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Genética humana - 2o bloco

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EPIGENÉTICA
Da mesma maneira que as células herdam genes, elas herdam também um grande número de informações que determinam quando genes devem ser ativados e em que tecido. Por muitos anos, considerou-se que os genes eram os únicos responsáveis por passar as características biológicas de uma geração à outra. Entretanto, hoje os cientistas sabem que variações não-genéticas (ou epigenéticas) adquiridas durante a vida de um organismo (através de seus hábitos de vida e ambiente social) podem frequentemente modificar o funcionamento de seus genes e serem passadas aos seus descendentes.
Epigenética é a área da Genética que estuda as modificações da expressão de genes - que podem ser herdadas pelas próximas gerações - mas que não alteram a sequência de DNA (não causam mutação). As mudanças epigenéticas são fortemente influenciadas por fatores ambientais. Qualquer alteração ambiental, ação de patógenos, alimentação, hibridação e a poliploidização, são determinantes na ocorrência de variações epigenéticas.
Importância: permite que as células tenham características diferentes, mesmo possuindo o mesmo DNA. A epigenética está relacionada com o aumento de variabilidade fenotípica dos indivíduos, resultando também em relevante importância para a evolução.
A herança epigenética depende de pequenas mudanças químicas no DNA e em proteínas que envolvem o DNA (histonas). 
Isso mostra que Lamarck não estava errado em algumas partes, já que pode ocorrer, em algumas situações, modificação nas características fenotípicas e essas modificações podem ser passadas para descendentes.
MUTAÇÃO E EPIGENÉTICA
Mutação: alteração permanente envolvendo os nucleotídeos do DNA.
Consequências: 
- Mal funcionamento do gene ou supressão de sua expressão (pois muda a proteína sintetizada). 
- Alteração hereditária na sequência do DNA.
Epigenética: são alterações na cromatina do DNA, sem que ocorram alterações na composição ou ordem dos nucleotídeos. 
Consequências: 
- Sequência do DNA não alterado, mas transcrição do gene é alterada.
- Modificação pode ser hereditária.
MECANISMOS DE REGULAÇÃO EPIGENÉTICA
- Metilação do DNA
- Modificação das Histonas (metilação, acetilação, fosforilação).
- Imprinting
METILAÇÃO DO DNA
Em 1975, foi proposto o primeiro mecanismo epigenético, a metilação do DNA, que pode afetar o genoma e mudar o perfil de expressão dos genes e ser transmitida para os descendentes.
A metilação consiste na adição de um radical metil (CH3) no carbono 5 da base nitrogenada citosina quando esta é seguida por uma base guanina. Após a adição do radical metil, a base nitrogenada metilada passa a se chamar 5-metilcitosina.
A metilação do DNA leva ao recrutamento de proteínas que causam a compactação da cromatina, impedindo que a enzima RNA-polimerase (responsável pela transcrição) se ligue à molécula. Assim, de forma resumida, a metilação impede a transcrição, o que consequentemente inviabiliza a formação de proteínas e, portanto, não ocorre a expressão gênica. 
Normalmente, regiões da molécula de DNA nas quais não existem genes ativos (chamadas de heterocromatina) são compactadas e metiladas.
MODIFICAÇÃO DAS HISTONAS (METILAÇÃO, ACETILAÇÃO, FOSFORILAÇÃO)
As histonas são proteínas determinam o grau de compactação da cromatina.
- Acetilação: as lisinas, localizadas nas caudas das histonas, são passíveis de modificações pela ligação ao grupo acetil. A acetilação abre a cromatina, o que ativa a transcrição. A desacetilação condensa a cromatina impedindo a transcrição.
Genes ativos: DNA desmetilado e histonas acetiladas.
Genes inativos: DNA metilado e histonas desacetiladas. DNA metilado e histonas metiladas.
IMPRINTING GENÔMICO
É a expressão diferencial do material genético dependendo se foi herdado do pai ou da mãe. Um gene ou grupo de genes é marcado bioquimicamente com informações sobre sua origem parental. Essa marcação resulta na ativação ou na inativação da expressão de um certo gene, dependendo se a herança for materna ou paterna. 
No entanto, para alguns genes, observa-se que apenas um dos alelos, paterno ou materno, é normalmente expresso. O alelo herdado de um dos progenitores comporta-se de forma distinta do alelo herdado do outro progenitor. Este fenômeno denomina-se imprinting genômico, já que se admite que um dos alelos parentais adquiriu, presumivelmente, uma marca (imprint) de natureza supostamente bioquímica.
O imprint deverá levar, direta ou indiretamente, à expressão diferencial de um dos alelos parentais, podendo ser o responsável por algumas doenças genéticas que apenas ocorrerem quando o gene responsável é herdado por via materna, e outras quando o alelo em causa é de origem paterna (Síndrome Prader-Willi e Síndrome de Angelman: as duas são caracterizadas pela falta de genes do cromossomo 15 - paterno ou materno. Nesse caso, perda do mesmo pedaço do gene muda a síndrome simplesmente por ser do pai ou da mãe).
Durante o desenvolvimento e gametogênese ocorrem variações na metilação. No início do desenvolvimento das células germinativas ocorre a desmetilação do genoma até estacionarem na gônada inicial. Após a maturação destas células germinativas (formação de gônadas) acontece a remetilação genômica de forma específica ao sexo - pra ajudar no desenvolvimento do embrião. O processe enzimático responsável pela metilação de novo nas células germinativas ainda não está totalmente caracterizado.
Ou seja, o Imprinting envolve necessidades de:
- Remover as marcas de imprinting cedo na gametogênese.
- Criar novas marcas de imprinting durante a gametogênese.
EXEMPLOS DE EPIGENÉTICA
Epigenética psicológica: estuda como o ambiente social e cultural influencia o genoma e como as experiências da vida se incorporam em nosso genoma. Associação entre abuso e negligência na infância com comportamento suicida.
Epigenética comportamental: nossos comportamentos podem ter efeitos a longo prazo no genoma. Grandes eventos em nossas vidas (traumáticos ou muito agradáveis) podem ter forte impacto em nosso cérebro, levando a mudanças epigenéticas.
DEMÊNCIA
Demência é um termo utilizado para descrever os sintomas de um grupo alargado de doenças mentais que causam prejuízo cognitivo, acompanhadas por mudanças no comportamento e na personalidade.
A demência é uma síndrome com 3 características principais:
Esquecimento ou problemas com a memória.
Problemas de comportamento (agitação, insônia e choro fácil)
Perda das habilidades adquiridas pela vida (dirigir, vestir roupa, gerenciar vida financeira, cozinhar, localizar-se na rua, etc.)
ALZHEIMER
A Doença de Alzheimer é incurável e se agrava ao longo do tempo. A doença se apresenta como demência, ou perda de funções cognitivas (memória, orientação, atenção e linguagem), causada pela morte de células cerebrais. Quando diagnosticada no início, é possível retardar o seu avanço e ter mais controle sobre os sintomas, garantindo melhor qualidade de vida ao paciente e à família.
	Sintomas cognitivos
	Sintomas comportamentais
	Perda de memória.
	Distúrbios do sono, alteração de apetite.
	Dificuldade de atenção.
	Depressão/ansiedade.
	Problemas de linguagem.
	Irritabilidade/agitação/agressividade.
	Dificuldade na orientação temporal e espacial.
	Delírios e alucinações.
	Dificuldade nas funções motoras, visuoespaciais e construtivas.
	Desinibição.
A progressão da doença conduz à morte de maior parte de tecido nervoso.
As áreas comumente mais atingidas são as de neurônios responsáveis pela memória e pelas funções que envolvem planejamento e execução de funções complexas. Outras áreas tendem a ser atingidas, posteriormente, ampliando as perdas. Na Doença há um encolhimento total do tecido cerebral: os sulcos cerebrais são visivelmente mais alargados e as dobras tornam-se bastante acentuadas. Além disso, os ventrículos são visivelmente ampliados. 
O tempo médio do diagnóstico à morte é de 4 a 8 anos, embora possa haver casos de 20 anos ou mais.
Não há teste específico para detecção de Alzheimer: ainda é um diagnóstico clinico,
geralmente diagnosticado após exclusão de outras patologias que levam à demência. Só é possível confirmar através de biópsia do tecido cerebral do cadáver. 
Evolução da doença:	
-Fase inicial (leve): 
Distração.
Esquecimento crescente.
Dificuldade de lembrar nomes e palavras.
Dificuldade para aprender novas informações.
Desorientação em ambientes familiares.
Redução das atividades sociais dentro e fora de casa.
- Fase intermediária (moderada):
Perda marcante da memória e da atividade cognitiva. Dificuldade de reconhecimento.
Deterioração das habilidades físicas e verbais.
Alterações de comportamento: frustração, impaciência, inquietação, agressão verbal e física.
Alucinações e delírios.
Incapacidade para convívio social autônomo: perde-se com facilidade, tendência a fugir ou perambular pela casa.
Inicia perda do controle da bexiga.
- Fase avançada:
A fala torna-se monossilábica e mais tarde desaparece.
Continua delirando.
Transtornos emocionais e de comportamento.
Perda do controle da bexiga e do intestino.
Enrijecimento das articulações.
Dificuldade para engolir alimentos, evoluindo para uso de sonda enteral ou gastrostomia (sonda do estômago).
Estima-se que cerca de 35,6 milhões de pessoas tenham Alzheimer. A doença afeta 8 a 15% da população acima de 65 anos – iniciando geralmente após os 40 anos. É a terceira causa de morte entre os idosos (só perde para doenças cardiovasculares e câncer). Quanto maior a idade, maior a chance de ter a doença (1/100 acima de 60 anos, 1/10 acima de 80 anos).
Genética da DA:
Embora não se saiba por que a Doença de Alzheimer ocorra, são conhecidas algumas lesões cerebrais características dessa doença, responsáveis por provocar morte neuronal:
- Acúmulo no cérebro de placas formas por proteína beta-amiloide. Seu depósito entre os neurônios impede a sinapse, prejudicando a atividade neural.
- Acúmulo de proteína tau dentro do neurônio.
- Genes mutantes fazem neurônios perderem a capacidade de conexões. Quando o neurônio fica isolado, morre.
A proteína beta-amiloide é produzida normalmente no cérebro e quantidades muito pequenas dela são necessárias para manter os neurônios viáveis. O problema na DA é que sua produção aumenta muito e moléculas acumulam-se, levando à alteração nas sinapses, que leva à perda de neurônios.
Normalmente, a beta-amiloide é eliminada pelo liquor, mas na DA sua acumulação no cérebro faz com que sua concentração no liquor caia. Simultaneamente, ocorre fosforilação da proteína tau, que forma os emaranhados neurofibrilares dentro dos neurônios, que é outra alteração patológica conhecida da DA. Com a morte neuronal, a tau é eliminada pelo liquor, aumentando sua concentração. Dessa forma, na DA ocorre diminuição da concentração de beta-amiloide e aumento da concentração de tau no liquor. 
Tratamento:
- Distúrbios de comportamento (calmantes).
- Déficit de memória. No entanto, o tratamento é temporário e ineficaz depois de algum tempo.
Em maio de 2017 o governo anunciou que o SUS fornecerá patch com rivastigmina aos pacientes gratuitamente. Esse medicamento funciona até a fase intermediária, retardando em até 6 meses o progresso da doença e melhorando os sintomas cognitivos.
DOENÇA DE LEWY
Segunda causa mais comum de demência e facilmente confundida com Alzheimer. 	
É causada pelo acúmulo de grande quantidade de substâncias chamadas Corpos de Lewy no córtex cerebral. O quadro clínico apresenta 3 estágios:
- O primeiro estágio dura de 1 a 3 anos, caracterizado por esquecimento leve.
- No segundo estágio ocorre a piora das funções cerebrais cognitivas (memória, linguagem, orientação no tempo e espaço). Piora dos delírios, com alucinações auditivas e visuais (ouve e vê coisas). É muito comum haver quedas.
- Fase mais avançada tem distúrbios psiquiátricos tipo psicose, agitação e confusão mental.
Como na Alzheimer, o diagnóstico é feito através de exame clínico. O diagnóstico de certeza é feito através de biópsia cerebral, de anatomia patológica.
DOENÇA DE HUNTINGTON
Herança autossômica dominante. Não dá p/ prever exatamente quando vai ocorrer, mas cientistas perceberam que quando a doença é herdada do pai ocorre antecipação dos sintomas. Se foi herdada da mãe, os sintomas aparecem por volta da mesma idade que ela começou a ter.
- Forma clássica: manifestada entre 30 a 40 anos. Evolução da doença: 15 a 30 anos até o óbito.
- Forma juvenil: manifestada entre 4 a 21 anos. Evolução entre 8 e 10 anos. Imprinting genômico (forma herdada do pai)
A DH é uma doença progressiva e letal caracterizada por distúrbios do movimento, distúrbios comportamentais e demência (pensamento, julgamento, memória). Seus sintomas podem aparecer em qualquer fase da vida, porém, na maioria dos casos, a doença se inicia entre a quarta e a quinta década. A doença pode ter uma evolução longa de até 30 anos em alguns casos, mas a morte ocorre principalmente em decorrência da imobilidade e infecções. 
Características:
• Início com espasmos ocasionais; descoordenação na marcha, na fala e alterações no olhar.
• Com o progresso da doença o indivíduo pode ficar irritável e perder o interesse em suas atividades habituais, levando a comportamento de agressividade. 
Os doentes vão tendo dificuldades na execução da vida diária: impossibilidade de controlar o movimento, andar a pé, de deglutir os alimentos e dificuldade na linguagem.
• Declínio cognitivo: perda de memória e de raciocínio.
• Depressão e tentativa de suicídio. Morte por pneumonia e lesões associadas a quedas são comuns após vários anos de sintomas da doença.
Genética da DH:
Nesta patologia foi identificado uma expansão instável do tripleto de bases nitrogenadas CAG (citosina-adenina-guanina) no gene IT15, que codifica a proteína huntingtina localizada no braço curto do cromossomo 4. A proteína huntingtina induz a produção de moléculas que mantém o neurônio vivo, mas a forma mutante é toxica e mata neurônios. A huntingtina mutante leva ao aumento de cálculo no interior dos neurônios, desencadeando morte neuronal e provocando atrofia do núcleo striatum. Na morte das células dos núcleos da base, o córtex fica hiperativo e causa os movimentos involuntários.
Cientistas observaram que pessoas normais têm até 35 cópias (repetições) de CAG nos genes. Entre 36 e 39 cópias, poderiam ou não desenvolver a doença. Acima de 40 CAG com certeza o diagnóstico é de Huntington (pode ter até 250 repetições). Tem sido observado que, quanto maior o número de repetições CAG, mais precoce é a manifestação da doença. Em gerações sucessivas de pacientes com DH, o quadro clínico pode se manifestar cada vez mais cedo.
Ocorre por conta de crossing-over desigual, que produz deleções e inserções nos cromossomos.
Diagnóstico e tratamento:
Já há testes moleculares para identificar mutação no gene que causa a doença, porém não há como predizer o início dos sintomas, a intensidade e seu desenvolvimento. Tecnicamente é possível testar o feto para saber se ele é portador do gene da DH. Nesses casos deve-se levar em conta aspectos éticos e legais.
Tratamento feito com drogas psiquiátricas (não específico para DH) e sedativos (diminuem movimentos, porém acentuam a depressão).
ALCOOLISMO
O alcoolismo é uma doença que se desenvolve após o uso repetido de álcool, que envolve danos biológicos, profissionais, familiares e pessoais, de forma geral. É associado a compulsão, dificuldade de controlar o consumo, sintomas de abstinência e tolerância (necessidade de doses maiores após um tempo).
Pequenas concentrações de álcool no sangue causa relaxamento, euforia, bem-estar, aumento da autoconfiança e da comunicabilidade. Conforme a dose aumenta, diminui a coordenação motora, o controle emocional. Doses acima de 4,0 g/L podem levar a coma alcoólico e morte por insuficiência respiratória (ou por aspiração do próprio vômito).
Comprometimentos:
- Sistema neurológico: alterações na memória, na concentração e na atenção.
- Sistema gastrointestinal: câncer, gastrite, úlceras, diabetes.
- Sistema hepático: hepatite
alcoólica, cirrose, insuficiência hepática.
- Sistema cardíaco: AVC, aumento do colesterol, hipertensão, hipertensão.
- Sistema reprodutivo: queda de testosterona, queda de libido, impotência sexual.
Álcool aumenta a abertura dos canais iônicos, permitindo aumento da quantidade de neurotransmissores liberados durante a sinapse:
- Noradrenalina: excitação, bem estar.
- Serotonina: abuso.
- Dopamina: prazer, bem estar.
- Acetilcolina: relaxamento, bem estar.
2 tipos de alcoolismo:
	Tipo I
	Tipo II
	• Ambos sexos.
	• Predomínio no sexo masculino.
	• Influência genética e ambiental.
	• Maior herdabilidade.
	• Início na fase adulta-jovem.
	• Início na adolescência/começo da vida adulta.
	• Maior probabilidade de recuperação.
	• Menor probabilidade de recuperação.
	• Não apresenta comportamento agressivo.
	• Comportamento agressivo.
- Síndrome da abstinência alcoólica: efeitos tóxicos no sistema nervoso. Tremores, convulsões, hipertermia, sudorese, alucinação, hiperatividade, agitação.
- Síndrome da abstinência fetal: filhos de mães que consumiram álcool durante a gestação – passa através da placenta para o feto. Caracterizada por baixo peso ao nascer, atraso no desenvolvimento, prejuízos intelectuais (retardo mental, prejuízo no aprendizado, na atenção, na memória), más formações do esqueleto e sistema nervoso, comportamento perturbado, modificações na pálpebra deixando os olhos mais abertos que o comum, lábio superior fino e alongado, hiperatividade. Mesmo não havendo retardo é comum ainda o prejuízo no aprendizado, na atenção e na memória. O déficit de aprendizado pode persistir até a idade adulta. 
Genética do alcoolismo:
Filhos de pais alcoólicos adotados por pais não alcoólicos têm mais chance de desenvolver dependência alcoólica. Importância tanto ambiental quanto genética.
Foram identificados 8 genes associados ao alcoolismo. 
Uma pesquisa tem apontado a proteína GDNF como uma possível arma para o combate à dependência alcoólica. Em ratos, quando atua na área cerebral, o desejo pelo consumo de álcool é eliminado, auxiliando também na prevenção de recaídas quando o paciente se encontra em tratamento. Sabendo-se que as áreas cerebrais responsáveis pelo controle do vício são parecidas tanto em seres humanos quanto em animais, consequentemente a proteína poderia atuar de maneira similar em humanos. 
Diagnóstico: descontrole do consumo, abstinência, tentativas fracassadas repetidas no controle, períodos de apagões.
Tratamento: famacológico, grupo de apoio.
EPILEPSIA
É uma alteração do funcionamento do cérebro, que não tenha sido causada por febre, drogas ou distúrbios metabólicos e se expressa por convulsões repetidas – pelo menos duas em um ano.
Caracterizada pela perda de consciência seguida de alternância de espasmos e relaxamento muscular.
Frequência aumenta com a idade.
Genética da Epilepsia:
O risco de desenvolver epilepsia é maior nos indivíduos com antecedente familiar da doença. Há mais de 100 loci associados a convulsões. 
Já foram identificados pelo menos 6 genes que quando mutantes levam a epilepsias. São todos relacionados a canais iônicos.
Diagnóstico: 
- Tomografia computadorizada e ressonância magnética: analisam a estrutura do cérebro em busca de tumores, malformações e cistos. 
- Eletroencefalograma: registra a atividade cerebral elétrica buscando desordens de excitabilidade e sua localização.
PSICOSES
Psicoses são distúrbios psiquiátricos graves em que o paciente perde contato com a realidade, tem uma falta de harmonia entre o pensamento e a afetividade, emite juízos falsos (delírios), podendo também apresentar alucinações (ter percepções irreais quanto a audição, visão, tato) e distúrbios de conduta levando à impossibilidade de convívio social e desempenho de tarefas habituais, além de outras formas bizarras de comportamento. Há comprometimento do funcionamento mental, social e pessoal.
Algumas causas:
- Algumas fases do Distúrbio Afetivo Bipolar
- Parto (Psicose Puerperal)
- Reação a alguns medicamentos (por exemplo Anfetaminas e Cortisona)
- Traumatismos Cranianos
- Álcool e drogas (principalmente Cocaína, Ecstasy, LSD, Cogumelos, Daime e Crack)
- Doenças Neurológicas (por exemplo "derrame", tumores cerebrais, Alzheimer).
Maior concordância entre gêmeos MZ do que DG (70% contra 25%): os genes podem representar até 43% do fenótipo psicótico!
ESQUIZOFRENIA
“Esquizofrenia” (esquizo = divisão, phrenia = mente) afeta 1 a 1,5% da população. Em geral se inicia na adolescência ou fase jovem-adulta. Pode ter recidivas com abrandamentos ou ser crônica e progressiva.
Sintomas:
- Pensamento irracional: delírios (crenças falsas mas sustentadas), afrouxamento das associações entre as ideias.
- Deterioração do comportamento adaptativo (adaptação e sustentação da vida social).
- Percepção distorcida (alucinações: + comum ouvir vozes, ver coisas, emoção perturbada – poucas ou exacerbadas -, volúveis emocionalmente).
- Déficit cognitivo generalizado
Subtipos da esquizofrenia:
- Tipo paranoide: delírios de perseguição ou de grandeza.
- Tipo catatônico: perturbações motoras, desde rigidez muscular até atividade motora aleatória. Podem, por exemplo, ficar imóveis por longo tempo.
- Tipo desorganizado: deterioração do comportamento adaptativo.
- Tipo indiferente: mistura das anteriores.
Causa da doença: alterações na produção de neurotransmissores, como dopamina. 
- Normalmente tem um fator ambiental desencadeador: “eventos estressores psicossociais” como perda de familiar próximo, mudança de moradia, exames escolares etc. Estudos recentes investigando a influência destes life-events no curso da esquizofrenia sugerem que pacientes esquizofrênicos podem apresentar pioras sintomatológicas diante deste tipo de estresse.
- Eventos de ocorrência precoce, durante a vida intra-uterina ou logo após o nascimento, podem ser de importância fundamental para a esquizofrenia: a má nutrição do feto, envolvendo redução no suprimento de oxigênio, iodo, glicose, e ferro podem levar a prejuízos no desenvolvimento do SNC; nascimento prematuro extremo (ex. antes de 33 semanas gestacionais) parece aumentar o risco para a esquizofrenia; complicações durante o parto podem causar danos ao hipocampo e córtex cerebral.
- Drogas que estimulam produção de dopamina (ex: anfetaminas) provocam sintomas semelhantes a esquizofrenia paranoide: grande agitação psicomotora, alucinações auditivas e ideias delirantes.
A dopamina é um neurotransmissor associado às sensações de prazer e de recompensa. O seu desequilíbrio está na base da esquizofrenia: nas pessoas saudáveis, a dopamina é liberada em quantidades equivalentes para os lobos frontal (que elabora o pensamento) e lobo temporal (percepção e memória). No cérebro esquizofrênico há menos dopamina no lobo frontal e mais dopamina no lobo temporal. A falta de dopamina no lobo frontal provoca apatia e lentidão de pensamento. Já o excesso de dopamina na região temporal provoca delírios e alucinações. Essas duas falhas levam ao aparecimento dos sintomas da doença.
Genética da Esquizofrenia:
Quase 50% de concordância p/ gêmeos MZ e filhos de dois pais esquizofrênicos.
Foram identificadas 27 regiões genômicas com possíveis associações com a doença.
Faculdade de medicina da USP (2005): identificaram 46 genes mais expressos em esquizofrênicos e 119 menos expressos nesses pacientes. 
- O gene disbindina-1, que já se sabia estar ligado à esquizofrenia, pode também estar ligado à inteligência e habilidade cognitiva geral.
- O gene DISC1 (“Disrupted In Schizophrenia 1”), identificado no ponto de quebra de uma translocação balanceada, está envolvido em processos neurais como migração neuronal, crescimento neuronal. Há uma relação desse gene com outras desordens esquizofrênicas, desordem afetiva bipolar e depressão.
- Gene neuregulina 1: envolvido no desenvolvimento do sistema nervoso.
SÍNDROME DO X FRÁGIL
Herança ligada ao X dominante. A Síndrome do X-Frágil está diretamente ligada a um defeito na região
do braço longo do cromossomo X, o qual contém a causa mais frequente do comprometimento intelectual com caráter hereditário, afetando o desenvolvimento intelectual e o comportamento de homens e mulheres. Nas mulheres é comum os sintomas serem mais amenos.
Em 1991 três grupos independentes de pesquisadores na França, Holanda e Austrália clonaram o gene FMR1. Na Síndrome do X-Frágil este gene, por uma série de fatores é anulado, não produzindo seu produto final, a proteína FMRP. Esta proteína é responsável pela maturação das sinapses e sua ausência ou drástica redução é a causa do comprometimento intelectual nos afetados pela Síndrome.
Características (sintomas podem variar muito):
- Orelhas grandes, faces alongadas, testículos aumentados, pés planos, tamanho da cabeça aumentado.
- Dificuldades intelectuais leves até profundo retardo mental.
- Hiperatividade, déficit de atenção, problemas de fala, fala repetitiva, imitações.
- Algumas podem ser bem aproveitadas: excelente memória, bom vocabulário, facilidade para cópia, habilidade para leitura.
- Dificuldades principalmente na abstração e integração de informações: seguem instruções ao pé da letra e podem dar importância a aspectos irrelevantes.
Genética do X frágil
No braço longo do X há a região FRAXA que contém o gene FMR1. Nessa região há aumento de repetições CGG. Quanto maior o número de repetições, maior o retardo.
- normal: entre 6 e 53 repetições; Zona gray entre 40 e 55 cópias: em geral não tem deficiência intelectual mas podem apresentar alterações na aprendizagem, área comportamental e emocional.
- pré-mutado: entre 55 e 200 repetições (normalmente sem sintomas); podem apresentar um comprometimento emocional (como ansiedade e depressão). 20% das mulheres apresentam menopausa precoce (antes dos 40 anos). Homens pré-mutados podem apresentar alterações acima de 60 anos.
- x frágil: acima de 200 repetições;
Diagnóstico: teste de biologia molecular p/ analisar sequência do gene FMR-1 a partir de amostra do sangue.
PRÍON
AGRESSIVIDADE
SÍNDROME DO PÂNICO

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