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precisão o caso da questão em tela. Diferentemente, a difamação é a imputação de um fato ofensivo à reputação da pessoa. Este fato não é definido como crime nem necessita ser falso. 539. Correto. O Título I da Parte Especial do Código Penal abrange os crimes contra a pessoa. Dentro deste Título há a subdivisão em seis capítulos, que são: I – dos crimes contra a vida, II - lesões corporais, III - da periclitação da vida e da saúde, IV – da rixa, V – dos crimes contra a 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 168 honra e VI – crimes contra a liberdade individual. Dentro dos crimes contra a liberdade individual, Capítulo VI, existe a Seção II, que trata dos crimes contra a inviolabilidade do domicílio. 540. Errado. O art. 142, I, do CP leciona que não constitui injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo, na discussão da causa, pela parte ou por seu procurador. É a chamada imunidade judiciária, causa específica de exclusão de antijuridicidade. Embora alcance tanto a ofensa oral quanto a escrita, a imunidade diz respeito às partes que estabelecem uma relação processual. Não é o caso trazido na questão, em que cita terceira pessoa, podendo a advogada responder, até mesmo, pelo crime de difamação. 541. Errado. Os crimes de calúnia e difamação ofendem a honra objetiva da vítima, ou seja, sua reputação social. Já o crime de injúria ofende a honra subjetiva da vítima, em outras palavras, sua estima própria. Estes crimes fazem parte do capítulo dos crimes contra a honra, englobados no título dos crimes contra a pessoa. Seu objetivo não é a tutela do patrimônio da vítima. 542. Errado. No Brasil só há duas espécies de abortamento legal: o aborto necessário ou terapêutico ou ainda profilático, que é aquele feito para salvar a vida da gestante e o aborto humanitário, sentimental ou ético, realizado na hipótese de estupro. O aborto eugênico ou eugenésico, feito para impedir a continuação da gravidez de fetos ou embriões com graves deformidades físicas ou psíquicas, não é permitido no ordenamento jurídico vigente, constituindo crime. 543. Errado. O art. 142, I, do CP preceitua que não constitui injúria ou difamação punível a ofensa irrogada em juízo pela parte ou por seu procurador na discussão da causa. A excludente ora tratada alberga tanto a ofensa oral quanto a escrita. Há de ser, todavia, em torno do objeto da controvérsia, respeitada a relação com a causa. 544. Errado. No crime de calúnia, delineado no art. 138 do CP, há a ofensa da honra objetiva da vítima, ou seja, sua credibilidade no seu meio social. Sua consumação acontece quando terceiros tomam conhecimento do fato calunioso. O Código Penal preocupa-se em tutelar a honra e não o patrimônio da vítima. 545. Correto. Em consonância com o preceito legal, art. 128, II, do Código Penal, o aborto legal, conhecido como aborto humanitário ou sentimental, é uma regra permissiva. Não se exige autorização judicial para o feito, bastando o consentimento da gestante e que seja praticado por médico. 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 169 546. Correto. A questão está em conformidade com o dispositivo legal, art. 142, I, do Código Penal. Trata-se da imunidade judiciária, causa de exclusão de antijuridicidade. É necessário haver uma relação processual em curso, ligando-se ao exercício da jurisdição e a ofensa deve guardar relação com o teor da causa. A ofensa gratuita constitui crime. 547. Correto. A honra objetiva, ou reputação social da vítima, é protegida nos delitos de calúnia e difamação, respectivamente arts. 138 e 139 do Código Penal. A honra subjetiva ou auto-estima, por sua vez, é protegida no crime de injúria, art. 140 do CP. 548. Errado. O crime está tipificado no art. 125 do Código Penal, prática de aborto sem o consentimento da gestante, não importando a causa da gravidez nem se foi realizado por médico. É um crime de elevado potencial ofensivo, pois possui dupla subjetividade passiva, a gestante e o feto. 549. Errado. O crime de sequestro está previsto no art. 148 do Código Penal quando alguém é privado de sua liberdade. É um crime praticado, em regra, por ação e, excepcionalmente, por omissão, desde que presente o dever de agir. O núcleo do tipo é o verbo privar, que significar tolher, restringir o direito de ir e vir de outrem. 550. Correto. O perdão judicial no crime de homicídio culposo está previsto no art. 121, §5°. É um direito penal público subjetivo de liberdade, causa de extinção de punibilidade. No exemplo da questão, Fernando produziu culposamente a morte de seu filho. As consequências e a gravidade do acontecimento já lhe são tão sérias que a sanção penal torna-se desnecessária. 551. Correto. O crime de abandono de recém-nascido está previsto no art. 134 do Código Penal. É um crime próprio, que só pode ser cometido pela mãe da criança, com o fim de ocultar desonra própria. O sujeito passivo é o recém-nascido abandonado. 552. Errado. Trata-se de infanticídio, elencado no art. 123 do CP, sendo considerado crime matar o próprio filho, sob a influência do estado puerperal, durante ou logo após o parto. É um tipo penal privilegiado de homicídio, com características peculiares. É um crime próprio, podendo ser praticado somente pela mãe. 553. Errado. O art. 138 do Código Penal traz como calúnia a imputação falsa de fato definido como crime. A difamação vem disposta no art. 139 do CP, sendo crime difamar alguém, imputando fato ofensivo à sua reputação. 1001 Questões Comentadas – Direito Penal – CESPE Eduardo Neves e Pedro Ivo 170 554. Errado. Está tipificado no art. 148, §1°, II, a forma qualificada do crime de sequestro e cárcere privado, na possibilidade do crime ser praticado mediante a internação da vítima em casa de saúde ou internação. É a chamada internação fraudulenta, na qual se mantém a vítima internada para mascarar a intenção criminosa, podendo até mesmo o médico responsável pela determinação responder como coautor. 555. Errado. A conduta do proprietário no exemplo da questão mostra- se desproporcional e abusiva, acarretando em excesso punível. O art. 23 do CP, parágrafo único, dispõe que o agente responderá pelo excesso doloso ou culposo em qualquer das hipóteses das excludentes de ilicitude. O proprietário não estará mais amparado pelo exercício regular de direito e responderá por homicídio, um crime contra a pessoa. 556. Correto. Entendimento já assentado nos Tribunais Superiores. Como os meios, os modos e motivos, componentes das qualificadoras num homicídio, são apreciados objetivamente pelo juiz, eles também alcançam o dolo eventual. 557. Correto. Essas são as formas de abortamento legal ou permitido previstas pelo legislador pátrio. O aborto necessário ou terapêutico, feito no caso de não existir outra forma de salvar a gestante e o aborto humanitário ou sentimental, se resultante de estupro e com consentimento da gestante. 558. Errado. Segundo entendimento do STF há de se distinguir as situações em que as ofensas de autoria de parlamentar são proferidas dentro e fora do Parlamento. Somente nessas últimas ofensas irrogadas fora do Parlamento é de se perquirir da chamada "conexão como exercício do mandato ou com a condição parlamentar". Para os pronunciamentos feitos no interior das Casas Legislativas não cabe indagar sobre o conteúdo das ofensas ou a conexão com o mandato, dado que acobertadas com o manto da inviolabilidade. Em tal seara, caberá à própria Casa a que pertencer o parlamentar coibir eventuais excessos no desempenho dessa prerrogativa. 559. Errado. O art. 121, §4°, dispõe que no caso de homicídio culposo, a pena será aumentada de um terço se o agente deixa de prestar imediato socorro à vítima. A intenção