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FICHAMENTO TEORIA PSICANALÍTICA 2018.4

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UNIVERSIDADE ESTÁCIO DE SÁ
MBA EM PSICOPEDAGOGIA CLINICA E INSTITUCIONAL
Fichamento
Rafaela de Lima Antão
Trabalho da disciplina Teoria Psicanalítica
Tutor: Prof. Ana Lucia Ribeiro
Rio de Janeiro
 2019
Indicação Bibliográfica
ALMEIDA A.P.D. de. Quando o vínculo é doença: a influência da dinâmica familiar na modalidade de aprendizagem do sujeito. Revista Psicopedagogia, Minas Gerais, 28 (86), p.201-13, 2011.
Resumo
Esse fichamento é sobre o artigo “Quando o vínculo é doença: a influência da dinâmica familiar na modalidade de aprendizagem do sujeito.
A família é o primeiro grupo que o indivíduo participa, impondo determinados vínculos particulares, interferindo na formação de sua identidade, somando-se aos fatores genéticos e sociais, como também na modalidade de aprendizagem. O vínculo é sempre social, mesmo sendo com uma pessoa só.
Existem dois campos psicológicos do vínculo: interno, referenciado na Psicanálise e na Psiquiatria; e o externo analisado pelo ponto de vista psicossocial. Vínculo interno é consequência da percepção subjetiva, ligado a aspectos externos e visíveis do sujeito; já vínculo externo é visível, geralmente estável, resultante de um comportamento gerado por um vínculo interno. Para Psicanálise as relações entre pessoas podem ser definidas por três tipos de vínculos: dependência, modelo integeracional entre pais e filhos, sempre presente no ato de ensinar, se apresenta na concepção de que o professor sabe mais do que o aluno, por exemplo; cooperação e mutualidade, modelo intersexual, entre casal e fraterno, irmão e irmã; e competição ou rivalidade, intergeracional, sexual ou fraterno. Os três são aprendidos no seio familiar.
Para definir o que é vínculo normal relaciona-se a um objeto, objeto diferenciado e não diferenciado, se existe alteração no vínculo este pode ser chamado de patológico.
Para analisar uma família consideram-se três níveis simultaneamente: individual, centrado no paciente, sua inter-relação (organismo – corpo – inteligência - desejo); vincular, circulação do conhecimento e da informação entre membros da família; e dinâmico, destinado a entender o sistema de papéis necessários para o funcionamento da estrutura familiar e os modelos de interação possíveis.
A família é classificada em: família suficientemente sadia, família simbiótica, família dissociada, família narcisista, família com perda de limites, família depressiva, entre outras. Não existe uma família perfeitamente sadia, o que existe são características que servem de parâmetro para considerar uma família suficientemente sadia, que são: predominância da harmonia, atmosfera sadia entre pessoas, possibilitando o crescimento de cada um e de todos. Os pais são modelos de identificação para os filhos, por isso precisam ser coerentes no que dizem, fazem e são; deixando evidentes as funções, os papéis de cada um dentro da família, reconhecendo as diferenças existentes entre as pessoas.
Existem famílias que não sabem conviver com as diferenças, vendo-as como destruidoras da harmonia, quem se diferencia do grupo costuma ser rejeitado por ameaçar sua união. Nessa situação é função do psicopedagogo provocar uma reflexão e trazer uma resposta do grupo, mostrando que a diferença é complementar e não vem para diminuir. O sintoma observado é a retenção do conhecimento por quem o detém, a infantilização, a falta de confiança, a dificuldade em aplicar o que sabe e se tornar autônomo.
A expressão normal, se refere ao que é padrão, sendo um paradigma modelo e guia. Para a Psicopatologia existem vários critérios para diferenciar o que é normal e o que é patológico, que se iniciam na evolução do conhecimento sobre seres vivos e suas enfermidades, da prática clínica e do progresso do conhecimento da natureza. Os critérios são: subjetivo, a dor; estatístico, universal para diagnosticar casos de deficiências mentais, déficits específicos de aprendizagens, anomalias psicomotoras, entre outras; normativo, define um ideal de funcionamento que serve como referência dos comportamentos sociopáticos, patologias orgânico-cerebrais, variações anormais do estado de consciência, entre outros; sofrimento, relacionado com sofrer ou fazer sofrer a sociedade; prático, deve ser usado em consonância com os demais; adaptabilidade, capacidade do indivíduo, a se ajustar a condições de novas experiências, interagindo com o meio; e exercício da liberdade, defesa contra um sofrimento maior, representado pela contradição às suas estruturas valorativas, o objeto está privado da liberdade ou dificuldade de exercê-la.
Diante de todas essas explicações citadas acima, fica evidente que o Psicopedagogo tenha dificuldades em delimitar o que é normal e o que é patológico nas relações interpessoais e a conduta ética a ser adotada.
Cada indivíduo tem uma forma individual de aprender, uma forma só sua de se aproximar do conhecimento e confrontar o saber, que é constituída desde o seu nascimento em um processo de conhecer – desconhecer. A psicopedagogia estuda a modalidade de aprendizagem do indivíduo, analisando os seguintes aspectos: inconsciente, consciente, ordem da significação, lógica, simbólica, corporeiedade e estética; seu objetivo principal é transformar a pessoa para ser autora do seu pensamento, por esse motivo é de suma importância pesquisar as influências familiares no aprendizado escolar, conhecendo o indivíduo integralmente, se aprofundando em seu principal núcleo, a família.
Os psicopedagogos jamais podem deixar de investigar a história de vida do sujeito e sua hereditariedade, pois oferecem dados para compreensão de sua personalidade, do seu comportamento individual e de sua modalidade de aprendizagem.
A condição essencial para adquirir conhecimento é o desejo de aprender, e esse só irá acontecer se o aprendente for visto como coparticipante do processo de aprendizagem, para isso deve perceber a utilidade do saber para a vida. Só ocorre ensino quando acontece aprendizagem, ocorrendo interação de quem ensina com quem aprende e vice- versa.
A expectativa da família para aquele que aprende interfere de forma direta na aprendizagem. Dependendo de como aconteça o vínculo de aprendizagem, dependendo da autoestima de quem aprende e de seus interesses, o indivíduo poderá se tornar um pesquisador atuante ou acomodado e pouco desafiador, repetindo comportamentos nada criativos diante de diferentes estímulos, desenvolvendo uma modalidade fóbica de aprendizagem, tendo medo diante do novo, medo de arriscar, insegurança diante do potencial que possui. 
A maneira de se relacionar com aprendizagem não é fixa, muda ao longo da vida, porém quando isso não acontece, surgem grupos de organizações que perturbam o aprender que são: a hipoassimilação-hipoacomodação (déficit lúdico), hiperassimilação-hipoacomodação (internalização prematura dos esquemas), hipoassimilação-hiperacomodação (pessoa incentivada a uma imitação excessiva, sem experiência prévia) e alternância variável entre assimilação-acomodação, que é o modo saudável de aprender.
Assimilação e acomodação são termos de Piaget, utilizados em sua teoria genético-cognitiva. Assimilação é o movimento pelo qual os elementos do ambiente alteram-se, incorporando-se a estrutura do organismo, aprender não é memorizar, é raciocinar sobre o que é falado, fazer uso de um pensamento mais complexo, próprio do estágio de Operações Formais, para completar a assimilação é necessário a acomodação. A acomodação só acontece se o sujeito consegue colocar em prática o que assimilou, ao assimilar e acomodar de forma alternada.
Na perspectiva construtivista de Piaget, o conhecimento se constrói na interação entre o homem-meio, sujeito-objeto. Conhecer é operar sobre o real e transformá-lo, a fim de compreendê-lo, ação do sujeito sobre o objeto de conhecimento. Quando essa modalidade de aprendizagem não progride, tornando padrão em diversas situações da vida, pode ser patológico. Quando a forma dese relacionar com a aprendizagem e com o objeto de conhecimento não acontece, acarretando a falta de criatividade, o aprendente só consegue repetir o que é apresentado. Quando acontece a internalização prematura dos esquemas, um excesso de conteúdo novo a ser aprendido sem ter havido uma real assimilação do anterior, cria-se um processo de hiperassimilação. A hipoacomodação ocorre de maneira semelhante, quando não se respeita a necessidade de quem aprende e nem o ritmo, já na hiperacomodação, a pessoa é incentivada a uma imitação excessiva, sem ter experiência prévia.
A forma particular de relacionamento e de construção do conhecimento, é de suma importância para o trabalho do psicopedagogo, pois sua função é ser um facilitador para que o sujeito se torne autor de seu próprio pensamento, é importante ter um olhar sistêmico, voltado para a família, levando em conta: o individual, o dinâmico e o vincular.
Todos esses fatores interferem nos relacionamentos posteriores a serem estabelecidos pelo indivíduo. Isso acontece porque há uma internalização desses conjuntos de relação, sendo a relação familiar determinante para sua forma de pensar e agir. A modalidade de aprendizagem é construída nas relações interpessoais estabelecidas, é importante avaliar se a metodologia utilizada para educar é feita através de prêmios ou sanções, já que a inteligência humana só se desenvolve no indivíduo através de suas interações sociais.
Para Vygotsky o valor do grupo social para o aprendizado é tão quanto o da família. É através das relações que se constrói um significado para os fatos, através da mediação se aprende a dar os primeiros passos, a falar e a estruturar os pensamentos. A mediação interfere na formação da inteligência, estando à criança em relacionamento com objetos do mundo físico, através da rede de relações que a personalidade é desenvolvida, por isso é tão importante a presença dos pais, professores, parentes, amigos nas diversas circunstâncias.
A família é o grupo social principal do qual o indivíduo está inserido, os principais ensinantes são os pais. O modo de aprender pode se apresentar conforme os vínculos estabelecidos, com a circulação do conhecimento na família. O papel do psicopedagogo é captar essa dinâmica familiar, observar como o paciente é visto e como lidam com a situação divergente.
A escola é uma continuação da casa, de forma que as relações tenderão a serem produzidas e projetadas no professor, representação de autoridade. Se o aluno não se vê aceito e respeitado pela família, dificilmente se verá como tal na escola, tendendo a evitar a exposição, não sendo autor de seus próprios pensamentos, com medo de críticas, não exercitando a capacidade de julgamento ou inferência. É papel do psicopedagogo, identificar esses pontos na família para que cada um seja corresponsável pelo outro e não apenas delegue responsabilidades. Agora, se erros sempre são realçados em detrimento dos acertos, o problema do aprendizado pode relacionar se ao fato do sujeito não acreditar em sua capacidade, não tendo autoria de seu pensamento.
Para finalizar, o artigo mostra que o significado dado à aprendizagem pelo grupo familiar, o modo como os ensinantes desejam essa criança como aprendente, causa grande influência na construção da modalidade de aprendizagem. A autoria do pensamento é condição para autonomia e a autonomia favorece a autoria.
Citações
A modalidade de aprendizagem se constrói pelo modo como os ensinantes reconheceram e desejaram a criança como sujeito aprendente e a significação que o grupo familiar deu ao ato de conhecer. Por esse motivo, o sujeito jamais poderá ser considerado, dentro da perspectiva psicopedagógica, fora do seu campo familiar (p.202). 
O trabalho psicopedagógico precisa direcionar o seu olhar e o de outrem, neste caso, o da família, para a saúde em detrimento da doença, no sentido de buscar o potencial que existe em cada pessoa e não enfatizar a falta, entendendo que a origem do problema de aprendizagem não se encontra na estrutura individual (p213).
Comentários
O artigo mostra que os problemas de aprendizagem não se encontram na estrutura individual é preciso levar em conta a estrutura cognitiva, afetiva e social. 
O texto faz uma profunda reflexão sobre o papel psicossocial da aprendizagem e deixa claro que ele não começa na escola e sim com as primeiras relações com a mãe, o pai, e a família.
A família é o grupo social principal do qual o indivíduo está inserido, os principais ensinantes são os pais. O modo de aprender pode se apresentar conforme os vínculos estabelecidos, com a circulação do conhecimento na família. O papel do psicopedagogo é captar essa dinâmica familiar. O artigo mostra que já que a família é o grupo primário do qual o indivíduo participa, sua dinâmica determina vínculos que interferem na formação da identidade do sujeito, somando-se aos fatores genéticos e sociais.
Os psicopedagogos jamais podem deixar de investigar a história de vida do sujeito e sua hereditariedade, ele precisa ser analisado de forma integral, e para isso a família, seu principal núcleo, precisa ser o foco da investigação, já que oferecem dados para compreensão de sua personalidade, do seu comportamento individual e de sua modalidade de aprendizagem.
O artigo levanta vários conceitos sobre o que é normal e o que é patológico, mostrando a dificuldade para o psicopedagogo em conseguir diferenciar os dois conceitos com relação aos vínculos familiares, mostra também que não existe família perfeitamente sadia, o que existe são: características que servem de parâmetro para considerar uma família suficientemente sadia, ele classifica as famílias mostrando que certos comportamentos do aprendente e que as dificuldades de aprendizagem estão ligadas diretamente a dinâmica familiar.
Citando Piaget o artigo descreve sobre a assimilação e acomodação e como essas influenciam na aprendizagem significativa do sujeito, e ainda descreve sua perspectiva construtivista, da qual o conhecimento se constrói na interação entre o homem-meio, sujeito-objeto. O texto também cita Vygotsky, que afirma que o valor do grupo social para o aprendizado é tão quanto o da família.
Para finalizar o artigo mostra que as dificuldades de aprendizagem podem ser a causa de um transtorno específico ou a forma de expressar o meio familiar disfuncional que o indivíduo vive. Um dos principais objetivos do diagnóstico psicopedagógico é a discriminação de um pólo ou outro, assim compreendendo como aprendizagem acontece. O texto é uma tentativa de esclarecer até que ponto é possível atribuir a dinâmica familiar, a influência na modalidade de aprendizagem do sujeito, causando como sintoma o não aprender, até que ponto pode se atribuir a família as dificuldades de aprendizagem.
Ideação
Antigamente se atribuía à criança todo o peso do fracasso escolar e a responsabilidade sobre as dificuldades de aprendizagem. Atualmente a escola e a família também são investigadas quando existe baixo rendimento escolar, o que diminui a culpa do aluno e aumenta o questionamento sobre o papel da escola e principalmente da família.
A prática psicopedagógica que respeita a individualidade do sujeito é fundamental. A tentativa de sanar o sintoma sem compreender suas causas nunca surte o efeito desejado por isso à investigação é primordial, no artigo mostra que temos que investigar a família para estudar integralmente um indivíduo e assim definindo as causas relacionadas às dificuldades de aprendizagem.
A investigação da família é indispensável, porém é importante salientar que não é apenas a família que está ligada aos problemas de baixo rendimento escolar e de aprendizagem, é preciso compreender o indivíduo através de um enfoque multidimensional, investigando também os fatores orgânicos, cognitivos, pedagógicos, afetivos/sociais, percebidos dentro das articulações sociais.
Se a base familiar for segura, proverá a criança de instrumentos facilitadores da autoria de pensamento e, consequentemente, implicará na formaçãode modalidades de aprendizagem sadias. 
O olhar psicopedagógico deve ser direcionado tanto para individualidade do paciente quanto para o ambiente em que este está inserido, não existem fórmulas mágicas, prontas para se vencer as dificuldades de aprendizagem, as causas podem ser várias.

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