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Detecção de cadmo no ar atmosferico

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DETECÇÃO DE CÁDMIO NO AR ATMOSFÉRICO ATRAVÉS DO 
BIOMONITORAMENTO ATIVO DA POLUIÇÃO COM Sphagnum sp. 
Autor(es): HENRIQUES, Ariadne; SANCHES, Pedro; MADAIL, Rafael; LARRÉ, Cristina; MENDES, Cristina; LIMA, Maria da Graça; DODE, Juliana 
Apresentador: Ariadne Ribeiro Henriques 
Orientador: Pedro Sanches Filho 
Revisor 1: Antelmo Falqueto 
Revisor 2: Dario Munt de Moraes 
Instituição: Universidade Federal de Pelotas 
 
DETECÇÃO DE CÁDMIO NO AR ATMOSFÉRICO ATRAVÉS DO 
BIOMONITORAMENTO ATIVO DA POLUIÇÃO COM Sphagnum sp. 
 
HENRIQUES, Ariadne1; SANCHES, Pedro2; MADAIL, Rafael1; Larré, Cristina1; 
Mendes, Cristina1; Lima, Maria da Graça1; Dode, Juliana1 
 
 
1Alunos do PPG em Fisiologia Vegetal da UFPel, Depto. Botânica/ UFPel; CP 354, CEP 96001-970, 
Pelotas-RS, Brasil. e-mail: ariadnehenriques@bol.com.br 
2Prof. Dr. Centro Federal de Educação Tecnológica/ CEFET-RS, 
 
 
 
1. Introdução 
 
 A poluição atmosférica é um dos mais importantes problemas ambientais, o 
fato do homem não tratar o ar que respira e a respiração ser vital para a 
manutenção da vida, faz com que, mesmo em baixíssimos níveis, xenobióticos 
diversos causem severas agressões. 
 Além disso, a poluição atmosférica agrava-se consideravelmente devido ao 
avanço da civilização, acarretando vários problemas ambientais, entre eles, a 
grande liberação de metais pesados para a atmosfera, que causa prejuízos 
praticamente irrecuperáveis, uma vez que os metais pesados não podem ser 
destruídos e são altamente reativos do ponto de vista químico. 
O cádmio é um elemento naturalmente presente na crosta terrestre, é 
encontrado na natureza quase sempre junto ao zinco na maioria dos minérios e 
solos. As principais fontes de cádmio no ambiente ocorre através de indústrias de 
fundições, de processos de galvanoplastia, através de eletrodos de baterias, da 
fabricação de plásticos coloridos e pigmentos de tintas. Este metal causa 
impactos a saúde e meio ambiente, sendo comprovadamente um agente 
cancerígeno, teratogênico e que pode ocasionar danos ao sistema reprodutivo 
(BAIR, 2002). 
 Atualmente os musgos do gênero Sphagnum estão sendo utilizados em 
várias pesquisas de biomonitoramento da poluição aérea pelo fato de estarem 
intimamente ligados com as condições atmosféricas, já que absorvem água e 
nutrientes de toda a superfície, captando-os eficientemente a água da chuva, o 
orvalho e nevoeiro, já que os rizóides na fase adulta servem apenas para a 
fixação no substrato. Por esta razão, os musgos, são bastante dependentes da 
qualidade do ar e vulneráveis as poluições atmosféricas servindo, deste modo, 
como bioindicador ideal. 
 Portanto, este experimento consistiu numa avaliação experimental que teve 
como objetivo quantificar a presença cádmio bioacumulado nos briófitos e confirmar 
a presença do poluente na atmosfera do distrito industrial do município de Rio 
Grande-RS, através do biomonitoramento ativo com o musgo Sphagnum sp. 
 
2. Metodologia 
 
No presente trabalho o musgo sphagnum sp. foi utilizado como biofiltro em 
forma de “moss- bag”. O método “moss-bag” consiste na exposição de saquinhos de 
nylon, contendo o musgo, em aéreas industriais. Este método foi realizado de 
acordo com a descrição de Gutberlet (1989) e, nesta pesquisa, sofreu algumas 
alterações para adaptação do método às condições geográficas, físicas e 
econômicas presentes. 
Foram colocados em saquinhos de nylon 30g de musgo, que posteriormente 
foram expostos a poluição aérea em dois pontos de amostragem na zona industrial 
de Rio Grande, por um período de um mês. 
Em cada ponto de amostragem do ar foram expostos dois saquinhos de 
nylon, contendo o bioindicador, que ficaram suspensos durante todo o período do 
experimento sobre galhos de árvores encontrados no local. 
Além disso, os dados meteorológicos (temperatura, velocidade e direção dos 
ventos e precipitação) da cidade de Rio Grande, fornecido pelo Instituto 
Meteorológico da FURG, foram monitorados diariamente, pois as condições 
atmosféricas influenciam diretamente na dispersão dos poluentes. 
Após o período de exposição, os níveis de cádmio no musgo foram medidos 
através do Espectrofotômetro de Absorção Atômica em forno de grafite. 
 
2.1 Bioindicadores: Os bioindicadores foram coletados do Ecocamping Municipal de 
Pelotas por ser um local isento de poluição industrial. Os musgos coletados sofreram 
uma lavagem com água para a retirada de impurezas como terra, insetos e plantas e 
logo em seguida foram lavados com água destilada e deionizada para limpeza e 
retirada de íons superficiais. Após as lavagens foi realizada a pesagem dos musgos 
em saquinhos de nylon e a distribuição nos pontos de amostragem. A prova em 
branco passou pelos mesmos procedimentos de lavagem, porém não foi exposta no 
distrito industrial. 
 
2.2 Amostra: A amostra do experimento foi o ar da zona industrial da cidade de Rio 
Grande. 
 
2.3 Amostragem: Foram escolhidos dois pontos de amostragem, um ao redor de 
uma industria petroquímica e outro ao redor de indústrias de fertilizantes. Estes 
pontos se localizavam, respectivamente, a 300 e 500 metros de distância da fonte 
emissora. 
No ponto de amostragem, ao redor de uma indústria petroquímica, o saquinho de 
musgo B1 ficou exposto ao sudoeste da fonte poluidora e o saquinho B2 ao 
salcohin
Realce
salcohin
Nota
bolsa de musgonull
noroeste. Já no segundo ponto de amostragem, que ficou ao redor das indústrias de 
fertilizantes, o saquinho de musgo C1 ficou ao sul e o C2 ao sudoeste da fonte 
poluidora. 
 
2.4 Parâmetros: Foram considerados como parâmetros os teores de cádmio 
considerados normais na vegetação, 0,1 a 1 ppm (MALAVOLTA, 1980). Sendo que 
teores tóxicos para o homem têm sido observados quando o teor de cádmio nas 
plantas consumidas como alimento excedem 3 ppm. 
 
 
3. Resultados e discussões 
 
 Os resultados (Fig.1), para teores de cádmio bioacumulados em base 
seca, mostraram um aumento dos níveis do analíto nos pontos B1 (1,47 mg Cd/ Kg) 
e C1 (4,16 mg Cd/ Kg) quando comparados com a prova em branco (A). 
 
 
0
2
4
6
A B2 B1 C1
Pontos de amostragem
m
g/
K
g
 
Figura 1. Níveis de cádmio, em mg de Cd/ Kg de massa vegetal, encontrados nos 
biomonitores. 
 
 Nos pontos B1 e A, de acordo com o parâmetro utilizado para a vegetação, 
os teores de cádmio foram considerados naturais, pois esses se mantiveram em 
torno de 0,90 mg Cd/ Kg de massa vegetal, valores admitidos como normais. No 
ponto C2 ocorreu o extravio do bioindicador, por populares da redondeza, durante o 
período do experimento. Fato que infelizmente impossibilitou a quantificação do 
biomonitor neste ponto. 
O teor de cádmio bioacumulado pelo musgo no ponto C1 possivelmente 
causaria problemas de intoxicação, caso a vegetação fosse consumida pela 
população, já que Malavolta (1980) ressalta que efeitos tóxicos para o homem têm 
sido observados quando os teores de cádmio nas plantas consumidas como 
alimento excedem 3ppm, ou seja, 3mg Cd/ kg de massa vegetal. 
No período do experimento, a temperatura média foi de 17° C sendo 
considerada boa para a fisiologia do musgo (temperaturas altas levam a 
desidratação) e para a dispersão do poluente. 
 Os ventos predominantes (nordeste), a velocidade média do vento (3,2 m/s) e 
a quantidade de precipitação durante o período do experimento (3,8 mm) não 
favoreceram muito o trabalho, pois a direção predominante do vento foi contrária a 
da exposição dos saquinhos de musgo, a velocidade do vento não facilitou o 
transporte de poluentes e a precipitação foi bastante escassa, o que dificultou a 
absorção de água e poluentes pelo musgo. 
salcohin
Realce
Estes acontecimentos causaram uma interferência direta na quantidade de cádmio 
absorvido pelo musgo nos diferentespontos de amostragem. 
 
 
4. Conclusão 
 
Este trabalho caracterizou-se como um estudo prévio da poluição atmosférica 
de Rio Grande, porque devido às limitações financeiras do experimento, obteve-se 
um reduzido número de replicatas e de metais analisados. 
Mas, mesmo assim, os resultados das análises comprovaram os elevados 
níveis de cádmio na atmosfera da área. Isso implica na necessidade de maiores 
estudos, referente a contaminantes atmosféricos, no distrito industrial de Rio 
Grande, pois a poluição atmosférica está se agravando, devido à expansão 
econômica da região, e conseqüentemente acarretando sérios problemas na 
qualidade de vida da população circunvizinha. 
 
 
5. Referências Bibliográficas 
 
BAIR, Colin. Environmental Chemistry. 2.ed. New York: Bookman, 2002. 
 
GUTBERLET, Jutta. Uso de Sphagnum recurvum P. Beauv. como biofiltro no 
monitoramento de poluição aérea industrial de metais pesados. In: Congresso 
Nacional de Botânica, 1989, Anais p. 103-115 
 
HYNNINEN, V. Monitoring of airborne metal pollution with moss bags near an 
industrial sourse at harjavalta, Soutwest Filand. Ann. Bot. Fennici, p. 23: 83-90. 
 
MAIA, Nilson B; MARTOS, Henry L; BARRELA, Walter. Indicadores Ambientais: 
Conceitos e Aplicação. São Paulo: Educ/Comped/Inep, 2001. 
 
MALAVOLTA, Euripdes. Elementos de Nutrição Mineral em Plantas. São paulo: 
Agronômica Ferris, 1980. 
 
MANAHAN, Stanley. Environmental Chemistry. 7.ed. Estados Unidos: Lewis 
Publish, 2000. 
 
NÓBREGA, Michelle. A Poluição Atmosférica do Município de Rio Grande. Rio 
Grande: FURG, 1997. Monografia, Departamento de Geociências, 1997 
 
SMITH, Glilbert. Botânica Criptogâmica: Briófitos e Pteridófitos. 3.ed. [s.l.]: 
Fundação Lacustre, 1955.

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