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autor de entender o caráter ilícito ou determinar-se de acordo com esse entendimento, tal circunstância não afasta o reconhecimento da eventual futilidade de sua conduta. 301. Errado. Para que se possa dizer que uma conduta é reprovável, ou seja, que há culpabilidade, é necessário que o agente pudesse ter agido 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 95 de acordo com a norma. Entretanto, para que o sujeito aja de acordo com o direito, é imperioso que o mesmo tenha a capacidade psíquica de entender o que a lei determina e que, em face de sua não observância, haverá uma sanção predeterminada. Assim, a inimputabilidade do agente tem o condão de excluir a culpabilidade do delito. A legítima defesa, diferentemente, exclui a ilicitude. 302. Errado. O reconhecimento da imputabilidade, inimputabilidade ou semi-imputabilidade é fundamental para a correta aplicação da pena. Cabe ressaltar que a semi-imputabilidade, redução da capacidade de compreensão ou vontade, não exclui a imputabilidade. Sendo constatada, o juiz poderá reduzir a pena de 1/3 a 2/3 ou impor medida de segurança. 303. Correto. Chama-se de imputabilidade penal a capacidade que tem a pessoa que praticou certo ato, definido como crime, de entender o que está fazendo. De acordo com esse entendimento, será ou não punida. Nesta questão, a banca apresenta o exato conceito da imputabilidade penal. 304. Errado. A imputabilidade é a capacidade de entender o caráter ilícito do seu comportamento e de dirigir sua conduta de acordo com esse entendimento. Pode ser afastada pelas suas causas excludentes, que são: doença mental, desenvolvimento mental incompleto, que inclui a menoridade; desenvolvimento mental retardado e embriaguez completa proveniente de caso fortuito ou força maior. Diferentemente, a potencial consciência da ilicitude significa ter condições de saber que seu comportamento é contrário ao ordenamento jurídico. Convém deixar claro que não se exige do sujeito que ele saiba que sua conduta está prevista no tipo penal, pois o que se averigua é se, nas condições em que ele vive, tem como saber se sua conduta é errada, contrária ao direito, ao ordenamento jurídico, ou seja, não é averiguar se o agente sabe que está fazendo algo errado, mas sim se ele teve condições para saber. 305. Errado. A exigibilidade de conduta diversa, elemento da culpabilidade, é a verificação, no caso concreto, se, de fato, seria possível exigir-se do agente um comportamento diferente do que ele cometeu. Como causas excludentes da exigibilidade de conduta diversa, a doutrina costuma apontar a Coação Moral Irresistível e a Obediência Hierárquica. Tal conceito não se confunde com a imputabilidade, que é a capacidade de entender o caráter ilícito do seu comportamento e de dirigir sua conduta de acordo com esse entendimento. 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 96 306. Errado. Conforme o art. 26, do Código Penal, é isento de pena o agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. Assim, incapacidade total de entender o caráter ilícito do fato, nas citadas situações, é caso de isenção de pena, e não de diminuição. 307. Errado. Nesta questão, a banca não diz que o agente era inteiramente incapaz, o que seria necessário para isentá-lo de pena. O que é dito é que ele não era inteiramente capaz. Desta forma, o enquadramento do caso em análise não é no “caput” do art. 26, e sim no parágrafo único, que trata da possibilidade de diminuição da pena. Segundo o texto legal, a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, em virtude de perturbação de saúde mental ou por desenvolvimento mental incompleto ou retardado, não era inteiramente capaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 308. Errado. Nos termos do art. 28, II, do Código Penal, não exclui a imputabilidade penal a embriaguez, voluntária ou culposa, pelo álcool ou substância de efeitos análogos. 309. Correto. A questão traz a possibilidade de redução de pena presente no parágrafo 2º, do art. 28, do Código Penal. Segundo o citado dispositivo legal, a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por embriaguez, proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 310. Errado. A embriaguez exclui a culpabilidade, na medida em que a pessoa perde a liberdade de escolha ao agir. Todavia, isso somente ocorre se a embriaguez se deu de maneira involuntária. Caso contrário, entende-se que a pessoa não era livre no momento da conduta criminosa, mas o foi no momento em que escolheu embriagar-se, razão pela qual a atitude continua culpável. 311. Correto. Segundo disposição expressa no parágrafo 2º, do art. 28, do Código Penal, a pena pode ser reduzida de um a dois terços se o agente, por embriaguez proveniente de caso fortuito ou força maior, não possuía, ao tempo da ação ou da omissão, a plena capacidade de 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 97 entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento. 312. Errado. A embriaguez culposa ocorre quando o agente, não pretendendo embriagar-se, bebe demais, imprudentemente, chegando assim ao estado etílico. Neste caso, conforme o art. 28, II, do Código Penal, não se opera a exclusão da imputabilidade penal. 313. Correto. Sobre esta temática, há decisão do Superior Tribunal de Justiça (HC 33401/RJ) no sentido de que, em se tratando de inimputabilidade (ou semi-imputabilidade), vigora, entre nós, o critério biopsicológico normativo. Dessa maneira, não basta simplesmente que o agente padeça de alguma enfermidade mental. Faz-se mister, ainda, que exista prova de que este transtorno realmente afetou a capacidade de compreensão do caráter ilícito do fato (requisito intelectual) ou de determinação segundo esse conhecimento (requisito volitivo) à época do fato, no momento da ação criminosa. 314. Errado. Maria será absolvida por inexistência da culpabilidade, e não da ilicitude da conduta. A imputabilidade é um dos elementos estruturais da culpabilidade. 315. Errado. O Código Penal filiou-se ao critério biopsicológico, no qual, para a pessoa ser considerada inimputável, não basta a doença mental, devendo ainda, ao tempo do crime, a pessoa não se encontrar em uma situação de entender e querer. Cabe ressaltar que há uma exceção a este critério biopsicológico, que é referente aos menores de 18 anos, em que não é necessária a incapacidade de entender ou querer. 316. Errado. A emoção e a paixão são alterações intensas do estado psíquico de longa (paixão) ou curta (emoção) duração. Emoção e paixão não excluem a imputabilidade (art. 28, do Código Penal), mas são causas de diminuição de pena (art. 65, II, "c" e art. 121, parágrafo 4º, do Código Penal). 317. Errado. A embriaguez preordenada configura-se quando o agente se embriaga deliberadamente para praticar o crime. O autor da ação criminosa busca, com a embriaguez, ou romper os freios inibitórios ou alcançar uma escusa, na medida em que se encontra numa situação de inimputabilidade no momento da ocorrência do delito. Nessa forma de embriaguez apresenta-se a hipótese de actio libera in causa por excelência. 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 98 A embriaguez preordenada não reduz a pena e, nos termos do art. 61, II, “l”, é