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Unidade II - Cromossomos e Reprodução Celular Estrutura Molecular da Cromatina Capítulo 11 do Livro-texto: Estrutura dos Cromossomos e Elementos de Transposição (páginas 273-283) O problema da compactação 1 Kb 103 pb 1 Mb 106 pb 1 Gb 109 pb Genoma humano 3 x 109 pb 1 conjunto haplóide (23 cromossomos) Se completamente estendidas e alinhadas linearmente, as moléculas de DNA de um conjunto haplóide de cromossomos, presentes em uma célula somática humana, teriam que comprimento? 1 volta da dupla-hélice 10 pares de bases (pb) 3,4 nm (34 Å) Sulco menor Sulco maior Para fazer o cálculo, vamos considerar que os cromossomos não estão duplicados (i.e., cada cromossomo contém uma única cromátide) Ou seja, cada cromossomo contém uma única molécula de DNA (hélice dupla) Se completamente estendidas e alinhadas linearmente, as moléculas de DNA presentes em uma célula somática humana (contendo dois conjuntos haplóides de cromossomos) ocupariam um comprimento de 2 metros Mesmo em procariotos, como Escherichia coli por exemplo, o tamanho do DNA genômico é muito maior do que a célula que o contém Cromossomo de E. coli = ~4,6 Mb 4.288 genes (codificando proteínas) Nucleóide Bactéria Cromossomo Plasmídeo No núcleo das células eucarióticas, o DNA nunca está livre, mas sempre complexado com proteínas Esse complexo de ácidos nucléicos (DNA e RNA) e proteínas nucleares (histonas e outras) é chamado de cromatina Interação com proteínas (histonas e outras) cromatina Funções da cromatina Empacotamento do DNA genômico nuclear Proteção do DNA contra danos Controle da expressão gênica e replicação do DNA Tipos de cromatina Eucromatina Heterocromatina Cromossomos Organização dinâmica da cromatina Eucromatina Heterocromatina Cromossomos Grau de compactação Eucromatina Cromatina no menor estado de compactação Sofre condensação (divisões celulares) e descondensação (interfase) a cada ciclo celular Transcricionalmente competente (fibra de 10 nm) Acessível à maquinaria de transcrição Alta densidade de genes Heterocromatina Cromatina em maior estado de compactação (em relação à eucromatina) Apresenta-se altamente condensada ao longo de todo o ciclo celular (mesmo na interfase), exceto durante a replicação do DNA (fase S) Transcricionalmente inativa (fibra de 30 nm ou níveis de organização superiores) Pode ser constitutiva ou facultativa Nu-núcleo, E-eucromatina, H-heterocromatina, RER-retículo endoplasmático rugoso, G-complexo de Golgi Heterocromatina constitutiva Constituída de DNA repetitivo (DNA satélite), não codificador Ocorre nos centrômeros, ao redor deles (região pericentromérica), nos telômeros e em outras regiões dispersas no genoma Por exemplo, nos cromossomos humanos 1, 9, 16 e Y Nunca é transcrita Heterocromatina facultativa Pode existir tanto na forma potencialmente ativa (descondensada) ou no estado inativo (condensada) A atividade transcricional depende do tipo de célula Exemplo: inativação de um dos cromossomos X nas fêmeas dos mamíferos Cromossomos Estado máximo de compactação da cromatina Divisões celulares (mitose e meiose) Transcricionalmente inativos Níveis de organização estrutural superiores à fibra de 30 nm Cada estado de condensação da cromatina corresponde a um nível de organização estrutural distinto Eucromatina ativa fibra de 10 nm (nucleossomos estendidos) Eucromatina inativa e Heterocromatina fibra de 30 nm (solenóide) Cromossomos níveis de organização superiores As histonas são as proteínas majoritárias da cromatina Histonas Histonas: H1, H2A, H2B, H3, H4 H5 ao invés de H1: eritrócitos de aves CENP-A (centromere protein A) ao invés de H3: nucleossomos do centrômero de muitos eucariotos Proteínas cromossômicas não histonas Função estrutural Proteínas do arcabouço (scaffold) cromossômico; condensina e topoisomerase II Proteínas do cinetócoro Proteínas que revestem os telômeros (complexo shelterina) Função em processos genéticos Replicação: DNA polimerases, helicases, primases Transcrição: RNA polimerases, fatores de transcrição, acetilases Histonas Proteínas globulares e pequenas (~110-150 aa) Básicas: ricas em arginina (arg, R) e lisina (lys, K) Podem sofrer várias modificações pós-traducionais: acetilação (CH3COO–), fosforilação (PO4 -3), metilação (CH3–), citrulinação, ubiquitinação, SUMOilação, ADP-ribosilação H3 e H4: muito conservadas evolutivamente Algumas propriedades das histonas Histona Peso molecular (Da) (K + R) % Tamanho (aa)* H1 21.130 30 223 H2A 13.960 20 129 H2B 13.774 22 125 H3 15.273 23 135 H4 11.236 25 102 * número de aminoácidos (aa) Lisina (K) Arginina (R) Histidina (H) Aminoácidos com grupo R com carga positiva Estrutura molecular da cromatina Nucleossomos Fibra de 10 nm (nucleossomos estendidos) Solenóide ou fibra de 30 nm Níveis de organização superiores Estrutura do Nucleossomo Unidade estrutural básica da cromatina Partícula de forma cilíndrica, constituída por um segmento de DNA de fita dupla com cerca de 146 pb (145 a 147 pb) associado a um octâmero de histonas Octâmero de Histonas Ocupa o cerne do nucleossomo Constituição do octâmero: [(H2A)2(H2B)2(H3)2(H4)2] O segmento de DNA se enrola no octâmero de histonas na forma de uma superhélice com giro para esquerda Cada segmento de 146 pb dá ~1,7 voltas ao redor do octâmero de histonas Rigorosamente, o termo nucleossomo compreende a partícula cerne em si mais um segmento adjacente de DNA de ligação A estrutura do nucleossomo é estabilizada por pontes salinas (interações eletrostáticas e pontes de hidrogênio) entre as cadeias laterais de lisina e arginina (das histonas) e os átomos de oxigênio dos grupos fosfato (no DNA) H2A H2B H3 H4 Cauda N-terminal da Histona H3, que se projeta para fora do nucleossomo E a histona H1, qual a sua função? A histona H1 localiza-se na base do nucleossomo, no ponto de entrada e de saída do segmento de hélice- dupla que envolve o octâmero de histonas Nesse ponto, A histona H1 se liga a um segmento de DNA com 20 a 22 pb A histona H1 age como uma presilha, contribuindo para manter a estrutura do nucleossomo A partícula central do nucleossomo juntamente com a histona H1 é chamada de cromatossomo O segmento de DNA que envolve cada cromatossomo tem cerca de 167 pb A histona H1 também interage com o DNA de ligação entre os nucleossomos, ajudando a estabilizar a fibra de 30 nm Fibra de 10 nm Constituída por nucleossomos estendidos (dispostos de forma linear) Um segmento de DNA livre ou de ligação (30 a 40 pb) ocorre entre nucleossomos adjacentes Esse é o menor nível de compactação da cromatina DNA de ligação (30 a 40 pb) Nucleossomo (octâmero de histonas + segmento de DNA com 146 pb) DNA de ligação Nucleossomo Histonas do octâmero Histona H1 Fibra de 30 nm ou solenóide Produzida a partir do enrolamento da fibra de 10 nm em uma solenóide Cada volta da solenóide contem 6 nucleossomosdispostos radialmente A histona H1 é essencial para estabilização dessa estrutura 30 nm Histona H1 Nucleossomo Seção transversal da solenódie (diâmetro de 30 nm) Cromossomo metafásico Fibra de cromatina com 300 nm de diâmetro Cromátide (700 nm de diâmetro) Alças formadas pela fibra de 30 nm Há um modelo alternativo para a fibra de 30 nm, chamado de zigue-zague Solenóide Zigue-zague Fibra de 30 nm Fibra de 10 nm Nucleossomo Níveis de organização estrutural superiores Proteínas não histônicas, do arcabouço do cromossomo Alça (loop) contendo de 20 a 100 kb de DNA e com 300 nm de tamanho Fibra de 30 nm Arcabouço do cromossomo, formado por proteínas não histônicas Alça de DNA Micrografia eletrônica de um cromossomo após remoção das histonas Portanto, a cromatina se organiza em níveis crescentes de condensação Segmento de DNA Fibra de 10 nm Fibra de 30 nm Seção de uma cromátide condensada Cromossomo mitótico Centrômero Alças formadas pelo dobramento da fibra de 30 nm Alças Os diferentes estados de compactação da cromatina são interconversíveis Fonte: Stansfield, Colomé & Cano, 1996 DNA de ligação Nucleossomos Fibra de 10 nm Fibra de 30 nm Topoisomerase II fosforilada Topoisomerase II defosforilada Alças Mudanças no nível de compactação da cromatina estão correlacionadas à atividade gênica Isso é bem evidenciado no estudo dos cromossomos politênicos Cromossomos politênicos Cromossomos gigantes São tipicamente encontrados nas glândulas salivares de larvas de Diptera Resultantes de várias duplicações sucessivas de DNA sem ocorrência de divisão celular (endomitose) Nos cromossomos politênicos, as cromátides irmãs (até > 1.000) produzidas pelas sucessivas duplicações permanecem pareadas Quando corados, os cromossomos politênicos apresentam caracteristicamente uma sucessão de bandas escuras intercaladas por bandas claras Bandas escuras (cromômeros) → regiões de cromatina mais condensada (inativas transcricionalmente) Bandas claras → regiões de cromatina menos condensada (ativas) Cromossomos politênicos de Chironomus riparius (Diptera) L braço esquerdo (de left); R braço direito (de right) Cromômeros (bandas escuras) Cromossomo politênico B – banda IB – interbanda P – Puff cabeça Glândula salivar Sob certas condições, algumas regiões dos cromossomos politênicos apresentam puffs Em cada puff a cromatina encontra-se em um estado de menor compactação De fato, os puffs são regiões de ativa transcrição Isso fica evidenciado pelas seguintes observações Exposição a hormônios ou choque térmico, condições conhecidas como indutoras da transcrição gênica, estimulam o surgimento de puffs Na presença de uridina marcada com trítio (3H), a radioatividade é prontamente incorporada nos puffs B – banda IB – interbanda P – Puff Antes Após o choque-térmico Segmento do cromossomo 3 de D. melanogaster Cromossomo corado para DNA (azul) e RNA Pol II (verde) Estado de condensação da cromatina versus atividade gênica DNA de ligação Nucleossomos Fibra de 10 nm Fibra de 30 nm Topoisomerase II fosforilada Topoisomerase II defosforilada Alças Eucromatina ativa (Ea) Eucromatina inativa (Ei) Heterocromatina (H) Cromossomo (C) Ea Ei, H H, C Durante a replicação do DNA (fase S), toda a cromatina é convertida pata fibra de 10 nm Modificações epigenéticas H2A H2B H3 H4 Cauda N-terminal da Histona H3, que se projeta para fora do nucleossomo As caudas N-terminais das histonas, projetando-se para fora do nucleossomo, são os sítios de várias modificações pós-traducionais Essas modificações estão envolvidas, por exemplo, na regulação da expressão gênica Acetilação, uma modificação epignética que afeta a estrutura das histonas Lisina Acetil-Lisina KAT (HAT) lisina acetiltransferase (histona AT) HDAC histona desacetilase Acetilação por KATs Desacetilação por HDACs Grupo acetil Grupo metil Grupo carbonil Como essas modificações nas histonas modulam sua interação com o DNA, afetando a competência transcricional da cromatina? Acetilação de histonas Desscetilação de histonas Cromatina mais condensada (inativa) Cromatina menos condensada (ativa)
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