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impressionismo HAE IV - aula 1 Profa. Patricia Moreno O Advento da modernidade • Com o surgimento da fotografia em 1839, muitos dos trabalhos executados por artistas perderam seu propósito (retratos, ilustrações, reportagens, etc.). Essa crise desloca a pintura como arte para o nível de atividade de elite. • Duas soluções se apresentaram à crise: • Baudelaire e os Simbolistas - Evitavam o problema sustentando que a arte é uma atividade espiritual que não pode ser substituída por um meio mecânico. A pintura tende a se colocar como poesia ou literatura figurada. • Realistas e impressionistas - Reconhece a existência do problema e busca distinguir a os tipos e funções da imagem pictórica e da imagem fotográfica. A pintura se liberta da tarefa tradicional de “representar o verdadeiro”, tende a se colocar como pura pintura. Impressionismo • O movimento formou-se em Paris entre os anos de 1860 e 1870. Sua primeira apresentação ao público foi em 1874, com uma exposição de “artistas independentes” no estúdio do fotógrafo Nadar. • Principais artistas: Monet, Renoir, Degas, Césanne, Pisarro e Sisley. • Manet pode ser considerado um precursor, mas não fazia parte do grupo. • Ele recusava um embate com a realidade, propondo libertar a percepção de qualquer preconceito ou convencionalismo. Características gerais: • Não tinham um programa preciso, mas concordavam em alguns pontos. • Aversão pela arte acadêmica dos salões oficiais; • Orientação realista; • Total desinteresse pelo objeto, preferiam pintar paisagens e naturezas-mortas; • Recusavam os hábitos de atelier, desenhar modelos e a técnica do chiaroscuro; • Estudavam as sombras coloridas e as relações entre as cores complementares; • O espaço não é predeterminado, mas se determina na obra pela relação entre seus elementos constitutivos. Edouard Manet (1832 – 1883), O tocador de flauta, 1866, Musée d’Orsay É d o u a rd M a n e t É d o u a rd M a n e t O Desjejum na relva, 1863 Oil on canvas, 214 x 269 cm (84 1/4 x 106 1/4") Musee d'Orsay, Paris É d o u a rd M a n e t Le Dejeuner sur L'Herbe, 1863 Oil on canvas, 214 x 269 cm (84 1/4 x 106 1/4") Musee d'Orsay, Paris “A operação não diz respeito à captação do real, e sim às grandes estruturas da representação pictórica: uma imagem “histórica” é recomposta segundo os valores a que é sensível a consciência “moderna”.” Argan, Arte Moderna, p.95. É d o u a rd M a n e t Le Dejeuner sur L'Herbe, 1863 Oil on canvas, 214 x 269 cm (84 1/4 x 106 1/4") Musee d'Orsay, Paris Édouard Manet • Obra: Le déjeuner sur l´herbe, 1863. (2,08 x 2,64) (Desjejum na Relva) • Tema “absurdo”, mulher nua em um bosque conversando com dois senhores vestidos. • Composição pictórica sem chiaroscuro nem relevo, zonas de cores lisas. • Estudou obras de Giorgione e Rafael. • Luz se identifica com a cor, não tem uma incidência precisa. Sem distinção de volume, positivo e negativo, nem luz e sombra. • Deu início à pintura en plein-air, ou seja, ao ar livre. • Não se ligou oficialmente aos impressionistas, mas não deixou de acompanhar seus estudos. É d o u a rd M a n e t Olympia, 1863, Oil on canvas 51 3/8 x 74 3/4 in. (130.5 x 190 cm) Musee d'Orsay, Paris É d o u a rd M a n e t Olympia, 1863, Oil on canvas 51 3/8 x 74 3/4 in. (130.5 x 190 cm) Musee d'Orsay, Paris Olympia, 1865. (1,30 x 1,90) • Foi considerada polêmica por retratar nua uma pessoa conhecida. • "Olympia" pintada em 1863 mas só apresentada ao público em 1865 causou reações contrárias mais fortes do que “desjejum na relva". Era um retrato de uma jovem prostituta nua e havia uma referência audaciosa a obra de Ticiano (Vênus de Urbino). A modelo novamente foi Victorine Meurent retratada nua e ao seus pés um gato negro ao invés de um cachorro como no quadro de Ticiano. Em uma atmosfera erótica havia também uma falta de perspectiva (técnica onde se vê o tamanho certo dos objetos em relação a distância). É d o u a rd M a n e t The Railway, 1872-73 93.3 x 111.5 cm National Gallery of Art, Washington Claude Monet, Impressões do sol nascente, 1872 C la u d e M o n e t Regatas em Argenteuil, c. 1872 19 x 29 1/2 in. (48 x 75 cm) Musee d'Orsay, Paris C la u d e M o n e t “Monet tem a coragem de eliminar todos os intermediários entre ele e o objeto: não só as convenções de ateliê (perspectiva, etc.), nem as convenções habituais e do senso comum, mas também o tão celebrado “sentimento da natureza.” Argan, Arte Moderna, p.98. Obra: Regatas de Argenteuil, 1872 • Tema do estudo: As transparências da água e da atmosfera. • Sem esboço no estúdio, sem regras de composição e iluminação. O tema era escolhido por excluir a estabilidade do plano perspectivos e iluminação fixa. • Técnica rápida, toques evitando fundir as cores na tela. • “Monet tem a coragem de eliminar todos os intermediários entre ele e o objeto: não só as convenções de ateliê (perspectiva, etc.), nem as convenções habituais e do senso comum, mas também o tão celebrado “sentimento da natureza.” Argan, 98. • Não distinguia os objetos, somente as cores. Sensação visual. La cathedrale de Rouen, 1894 C la u d e M o n e t La cathedrale de Rouen, le portail, temps gris (Rouen Cathedral, the West Portal, Dull Weather), dated 1894, painted 1892, Oil on canvas 39 3/8 x 25 5/8 in. (100 x 65 cm) Musee d'Orsay, Paris C la u d e M o n e t La cathedrale de Rouen, le portail et la tour Saint-Romain, plein soleil, harmonie bleue et or, Harmony in Blue and Gold) dated 1894, painted 1893, Oil on canvas 42 1/8 x 28 3/4 in. (107 x 73 cm) Musee d'Orsay, Paris C la u d e M o n e t A Catedral de Rouen, 1894 • Cena vista em parte. • Quase irreconhecível, atmosfera vaporosa. • Campo visual não coincide com o campo da consciência. • Impressão visual foi além da retina. Water Lilies (The Clouds), 1903 Oil on canvas 74.6 x 105.3 cm (29 3/8 x 41 7/16 in.) Private collection C la u d e M o n e t Claude Monet, Ninféias azuis, 1904 The Japanese Bridge. 1899. Oil on canvas. The Museum of Art, Philadelphia, PA, USA. C la u d e M o n e t The Japanese Bridge, Probably 1918-24 Oil on canvas 89 x 116 cm (35 x 45 3/4 in.) The Minneapolis Institute of Arts C la u d e M o n e t Le Moulin de la Galette, 1876 Oil on canvas, 51 5/8 x 68 7/8 in. (131 x 175 cm) Musee d'Orsay, Paris P ie rre A u g u s te R e n o ir The Luncheon of the Boating Party, 1881 Oil on canvas 129.5 x 172.7 cm (51 x 68 in.) The Phillips Collection, Washington P ie rre A u g u s te R e n o ir The Luncheon of the Boating Party, DETAIL OF glasses on table, 1881 Oil on canvas 129.5 x 172.7 cm (51 x 68 in.) The Phillips Collection, Washington, D.C. P ie rre A u g u s te R e n o ir Rosa e Azul - As meninas Cahen d´Anvers , 1881 óleo sobre tela; 119 x 74 cm MASP, Brasil P ie rre A u g u s te R e n o ir L'absinthe, 1876Oil on canvas 36 1/4 x 26 3/4 in. (92 x 68 cm) Musee d'Orsay, Paris E d g a r D e g a s Obra: L´Absinthe, 1876. • Foi feito 2 anos após a primeira exposição. • Longe dos motivos alegres dos impressionistas. • Um boêmio e uma prostituta embriagada. • Não o fez por polêmica social, não julga os personagens. • A solidariedade une aqueles dois personagens àquela cena. Excesso de lucidez. • Perspectiva enviesada. Impõe um percurso até chegar aos personagens. • “A impressão visual, portanto, não é um limitar-se a ver, renunciando a compreender; é um novo modo de compreender e permitir compreender muitas coisas antes incompreendidas. Assim Degas desfaz a ligação que ainda vinculava a sensação visual impressionista à emoção Romântica. E é ele, fundamentalmente Ingresiano, que se liberta do complexo de inferioridade que o próprio Renoir, o próprio Césanne experimentam frente a perfeita lucidez de Ingres. Para ele, tão sensível à realidade do seu tempo, o clássico já não é beleza nem razão; é simplesmente recusa do patético em favor de uma objetividade superior.” Argan, p.109. La classe de danse (The Dancing class), c. 1873-75 Oil on canvas 33 1/2 x 29 1/2 in. (85 x 75 cm) Musee d'Orsay, Paris E d g a r D e g a s The Dance Class, 1874 Oil on canvas 25 5/8 x 31 7/8 in (65 x 81 cm) Musee d'Orsay, Paris E d g a r D e g a s After the Bath, c. 1879 Monotype in black ink on china paper, heightened with pastel 8 1/4 x 6 1/4 in. (21 x 15.9 cm) Private collection, New York E d g a r D e g a s Ecole de danse, 1873 Oil on canvas 19 1/16 x 24 5/8 in. (48.3 x 62.5 cm) Corcoran Gallery of Art, Washington E d g a r D e g a s • Edgar Degas, Bailarina, 1886, Musée d’Orsay, Paris Edgar Degas, Bailarina, 1886, Musée d’Orsay, Paris Degas – Bailarina de quatorze anos (1879-1881 The Hanged Man's House,1873 Oil on canvas 55 x 66 cm (21 3/4 x 26") Musee d'Orsay, Paris P a u l C é s a n n e Obra: A Casa do enforcado. 1873. • Uma de suas primeiras obras impressionistas. • Composição densa, volumes pesados e a cor é opaca, diferente da beleza, brilho e transparência de Monet. • Camada de cores espessa, árida e grumosa, mesclada à cor, a luz se torna matéria. • Falava em tratar a natureza como as formas geométricas. (antecipação do cubismo?) The Card Players, 1890-1892 Oil on canvas 17 3/4 x 22 1/2 in The Louvre, Paris P a u l C é s a n n e Mont Sainte-Victoire Seen from Les Lauves, 1904-06 Oil on canvas 26 x 32 1/8 in. (66 x 81.5 cm) Private collection, Switzerland P a u l C é s a n n e Obra: Monte Sainte Victoire • Lucidez estrutural. • Obra tardia, mas uma das mais gloriosas. • Ritmo, pinceladas rápidas preenchem toda a tela. Intensidade de movimento • Ponto de chegada de sua pesquisa dirigida à compreensão global do ser e de sua estrutura vital: mas pode-se negar que essa filosofia pura seja pura pintura? • Contato direto com o mundo é o pensamento. • Base para o Cubismo assim como Van Gogh foi a base para o Expressionismo. A natureza física da pintura também se manifestava na ausência da tinta que deixava visível a realidade da tela. Mont Sainte-Victoire and Chateau Noir, 1904-1906 Oil on canvas 25 3/4 x 31 7/8 in. Bridgestone Museum of Art, Tokyo P a u l C é s a n n e The Garden at Les Lauves, c. 1906 Oil on canvas 65.4 x 80.9 cm (25 3/4 x 31 7/8 in.) The Phillips Collection, Washington, D.C. P a u l C é s a n n e Cézanne pintou os objetos em múltiplos planos. Bordas paralelas à superfície da tela, e todo o resto recuado em planos para trás: objeto voltava-se frontalmente para o observador – “como cortasãos ao se afastarem na presença do rei” (Greenberg). Mulher com cafeteira (1890-95) 1. Geometria da Composição. 2. Verticalidade das linhas. 1. 2. Metáfora à verticalidade da tela... Paul Cézanne, O Vaso Azul, 1885-7 Medardo Rosso, Velho doente, 1889 Medardo Rosso, Velho doente, 1889 Medardo Rosso, Ecce puer (impressão de uma criança), 1906 Neo impressionismo • Principais artistas: Seurat e Signac. • Características gerais: • Queriam ultrapassar o impressionismo, no sentido de dar um fundamento científico ao processo visual e operacional da pintura. • Estabeleceu-se, desta forma, um Impressionismo dito “romântico” de Monet e Renoir, e um Impressionismo “científico”. • Instauraram a técnica do pontilhismo, que consiste na divisão dos tons em seus componentes, isto é, em várias pequenas manchas de cores puras, reunidas entre si de forma a recompor, na visão do observador, a unidade do tom. A Sunday Afternoon on the Island of La Grande Jatte, 1884-86 Oil on canvas 207.5 x 308 cm Art Institute of Chicago G e o rg e s S e u ra t Obra: Um domingo de verão na Grande Jatte. • Tema impressionista. • Manequins geometrizados como peões de xadrez, lei da proporção áurea. • Luz não natural, mas cientificamente calculada. • “Não é um retorno à geometria do espaço perspectivo e à concretude física das coisas; o espaço que Seurat reduz à lógica geométrica, é o espaço empírico dos impressionistas, que assim é transformado em espaço teórico.” Argan, 118 The Circus, 1891 Oil on canvas 73 x 59 1/8 in Musee d'Orsay, Paris G e o rg e s S e u ra t Bathers at Asnieres 1883-84 (retouched 1887) 79 x 118 1/2 in National Gallery, London G e o rg e s S e u ra t The Eiffel Tower, 1889 Oil on panel 9 1/2 x 6 in. The Fine Arts Museums of San Francisco G e o rg e s S e u ra t Port of La Rochelle, 1921 Oil on canvas 4' 3 1/4" x 5' 3 3/4" (130 x 162 cm) Musee d'Orsay, Paris P a u l S ig n a c Entrada no porto de Marselha, 1911 Oil on canvas 1,17 x 1,62 cm) P a u l S ig n a c Simbolismo • Principais artistas: Gustave Moreau e Odilon Redon. • Configura-se como uma superação da pura visualidade impressionista, mas em sentido espiritualista, e não científico. • Pretende suscitar reflexões sobre tudo o que é incontestavelmente real, mesmo que não se apresente à vista. • Antecipa a concepção surrealista do sonho como revelação da realidade profunda do ser, da existência inconsciente. The Apparition, c. 1874-76 Oil on canvas 142 x 103 cm Musee Gustave Moreau, Paris G u s ta v e M o re a u Nascimento da Vênus, 1912 1,41 x 0,61 cm O d ilo n R e d o n
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