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acao de indenizacao por danos materiais e morais

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Prévia do material em texto

EXCELENTISSIMO (A) JUIZ (A) DA VARA _____ CÍVEL DA COMARCA DE CONTAGEM/MG.
FULANO DE TAL, brasileiro, solteiro, professor, carteira de identidade Nº MG- XXXX, inscrito no CPF sob Nº. XXXXXXXXXX, residente domiciliado na Avenida das XXXXXX, N, bloco XX aptº 100, bairro XXXXX, Contagem/MG e, Cep. XXXXXXX, vem respeitosamente a presença de Vossa Excelência, por intermédio de seu procurador que abaixo subscreve, ajuizar
AÇÃO DE INDENIZAÇÃO SOB O RITO ORDINÁRIO POR DANOS MATERIAIS E MORAIS em desfavor da
XXXX ENGENHARIA S/A, pessoa jurídica de direito privado, inscrita no CNPJ sob o nº: XXXXXXXX, com endereço comercial na Av XXXXXXX, nº 2xx, bairro XXX, CEP: XXXXXX, Belo Horizonte/MG, e o faz com apoio nas razões de fato e fundamentos de direito a seguir alinhados:
 PREAMBULARMENTE
Requer-se, por oportuno, o cadastramento do procurador XXXXXXXX, OAB XXXX, escritório profissional a Rua XXXXXXXX, nº XX, bairro XXXXX, em Contagem/MG, FONE: XXXXXX, devendo todas as intimações ocorrer em nome desta, sob pena de nulidade.
1 – DOS FATOS
 1. O autor celebrou contrato de compra e venda de seu imóvel, com empresa ré, (contrato anexo), mediante financiamento da Caixa Econômica Federal, realizando “o sonho da casa própria”, uma vez que durante toda a sua vida residiu de aluguel. 
2. No momento das tratativas, antes de celebrar contrato de compra e venda do imóvel, a autora recebeu da ré um folder, no qual constava que o condomínio, a qual a autora adquiriu o apartamento teria “playgroud”, “gazebo”, e espaço gourmet, todavia, conforme fotos anexas, a ré não cumpriu com a propaganda oferecida aos promitentes compradores.
 3. Ao receber a posse do bem, o autor verificou, que o condomínio não possuía as áreas de lazer prometidas pelo réu, senão vejamos:
Ø Espaço playground: no local onde deveria ter um parquinho com diversos brinquedos em um espaço gramado e arborizado, conforme a propaganda de venda que lhe foi exposta há um espaço acimentado, com dois brinquedos de plástico;
Ø Espaço Gazebo: o espaço gazebo não tem sequer jardim, estando completamente distante do pactuado entre as partes.
Ø DO ESPAÇO GOURMET: no que tange as áreas de lazer prometidas pela ré, o espaço gourmet foi à pior decepção, haja vista que este sequer existe.
4. Exa. é lamentável a má-fé da ré, que REALIZOU PROPAGANDA ENGANOSA no objetivo de iludir futuros compradores a adquirirem apartamentos em um condomínio que possuí várias áreas de lazer, quando na verdade não passa de uma enganação para induzi-los a compra do bem!
5. A conduta de má-fé da ré, vai além da propaganda enganosa, atinge também os princípios da boa-fé objetiva contratual, pois evidentemente que valor cobrado pelo imóvel, esta inserido o valor as áreas de lazer acima mencionada, em especial, menciona-se o espaço gourmet que sequer existe no condomínio
6. Portanto Exa., dúvida não resta que a presente medida é o meio hábil para resguardar os interesses legítimos da autora, uma vez que a ré descumpriu com pactuado, tendo realizado propaganda enganosa do bem vendido a autora, uma vez que não possuí as áreas, prometidas, sendo certo que esta suporta o prejuízo econômico em virtude do bem não possuir a área prometida ao autor.
2. DOS FUNDAMENTOS
 2.1 DA AUSÊNCIA DE BOA-FÉ - PROPAGANDA ENGANOSA – FRAUDE A CONSUMIDOR
Exa. é notória a má-fé da ré que celebrou contrato de compra e venda com o autor do imóvel localizado em condomínio que teria amplo espaço de lazer, todavia, a referida propaganda de venda (folder anexo) era enganosa, e foi feita apenas no objetivo de estimular a compra do bem.
A conduta da ré é reprovável não apenas pela falsa venda de um bem ao qual prometeu-se uma ampla área de lazer, com o espaço gourmet, que sequer existiu, mas principalmente pelo prejuízo material que suporta o autor que recebeu bem diverso do que comprou.
As fotos que ora se junta mostram de forma incontroversa que os espaços de lazer entregues não correspondem ao prometido no momento da venda do imóvel e o PIOR NÃO EXISTE O ESPAÇO GOURMET, constante no folder do condomínio e prometido pela ré!
A conduta da ré é reprovável, denotando-se notória má-fé de sua parte, que iludem os compradores a adquirem um bem em condomínio que terá ampla área de lazer, e posteriormente a venda do imóvel, estes descobrem que foram enganados.
Tal conduta é contrária aos princípios da boa-fé objetiva, e configura-se uma fraude por parte da ré, que age em total má-fé ao promitentes compradores de seus imóveis, o que deve ser punido pelo judiciário no objetivo de coibir atos prejudiciais aos consumidores.
Ao tratar do princípio da boa-fé e da probidade, Carlos Roberto Gonçalves, ao se reportar ao art. 422 do Código Civil, dispõe que:
O princípio da boa-fé exige que as partes se comportem de forma correta não só durante as tratativas, como também durante a formação e o cumprimento do contrato. Guarda relação com o princípio de direito segundo o qual ninguém pode beneficiar-se da própria torpeza. Recomenda ao juiz que presuma a boa-fé, devendo a má-fé, ao contrário, ser provada por quem a alega. Deve este, ao julgar demanda na qual se discuta a relação contratual, dar por pressuposta a boa-fé objetiva, que impõe ao contratante um padrão de conduta, de agir com retidão, ou seja, com probidade, honestidade e lealdade, nos moldes do homem comum, atendidas as peculiaridades dos usos e costumes do lugar. (GONÇALVES, Carlos Roberto. Direito civil brasileiro, volume III: contratos e atos unilaterais. 5. ed. rev. e atual. – São Paulo: Saraiva, 2008).
Neste sentido, a regra da boa-fé se apresenta como uma cláusula geral para a aplicação do direito obrigacional, permitindo que se dê soluções aos casos concretos, levando-se em consideração os fatos inerentes a relação negocial, in casu a falsa propaganda de que o condomínio no qual esta localizado o imóvel adquirido pela autora possuiria áreas de lazer que nunca foram entregues, como o “ ESPAÇO GOURMET”, deve ser observado por este juízo, como ato ilícito, que infringe a deveres inerentes a boa-fé objetivo, na relação contratual entre as partes.
Assim, pautado no princípio de que a propaganda deve refletir a realidade do que de fato está se vendendo, denota-se fraudulento o folder entregue a autora compradora do bem imóvel no condomínio que repita-se não possui as áreas de lazer pactuadas no contrato de compra e venda, e ainda não possuí a área de lazer, pactuada no contrato de compra e venda e ainda não possui área gourmet.
Lado outro, a propaganda enganosa de uma área que sequer existe (ESPAÇO GOURMET), além da lesão econômica a autora/compradora do imóvel, que obviamente pagou pelas áreas de lazer que não correspondem a pactuada e ainda não possui o espaço prometido, há também uma infringência a legislação consumerista, senão vejamos:
Art. 37. É proibida toda publicidade enganosa ou abusiva.
§ 1º É enganosa qualquer modalidade de informação ou comunicação de caráter publicitário, inteira ou parcialmente falsa, ou, por qualquer outro modo, mesmo por omissão, capaz de induzir em erro o consumidor a respeito da natureza, características, qualidade, quantidade, propriedades, origem, preço e quaisquer outros dados sobre produtos e serviços. (grifa-se)
No mesmo sentido, o princípio da boa-fé insculpido na legislação consumerista, impõe a ambas as partes o agir com honestidade e lealdade enquanto perdurar a relação de consumo.
É esse o entendimento majoritário da doutrina, que nos ensina:
Exige o CDC a boa-fé dos contratantes porque pressupõe o contrato não como síntese de interesses contrapostos ou pretensões antagônicas, mas como instrumento de cooperação entre as partes, que devem comportar-se com lealdade e honestidade, de maneira que não frustrem mutuamente as legítimas expectativas criadas ao redor do negócio jurídico. ² (SILVA, 2003, p. 71).E mais,
Portanto, a boa-fé como padrão de conduta serve para coordenar o comportamento das partes, que, no contrato, devem observar os deveres anexos da lealdade, cooperação e informação, não mais podendoinvocar a boa-fé subjetiva para eximirem-se ou absterem-se da prática do ato que a situação exija ou repila. ² (SILVA, 2003, p. 72). (destaca-se).
Ao subtrair esse conceito e aplicá-lo ao caso concreto, perceptível a afronta por parte da ré aos postulados do Código Consumeirista, principalmente no que tange a escusa por parte da ré em prestar os serviços médicos pelos quais foi contratada.
Vejamos as lições de Pontes de Miranda acerca do tema:
Nos termos do princípio invocável em nosso sistema jurídico, ‘a ninguém é licito venire contra factum proprium, isto é, exercer direito, pretensão ou ação, ou exceção, em contradição com o que foi a sua atitude anterior, interpretada objetivamente, de acordo com a lei’ (cfr. PONTES DE MIRANDA, Tratado de direito privado, Campinas: Bookseller, 2000, p. 64). (destaca-se)
Assim a conduta ilícita da ré infringe os princípios da boa-fé objetiva, haja vista a notória má-fé na venda do imóvel que se procedeu mediante a propaganda enganosa de um condomínio com áreas de lazer que não existem no condomínio.
2.2 DO DANO MATERIAL 
Exa. resta claro e evidente os danos sofridos pela autora que após comprar o seu tão sonhado imóvel residencial, depois de anos morando de aluguel, descobriu que tinha sido enganada e que o condomínio não possuía as atrativas áreas de lazer oferecidas pela ré e anunciadas no folder, e o pior pagou pelas referidas áreas, que não correspondem a convencionada, sendo que o espaço gourmet, sequer foi construído no condomínio.
MM. Juiz, é lamentável ver condutas imorais que ofendem a BOA FÉ CONTRATUAL e os princípios do direito do consumidor, como ocorreu in casu.
Ademais, a lume fundamento do ato ilícito previsto no art. 186 e 927 do Código Civil, segundo o qual:
Art. 186 do C.C: Aquele que, por ação ou omissão voluntária, negligência ou imprudência, viola direito e causa dano a outrem, ainda que exclusivamente moral, comete ato ilícito.
Art. 927 do C.C: Aquele que, por ato ilícito, causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. (destaca-se)
Para a caracterização do dever de indenizar devem estar presentes os requisitos clássicos: ação ou omissão voluntária, relação de causalidade ou nexo causal, dano e, finalmente, culpa, SENDO CERTO QUE TODOS ESSES REQUISITOS ENCONTRAM-SE PRESENTES, CONTUDO AINDA QUE AS RÉS NÃO TIVESSEM AGIDO COM CULPA DISPÕE O ART. 14 do CDC, que o fornecedor responde independente culpa, in verbis:
Art. 14. O fornecedor de serviços responde, independentemente da existência de culpa, pela reparação dos danos causados aos consumidores por defeitos relativos à prestação dos serviços, bem como por informações insuficientes ou inadequadas sobre sua fruição e riscos.
Cumpre mais uma vez ressaltar que no presente caso encontra-se comprovado o ato ilícito praticado pela ré, e sua responsabilidade civil, o que por mais uma vez evidencia o seu dever de indenizar a autora pelos danos materiais que sofreu em virtude da lesão ao seu direito, bem como em decorrência do prejuízo econômico que suposta, HAJA VISTA QUE PAGA PELO FINANCIAMENTO DE IMÓVEL QUE NÃO POSSUIU NA ÁREA CONDOMINIAL AS BENFEITORIAS QUE LHE FOI PROMETIDA POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DO CONTRATO DE COMPRA E VENDA. (contrato de compra e venda e financiamento junto a CEF anexo).
Cumpre destacar que as ré, agiu de inteira má-fé pois é costumeira em oferecer aos promitentes compradores dos imóveis que constrói, maravilhosas áreas de lazer, entregando folders com imagens de condomínio atrativo com parque de diversões, área gourmet, e no momento da entrega, o imóvel esta completamente diverso do que foi prometido ao compradores, com espaços completamente diferente do prometido e outras nem mesmo possui todos os espaços, como ocorre in casu.
 Exa, a prática abusiva da ré em prometer um espaço de lazer aos compradores de seus imóveis e depois não entregá-los, é uma prática corriqueira da ré, prova disso são as inúmeras ações de autores que igualmente a autora foram enganados com a promessa que o condomínio teria uma área de lazer, que não foi entregue pela ré, em especial no Estado de São Paulo inúmeras são as ações nesse sentido, tendo o TJSP, proferido a seguinte condenação:
Recurso XXXXX
Assim, diante da ausência das áreas de lazer pactuadas e não entregues, deve a ré ser condenada a indenizar o autor, a título de indenização por danos materiais, a diferença entre o valor que teria se área de lazer prevista para o empreendimento houvesse sido entregue, apurando-se o quantum através do laudo imobiliário (anexo) e/ou mediante laudo pericial.
 3. DANO MORAL- REITERADA PRÁTICA ABUSIVA A CONSUMIDORES- INDENIZAÇÃO CARÁTER SANCIONATÓRIO- EDUCATIVO
A uma simples análise dos fatos narrados, perceptível a frustração da autora na compra de seu primeiro imóvel, convicta de que teria a área de lazer prometida em especial o espaço gourmet, uma vez que tinha a intenção de realizar a sua festa de casamento nele, o que não foi possível, haja vista não foi construído no condomínio o espaço gourmet prometido.
Sabe- se que o dano moral é concedido em casos extremos, em que realmente se comprova a gravidade do fato, as circunstâncias gravosas e degradantes sofridas. Ora Exa., vê-se que o caso concreto amolda-se PERFEITAMENTE aos requisitos aptos a ensejar o dano moral, principalmente pela má-fe da autora que no momento da venda prometeu espaço de lazer na área condominial e não cumpriu com o pactuado.
Nesses termos, ensina Maria Helena Diniz:
É a ofensa de interesses não patrimoniais de pessoa física ou jurídica provocada pelo fato lesivo. A reparação do dano moral não é uma indenização por dor, vergonha, humilhação, perda da tranquilidade ou do prazer de viver, mas uma compensação pelo dano e injustiça sofridos pelo lesado, suscetível de proporcionar-lhe uma vantagem, pois ele poderá, com a soma de dinheiro recebida, procurar atender às satisfações materiais ou ideais que repute conveniente, atenuando, assim, em parte, seu sofrimento. (DINIZ, Dicionário Jurídico,verbete “Dano Moral”).(destaca-se).
Todavia, a indenização em danos morais no presente, alem de compensação aos danos sofridos pela autora, possui ainda um caráter educativo sancionatório, haja vista ser a ré costumeira em referida prática de propaganda enganosa, que fere aos princípios das boa-fé objetiva contratual, aos direitos do consumidor, e acima de tudo configura um ilícito.
Corroborando com o afirmado é a intensa lista de reclamações no reclame aqui (doc. anexo), que deixa claro que a ré em costumeira em vender apartamentos na planta, afirmando que o condomínio terá um maravilhoso espaço de lazer e posteriormente entrega o bem, sem as áreas prometidas, verifica-se ainda que na maioria dos casos de reclamação, o espaço gourmet não é construído.
Em Uberlândia/MG, a ré realizou a mesma prática abusiva, vejamos a jurisprudência:
O instituto jurídico do dano moral ou extrapatrimonial tem três funções básicas: compensar alguém em razão de lesão cometida por outrem à sua esfera personalíssima, punir o agente causador do dano, e, por último, dissuadir e/ou prevenir nova prática do mesmo tipo de evento danoso. Essa prevenção ocorre tanto de maneira pontual em relação ao agente lesante, como também de forma ampla para sociedade como um todo.
A FUNÇÃO PUNITIVA CONSISTE EM PUNIR O AGENTE LESANTE PELA OFENSA COMETIDA, MEDIANTE A CONDENAÇÃO AO PAGAMENTO DE UM VALOR INDENIZATÓRIO CAPAZ DE DEMONSTRAR QUE O ILÍCITO PRATICADO NÃO SERÁ TOLERADO PELA JUSTIÇA. PARA CAVALIERI, não se pode ignorar a necessidade de se impor uma pena ao causador do dano moral, para não passar impune a infração e, assim, estimular novas agressões. A indenização funcionará também como uma espécie de pena privada em benefício da vítima.
Percebe-se, assim, que a não aplicação da função punitiva acarreta no estímulo indireto à prática de novas infrações. Essa conseqüência indesejada ocorre em virtude da sensação de impunidade do lesante, o qual muitas vezes acredita ter obtido vantagem com o ilícito.
Todavia, importante destacar que a função punitiva,isoladamente, não serve como fundamento para excessos dos magistrados. Os extremos – indenização ínfima/geralmente acarretam em situações injustas, razão pela qual a função punitiva assume especial relevo quando há a conjugação de certos fatores que ensejam o aumento do valor indenizatório. Esses fatores são alguns dos critérios a serem analisados nos próximos artigos.
AO ANALISAR OS CASOS CONCRETOS, FAZ- SE NECESSÁRIOS A ANÁLISE IN CONCRETO E A GRAVIDADE DA ATITUDE DA RÉ, LEVANDO-SE EM CONSIDERAÇÃO OS SEGUINTES ASPECTOS DE LESÃO A AUTORA:
a) Trata-se do primeiro e único imóvel da autora que depois de anos morando de aluguel adquiriu mediante financiamento da CEF o bem, e após tomar posse daquele verificou que havia sido enganada;
b) A autora financiou o imóvel em longos 30 (trinta) anos, já tendo pagado 02 (dois) anos de financiamento, possui 38 (trinta e oito anos) de idade encontra-se desempregada e quando terminar de pagar o bem terá 66 (sessenta e seis) anos de idade, ou seja dificilmente adquirirá outro bem;
c) Ainda que na melhor das hipóteses a autora consiga adquirir outro bem, o que é pouco provável diante da sua situação econômica, durante todo o período que residir no condomínio XXXXX Sol, não poderá usufruir das áreas de lazer, em especial o espaço gourmet que não foram entregues pelo réu;
d) E o pior, a autora efetivamente paga mediante o financiamento da CEF, pelo espaço que foi prometido e não foi entregue pela ré.
Pelo exposto, pugna pela condenação da empresa-ré ao pagamento de no mínimo 100 (cem) salários mínimos, a título de indenização por dano moral, em decorrência do ilícito cometido a autora, e no objetivo de que a condenação surta efeito sancionatória a ré, que é reincidente na pratica de prometer áreas de lazer em condomínios e não entregá-las .
V - DA JUSTIÇA GRATUITA
 O Autor tem um rendimento mensal bruto de R$ 3.500,34, e líquido de R$ 2.983.38, conforme demonstrativo em anexo. Ocorre que, além das despesas pessoais, o mesmo tem compromissos assumidos (conforme documentação anexa) com sua sobrinha referente ao pagamento da faculdade (recibos em anexos), bem como plano de saúde de sua mãe (anexo), tendo assim, sua renda um compromentimento que o impossibilita assumir as custas processuais desta lide, conforme exposto também no quadro abaixo.
DESPESAS MENSAIS
 R$ 2.686,41 = TOTAL , além do básico diário como:
alimentação, agua, luz, transporte etc.
 Diante do exposto e comprovações anexas, requer as benesses da justiça gratuita, conforme art. 5º inciso LXXIV da CR/88.
“O Estado prestará assistência jurídica, integral e gratuita aos que comprovarem insuficiência de recursos;”
VI – DOS PEDIDOS E REQUERIMENTOS
Frente ao exposto e pelo que consta nos autos, pugna pela procedência dos seguintes pedidos:
a) Condene a ré a pagar a autora, a título de indenização por danos materiais, a diferença entre o valor de mercado do imóvel compromissado e o valor que mesmo que teria se a área de lazer prevista para o empreendimento houvesse sido entregue, considerando o laudo de avaliação juntado aos autos.
b) Que seja determinada por este juízo, perícia técnica no condomínio do imóvel em questão.
c) Condene a empresa-ré ao pagamento a de 50 (cinqüenta salários mínimos vigentes) à título indenização por danos morais, atualizado e com juros até o efetivo pagamento, de modo que tal quantia traduza a necessidade de reparar os desgastes extremos ocasionados com ato ilícito praticado a autora, mediante a falsa promessa de um espaço de lazer que efetivamente não foi entregue.
d) Condene a ré ao pagamento de custas processuais e honorários advocatícios no importe de 20%, sob o valor da condenação.
e) Requer a designação de audiência de conciliação atendendo o disposto no art. 319, inciso VII Do NCPC.
f) Que os pedidos condenados acima, sejam devidamente atualizados com juros e correção monetária, nos termos da lei.
g) Requer-se a concessão das benesses da justiça gratuita o autor nos termos da Lei 1060/50.
Ex positis, requer:
a) A citação da ré, por SEED/AR, no endereço indicado no preâmbulo desta, para que querendo, apresente defesa no prazo legal, sob pena de aplicação dos efeitos da revelia;
VI – DAS PROVAS
 Provará o alegado por todos os meios em direito admitidos, notadamente documentais, inclusive com o depoimento pessoal da autora, bem como com a juntada de novos documentos, e prova testemunhal.
O autor junta laudo técnico imobiliário, e pugna desde já para que seja designada perícia técnica no imóvel por este juízo.
Dá-se a causa o valor de R$ XXXXXXXX (xxxxxxxxxxxxxxxxxx) para efeitos fiscais.
Nestes termos em que pede e espera o deferimento.
Contagem, xx de abril de 2018.
advogado OAB/MG

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