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Política e Sociedade no Brasil - Aula 7 - Formação do Povo Brasileiro

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Formação do Povo Brasileiro
3 matrizes étnicas principais:
Portugueses/ europeus;
Índios;
Negros.
a) Portugueses/ brancos.
Até 1950 entraram no Brasil, no máximo , 5 milhões de europeus. Apenas 500 mil aqui ingressaram antes de 1850 (Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 209).
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b) Índios.
 - Época da descoberta  4 a 5 milhões de índios
- 1823 – só restava 1 milhão
.- Não formavam uma nação
Dominação / Extermínio.
 
 redução missionária (papel dos jesuítas)
 - Guerra justa escravidão
 - Miscigenação. 
 - Epidemias.
 - Por que não venceram os dominadores?
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Branco + Índio = Mameluco ou Brasilíndio
Para Darcy Ribeiro:
Protocélula original da cultura brasileira = brasilíndio
Mamelucos foram vítimas de 2 rejeições básicas:
 - Dos portugueses
 - Dos indígenas
 Resultado: criação de um gênero humano novo
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c) Negros.
José Murilo: até 1822 foram introduzidos 3 milhões negros no Brasil
Darcy: até 1850, 6 milhões
Modo de aliciamento dos negros ( vide pág. 107)
Escravidão e sua manutenção (vide pág. 106-107)
“Nenhum povo que passasse por isso como sua rotina de vida, através de séculos, sairia dela sem ficar marcado indelevelmente. Todos nós, brasileiros, somos carne da carne daqueles pretos e índios suplicados. Todos nós brasileiros somos, por igual, a mão possessa que os suplicou.”
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Segundo Darcy, o negro teve papel mais passivo que ativo quanto à formação do povo brasileiro.
Isso não significa desmerecer sua influência, que “sobreviveria principalmente no plano ideológico, porque ele era mais recôndito e próprio.” (Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 105)
Maiores influências: música, culinária, danças, valores espirituais, etc.
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“Essa parca herança africana – meio cultural e meio racial – , associada às crenças indígenas, emprestaria entretanto à cultura brasileira, no plano ideológico, uma singular fisionomia cultural”. (Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 105)
Diversas matrizes  unidade étnica 
“Mais que uma simples etnia, porém, o Brasil é uma etnia nacional, um povo-nação (...)
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 Os brasileiros se integram numa única etnia nacional, constituindo assim um só povo incorporado em uma nação unificada, num Estado uniétnico. A única exceção são as múltiplas microetnias tribais, tão imponderáveis que sua existência não afeta o destino nacional.”(Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 19-20)
 Unidade nacional ≠ Uniformidade cultural
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Podemos falar em democracia racial?
Darcy Ribeiro:
“Subjacente à uniformidade cultural brasileira, esconde-se uma profunda distância social, gerada pelo tipo de estratificação que o próprio processo de formação nacional produziu(...)
A façanha que representou o processo de fusão racial e cultural é negada(...)
A estratificação social separa e opõe, assim, os brasileiros ricos e remediados dos pobres, e todos eles dos miseráveis, mais do que corresponde habitualmente a esses antagonismos.”
(Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 21)
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Representação das classes sociais por níveis de renda (Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 196)
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“A forma peculiar do racismo brasileiro decorre de uma situação em que a mestiçagem não é punida mas louvada. (...)
Essa situação não chega a configurar uma democracia racial 
(...) (Ela) se contrasta com o apartheid (...)
É preciso reconhecer , entretanto, que o apartheid tem conteúdos de tolerância que aqui se ignoram.Quem afasta o alterno e o põe à distância maior possível, admite que ele conserve lá longe sua identidade, continuando a ser ele mesmo. Em consequência, induz a profunda solidariedade interna do grupo discriminado, o que o capacita a lutar claramente por seus direitos. Nas conjunturas assimilacionistas, ao contrário, se dilui a negritude numa vasta escala de gradações, que quebra a solidariedade, reduz a combatividade, insinuando a ideia de que a ordem social é uma ordem natural, se não sagrada.”
Ribeiro, Darcy. O povo brasileiro. São Paulo: Companhia de Bolso, 2007, pág. 207)

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