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FADI - Pessoa Jurídica - Parte I

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Pessoa Jurídica
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Pessoa Jurídica
“Ente moral a quem o ordenamento reconhece personalidade” .
Semelhanças com a pessoa natural: a) tem personalidade jurídica; b) tem seus direitos de personalidade protegidos por lei (art. 52 CCivil: Aplica-se às pessoas jurídicas, no que couber, a proteção dos direitos da personalidade); 
Diferenças com a pessoa natural: a) o nome pode gozar do direito de exclusividade; b) o procedimento de criação e extinção é diferente; c) a regra é a representação (“presentação” para alguns); d) uma vez criada regularmente não se sujeita a problemas de incapacidade de fato/exercício.
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Pessoa Jurídica
Art. 40. As pessoas jurídicas são de direito público, interno ou externo, e de direito privado.
Art. 41. São pessoas jurídicas de direito público interno:
I - a União;
II - os Estados, o Distrito Federal e os Territórios;
III - os Municípios;
IV - as autarquias, inclusive as associações públicas; (Redação dada pela Lei nº 11.107, de 2005)
V - as demais entidades de caráter público criadas por lei.
Parágrafo único. Salvo disposição em contrário, as pessoas jurídicas de direito público, a que se tenha dado estrutura de direito privado, regem-se, no que couber, quanto ao seu funcionamento, pelas normas deste Código.
Art. 42. São pessoas jurídicas de direito público externo os Estados estrangeiros e todas as pessoas que forem regidas pelo direito internacional público.
Art. 43. As pessoas jurídicas de direito público interno são civilmente responsáveis por atos dos seus agentes que nessa qualidade causem danos a terceiros, ressalvado direito regressivo contra os causadores do dano, se houver, por parte destes, culpa ou dolo.
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Pessoa Jurídica
Pessoas jurídicas de Direito Público são estudadas com profundidade em Direito Constitucional e Direito Administrativo.
São entidades com regimes jurídicos diferenciados daquelas de Direito Privado.
Podem ser Externas ou Internas.
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Art. 44. São pessoas jurídicas de direito privado:
I - as associações;
II - as sociedades;
III - as fundações.
IV - as organizações religiosas; (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
V - os partidos políticos. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
VI - as empresas individuais de responsabilidade limitada. (Incluído pela Lei nº 12.441, de 2011) (Vigência)
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§ 1o São livres a criação, a organização, a estruturação interna e o funcionamento das organizações religiosas, sendo vedado ao poder público negar-lhes reconhecimento ou registro dos atos constitutivos e necessários ao seu funcionamento. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 2o As disposições concernentes às associações aplicam-se subsidiariamente às sociedades que são objeto do Livro II da Parte Especial deste Código. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003)
§ 3o Os partidos políticos serão organizados e funcionarão conforme o disposto em lei específica. (Incluído pela Lei nº 10.825, de 22.12.2003) (ver LEI Nº 9.096, DE 19 DE SETEMBRO DE 1995) – registro civil e no Tribunal Superior Eleitoral; autonomia para definir estrutura interna e funcionamento. Registro feito no Registro Civil de Pessoas Jurídicas do Distrito Federal. 
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Organizações religiosas – são livres para decidir como será sua estruturação, organização, funcionamento.
Empresas Individuais de Responsabilidade Limitada (EIRELI) - LEI Nº 12.441, DE 11 DE JULHO DE 2011 
constituída por uma única pessoa titular da totalidade do capital social, devidamente integralizado, que não será inferior a 100 (cem) vezes o maior salário-mínimo vigente no País. Seguem as regras das sociedades limitadas.
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Atenção: a estrutura escolhida a partir do art. 44 implica na remessa da futura pessoa jurídica ao regime respectivos (associação, fundação, sociedade, partido político, organização religiosa e Eireli).
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Teses que a explicam: a) teorias da ficção (basicamente sustentam que a pessoa jurídica não existe, é uma criação artificial da lei ou a inteligência dos juristas; b) teorias da realidade – a pessoa jurídica existe por imposição das forças sociais; ou em decorrência da aplicação de organizações sociais em prol de uma finalidade. Para alguns, realidade técnico institucional: o Estado reconhece a necessidade de atribuir a um grupo de pessoas personalidade autônoma.
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Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição no registro.
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Art. 46. O registro declarará:
I - a denominação, os fins, a sede, o tempo de duração e o fundo social, quando houver;
II - o nome e a individualização dos fundadores ou instituidores, e dos diretores;
III - o modo por que se administra e representa, ativa e passivamente, judicial e extrajudicialmente;
IV - se o ato constitutivo é reformável no tocante à administração, e de que modo;
V - se os membros respondem, ou não, subsidiariamente, pelas obrigações sociais;
VI - as condições de extinção da pessoa jurídica e o destino do seu patrimônio, nesse caso.
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Art. 47. Obrigam a pessoa jurídica os atos dos administradores, exercidos nos limites de seus poderes definidos no ato constitutivo.
Art. 48. Se a pessoa jurídica tiver administração coletiva, as decisões se tomarão pela maioria de votos dos presentes, salvo se o ato constitutivo dispuser de modo diverso.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular as decisões a que se refere este artigo, quando violarem a lei ou estatuto, ou forem eivadas de erro, dolo, simulação ou fraude.
Art. 49. Se a administração da pessoa jurídica vier a faltar, o juiz, a requerimento de qualquer interessado, nomear-lhe-á administrador provisório.
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Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica. 
Desconsideração da personalidade jurídica, também chamada “disregard doctrine” ou “piercing corporate veil”.
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Desconsiderar a personalidade jurídica consiste, nos casos previstos em lei, em se ignorar a regra de que a personalidade da pessoa jurídica é distinta da de seus integrantes. A partir daí, a cobrança de dívidas pode recair no patrimônio dos sócios, associados, diretores etc. conforme o caso.
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Sistemas de desconsideração:
Teoria maior – a fraude e o abuso por parte dos sócios são requisitos para aplicação. Subteoria objetiva –basta a confusão patrimonial entre os bens do sócio e da sociedade. Subteoria subjetiva – há também necessidade de intenção dos sócios de fraudar os credores.
Teoria menor – Basta o prejuízo para o credor.
No Brasil adotou-se a teoria maior para relações do Código Civil. No CDC é diferente. Sobre qual subteoria não há unanimidade. Atenção para os julgados trabalhistas.
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Código de Defesa do Consumidor
Art. 2° Consumidor é toda pessoa física ou jurídica que adquire ou utiliza produto ou serviço como destinatário final.
        Parágrafo único. Equipara-se a consumidor a coletividade de pessoas, ainda que indetermináveis, que haja intervindo nas relações de consumo.
        Art. 3° Fornecedor
é toda pessoa física ou jurídica, pública ou privada, nacional ou estrangeira, bem como os entes despersonalizados, que desenvolvem atividade de produção, montagem, criação, construção, transformação, importação, exportação, distribuição ou comercialização de produtos ou prestação de serviços.
        § 1° Produto é qualquer bem, móvel ou imóvel, material ou imaterial.
        § 2° Serviço é qualquer atividade fornecida no mercado de consumo, mediante remuneração, inclusive as de natureza bancária, financeira, de crédito e securitária, salvo as decorrentes das relações de caráter trabalhista.
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CÓDIGO CIVIL
Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica
CÓDIGO DE DEFESA DO CONSUMIDOR
Art. 28. O juiz poderá desconsiderar a personalidade jurídica da sociedade quando, em detrimento do consumidor, houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social. A desconsideração também será efetivada quando houver falência, estado de insolvência, encerramento ou inatividade da pessoa jurídica provocados por má administração.
        § 1° (Vetado). (...)
              § 5° Também poderá ser desconsiderada a pessoa jurídica sempre que sua personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores.
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A desconsideração da personalidade de pessoa jurídica, para alcançar bens de seus sócios ou administradores, pressupõe abuso, que se caracteriza “pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial”, no sistema do Código Civil de 2002 (art. 50). Todavia, “em detrimento do consumidor”, admite-se a desconsideração, se “houver abuso de direito, excesso de poder, infração da lei, fato ou ato ilícito ou violação dos estatutos ou contrato social” (CDC, art. 28, caput) ou, ainda, “sempre que” a “personalidade for, de alguma forma, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores” (idem, § 5º). Quer dizer, havendo relação de consumo, como no caso, bastam o prejuízo ao consumidor e o simples fato objetivo da insolvência. (Agravo de Instrumento nº 0251321-76.2012.8.26.0000, Relator Des. Celso Pimentel).
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Pessoa Jurídica
A propósito, precedente do Superior Tribunal de Justiça assentou que a “teoria maior da desconsideração, regra geral no sistema jurídico brasileiro, não pode ser aplicada com a mera demonstração de estar a pessoa jurídica insolvente para o cumprimento de suas obrigações. Exige- se, aqui, para além da prova de insolvência, ou a demonstração de desvio de finalidade (teoria subjetiva da desconsideração), ou a demonstração de confusão patrimonial (teoria objetiva da desconsideração). A teoria menor da desconsideração, acolhida em nosso ordenamento jurídico excepcionalmente no Direito do Consumidor e no Direito Ambiental, incide com a mera prova de insolvência da pessoa jurídica para o pagamento de suas obrigações, independentemente da existência de desvio de finalidade ou de confusão patrimonial.
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Pessoa Jurídica
Para a teoria menor, o risco empresarial normal às atividades econômicas não pode ser suportado pelo terceiro que contratou com a pessoa jurídica, mas pelos sócios e/ou administradores desta, ainda que estes demonstrem conduta administrativa proba, isto é, mesmo que não exista qualquer prova capaz de identificar conduta culposa ou dolosa por parte dos sócios e/ou administradores da pessoa jurídica. A aplicação da teoria menor da desconsideração às relações de consumo está calcada na exegese autônoma do § 5º do art. 28, do CDC, porquanto a incidência desse dispositivo não se subordina à demonstração dos requisitos previstos no caput do artigo indicado, mas apenas à prova de causar, a mera existência da pessoa jurídica, obstáculo ao ressarcimento de prejuízos causados aos consumidores”. (do mesmo acórdão e relator).
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Exemplos: 
1) Grupo de pessoas jurídicas (conglomerado), em que uma deve e não tem bens, as demais tem;
2) Dissolução irregular, sem pagamento dos credores;
3) Fraude comprovada na dilapidação de bens.
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“DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA - Execução por quantia certa contra devedor solvente - Não
localizados bens passíveis de penhora - Ausência de comprovação de má-fé ou abuso da personalidade - O deferimento do pedido de desconsideração da personalidade jurídica de sociedade empresária reclama a demonstração pelo requerente da ocorrência de desvio de finalidade ou confusão patrimonial. Incabível a teoria da despersonificação da pessoa jurídica, para atingir os bens dos sócios, quando não restam comprovados a má-fé, abuso, desvio ou fraude perpetrados pela empresa devedora. Recurso desprovido.” (AI n.º 0479722-72.2010.8.26.0000 TJSP/12ª Câm. de Dir. Priv. Rel . Des. JACOB VALENTE j. 19.01.2011).
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Pessoa Jurídica
“EXECUÇÃO DE TITULO EXTRAJUDICIAL - Desconsideração da personalidade jurídica - Afirmação de extinção irregular - Descabimento - Hipótese não comprovada - Insuficiência da ausência patrimonial para caracterização de que os atos praticados pela sociedade devedora foram abusivos e visaram prejuízo aos credores - Necessidade de prova de desvio de finalidade social e uso da pessoa jurídica para atos ilícitos - Embargos acolhidos - Recurso provido”
(AP n.º 9162547-19.2009.8.26.0000 TJSP/19ª Câm. Dir. Priv. Rel. Des. RICARDO NEGRÃO j. 10.11.2009).

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