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Apropriação Indébita destacar os seguintes elementos: a) a conduta de se apropriar de coisa alheia móvel; b) a existência de posse ou mesmo de detenção sobre a coisa por parte do agente; c) o surgimento do dolo, ou seja, do animus rem sibi habendi, após a posse ou a detenção da coisa. O núcleo apropriar deve ser entendido no sentido de tomar como propriedade, tomar para si, apoderar-se indevidamente de uma coisa alheia móvel, de que tinha a posse ou a detenção. será de extrema importância, para efeito de reconhecimento do crime de apropriação indébita, que se chegue à conclusão de que o agente exercia a posse ou, pelo menos, que detinha a coisa alheia móvel, mesmo que em nome de outrem, sendo a característica fundamental dessas duas situações o tipo de liberdade que o agente exercia sobre a coisa, vale dizer, uma liberdade desvigiada. A preexistência da posse do sujeito ativo é uma condição que constitui o pressu-posto de fato do delito de apropriação indébita. Faz-se necessário esclarecer que o delito somente se configurará se o dolo de se apropriar surgir depois de ter o agente a posse ou a detenção sobre a coisa alheia móvel. Caso contrário, poderá se configurar em outra infração penal, conforme será analisado no tópico correspondente aos destaques, fazendo-se a distinção entre a apropriação indébita e o estelionato, bem como entre o crime de furto CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA Crime próprio, tanto com relação ao sujeito ativo quanto ao sujeito passivo, haja vista que somente aqueles que tiverem a posse ou a detenção legítima sobre a coisa é que poderão praticar a infração penal e, consequentemen-te, somente aqueles que dispuserem da posse e propriedade da coisa móvel é que poderão sofrer as consequências do comportamento levado a efeito pelo agente; doloso; comissivo e omissivo (podendo, inclusive, ser praticado via omissão imprópria, caso o agente goze do status de garantidor); material; de forma livre; instantâneo (podendo ser, em algumas situa-ções, instantâneo de efeitos permanentes, se ocorrer, por exemplo, a destruição da coisa); monossubjetivo; unissubsistente plurissubsistente (dependendo da forma como o delito é praticado); transeunte ou não transe-unte (variando de acordo com a possibilidade, no caso concreto de ser realizada perícia) OBJETO MATERIAL Objeto material da apropriação indébita é a coisa alheia móvel que se encontra na posse ou sob a detenção do agente. BEM JURIDICAMENTE PROTEGIDO O direito de propriedade é o bem juridicamente protegido pelo tipo penal do art. 168 do Código Penal Continuação Qualquer pessoa pode ser o sujeito ativo do delito de apropriação indébita, desde que tenha a posse ou a detenção sobre a coisa móvel, à exceção do proprietário, em razão da necessidade de que a res seja alheia. O sujeito passivo da apropriação indébita, como regra, será o proprietário da coisa móvel. CONSUMAÇÃO E TENTATIVA Embora não seja fácil apontar com precisão o momento de consumação do delito de apropriação indébita, pois não se pode afirmar, com seguran-ça, em que momento surgiu no agente a vontade de ter a coisa para si, como se fosse dono, invertendo o título da posse, objetivamente, pode-mos destacar alguns momentos de exteriorização da vontade, característicos daquele que atua com o dolo relativo ao delito do art. 168 do Código Penal, consumando-se, pois, a infração penal. Momentos: a) por consumo – no qual há alteração ou transformação da coisa, o que impossibilita a sua restituição; b) por retenção – recusa na devolução ou em dar a coisa; c) por alheação – passar a coisa a terceiro por venda, doação ou permuta, destinação que fora especificada no recebimento; d) por ocultação – que é uma forma de consumo; e) por desvio – aplicar um fim distinto trazendo prejuízo patrimonial (v.g.: Caio coloca à venda o relógio recebido em custódia; Tício retém dinheiro referente a comissões recebidas na mediação na venda de bens). ELEMENTO SUBJETIVO O delito de apropriação indébita somente pode ser praticado dolosamente, não existindo previsão para a modalidade de natureza culposa. para que se possa configurar o dolo correspondente ao crime de apropriação indébita, ele deverá surgir, obrigatoriamente, após o agente ter a posse ou a detenção da coisa alheia móvel, pois, caso contrário, o fato poderá se consubstanciar em outra infração penal, a exemplo do crime de estelionato MODALIDADES COMISSIVA E OMISSIVA Comete o crime de apropriação indébita, praticando um comportamento comissivo, aquele que se desfaz da coisa alheia móvel, agindo como se fosse dono, vendendo-a a terceiro. Da mesma forma, comete o delito em estudo o agente que se recusa a devolver a coisa quando solicitada por seu legítimo dono, praticando, outrossim, uma conduta negativa. Omissão imprópria quando o agente, devendo e podendo agir para evitar o resultado, na qualidade de garantidor, dolosamente, nada faz para impedi-lo. CAUSAS DE AUMENTO DE PENA § 1º A pena é aumentada em 1/3 (um terço), quando o agente recebeu a coisa: 1- Em depósito necessário 2- Na qualidade de tutor, curador, síndico, liquidatário, inventariante, testementeiro ou depositário judicial 3- Em razão de ofício, emprego ou profissão
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