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Professora: Dra. Valdilene Canazart Micologia Disciplina: Microbiologia e Imunologia Leitura obrigatória LEVINSON, W.; JAWETZ, E. Microbiologia Médica e Imunologia. 7a Ed. Artmed; 2008. ou MURRAY, P.R. Microbiologia médica. 2004. Livro: Microbiologia - Trabulsi Capítulos 50 e 51 (3ª Ed.) Livro: Microbiologia Ilustrada Capítulo 20 (2ª Ed.) http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1662 Leitura recomendada OBJETIVOS 1. Identificar as estruturas, metabolismo e crescimento dos fungos; 2. Conhecer o ciclo de vida dos fungos; 3. Identificar as principais micoses; 4. Explicar a atuação do sistema imunológico no combate às micoses. FUNGOS: características gerais Eucariotos; Cada célula tem vida independente; não há formação de tecido; Parede celular composta principalmente por quitina (N-acetil glicosamina); Substância de reserva é o glicogênio; Temperatura ótima entre 25ºC e 30ºC (mesófilos); pH entre 4 e 7. A maioria dos fungos é aeróbio; A luz não é requerida para o crescimento dos fungos; Espécies unicelulares ou pluricelulares: - algumas apresentam dimorfismo: Todos os fungos são Quimiorganotróficos FUNGOS: características gerais Candida albicans FUNGOS: características gerais Ambiental (reciclagem de nutrientes, decomposição de agentes poluidores); Agricultura (fertilidade do solo, doenças de plantas, etc); Indústria (álcool, cerveja, vinho, antibióticos, ac. cítrico, enzimas, fármacos); Alimentação (cogumelos comestíveis); Estudos fundamentais (genética, biomol); Saúde (micoses no homem e animais, micotoxinas). FUNGOS: importância Estratégias Nutricionais a) Saprófitas – decompõem resíduos em formas mais simples (ciclagem); – fungos utilizados em processos fermentativos, decomposição de poluentes (pesticidas), produção de alimentos; – degradação de materiais (couro, madeira, tintas, combustíveis, alimentos), produção de micotoxinas, reações alérgicas, etc. Laranja atacada por Penicillium sp. OCRATOXINAS: Aspergillus ochraceus e Penicillium viridicatum AFLATOXINAS: Aspergillus flavus e A. parasiticus. Estão entre os agentes cancerígenos mais potentes que se conhece. FUMONISINAS: Fusarium moliniforme Outras toxinas produzidas por Fusarium spp. e usadas como armas biológicas na guerra do Vietnã e do Afeganistão. Micotoxinas FUNGOS: patogenia Micotoxinas b) Simbiontes -Líquens -Micorrizas Estratégias Nutricionais Estratégias Nutricionais c) Parasitas - Em seres humanos, aumento preocupante de doenças causadas por fungos em pacientes imunodeprimidos; - Agentes de controle biológico de pragas, de doenças e de plantas daninhas Nematoide aprisionado por anéis constritores de um fungo entomopatogênico. Candidíase manifestando em paciente imunodeprimido. Fatores de Virulência de Fungos Patogênicos 1. Capacidade de crescimento a 37°C e condições redutoras do tecido; 2. Dimorfismo; 3. Capacidade de evasão do sistema de defesa (endosporulação, cápsula); 4. Propriedades bioquímicas especiais: fenoloxidase, proteases, elastases, colagenases. Terminologia e Classificação das Micoses Localização do processo: dermatomicoses, oftalmomicoses, etc O fungo responsável: aspergilose, histoplasmose, etc Literatura médica ou leiga: sapinho, pé-de-atleta, etc Segundo os tecidos e órgão afetados: Micoses superficiais Micoses cutâneas Micoses subcutâneas Micoses sistêmicas -por fungos patogênicos -por fungos oportunistas MICOSES SISTÊMICAS: PARACOCCIDIOIDOMICOSE BLASTOMICOSE HISTOPLASMOSE COCCIDIOIDOMICOSE MICOSES OPORTUNÍSTICAS: CANDIDIASE CRIPTOCOCOSE ASPERGILOSE PNEUMOCISTOSE MUCORMICOSE MICOSES MICOSES SUBCUTÂNEAS: ESPOROTRICOSE CROMOBLASTOMICOSE MICETOMAS RINOSPORIDIOSE ENTOMOFTOROMICOSE MICOSE DO JORGE LOBO MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Filamentoso Levedura Causadas por fungos denominados de dermatófitos: fungos filamentosos, passíveis de colonizar e causar lesões clínicas em pêlos e/ou extrato córneo de homens e animais. São divididos em três gêneros: 1. Trichophyton, 2. Microsporum, 3. Epidermophyton. Em relação ao seu habitat podem ser divididos em: geofílicos zoofílicos antropofílicos DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Os aspectos clínicos das lesões dermatofíticas são bastante variados; Resultam da combinação de destruição da queratina associada a uma resposta inflamatória: dependente do binômio parasito/hospedeiro. Na classificação clínica das dermatofitoses são utilizadas as denominações: Tinea seguidas do sítio anatômico das lesões: Exemplo: Tinea capitis (couro cabeludo). DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Descrição das principais dermatofitoses e seus agentes mais frequentes: Tinea pedis (tinha do pé): T. rubrum, T. mentagrophytes, E.floccosum DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Tinea pedis (tinha do pé) TRATAMENTO: cetoconazol, miconazol, Econazol infecção persistir médicos e dermatologistas podem prescrever itraconazol e terbinafina oral. PREVENÇÃO: Medidas básicas de higiene: Enxugar bem os pés, especialmente entre os dedos, depois de lavá-los. Não usar meias de tecido sintético que não absorvem o suor e mantêm a pele úmida; Trocar as meias frequentemente, deixando os pés tomarem um pouco de ar durante a troca; Evitar usar tênis muito fechados e com pouca ventilação que aumentam a sudorese nos pés; Calçar chinelos quando for utilizar banheiros e vestiários de clubes ou escolas para não se reinfectar nem passar a infecção para outros. DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA DERMATOFITOSES Descrição das principais dermatofitoses e seus agentes mais frequentes: Tinea capitis (tinha do couro cabeludo): T. mentagrophytes, T. violaceum, T. Tonsurans; M. canis, M. gypseum . DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Descrição das principais dermatofitoses e seus agentes mais frequentes: Tinea corporis (tinha de pele glaba): T.rubrum, T. mentagrophytes, M. canis DERMATOFITOSES MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA PITIRÍASE VERSICOLOR MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Pitiríase Versicolor - Malassezia furfur - Chamada também de Tinea Versicolor; - Infecção crônica assintomática que afeta a pele, e produz manchas (bordos delimitados) hipo e hiperpigmentadas (“multicolor”) que contém o fungo na forma filamentosa septada (forma patogênica); - Mecanismo pouco esclarecido: Interferênciasobre a produção da Melanina pelo Ácido Azeláico produzido pelo fungo; - A exposição ao sol confere margens pigmentadas e centro hipopigmentado (“Micose de Praia”); - Localização das manchas: Tórax, abdômen, pescoço, face, e com menos frequencia nos membros inferiores e superiores, axilas e virilha; PITIRÍASE VERSICOLOR MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA Pitiríase Versicolor PITIRÍASE VERSICOLOR MICOSES CUTÂNEAS E SUPERFICIAIS: DERMATOFITOSES PITIRIASES VERSICOLOR TINHA NIGRA TRATAMENTO: Couro cabeludo pode ser reservatório do fungo, ocasionando reincidência da Micose – Além do tratamento antifúngico na pele, deve-se tratar o cabelo com xampus a base de Sulfeto de Selênio. MICOSES SISTÊMICAS: PARACOCCIDIOIDOMICOSE BLASTOMICOSE HISTOPLASMOSE COCCIDIOIDOMICOSE CARACTERÍSTICAS GERAIS Apresentam uma série de características em comum: Distribuição geográfica definida. Agentes são encontrados no solo e em dejetos de animais. A principal porta de entrada são as vias aéreas superiores. Outros agentes de micoses sistêmicas Candidíase Candida spp Criptococose Cryptococcus neoformans var neoformans (A, D e AD) Cryptococcus neoformans var gattii (B e C) MICOSES SISTÊMICAS: PARACOCCIDIOIDOMICOSE BLASTOMICOSE HISTOPLASMOSE COCCIDIOIDOMICOSE CARACTERÍSTICAS GERAIS MICOSES SISTÊMICAS: PARACOCCIDIOIDOMICOSE BLASTOMICOSE HISTOPLASMOSE COCCIDIOIDOMICOSE PARACOCCIDIOIDOMICOSE http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1662 MICOSES SISTÊMICAS: PARACOCCIDIOIDOMICOSE BLASTOMICOSE HISTOPLASMOSE COCCIDIOIDOMICOSE PARACOCCIDIOIDOMICOSE Paracoccidioides brasiliensis Agente causal da blastomicose sul-americana. A blastomicose sul-americana caracteriza-se por envolvimento de gânglios, mucosa bucal e do aparelho respiratório. Candida albicans Causam infecções leves e sem maiores consequências, Apresenta alta prevalência em pacientes infectados com HIV com envolvimento de esôfago, estômago e intestino, sendo comuns infecções recorrentes. Em crianças que apresentam alteração na resposta imune celular e distúrbios endócrinos múltiplos, o quadro raro de candidíase mucocutânea crônica é descrito. MICOSES OPORTUNÍSTICAS: CANDIDIASE CRIPTOCOCOSE ASPERGILOSE PNEUMOCISTOSE MUCORMICOSE CANDIDÍASES TRATAMENTO MICOSE Podem ser usadas medicações locais ou medicações por via oral, dependendo da intensidade do quadro. O tratamento das micoses é sempre prolongado, variando de cerca de 30 a 60 dias, siga sempre a orientação do médico. O tratamento vai depender do tipo de micose e deve ser determinado por um médico. Princípio de atuação das drogas antifúngicas Diferenças importantes entre fungos e animais. Possíveis alvos terapêuticos via biossintética própria para a quitina; formação de lisina por vias metabólicas distintas; produção de microtúbulo especial, durante a replicação; síntese de ergosterol. Dificuldades: poucas drogas disponíveis; tendem a ser tóxicas também ao hospedeiro; similaridade biológica entre fungo e reino animal Drogas que atuam a nível de MEMBRANA (moléculas de ERGOSTEROL): Derivados poliênicos: Anfotericina B; Nistatina, Pimaricina Derivados imidazólicos: Cetoconazol, Itraconazol, Clotrimazol Drogas que atuam a nível intracelular (síntese DNA, RNA, proteínas): Griseofulvina (desarranjo nos microtúbulos) 5-fluorcitosina (interfere na síntese de RNA) Actidione ou ciclohexamida (somente para meios de cultura) Princípio de atuação das drogas antifúngicas Imunidade a fungos A microbiota normal da pele e das mucosas elimina fungos; A pele intacta representa uma defesa efetiva contra certos fungos; A defesa contra fungos consiste: na formação de granulomas: mediada por células - principalmente pelos macrófagos e TCD4+ (Th1). resposta piogênica: participação neutrófilos. Há participação de IFN-γ, aumentando a função de neutrófilos e macrófagos; Pacientes que apresentam neutropenia (menos de 500 neutrófilos/mm3) ou que tenham deficiência da imunidade celular apresentam com frequência micoses; Imunidade a fungos Candida albicans cerca de 5% das mulheres em idade reprodutiva apresentam um quadro de candidíase vaginal recorrente devido à ausência ou a baixos níveis de IFN-γ, que pode ser restaurada in vitro pela neutralização da IL-10. Criptococcus neoformans Pode causar doenças pulmonares e comprometer o sistema nervoso central em pacientes imunodeprimidos; Consegue escapar do sistema imune por produzir uma cápsula polissacarídica que impede a fagocitose e a fixação do complemento; Imunidade a fungos Paracoccidioides brasiliensis Agente causal da blastomicose sul-americana. A blastomicose sul-americana caracteriza-se por envolvimento de gânglios, mucosa bucal e do aparelho respiratório. Na maioria das pessoas infectadas o agente é controlado, e o indivíduo fica completamente assintomático. Pacientes com a doença em atividade apresentam depressão da resposta imune celular, caracterizada por diminuição da síntese de citocinas de padrão Th1 como IL-2, IFN-g e IL-12, e aumento dos níveis de IL-4, IL-5 e IL-10, que corresponde à resposta de padrão Th2 não protetora ao hospedeiro. Imunidade a fungos Imunidade a fungos Livro: Microbiologia - Trabulsi Capítulos 50 e 51 (3ª Ed.) Livro: Microbiologia Ilustrada Capítulo 20 (2ª Ed.) http://portal.saude.gov.br/portal/saude/profissional/area.cfm?id_area=1662 Leitura recomendada
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