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Serviço Social-Grupo-2º SEMESTRE

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SISTEMA DE ENSINO PRESENCIAL CONECTADO
serviço social
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O PROCESSO MIGRATORIO E SUAS INFLUENCIAS NA CONSTRUÇÃODO VALOR DO TRABALHO, RENUMERAÇÃO E RENDA.
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O PROCESSO MIGRATORIO E SUAS INFLUENCIAS NA CONSTRUÇÃODO VALOR DO TRABALHO, RENUMERAÇÃO E RENDA.
	 
Trabalho apresentado ao Curso de Serviço Social da UNOPAR - Universidade Norte do Paraná, para as disciplinas de Fundamentos Históricos, Teóricos e Metodológicos do Serviço SocialI, Sociologia, Ciências Políticas e Filosofia.
	Prof. Rosana Ap. Belieiro Malvezzi, Sergio de Goes Barbosa e Wilson Sanches. 
Ipirá-Ba
2014
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O PROCESSO MIGRATORIO E SUAS INFLUENCIAS NA CONSTRUÇÃODO VALOR DO TRABALHO, RENUMERAÇÃO E RENDA.
INTRODUÇÃO
As reflexões aqui expostas pretendem contribuir para o entendimento do processo de migração nos dias atuais e suas consequências. No Brasil, os aspectos econômicos sempre impulsionaram as migrações internas. Durante os séculos XVII e XVIII, a intensa busca por metais preciosos desencadeou grandes fluxos migratórios com destino a Goiás, Mato Grosso e, principalmente, Minas Gerais. Em seguida, a expansão do café nas cidades do interior paulista atraiu milhares de migrantes, em especial mineiros e nordestinos. No século XX, o modelo de produção capitalista criou espaços privilegiados para a instalação de indústrias no território brasileiro, fato que promoveu a centralização das atividades industriais na Região Sudeste. Como consequência desse processo, milhares de brasileiros de todas as regiões se deslocaram para as cidades do Sudeste, principalmente para São Paulo.
Para atuar sobre as migrações internacionais no século 21, é preciso entender como a globalização afeta os deslocamentos espaciais da população. Nos dias de hoje, o horizonte do migrante não se restringe à cidade mais próxima, nem à capital do estado ou do país. Seu horizonte é o mundo vislumbrado no cinema, na televisão, na comunicação entre parentes e amigos. O migrante vive num mundo onde a globalização dispensa fronteiras, muda parâmetros diariamente, ostenta luxos, esbanja informações, estimula consumos, gera sonhos e, finalmente, cria expectativas de uma vida melhor.
No Brasil, um dos fatores que exercem maior influência nos fluxos migratórios é o de ordem econômica, uma vez que o modelo de produção capitalista cria espaços privilegiados para instalação de indústrias, forçando indivíduos a se deslocarem de um lugar para outro em busca de melhores condições de vida e à procura de emprego para suprir suas necessidades básicas de sobrevivência.
DESENVOLVIMENTO
Um modelo de migração muito comum no Brasil, que se intensificaram nas últimas cinco décadas, é o êxodo rural, ou seja, a migração do campo para a cidade. O modelo econômico que favorece os grandes latifundiários e a intensa mecanização das atividades agrícolas tem como consequência a expulsão da população rural. Migração consiste no ato da população deslocar-se espacialmente, ou seja, pode se referir à troca de país, estado, região, município ou até de domicílio. As migrações podem ser desencadeadas por fatores religiosos, psicológicos, sociais, econômicos, políticos e ambientais. Este ensaio procura explicitar melhor algumas dessas inconsistências e suas implicações para a migração internacional. Começa com uma breve análise das discrepâncias entre o discurso e a prática que marcam o processo de globalização econômica na atualidade. Tais inconsistências estão na raiz da insatisfação e da frustração observadas em muitas sociedades e grupos sociais. Uma das discrepâncias diz respeito justamente às limitações que sofre a migração internacional. Se a lógica do modelo dominante contempla e até mesmo exige a migração internacional, por que esta não acontece em maior volume? A segunda parte deste ensaio procura responder a essa pergunta, tentando mostrar que a maioria dos supostos obstáculos à migração internacional é exagerada ou inconsistente. Nesse sentido, o ponto de partida para a formulação de políticas migratórias consistiria na revalorização dos aspectos positivos da migração, e na redução progressiva de seus efeitos negativos.
O mercado de trabalho é o instrumento mais importante para a saída da condição de pobreza ou de indigência, ou seja, de inclusão social, Por pobreza, entende-se a insuficiência de renda (familiar ou domiciliar) para atingir os requisitos mínimos de alimentação, moradia, vestuário, entre outros. A indigência é tratada na literatura como sendo a insuficiência de renda para cobrir os requisitos somente alimentares. A migração interna corresponde ao deslocamento de pessoas dentro de um mesmo território, dessa forma pode ser entre regiões, estados e municípios. Tal deslocamento não provoca modificações no número total de habitantes de um país, porém, altera as regiões envolvidas nesse processo. Para poder idealizar políticas eficazes de migração, nessa visão, é importante entender o deslocamento espacial como parte das estratégias de sobrevivência e de mobilidade social da população. Conforme diversos estudos revelam, o Brasil apresenta uma das piores distribuições de renda no mundo, organizada pelo Banco Mundial. O País encontra-se atrás de diversos países em desenvolvimento, mas também atrás de diversos países da região, que também têm altas desigualdades. É interessante observar que, mesmo entre os pensadores, acadêmicos e ativistas (muitos deles, migrantes), existe um sentimento implícito e mal definido de que, de alguma forma, o sedentarismo e a imobilidade seriam preferíveis à migração.
O processo migratório da atualidade está relacionado á globalização da economia mundial, uma vez que através dos meios de comunicação, se tem a falsa impressão de ter o mundo ao alcance de todos, ou seja, as mercadorias oferecidas. Os fluxos migratórios ocorrem dos estados mais pobres para os mais ricos devido à expectativa que o padrão devido (emprego e renda) no local de destino será melhor, mesmo podendo observar que existe vantagem salarial dos não migrantes para os migrantes e o diferencial de renda entre os sexos onde favorece a população masculina.
A internacionalização econômica produziu desigualdade entre os países que os patamares de pobreza atingiram níveis alarmantes correspondendo a dois terços da população mundial. A crise da desigualdade global em saúde é relacionada a esse empobrecimento, colocando entre as metas internacionais de desenvolvimento a redução da pobreza desses países, porém o processo de globalização ocorrido nas últimas décadas trouxe novas formas de organização do Estado não comprometido com a produção mostrando-se deficiente em função da baixa capacidade para a formulação de políticas específicas de recursos humanos. No caso do Brasil umas das problemáticas existentes ainda hoje é o fluxo migratório das populações do Nordeste para os grandes centros urbanos das regiões Sul e Sudeste, onde existem os pólos indústrias, a maioria dos trabalhadores que fazem este tipo de migração vai a buscam de uma vida melhor.
A causa da motivação de muitos cidadãos migrarem para outros países ou regiões mais desenvolvidas dentro de seu próprio país, em busca de melhores condições de vida, ocasionando uma disparidade entre os países, alguns se torna desenvolvidos e outros subdesenvolvidos. Entre aqueles que trabalham com a temática "migração” possivelmente porque observam de perto os sofrimentos que afligem a população migrante encontra-se frequentemente uma postura de rejeição à migração e um entendimento de que este é um processo a ser minimizado e reduzido.
O Brasil é um país de migrantes. É bastante comum encontrar nas nossas comunidades eclesiais, no trabalho, entre os colegas de aula ou na parada de ônibus pessoas provenientes de outras cidades, outros estados e até mesmo de diferentes países. Às vezes, quem migrouforam os pais, os avós ou as bisavós. No fundo, se remontamos às origens históricas, somos todos migrantes ou descendentes de migrantes. Essa realidade, que pode ser averiguada pela experiência do dia-a-dia, é o espelho de um país de grande mobilidade humana. Mulheres, homens, crianças, idosos, famílias, trabalhadores com e sem emprego perambulam no país em busca de melhores condições de vida, muitas vezes fugindo de situações insustentáveis, outras vezes perseguindo um sonho, uma terra prometida. É preciso reconhecer que a não migração também é associada à pobreza, à miséria, à violência e a todas as formas de exploração comumente relacionadas com a migração - muitas vezes de modo ainda mais exacerbado.
O padrão de concentração de atividades econômicas e de pessoas entre as regiões determina o desenho do desenvolvimento regional. a sociedade era composta de partes cuja constituição depende fundamentalmente do indivíduo. As relações entre esses indivíduos seguiriam suas quatro formas de ação social (racional orientada a fins, racional orientada a valores, afetiva, tradicional). As políticas públicas de cunho regional, conduzidas normalmente pelas agências de desenvolvimento regional, representa uma tentativa de o setor público corrigir os desequilíbrios que podem surgir devido a esses fatores. Todavia, a questão que vem à tona está relacionada à eficiência de tais políticas no contexto econômico. Uma divisão sistemática da sociedade e dos trabalhos que cada divisão desempenharia se traduziria em uma melhor compreensão da sociedade e, portanto, uma forma de melhorá-la como um todo. Cabe lembrar que a imigração proporcionou também a difusão no país de outras tradições religiosas como o islamismo, o judaísmo, várias religiões orientais, entre outras, ampliando assim o já marcante pluralismo religioso do país.
Todavia, a questão que vem à tona está relacionada à eficiência de tais políticas no contexto econômico. A diferença salarial por sexo, segundo a condição de migração da população. Por meio do cálculo do índice de dissimilaridade de Duncan e para os salários de homens e mulheres migrantes e não migrantes, encontraram-se situações diferenciadas para a Região Sudeste e o restante do país. O indivíduo não teria importância nesse contexto de análise, já que ele não constrói a sociedade e suas instituições, mas as herda e deve se adequar ao contexto que elas proporcionam. Dessa forma, o indivíduo não influencia na divisão social do trabalho, apesar de executá-la. A hipótese de trabalho é que a impossibilidade concreta de manutenção da família pelo chefe, e também de mantê-la sob sua autoridade, deverá provocar, em médio prazo, associada a outros fatores que têm indicado maior equalização das relações de gênero, mudanças na família: inicialmente, na divisão do trabalho interna à família, através das alterações na inserção dos seus componentes no mercado, e, num segundo momento, na divisão sexual do trabalho na família, o que implicará mudanças nas relações hierarquizadas de gênero no seu interior.
É recente a ideia de uma sociedade global, e, por conseguinte, também é recente a discussão acerca da obsolescência do Estado Nação. A partir do final do século passado, a experiência de vivenciar problemas internacionais transfronteiriços serviu de base para que alguns autores começassem a trabalhar com a hipótese de que o Estado. O ideal de república livre, veremos um Estado cada vez mais preocupado em definir seu território físico, suas fronteiras e jurisdição, assumindo responsabilidades e exercendo sua autoridade nos planos interno e internacional. Quanto à nacionalidade, os Estados definirão juridicamente seus conceitos a partir de sua história e da dimensão espacial que pretendem ocupar com sua autoridade. 
CONCLUSÃO
Conclui-se que na atual conjuntura nacional e internacional, os migrantes transformaram-se num verdadeiro “estorvo” ou “massa sobrante”, que, contudo, é explorada quando interessa ao sistema ou como mão de obra dos países ou regiões desenvolvidas. O sistema econômico neoliberal, que concentra as riquezas nas mãos de poucos, cria muros para excluir os pobres. Interpretada nesta ótica, a migração representa a busca, por parte dos excluídos, de alguma fenda que permita o acesso parcial a alguns dos benefícios produzidos pelo sistema. Os deslocamentos dos excluídos lembram o movimento dos cães ao redor da mesa em busca de algumas migalhas. 
A família faz parte do universo de experiências (real e/ou simbólica) dos seres humanos no decorrer de sua história, do qual todos têm algo a dizer. Esta proximidade com a realidade defronta as pessoas com suas próprias questões familiares; toca em assuntos particularmente próximos à experiência pessoal de cada indivíduo e, por isso, são assuntos cheios de significados afetivos, além dos cognitivos. Umas das soluções viáveis para solucionar o problema das migrações em diversas partes do mundo seriam aquela em que os seus governantes oferecessem as suas populações a garantia de uma vida digna com a oferta de emprego, melhor qualidade educacional, acesso as novas tecnologias. Família remete a lembranças, emoções, sentimentos, identidade, amor, ódio, enfim, um significado único para cada indivíduo, que, como ser biopsicossocial, está inserido no seu meio ambiente, integrando a cultura e o seu grupo social de pertença, o que leva a se estudar a família de modo contextualizado, considerando a subjetividade de cada ser.
Além disso, hoje, em vários contextos, o migrante tornou-se um verdadeiro “bode expiatório”, sendo considerado o principal culpado por um conjunto de problemas que afetam a nossa sociedade, como a violência e o desemprego. Esta culpabilidade da vítima visa ideologicamente esconder as verdadeiras causas estruturais da exclusão social e, ao mesmo tempo, inculcar no próprio migrante um sentimento de frustração, de fracasso, de inferioridade que, não raramente, inibe seu potencial de resistência e reivindicação.
REFERÊNCIAS
Batista, Natalia Nunes Ferreira e CACCIAMALI, Maria Cristina. Diferencial de salários entre homens e mulheres segundo a condição de migração. Disponível em http://www.scielo.br/pdf/rbepop/v26n1/v26n1a08.pdf, Acesso em 09 de nov. 2014 às 18:00.
AMARAL, C.C.G. Famílias às avessas: gênero nas relações familiares de adolescentes. Fortaleza: Ed. UFC, 2001.
ROSSI, Cristina; JESUS, Sirlei Fortes de. Políticas Sociais I. São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2009.
Sachs, Ignacy. Inclusão Social pelo Trabalho. Ed. Garamond. São Paulo, 2003.
Baltar, P. et al. O emprego formal nos anos recentes. In: Cesit. Carta Social e do Trabalho. Campinas, 2006.
BATISTA,Natália Nunes ferreira E Cacciamali, Maria Cristina, Diferencial de salário entre homes e mulheres segundo a condição de migração. R. bras. Est. Pop. Rio de Janeiro, v.26, n.1, 2005.
MARTINE, George, A globalização inacabada migrações internacionais e pobreza no século 21. São Paulo em pespectiva, v.19, 2005.

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