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UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Disciplina: Acumulação capitalista e desigualdade social Prof.ª: Rosane Ap. Belieiro Malvezzi Aula: 02 – Acumulação Capitalista e Desigualdade Social Semestre: 1º Aula Atividade Objetivo: Identificar e analisar algumas questões dos fenômenos da desigualdade social nas diversas regiões do Brasil. Orientações: 1. Observe a charge abaixo, a qual se refere a uma situação recorrente na realidade brasileira. FONTE: Disponível em: <http://carolinebernardo.blogspot.com.br/2010/06/mafalda-em-o-dedo- indicador.html> 2. Disponibilizei dois textos para leitura e, a partir deles, respondam aos seguintes questionamentos: o Como você, aluno, analisa os principais conceitos dos indicadores sociais? o Como está a porcentagem de pobreza na sua região? UNOPAR VIRTUAL Serviço Social o Quais os fenômenos gerados pela desigualdade mais graves, na opinião do grupo, e qual é o mais sentido na sua região? Caro Aluno: Peça para o tutor de sala enviar suas dúvidas pelo Chat Atividade para que a professora possa esclarecê-las. Tenham um ótimo trabalho! Prof.ª Rosane Ap. Belieiro Malvezzi Texto 1 POBREZA E INDICADORES SOCIAIS Rosane Ap. Belieiro Malvezzi Introdução O capitalismo é um modo de produção em que o trabalhador para sobreviver tem como garantia a venda da sua força de trabalho. Esse modo de produção tem como objetivo a acumulação de renda e essa renda fica concentrada nas mãos de poucos e para o trabalhador nem sempre é garantia de acesso a bens, serviços e postos de trabalhos que lhe assegure renda para o atendimento as necessidades. Para termos uma compreensão de quanto o capitalismo interfere na vida das pessoas é só pensarmos em tantos postos de trabalhos que foram fechados em virtude de avanços tecnológicos que favoreçam o próprio sistema. A informatização da rede bancária, toda a tecnologia ultramoderna nas indústrias UNOPAR VIRTUAL Serviço Social gerando um exército de reserva e a acumulação de capital sendo concentrada nas mãos de poucos. Outro ponto importante nesse estudo é que para compreendermos a questão da pobreza e das desigualdades sociais precisamos verificá-la à luz de um estudo que indique e meça a sua existência e nesse sentido faz necessário o reconhecimento dos indicadores sociais, que nada mais são do que elementos básicos que auxiliam a construção de políticas públicas. INDICADORES SOCIAIS DE POBREZA O que são indicadores sociais? Os Indicadores Sociais são insumos básicos e indispensáveis em todas as fases do processo de formação e implementação das políticas publicas Segundo Januzzi (2006, p.15): Prestam a subsidiar as atividades de planejamentos públicos e formulação de políticas sociais nas diferentes esferas de governo, possibilitando o monitoramento das condições de vida e bem-estar da população por parte do poder público e sociedade civil e permitem aprofundamento da investigação acadêmica sobre a mudança social e sobre os determinantes dos diferentes fenômenos sociais. Os indicadores sociais proporcionariam subsídios para implantações de políticas sociais em países desenvolvidos e subdesenvolvidos. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Qual a importância dos Indicadores Sociais? • Subsidiam as atividades de planejamento público. • Possibilitam o monitoramento das condições de vida e bem- estar da população por parte do poder público e sociedade civil. • Permitem aprofundamento da investigação acadêmica. • Orientam as suas ações do governo. • Proporcionam níveis crescentes de bem-estar social. • Redistribuem melhor as riquezas geradas. • Visam superar as iniquidades do desenvolvimento econômico acelerado. INDICADORES DE POBREZA COMO INSUFICIÊNCIA DE RENDA O quadro abaixo mostra o desenvolvimento histórico do estudo dos indicadores sociais no Brasil: UNOPAR VIRTUAL Serviço Social • 1960 – inicia a temática nas Universidades; • 1970 – ocorre um grande e acelerado crescimento econômico e populacional, entretanto aumenta também a concentração de renda desigual. Crescimento econômico não significa necessariamente igualdade social; • 1980 – a partir da crise e da estagnação econômica surge a necessidade de instrumento de pesquisa da situação da pobreza, indigência e exclusão social; • 1990 – Mapa da Fome sinaliza as dimensões de prioridades centrais da política social em nível federal em relação a fome no país. PARA SABER MAIS Referência de indicadores de pobreza no Brasil, acesse os sites: IPEA: <http://www.ipea.gov.br/portal/> IETS: <http://www.iets.org.br/> IBGE: <http://www.ibge.gov.br/home/> BNDES: <ttp://www.bndes.gov.br/SiteBNDES/bndes/bndes_pt> UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Alguns conceitos são importantes para a compreensão dos indicadores sociais, de acordo com Januzzi (2006, p.101): Indigência e pobreza retratam situações de carência de rendimentos suficiente para compra, respectivamente, de uma cesta básica de alimentos e cesta básica de produtos e serviços imprescindíveis à reprodução social. Famílias indigentes são aquelas que não dispõem de rendimentos suficientes sequer para alimentar de forma minimamente adequada seus membros Linha de indigência: custo de uma cesta de alimentos que perfaz os requisitos de consumo individual ao longo do mês. Linha de pobreza; custo de cesta de alimento de linha de indigência + custos de transporte coletivo, remédios, materiais escolares, aluguel, outros. Cesta básica; 30 a 50 itens – cerca de 2.300 calorias ao dia por pessoa no Brasil. Outras despesas: transporte, remédios, material escolar, vestuários, outros... Fonte: Instituto de Pesquisa Econômica Social Aplicada (2010, p. 4). UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Para Saber Mais Para maiores informações sobre estes indicadores, acesse o site: <http://danielcapello.wordpress.com/tag/pobreza/> A POBREZA NO BRASIL, QUAL É A SUA DIMENSÃO? É por intermédio das Pesquisas Nacionais por Amostras de Domicílios (PNADs do IBGE) que ao longo dos últimos 20 anos podemos verificar a evolução da pobreza e da indulgência no Brasil. Existe uma dinâmica para a compreensão da persistência do fenômeno da pobreza e muitas explicações foram sendo construídas ao longo do tempo. Alguns estudos apontam que a pobreza tem origem na subsistência biológica, Codes (2008) informa que as primeiras teorias definiam a pobreza no critério da renda necessária para a sobrevivência exclusivamente do indivíduo. Alguns outros autores como Matheus, citado por Schuartzman (2004), destacava que a pobreza tinha como causa principal a grande velocidade com que a população crescia em detrimento à pouca produção de alimentos. Dessas explicações podemos levar a uma compreensão um pouco mais profunda. O homem possui necessidades físicas, materiais, sociais, psicológicas e outras. A pobreza sendo explicada somente sob a ótica da falta ou ausência de suprimentos o seu conceito fica um tanto limitada e superficial, pois o homem também tem outras necessidades que não só a alimentação. Desta forma, outros estudos começaram a considerar diferentes parâmetros importantes na explicação sobre a pobreza, passando assim a estabelecer que existam mais necessidades a serem supridas, como vestir-se, ter boa saúde, educação de qualidade, habitaçãodigna. Na verdade, não há como estabelecer um conceito definido de forma universal e única da pobreza, o certo é que a pobreza refere-se a situações de carência em que os indivíduos não conseguem manter um padrão mínimo de vida condizente com as referências socialmente estabelecidas em um dado momento histórico. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Vamos utilizar aqui um dado relevante na questão do estudo da pobreza, pois para estuda-la devemos sim compreendê-la por intermédio de um parâmetro que a mensure e nesse caso vamos adotar a linha da pobreza. Na nossa sociedade são consideradas pobres todas as pessoas que sobrevivem abaixo dessa linha. A pobreza está aos olhos vistos e não dá para desconsiderá-la. Constatamos famílias sobrevivendo com renda familiar per capita abaixo da linha da pobreza e com mais um agravante, famílias distantes da própria linha da pobreza, e essas são consideradas indigentes. Isso significa que uma boa parte da população brasileira vive com renda inferior à linha da indigência e outra grande fatia com renda inferior à linha da pobreza. Segundo dados do CENSO de 2010, 16 milhões de brasileiros vivem em situação de extrema pobreza (ou com até R$ 70,00 por mês) sendo que 4,2 milhões são brancos e 11,5 milhões são negros ou pardos. Existe um órgão do Ministério do Planejamento e Gestão Social, o IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), que desenvolveu um documento que tem como objetivo monitorar as condições de vida no Brasil, esse documento chama-se Radar Social e está disponível no site do ministério. Nessa publicação estão dados que revelam o que todo mundo já sabe, que o Brasil é um país extremamente paradoxal e com uma distribuição de renda desigual. De acordo com dados do IPEA (2010), a relação de pobreza com a renda aponta que a pobreza absoluta refere-se a rendimento médio domiciliar per capita de até meio salário mínimo mensal e introduz a concepção de pobreza extrema, sendo rendimento médio domiciliar per capita de até um quarto do salário mínimo mensal. Segundo o Radar Social (2006), o Brasil: UNOPAR VIRTUAL Serviço Social FONTE: Disponível em: <http://vozdoacre.com/portal/economia/desigualdad e-social-mantem-o-brasil-em-85%C2%BA-no-indice- de-desenvolvimento-humano/> Acesso em: 12 fev. 2014 É um dos países mais desiguais do mundo, ocupando o penúltimo lugar dentre os demais países. Apenas 1% da população é composta de brasileiros ricos (aproximadamente 1,7 milhões de pessoas), ou seja, são 1% que se apropria da mesma soma de rendimentos familiares distribuída entre os outros 50% (aproximadamente 86,5 milhões de brasileiros), o restante da população se subdivide entre 31,7% (equivalente a aproximadamente 53,9 milhões de brasileiros) de pobres e 12,9% (21,9 milhões de brasileiros) de extremamente pobres e indigentes que sobrevivem com uma renda familiar per capita inferior a ¼ do salário mínimo, com grande concentração desta população nas zonas urbanas das grandes cidades. Em relação a pesquisas com grupos socialmente excluídos observamos uma situação ainda mais importante e preocupante: Do patamar de pobres e indigentes que tentam sobreviver 44,1% é composta pela população negra em relação a 20,5% de brancos, 61% são mulheres que estão em ocupação precária em relação a 54% de homens nas mesmas condições, neste caso as mulheres negras representam 41%. Em relação ao desemprego a mulher negra apresenta uma desvantagem, com 13,6% em relação aos 10% das mulheres brancas agudiza brutalmente em relação à mulher jovem e negra alcançando patamares de 25% esta diferença (RADAR SOCIAL, 2006). Podemos deduzir que a pobreza no Brasil tem uma cara: é mulher, jovem negra e urbana. Através desses dados observa-se que a luta pela sobrevivência tem sido a principal ou mesmo a única ocupação e preocupação de uma grande parte da população brasileira. Sendo pressionada a compensar a queda do poder aquisitivo, tem poucas alternativas e cria mecanismos de reforço de renda, se por um lado impede de descer a níveis abaixo da linha da pobreza, por outro lado, prejudica o potencial produtivo, fortalecendo as desigualdades. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Tais artifícios ou mecanismos vão desde a ampliação da jornada de trabalho, maior número de pessoas nas famílias trabalhando, inclusive crianças e adolescentes, morando nas ruas, prostituição e furtos que funcionam apenas como mecanismos de correção da queda do salário ao invés de significar aumento da renda de fato. Tais artifícios tornam-se danosos na medida em que acelera o desgaste da força de trabalho, dada a excessiva exploração, e também a utilização precoce crianças e adolescentes prejudicando assim a sua condição futura. Muitos prejuízos decorrentes da proliferação dessas estratégias, inclusive as condutas antissociais consideradas pela sociedade. FONTE: Germinal (2008) Mulheres e crianças operárias recebiam salários inferiores àqueles pagos a homens adultos. Nesta fotografia, vemos crianças trabalhando numa fábrica de Ferramentas na França de 1880. FONTE: Peaceupnorth (2007) Reprodução de trabalho infantil numa mina de carvão no Reino Unido na época da Revolução Industrial. FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Era_vitoriana#Trabalho_infan til> Acesso em: 14 fev. 2014 . UNOPAR VIRTUAL Serviço Social FONTE: Casal Junior (2008) Nos dias de hoje, ainda nos deparamos com crianças trabalhando em lixões pelo Brasil afora. FONTE: Disponível em: <http://pt.wikipedia.org/wiki/Ficheiro:CriancaLixao2 0080220MarcelloCasalJrAgenciaBrasil.jpg> Acesso em: 14 fev. 2014. REFERÊNCIAS CODES, A.L.M. A Trajetória do pensamento científico sobre pobreza: em direção a uma visão complexa. IPEA: Texto para Discussão n.1332, 2008. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br>. Acesso em: 13 fev. 2014. IAMAMOTO, Marilda V. O Serviço Social na cena Contemporânea. In: CFSS/ABEPSS. Direitos Sociais e Competências Profissionais. Brasília, 2009. p.15 a 50. INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA. Perfil dos Municípios Brasileiros - Assistência Social 2009. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/home/estatistica/economia/perfilmunic/assistencia_social2 009/munic_as2009.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2014. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Dimensão, evolução e projeção da pobreza por região e por estado no Brasil. Comunicados do IPEA. n. 58, 2010. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/100713_comunicado58.pdf>. Acesso em: 14 fev. 2014. INSTITUTO DE PESQUISA ECONÔMICA APLICADA. Pobreza, desigualdade e políticas públicas. Comunicados da presidência n.38, 2010. Disponível em: <http://www.ipea.gov.br/portal/images/stories/PDFs/comunicado/100112_comunic adoipea38.pdf> Acesso em: 14 fev. 2014. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social JANNUZZI, Paulo de Martinho. Indicadores Sociais no Brasil: conceitos, fontes de dados e aplicações. 3 ed. Campinas: Editora Alínea, 2004. PESQUISA NACIONAL POR AMOSTRA DE DOMICÍLIOS (1983- 90). Rio de Janeiro: IBGE. SCHWARTZMAN, Simon. As causas da pobreza. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 2004. Texto 2 FENÔMENOS GERADOS PELA DESIGUALDADE A desigualdade social acarreta, em seu curso, outros fenômenos igualmente preocupantes numa sociedade, e que são anomalias sociais, trazendo malefícios à população. Percebe-se, através de pesquisas, estudos e levantamentos feitos por órgãos competentes, que os países onde a desigualdade social é elevada, também registramíndices igualmente elevados de outros fatores negativos, tais como: violência e criminalidade, desemprego, desigualdade racial, guerras, educação precária, falta de acesso a serviços públicos de qualidade, diferenciação de tratamento entre ricos e pobres, entre outros. Abaixo, a contextualização de alguns desses fenômenos em relação à desigualdade social: Violência e criminalidade A violência é um tipo de comportamento que, como consequência, causa dano a uma pessoa ou grupo de pessoas, ou objeto, e viola a integridade física ou psicológica do indivíduo. É a força física ou psicológica UNOPAR VIRTUAL Serviço Social empregada de maneira excessiva e danosa a outrem. E a criminalidade é, para o Direito uma conduta atípica, passível de culpa, a qual viola um código de leis ou constituição praticada por seres humanos, e vulgarmente tida como um ato que transgride o princípio da moralidade. Violência e criminalidade são fenômenos que costumam precederem-se entre si e que, na maioria dos casos, pode ser explicado como consequência da desigualdade social. Pessoas sem acesso a uma boa educação, até mesmo por parte dos pais, e que sofrem omissão do estado, não tendo condições básicas de subsistência, acabam se influenciando, ora por tendência natural da psique humana, ou por influência do meio social onde vivem, a praticar atos delituosos e violentos, como forma, em suas próprias concepções de adquirir meios financeiros, ou mesmo de luta contra a desigualdade imposta. Como resultado, observam-se, em países e regiões que sofrem com a desigualdade social, altos índices de homicídios e delitos praticados pelos indivíduos em geral, mais carentes de recursos e tendenciosos a atos desse tipo. Vale ressaltar que esses fenômenos não ocorrem como regra da consequência de desigualdades sociais, haja vista que a maioria da população que é afetada pela desigualdade, não recorre a meios violentos ou ilícitos para driblar essa realidade, sendo esses fenômenos explicados, nesses casos, por traços de personalidades individuais. Desemprego É a média da população que, com a sua força de trabalho, não está devidamente alocada em um emprego. É um fenômeno com maior índice, observado principalmente em países emergentes, cuja economia não cresce em proporção ao crescimento demográfico da população, que, por sua vez, não encontra meios de alocação no mercado de trabalho, por consequência de outros fenômenos como a educação precária, e mecanização da maioria dos meios de produção. Observa-se o desemprego como outra consequência da desigualdade social, uma vez que quem detém a renda numa sociedade, tem acesso a uma melhor capacitação profissional e educacional, que subsidia a empregabilidade de um cidadão. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Fome É o nome dado à sensação fisiológica, sentida pelo corpo, de ingerir alimentos para manter suas funções necessárias para a vida, quando esse corpo se encontra privado de alimentos. A fome é uma anomalia social e fisiológica, que traz também, em suas causas, a desigualdade social e suas consequências. Como causas sociais da fome, temos, entre outras: a guerra, conflitos civis, falta de acesso aos meios de produção e terras para cultivo de alimentos, invasões, má concentração de renda, dívida externa dos países que impedem o crescimento econômico, refletindo em falta de alimento para a população etc. Numa sociedade com desigualdade social latente, a fome é um problema que atinge a população de forma drástica. Guerras e conflitos civis São conflitos que envolvem interesses, gerando disputa normalmente violenta entre dois ou mais grupos distintos de indivíduos, que se organizam na busca pela conquista desses objetivos. Normalmente, as guerras podem ser entre nações, ou grupos de uma mesma nação com intenções divergentes, ao ponto de gerar um conflito, sendo chamada de guerra civil ou conflito civil. Observa-se que, em muitas das sociedades onde há uma desigualdade social elevada, existe algum tipo de guerra ou conflito civil em curso ou constantemente surgindo. Os conflitos sociais costumam ser originados a partir de protestos em favor de melhores condições sociais. E as guerras sempre são um meio de países que já tem concentração alta de recursos, tentar expandir-se, conquistando, através da imposição e da força, países mais fracos econômica, militar e socialmente. Implicitamente, envolve a desigualdade social como causa. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Educação precária A educação é um fenômeno que engloba os processos de ensinar e aprender e que existe em qualquer que seja a sociedade humana, guardadas as formas, os métodos e as proporções que são aplicados esses processos. A educação, numa sociedade, promove a culturalização e a inserção do indivíduo no meio social, através do aprimoramento de suas capacidades intelectuais. Numa sociedade, quando a educação é afetada pela desigualdade social, reflete na qualidade com que se é aplicada a metodologia e as condições de espaço e estrutura física a determinadas camadas da população, gerando um déficit no aprendizado e na qualidade em que se é transmitido o conhecimento a quem aprende. Essa precariedade em sistemas educacionais pode ter explicação em diversos fenômenos gerados pela desigualdade social, como má gestão pública de recursos financeiros, falta de interesse da população em se buscar um ensino de qualidade, uma vez que, diante da pobreza, a sociedade atingida pela desigualdade vê-se em uma escolha entre sobreviver ou aprender, e o fenômeno da evasão escolar que cresce em escalas altíssimas. Pobreza A pobreza é entendida como a carência de recursos econômicos, sociais, financeiros e de energia para mudar o que é imposto. O fenômeno da pobreza talvez seja o que mais traduza a desigualdade social como um todo, visto que é a primeira consequência observada e identificada como divergência entre quem detém a maior parte da renda e quem não tem ou quase não possui renda. Nota-se, nos países que têm os mais altos índices de desigualdade social, a disparidade entre ricos e pobres, em que uma parcela mínima, normalmente até 10% da população, detém mais de 50 % de todos os recursos econômicos, financeiros e sociais de uma população. A parte mais preocupante da pobreza é a por falta de atitude de mudança, gerada por outro tipo de pobreza que é a financeira. A sociedade que sofre com o flagelo da pobreza, em geral, tende a se habituar sempre com o mínimo possível para a sobrevivência física. UNOPAR VIRTUAL Serviço Social Desigualdade racial A desigualdade racial, ou racismo, é a tendência de pensamento ou atitude humana, que dá grande importância a uma suposta existência de raças humanas diferentes e com diferenças em superioridade entre elas. A desigualdade racial tem seus índices aumentados com o fenômeno social de desigualdade, uma vez que uma disparidade na distribuição de recursos financeiros, em muitas sociedades, gera uma separação, ou uma segregação por grupos de pessoas com outros tons de pele, gênero ou etnia, orientação intelectual, religiosa, filosófica, sexual etc. O tipo mais comum de desigualdade encontrado é o que ocorre entre brancos e negros, mas também observamos muitos outros tipos de discriminação racial, como a que ocorreu no regime do ditador Adolf Hitler, que acreditava ser a raça ariana (pessoas brancas de uma determinada região europeia) aquela superior em relação às outras, uma vez por ele concebido o conceito de raças humanas. Dado esse fato, Hitler promoveu um verdadeiro extermínio a judeus e pessoas de outras raças, o conhecido Holocausto, quando, de uma vez só, em um curto períodode tempo, mais de 600 mil pessoas foram exterminadas. Observamos também, na história mundial, uma segregação racial que ocorreu na África do Sul, país de origem negra, colonizado por ingleses, que passaram a habitar ali, e cresceram em população. Gerou-se, então, um enorme conflito, principalmente no que diz respeito ao preconceito em si, uma vez que bairros, escolas e até sanitários públicos eram separados para pessoas negras e brancas. O fenômeno chamado Apartheid (separação), ocorreu entre 1948 e 1994, cujos direitos da grande maioria negra da população eram cerceados pela minoria branca que governava. Por tendências humanas da própria natureza de caráter de muitos e agravada por fatores sociais, a desigualdade racial é um fato atualmente mais velado; porém, ainda evidente na sociedade contemporânea. A desigualdade social junto às suas consequências, funciona como um tipo de ciclo onde um fenômeno gera ou agrava o outro, fazendo assim com que sociedades sofram por omissão UNOPAR VIRTUAL Serviço Social do Estado ou de quem detém a maior parte dos recursos. FONTE: Disponível em: <http://desigualdade- social.info/mos/view/Fen%C3%B4menos_gerados_pela_Desigualdade/> Acesso em: 28 mar. 2014.
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