estes efeitos indesejáveis aos animais e ao produtor. 50 REFERÊNCIAS • MALAVAZZI, G. Avicultura: manual prático. São Paulo: Nobel, 1977. 79- 83 p. • SANTOS, B. M.; PINTO, A. S. Terapêutica e desinfecção em avicultura. Viçosa: Editora UFV, 2008. 68-84 p. • Avifran. Técnicas de criação. Disponível em: <http://www.avifran.com.br/tecnicas-criacao.php>. Acesso em: 21 novembro 2014. 51 LIMPEZA E DESINFECÇÃO NA AVICULTURA UNIVERSIDADE FEDERAL DE RORAIMA – UFRR CENTRO DE CIÊNCIAS AGRÁRIAS – CCA CURSO DE ZOOTECNIA GERSON DA SILVA SAMPAIO LUIZ RODRIGUES BARROS NETO TAMIRES DALL’ ARMELINA RAMOS BOA VISTA/RR 2014 52
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