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ainda as causas específicas, previstas na Parte Especial do CP, como a do art. 128 (aborto). Como causa supralegal de exclusão de ilicitude, ou seja, não amparada pela lei penal, mas por todos aceita, tem-se o consentimento do ofendido. 272. Errado. Na teoria psicológica da culpabilidade, dolo e culpa seriam espécies da culpabilidade, que por sua vez é o elo psicológico entre o agente e o fato típico. Somente na teoria normativa-pura e na teoria limitada é que se retiram dolo e culpa da culpabilidade para se alojarem no fato típico. 273. Correto. A lesão corporal está tipificada no art. 129 do Código Penal. Ao realizar a conduta descrita no artigo, o agente estará realizando um fato penalmente ilícito. No entanto, se estiver em uma situação concreta repelindo injusta agressão, atual ou iminente, a direito seu ou de outrem, usando moderadamente os meios necessários, estará coberto pela excludente de ilicitude da legítima defesa. 274. Errado. De acordo com o art. 22 do Código Penal, se o fato for cometido sob coação irresistível só será punível o autor da coação ou da ordem. É o tratamento dado à coação moral irresistível, causa de exclusão de culpabilidade. O coagido executa a conduta delitiva por temor, medo, tornando sua vontade viciada, o que retira do agente a exigibilidade de conduta diversa. 275. Errado. A questão aborda exemplo de arrependimento eficaz e não de desistência voluntária. O sujeito ativo praticou todos os atos para o crime, mas arrepende-se e desenvolve determinada conduta que impede 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 84 a produção do resultado (no caso, ele não subtraiu coisa alheia móvel). Está positivado que o agente que, voluntariamente, impede que o resultado se produza, responde somente pelos atos já praticados. 276. Correto. Dispõe o Código Penal acerca do dolo direto, no art. 18, I, que é aquele quando o agente quis o resultado. É o que aconteceu com João ao matar Sebastião. Dispõe ainda o CP no art. 18, I, acerca do dolo eventual, que é aquele quando o agente assumiu o risco de produzi-lo. No caso, João atingiu e também matou Maria. Está correto o exemplo da questão. 277. Correto. A exclusão da responsabilidade penal pelo instituto da legítima defesa e erro na execução não impede a responsabilidade civil, restrita ao terceiro inocente. 278. Errado. Contrário ao que traz o enunciado da questão, crime tentado é aquele no qual o agente quer prosseguir, mas não pode por circunstâncias alheias à sua vontade. A tentativa encontra-se no art. 14, II, do CP. Já na desistência voluntária, o agente pode prosseguir mas não quer, respondendo somente pelos atos praticados. O instituto da desistência está positivado no art. 15 do CP. 279. Errado. Preleciona o art. 22 do CP que, caso o fato seja cometido em estrita obediência à ordem, não manifestamente ilegal, de superior hierárquico, só será punível o autor da coação ou da ordem. Não é o caso da questão em apreço, haja vista a consciência do soldado sobre a ilegalidade da determinação. Responderão pelo crime de concussão tanto o oficial quanto o soldado. 280. Correto. O arrependimento eficaz vem delineado no art. 15 do Código Penal. Nele, o agente pratica todos os atos da execução do crime, mas arrepende-se e atua em sentido contrário, evitando a produção do resultado. É uma causa de extinção de tipicidade, respondendo o agente somente pelos atos já praticados. 281. Errado. O exercício regular de direito e o estrito cumprimento de dever legal são considerados excludentes de ilicitude ou antijuridicidade, atuando como causas gerais ou genéricas, previstas no art. 23 do Código Penal. Pode-se citar o consentimento do ofendido como causa supralegal de exclusão de ilicitude. 282. Errado. A tentativa pressupõe o início da execução da conduta delituosa, a não consumação por circunstâncias alheias à vontade do agente e o dolo de consumação. A simples exteriorização da vontade por meio de atos preparatórios não é suficiente para caracterizar a tentativa. 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 85 283. Correto. Sujeito ativo do crime é aquele que pratica o fato típico, bem como o coautor ou partícipe. A regra é de que apenas o ser humano seja sujeito ativo de delitos penais, porém admite-se também a responsabilização da pessoa jurídica. Sujeito passivo do crime é o titular do bem jurídico violado pela conduta criminosa. Ele se divide em sujeito passivo geral ou formal, que é o Estado, em todos os crimes; e sujeito passivo particular ou material, que é o titular do bem jurídico tutelado pela lei penal. 284. Correto. Este é o exemplo clássico na doutrina para a impropriedade absoluta do objeto material do crime, tornando impossível sua consumação, conforme art. 17 do CP. Objeto significa a pessoa ou coisa sobre a qual recai a conduta do agente. Como não se pode causar a morte de um cadáver, o objeto é absolutamente impróprio, tornando a consumação do crime impossível. 285. Errado. O agente que não agir com dolo ou culpa não poderá ser responsabilizado por não agir tipicamente. Não se trata de ausência de culpabilidade. Exemplificando, no caso fortuito ou força maior, que são acontecimentos imprevisíveis e inevitáveis, não há dolo nem culpa, logo, não há conduta e, por consequência, não há o próprio fato típico. Não se pode reconhecer conduta típica no agente que lesiona outra pessoa numa inundação provocada por tsunami. 286. Errado. A primeira parte da questão está correta, porém, na sequência, tenta-se confundir consumação com exaurimento. A consumação dá-se, conforme art.14, I, do CP, quando no delito se reúnem todos os elementos de sua definição legal. Em outras palavras, quando o fato concreto se subsume no tipo abstrato previsto na lei penal. Por exemplo, no crime de homicídio, a consumação acontece com a morte da vítima. O exaurimento, por sua vez, acontece depois de percorrido todo o iter criminis ou “caminho do crime”, composto por: cogitação, preparação, execução e consumação. Ele é uma fase do delito presente em apenas determinadas infrações penais como, por exemplo, no recebimento de vantagem no crime de corrupção passiva, art. 317 do CP. O crime já havia se consumado com a solicitação; no entanto, seu exaurimento se dá com o recebimento de vantagem indevida, ou seja, após sua consumação. 287. Correto. Conforme se depreende dos arts. 25 e 24 do CP, está em legítima defesa quem repele injusta agressão, atual ou iminente e, em estado de necessidade, quem pratica o fato para salvar direito próprio de perigo atual (no caso, representado pelo cão feroz). 288. Correto. Em consonância com o art. 22 do Código Penal, caso o fato seja cometido sob coação irresistível ou em estrita obediência a 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 86 ordem de superior hierárquico, não manifestamente ilegal, só será punível o autor da coação ou da ordem. 289. Errado. Não há crime quando o agente pratica o fato no exercício regular de direito, art. 23, III, do Código Penal. Trata-se do instituto do exercício regular de direito, no qual não haverá crime se, da prática de esportes resultarem lesões, desde que respeitadas as regras regulamentares. É uma excludente de ilicitude, ou ainda, um tipo penal permissivo, pois permite a prática de um fato típico. 290. Correto. A coação física irresistível afasta a voluntariedade do ato, excluindo assim a conduta do agente e, consequentemente, a tipicidade, não havendo crime. Sem a conduta também não há a relação de causalidade. Importante ressaltar que o coacto não pratica crime, pois o fato será atípico. 291. Correto. O crime comissivo por omissão é aquele no qual