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Contratos - SLIDE 02

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Contratos 2
Classificação dos contratos
Quanto à forma:
Solenes (formais) ou não solenes – A forma é requisito de validade nos contratos solenes; sem ela o contrato é nulo e não produz efeitos.
Como regra, os contratos são não solenes.
APEL. Nº: 005432-34.2012.8.26.081, Rel. Des. Luiz Carlos de Barros – Embargos de terceiro em que os apelantes querem eliminar a penhora sobre um imóvel que alegam que ganharam de presente (doação)
“Apelam GREISI RODRIGUES, ALCIDES RODRIGUES LOPES e LUCILIA APARECIDA DUARTE RODRIGUES sustentando, em síntese, que exercem a posse do imóvel desde 1985, pois o receberam por doação de Luverci e Osvaldo Duarte. Entrementes, os apelantes sofreram a penhora e arematação do imóvel do qual posuem a posse antes mesmo do início da execução.” (...)
“Inviável a pretensão de reconhecimento de uma doação de imóvel que teria se dado de forma verbal. É que a doação de imóvel deve observar as formalidades legais para ter validade, sendo indispensável a existência de um documento escrito, ainda mais por se tratar de um ato solene, que deve seguir a forma prescrita em lei.”
Classificação dos contratos
Quanto à produção de efeitos (criação de obrigações) : a) unilaterais (cria obrigações para apenas uma das partes; exemplo: doação simples); b) bilaterais (cria obrigações para ambas as partes; exemplo: compra e venda * Ver: sinalagmáticos) e c) plurilaterais (cria obrigação para mais do que duas partes; exemplo: contrato de sociedade com mais de dois sócios).
Não confundir esta classificação com a de “negócios jurídicos uni ou bilaterais”, que levam em conta a quantidade de vontades necessária para a formação do negócio (p. ex. a diferença entre testamento e compra e venda).
Classificação dos contratos
Sinalagmáticos são os contratos bilaterais em que as prestações das partes são correlatas, uma obrigação é dependente da outra (ver https://blogdogarbi.wordpress.com/2013/03/09/a-sinalagma-e-a-excecao-do-contrato-nao-cumprido/)
Bilateral não é sempre sinalagmático. Considere, por exemplo, a doação com encargo.
Classificação dos contratos
O regime jurídico dos contratos unilaterais não é idêntico ao dos bilaterais. Por exemplo:
A) A exceção de contrato não cumprido (exceptio non adimpleti contractus – art. 476, primeira parte) e a cláusula resolutiva tácita (possibilidade de desfazimento do contrato em caso de uma das partes descumprir suas obrigações) não se aplicam a contratos unilaterais.
B) A faculdade do art. 477 só se aplica aos contratos bilaterais (Art. 477. Se, depois de concluído o contrato, sobrevier a uma das partes contratantes diminuição em seu patrimônio capaz de comprometer ou tornar duvidosa a prestação pela qual se obrigou, pode a outra recusar-se à prestação que lhe incumbe, até que aquela satisfaça a que lhe compete ou dê garantia bastante de satisfazê-la).
Classificação dos contratos
Pergunta clássica de concursos: o que é contrato bilateral imperfeito? É aquele que se inicia unilateral e, acidentalmente, no curso das relações entre as partes, se torna bilateral. Exemplo: o contrato de depósito gratuito que, em virtude de algum fato, com o passar do tempo, gera a obrigação do depositante de indenizar o depositário. Mandato gratuito com o dever de restituir os custos do mandatário.
O regime jurídico dos contratos bilaterais imperfeitos é o dos contratos unilaterais, segundo a doutrina (Gonçalves, p. 94). Concordamos com isto?
Classificação dos contratos
Narra o autor que celebrou com a ré compromisso de compra e venda de unidade autônoma, com previsão de término das obras em 01/06/2012, prazo de tolerância de 180 dias (01/12/2012) (fls.32).
O adimplemento das duas parcelas finais, nos valores de R$ 30.210,00 e R$ 169.000,00, estava previsto para 01/06/2012 e 01/10/2012, datas em que, contratualmente, a obra já deveria ter sido entregue. Contudo, o apelado recebeu comunicado emitido por ambas as apelantes em maio de 2012 informando que não seria possível a conclusão da obra no prazo estimado, sendo alterado para junho de 2013 (fls. 67).
Daí o ajuizamento desta demanda, para suspender a exigibilidade das parcelas a vencer após o prazo de conclusão das obras previsto originalmente no contrato.
Classificação dos contratos
Não vinga a alegação de que deve prevalecer a disposição contratual cláusula 10 (fls. 48) de que as datas de vencimento das parcelas do preço, bem como sua exigibilidade, não têm qualquer vínculo com o andamento ou conclusão das obras. 
Cabe a suspensão independentemente de vinculação com a conclusão da obra, em razão da exceção do contrato não cumprido, porque o contratante antes de cumprir sua obrigação não pode exigir o implemento da do outro.
Nese sentido já se decidiu: “Fraco o argumento no sentido que as parcelas do preço não se encontravam atreladas à entrega da obra. Parece claro que a exceptio non adimpleti contractus, no regime das relações de consumo, constitui matéria de ordem pública, pois integra o próprio equilíbrio contratual.” (Agravo de Instrumento nº 0299081-55.2011.8.26.0000, Rel. Francisco Loureiro, São Paulo, 6ª Câmara de Direito Privado, j. 12/04/2012).
Apelação com revisão n.º 0164424-78.2008.8.26.0002
Narra o autor ter celebrado, em 2006, contrato verbal de prestação de serviços de advocacia com a ré a fim de patrocinar causas ajuizadas contra seu ex marido.
Afirma que propôs ação de conhecimento e de execução de alimentos e de separação litigiosa. Diz que nada foi cobrado para o ajuizamento das ações, ficando os honorários diretamente vinculados ao êxito nas demandas.
Contudo, posteriormente a ré reatou o casamento com seu marido e houve por bem revogar a procuração outorgada ao autor sem nada lhe pagar. Enviada a cobrança dos honorários à ré, esta discordou dos valores apresentados e nada pagou, não tendo o autor outra alternativa senão o ajuizamento desta demanda.
Bilateral imperfeito
A saber, o mandato é um tipo contratual no qual alguém recebe de outrem poderes para praticar atos, administrar ou defender interesses em seu nome. Pode ser realizado ou classificado de duas maneiras distintas: representação e preposição. No primeiro caso, o titular de um direito pratica atos em seu nome e em seu interesse, porém através de terceiros. Já no segundo, o que caracteriza esta modalidade de mandato é que este tipo é utilizado na locação de serviços e/ou nos contratos de trabalho, o que se resumiria em aproveitamento de trabalho alheio, devidamente compensado.
Bilateral imperfeito
Em regra, o mandato tem natureza jurídica de contrato unilateral, porém admite-se a forma bilateral imperfeita, a qual estaria presente nas relações decorrente de convenção entre as partes ou de atos profissionais remunerados, casos em que a obrigação recairia em ambas as partes do contrato.
O acórdão anulou a sentença e devolveu o feito ao 1º grau para coleta de novas provas.
Classificação dos contratos – Contratos plurilaterais - APELAÇÃO Nº 9131405-31.208.8.26.000, Rel. Enio Zuliani – Questão: possibilidade de um dos réus passar a autor depois de todos os réus citados, sem anuência da autora e dos demais réus
Sociedade comercial. Dissolução (parcial). Caso sui generis de resilção de contrato de sociedade empresária. Pretensão voltada a obter a exclusão, pela inoperância e enceramento informal da pessoa jurídica, do quadro social e fixação do termo ad quem da responsabilidade social. Citação dos demais sócios, sendo que um deles manifesta o propósito de acompanhar o autor. Ausência de denúncia de comportamento irregular dos sócios que desejam a saída, pelo que está afastada a possibilidade de terem eles causado prejuízo social. Possibilidade jurídica excepcional diante da ausência de prejuízo para o processo, para os sócios e para a sociedade, com a inclusão de segundo sócio no rol dos excluídos. Sentença mantida. Não provimento.
idem
A primeira indagação que cabe fazer é a seguinte: porque os sócios da sociedade empresária alvo da ação de resilição necessitam participar da lide? A resposta é simples: devido
ao interesse deles no desenvolvimento de relações que possam afetar o contrato plurilateral que eles celebraram quando constituíram a sociedade e injetar investimentos do capital social. Se o contrato poderá ser transformado pela sentença, a estrutura social o será em consequência, e os sócios são citados para conhecimento de tudo o que envolve o patrimônio da sociedade.
Classificação dos contratos
Quanto às vantagens patrimoniais: a) contratos gratuitos (benéficos) e b) contratos onerosos.
Nos gratuitos, somente uma das partes tem vantagem patrimonial com o contrato como, por exemplo, na doação simples, em que o donatário enriquece e o doador empobrece do valor da doação.
“Contrato desinteressado” – para alguns doutrinadores, sub-espécie dos gratuitos, em que não há empobrecimento do a parte onerada, como no comodato. Concordamos com esta classificação?
idem
Diferenças no regime jurídico:
A) Negócios gratuitos (benéficos) interpretam-se restritivamente (art. 114); B) na fraude contra credores os negócios benéficos tem presunção de consilium fraudis; C) o doador (negócio gratuito), na doação simples, não responde por evicção nem por vício redibitório; 
Classificação das obrigações - APELAÇÃO CÍVEL Nº 00178-90.205.8.26.0104, Rel. Des. Vito Guglielmi
Como venho sempre salientando, a matéria em discussão na ação pauliana, cinge-se, na esteira do que explica FRANCISCO CAVALCANTI PONTES DE MIRANDA (Tratado de Direito Privado, t. IV, 3ª Ed., Rio de Janeiro, Borsoi, 1970, p. 416), ao exame da eventual violação, pelo devedor, do dever jurídico traduzido em “não dispor do patrimônio a ponto de prejudicar os credores já existentes, que contam com a estabilidade patrimonial”.
Aliás, o caráter gratuito da transmissão malgrado a referência, nos respectivos registros, à existência de escritura pública de compra e venda decore da confissão, tanto do co-réu Raul Olher Para Júnior, quanto da coré Ana Maria Montanha de Oliveira, sobre a natureza graciosa da alienação que julgam haver sido mera devolução , constante das respectivas contestações (fls. 60, quinto parágrafo, e fls. 323, segundo parágrafo).
idem
Logo, presente a prova segura tanto da existência da dívida cuja regularidade, repita-se, restou reconhecida em ação diversa , quanto da insolvência decorrente da alienação gratuita dos bens cerca de um mês depois de seu vencimento, dispensável a análise de qualquer outro elemento.
Classificação dos contratos
Quanto à certeza da realização da prestação: A- Comutativos e B- Aleatórios
Comutativos são contratos de “prestações certas e determinadas” (Gonçalves, p. 96); será sempre oneroso e bilateral.
Aleatórios são contratos bilaterais e oneroso em que uma das partes não sabe, com antecedência, exatamente o que receberá como contrapartida pela sua prestação. Exemplos: seguro; loteria; compra de safra futura.
idem
A doutrina divide os contratos aleatórios em: a) aleatórios por natureza e b) aleatórios acidentais.
São aleatórios acidentais os contratos de venda de coisas futuras (não existentes no presente); vendas de coisas existentes mas sujeitas a riscos (da existência da coisa ou da quantidade dela).
Contrato “emptio spei”: o comprador assume o risco de pagar o preço seja qual for a quantidade ou mesmo se inexistir a coisa futura.
Contrato “emptio rei speratae”: o risco diz respeito apenas à quantidade; se a coisa não existir, o contrato se desfaz.
idem
Regimes jurídicos diversos:
Nos contratos aleatórios não se aplicam as regras da evicção, nem a responsabilidade por vícios redibitórios; não há aplicação do vício do negócio jurídico denominado “lesão” nos contratos aleatórios (Gonçalves, p. 98).
Contratos aleatórios
Art. 458. Se o contrato for aleatório, por dizer respeito a coisas ou fatos futuros, cujo risco de não virem a existir um dos contratantes assuma, terá o outro direito de receber integralmente o que lhe foi prometido, desde que de sua parte não tenha havido dolo ou culpa, ainda que nada do avençado venha a existir. (Emptio spei)
Art. 459. Se for aleatório, por serem objeto dele coisas futuras, tomando o adquirente a si o risco de virem a existir em qualquer quantidade, terá também direito o alienante a todo o preço, desde que de sua parte não tiver concorrido culpa, ainda que a coisa venha a existir em quantidade inferior à esperada. (Emptio rei speratae)
Parágrafo único. Mas, se da coisa nada vier a existir, alienação não haverá, e o alienante restituirá o preço recebido.
Contratos aleatórios
Art. 460. Se for aleatório o contrato, por se referir a coisas existentes, mas expostas a risco, assumido pelo adquirente, terá igualmente direito o alienante a todo o preço, posto que a coisa já não existisse, em parte, ou de todo, no dia do contrato. (Exemplo: mercadoria que está em trânsito, em alto mar, sujeita a naufrágio do navio transportador)
Art. 461. A alienação aleatória a que se refere o artigo antecedente poderá ser anulada como dolosa pelo prejudicado, se provar que o outro contratante (o alienante) não ignorava a consumação do risco, a que no contrato se considerava exposta a coisa.
APELAÇÃO CÍVEL n° 036.304-4/0-00, Relator Des. Ricardo Brancato
Na verdade ocorre na espécie uma situação "sui generis“ decorrente da avença entre as partes litigantes: é que, num primeiro momento, ultimou-se entre elas um contrato de compra e venda pelo qual ficou estabelecido o preço certo de quantia equivalente a US$ 2,05 por caixa de laranjas, pago a título de preço provisório e tendo como objetivo o volume de frutas correspondente a 100% (cem por cento) da safra de 1990/1991 previsto na cláusula primeira do contrato de fl. 21 dos autos, conforme estabelecido na cláusula terceira. 
A previsão total da safra era de 45.000 caixas de laranja, mas a colheita final correspondeu a 24.356,9 caixas, que foram retiradas pela apelante do pomar dos apelados (item 4, fl. 5, da petição inicial).
idem
Sucede que posteriormente ficou apurado, com base na cotação da Bolsa de Nova Iorque, que o preço da caixa de laranjas resultou em US$ 1,11. Daí que a apelante postula a devolução pelos apelados do total de US$ 64.683,92 que, em 4 de julho de 1991, alcançava em moeda da época o montante de Cr$ 20.515.151,92, mais a atualização pela TR até 30 de outubro de 1992, o que atingiria o total de, então, Cr$ 389.452.459,98 (fls. 7 e 8 da inicial)
Teve também o Nobre Magistrado a prudência de ressalvar a não entrega do total de caixas de laranjas previstas, o que restou incontroverso, dado que a autora pagou e não recebeu 20.643,1 caixas do fruto, devendo os apelados devolver portanto parte do preço antecipadamente recebido, equivalentes a Cr$ 2.873.932,38, à razão de Cr$ 139,22 a caixa, como decidido à fl. 125. 
Contrato aleatório
Demais e por derradeiro, a apelante realmente não demonstrou qualquer prejuízo que teria sofrido, uma vez que o resultado adverso da esperada produção constitui a álea do adquirente de coisa futura. Diz mesmo o Insigne Juiz que "o exemplo clássico da 'emptio rei sperate' é justamente o da colheita em formação", sendo então de rigor a aplicação do art. 1119 do Código Civil (fl. 125).
Daí a distinção sublinhada por Sílvio Rodrigues, entre álea absoluta e álea relativa, estabelecendo que na álea absoluta "alguém oferece sua prestação sem nada receber em troca, como na 'emptio spei‘ quando se frustra a prestação... A álea é relativa quando, embora desproprocionados os montantes, cada uma das partes fornece alguma prestação." (cfr. "Direito Civil", vol. 3, pág 133, Saraiva, 16ª ed., 1987).
Classificação dos contratos
Conforme a potência para discussão das cláusulas: contratos paritários x contratos de adesão
Contratos paritários: as partes tem a mesma potência teórica na negociação das cláusulas contratuais
Contratos de adesão: por inexistir a mesma potência, uma das partes impõe à outra cláusulas pré-definidas, sem possibilidade de revisão ou discussão. Como indica o nome, a parte tem o poder de “aderir” ou “não aderir” a eles.
Contrato de adesão
Código
de Defesa do Consumidor:
Art. 54. Contrato de adesão é aquele cujas cláusulas tenham sido aprovadas pela autoridade competente ou estabelecidas unilateralmente pelo fornecedor de produtos ou serviços, sem que o consumidor possa discutir ou modificar substancialmente seu conteúdo. 
 § 1° A inserção de cláusula no formulário não desfigura a natureza de adesão do contrato.
 § 2° Nos contratos de adesão admite-se cláusula resolutória, desde que a alternativa, cabendo a escolha ao consumidor, ressalvando-se o disposto no § 2° do artigo anterior. 
 
§ 3o Os contratos de adesão escritos serão redigidos em termos claros e com caracteres ostensivos e legíveis, cujo tamanho da fonte não será inferior ao corpo doze, de modo a facilitar sua compreensão pelo consumidor. 
 § 4° As cláusulas que implicarem limitação de direito do consumidor deverão ser redigidas com destaque, permitindo sua imediata e fácil compreensão.
Contrato de Adesão
Código Civil:
Art. 423. Quando houver no contrato de adesão cláusulas ambíguas ou contraditórias, dever-se-á adotar a interpretação mais favorável ao aderente.
Art. 424. Nos contratos de adesão, são nulas as cláusulas que estipulem a renúncia antecipada do aderente a direito resultante da natureza do negócio.
Contrato de adesão
Pergunta de concurso: qual a diferença do contrato de adesão para o contrato-tipo ou contrato de massa? Não há, no segundo, necessariamente, diferença econômica entre as partes, existindo vários campos para preenchimento de dados nas cláusulas pré-impressas.
Concordamos com esta distinção?
Contrato de adesão AgRg no AREsp 139951 / SP
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL
2012/0005216-7 STJ
2. Nos contratos de adesão, as cláusulas que limitam o direito do consumidor contratante devem ser redigidas com clareza e destaque para que não fujam à sua percepção e, em caso de dúvida, devem ser interpretadas favoravelmente ao consumidor.
3. Conforme a jurisprudência pacífica do Superior Tribunal de Justiça, é abusiva a cláusula contratual que exclui o transplante necessário ao tratamento de doença coberta pelo plano de saúde.
Classificação dos contratos
Quanto ao tempo de produção dos efeitos: a) Execução instantânea; b) Execução diferida e c) De trato sucessivo.
Contratos de execução instantânea são aqueles em que um único pagamento, por parte, logo após sua celebração, é suficiente para a extinção do vínculo. Exemplo: compra e venda à vista, com recebimento da coisa comprada
Classificação dos contratos
Contratos de execução diferida (ou retardada): cumprimento em um único ato por parte contratante, mas em momento posterior ao da contratação. Exemplo clássico: entrega do objeto comprado alguns dias depois da contratação.
Contratos de trato sucessivo (ou execução continuada): são aqueles em que o pagamento se dá pelas reiteradas realizações da prestação, projetadas no tempo. Exemplo: contrato de locação de imóvel, em que a cada mês surge o dever de pagar o aluguel, para o inquilino, e de garantir a posse do imóvel a este, dever do locador.
Classificação dos contratos
Diferença de regimes jurídicos (cf. Gonçalves, p. 103): a) A teoria da imprevisão (cláusula rebus sic stantibus) só se aplica aos contratos de execução diferida ou de trato sucessivo; b) aquele que tem que realizar a prestação em primeiro lugar não pode, nos contratos diferidos ou de trato sucessivo, alegar a exceção de contrato não cumprido; c) a nulidade ou resolução dos contratos de execução instantânea recolocam as partes no estado anterior; nos de trato sucessivo, respeita-se os efeitos já ocorridos; d) a prescrição nos contratos de trato sucessivo é contada a partir do vencimento de cada prestação.
Classificação dos contratos STJ AgRg no RECURSO ESPECIAL Nº 809.788 - RS
A condenação ao pagamento de juros de mora é obrigação de trato sucessivo, pois se renova mensalmente enquanto perdurar a recalcitrância em adimplir a dívida (permanência em mora).
Assim, fica claro que se alguém devia juros moratórios legais durante a vigência do CC/16 e continuou a devê-los após a vigência do CC/02 vai pagá-los à taxa de 0,5% ao mês até a entrada em vigor do CC/02, quando vai estar obrigado ao índice de 1% ao mês, porque a lei civil não é ultra-ativa (não se aplica a fatos posteriores à sua revogação).
Portanto, o momento da relação jurídica controvertida no processo e/ou a data do ajuizamento da ação não interessam à incidência dos juros de mora legais, que têm vencimento sucessivo mês a mês enquanto perdurar o inadimplemento. Os juros legais vão incidir enquanto persistir a mora, por isso, o percentual dos juros moratórios legais vai ser determinado pela Lei vigente à época da respectiva mora apurada mensalmente.
Trato sucessivo – locação – STJ REsp 674366 / SP
1. Tratando-se de obrigação de trato sucessivo, que se renova mês a mês, incidirá no caso a taxa dos juros moratórios prevista na lei vigente à época do vencimento. A taxa será de 0,5% ao mês, nos termos do art. 1.062 do Código Civil de 1916, até o advento do novo Código Civil, a partir de quando, nos termos de seu art. 406, deverá ser aplicada a taxa que estiver em vigor para a mora no pagamento de impostos devidos à Fazenda Nacional que, nos termos da Lei 9.250/95, é a taxa SELIC. Precedentes.
Classificação dos contratos
Quanto à fungibilidade do realizador da prestação: a) contratos personalíssimos ou intuitu personae (levam em conta as qualidades pessoais de um dos contraentes) e b) contratos impessoais (qualquer pessoa pode realizar a prestação).
Contratos personalíssimos não são passíveis de cessão inter vivos ou causa mortis; são anuláveis por erro essencial quanto à pessoa.
Obrigação personalíssima – TJSP - Apelação nº
0021494-39.2012.8.26.0344
Na hipótese dos presentes autos o Condomínio Edifício Residencial Camila ajuizou ação de Prestação de Contas em face do ex síndico João Francisco Sornas Netto. Durante o processo, após a apresentação da contestação o réu veio a falecer.
Com efeito, quem estava obrigado a prestar contas de sua gestão era o falecido, que detinha o cargo de sindico e por motivos óbvios, seus sucessores não poderiam fazê-lo. Destarte, ocorrendo seu falecimento, não há razões para que a obrigação seja naturalmente transmitida aos seus herdeiros, que se revelam partes passivas ilegítimas.
idem
administração exercida por seu falecido pai, dado o caráter personalíssimo da obrigação.
Neste sentido colaciona-se o aresto, citado por Theotônio Negrão e José Roberto F. Gouvêa, mencionado na sentença ora guerreada: “A ação de prestação de contas é personalíssima e, por isso, intransmissível (art. 267, IX)”. Nesse sentido: STJ, 4ª T., REsp 345.952-PR, Rel. Min. Menezes Direito, j. 18.06.02, negaram provimento, v. u. DJU 16.09.02, pag. 183.
Obrigação não personalíssima TJSP Apelação com Revisão nº 0021458-35.2012.8.26.0008
De proêmio (“logo de cara”, “logo no começo”), apura-se que o contrato de locação que embasa a ação de despejo interposta tem como primitivo locador Sr. Mário Takeo. Todavia, diante de seu falecimento, a demanda fora ajuizada por sua esposa e filha filho, motivo pelo qual o locatário insiste no reconhecimento de ilegitimidade ativa. Contudo, sem qualquer razão.
A sentença, acertadamente, verificou que as autoras obtiveram por sucessão hereditária o imóvel locado e para isso não seria necessário instruir o processo com a finalidade de constatar a legitimidade das requerentes.
idem
PROCESUAL CIVIL - ALEGAÇÃO DE ILEGITIMIDADE ATIVA DESCABIMENTO - PRELIMINAR REJEITADA. O artigo 10 da Lei 8.245/91 é claro ao estabelecer que 'morrendo o locador, a locação transmite-se aos herdeiros'. E tal se dá por não ser a obrigação personalíssima. Considerando-se que as autoras comprovaram a sucessão no contrato locatício, assumindo a propriedade do imóvel locado, não há que se cogitar ilegitimidade ativa de parte daquelas.
Classificação dos contratos
Quanto à dependência de outro contrato para produção de efeitos: a) contrato principal;
b) contrato acessório.
Os contratos acessórios tem sua existência vinculada à do contrato principal. Exemplo: fiança, hipoteca convencional
Consequência jurídica: o acessório segue o principal! 
Contrato derivado: tem por objeto direitos estabelecidos em outro contrato (Gonçalves, p. 107). Exemplo: sub-locação. Dá nascimento a um direito novo, de mesmo conteúdo e de extensão não maior que o contrato básico. (idem).
Contratos coligados in Apelação nº
0008145-53.2009.8.26.0156
“Em princípio, os pactos de compra e venda e de financiamento bancário são distintos, sendo diversa também a sua natureza e finalidade. Contudo, fazem parte de uma mesma operação econômica global, são conexos ou coligados, de modo que um afeta o outro, não subsistindo isoladamente. É um negócio casado, em que ambos fornecedores são beneficiados. Logo, em face do consumidor, é evidente que o negócio é um só 2. Os contratos são coligados. Desfeito o contrato principal, o conexo segue a mesma sorte” (Ap. n. 9000157-54.2010.8.26.0037, Rel. Des. Carlos Alberto Garbi, j. 10.8.2011).
Idem 
Na hipótese, os contratos de financiamento (fs. 25/26) e de compra e venda de veículo em questão se enquadram no conceito de contratos coligados, já que mantêm um vínculo de dependência entre si, decorrente da comunhão de propósito, a despeito de sua natureza distinta.
Segundo Francisco Paulo de Crescenzo Marino, os requisitos essenciais da coligação contratual são: (i) pluralidade de contratos, não necessariamente celebrados entre as mesmas partes; (ii) vínculo de dependência unilateral ou recíproca 
(Contratos Coligados no Direito Brasileiro, Ed. Saraiva, 2009,
p. 99)

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