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Prof° André Luiz Thomaz de Souza 2018 Enfermeiro pela Universidade José do Rosário Vellano Mestre em Enfermagem pela Universidade Federal de Alfenas Doutorando em Ciências da Saúde na Escola de Enfermagem de Ribeirão Preto Docente nas Faculdades Integradas do Vale do Ribeira LESÕES CELULARES REVERSÍVEIS Faculdades Integradas do Vale do Ribeira Lesões celulares Lesões morfológicas aparecem nas células, no interstício ou em ambos os componentes teciduais. Depende da duração e intensidade do agente agressor, podendo ser: (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 2 REVERSÍVEIS Alterações no crescimento e a diferenciação celular Pigmentações Degenerações IRREVERSÍVEIS Necrose Apoptose 3 Lesões celulares (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 4 Lesões celulares As lesões celulares reversíveis podem acometer: Membrana plasmática Citoplasma Organelas Núcleo celular 5 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Lesões celulares Degenerações A palavra degeneração foi utilizada inicialmente por Virchow para indicar processos patológicos caracterizados por: 1) Modificações da morfologia da célula com diminuição de suas funções; 2) Depósito de substâncias no interstício. 6 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Degenerações 7 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Rudolf Ludwig Karl Virchow Nascimento: 13/10/1821 Morte: 05/09/1902 Nacionalidade: Alemão “Pai da Patologia Moderna” Degenerações Atualmente o termo degeneração se restringe a alterações morfológicas das células, não incluindo as modificações do interstício. As degenerações são sempre processos reversíveis, ou seja, lesões compatíveis com a volta da célula à normalidade após eliminada sua causa de agressão. 8 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Degenerações O termo degeneração indica: Lesões reversíveis decorrentes de alterações bioquímicas que resulta no acúmulo de substâncias no interior das células. A característica morfológica fundamental é a deposição (ou acúmulo) de substâncias no interior das células. 9 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Definição Tomando-se por base a composição química das células, as degenerações são classificadas de acordo com a natureza da substância acumulada na célula. 10 (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Lipídeos Proteínas Carboidratos Água e eletrólitos Célula 1. Degeneração com acúmulo de água e eletrólitos (Degeneração Hidrópica) 2. Degeneração com acúmulo de proteínas (Degeneração Hialina; Degeneração Mucóide) 3. Degeneração com acúmulo de lipídeos (Esteatose; Lipidoses) 4. Degeneração com acúmulo de carboidratos (Glicogenoses; Mucopolissacaridoses) 11 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 1. Degeneração com acúmulo de água e eletrólitos Também conhecida como Degeneração Hidrópica é caracterizada pelo acúmulo de água e eletrólitos no interior da célula, aumentando o seu volume. É a lesão não letal mais comum frente aos mais variados tipos de agressão. 12 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 1. Degeneração com acúmulo de água e eletrólitos Causas e mecanismos: é provocada por transtornos no equilíbrio hidroeletrolítico que resultam na retenção de eletrólitos e água nas células. O trânsito de eletrólitos através das membras (citoplasmática e das organelas) depende de mecanismos de transportes feito pelos canais iônicos. 13 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 1. Degeneração com acúmulo de água e eletrólitos Causas e mecanismos: no geral as causas e mecanismos conduzem a um fenômeno comum: Retenção de sódio, redução de potássio e aumento da pressão osmótica intracelular. Leva à entrada de água no citoplasma e expansão isosmótica da célula. 14 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 1. Degeneração com acúmulo de água e eletrólitos Principais causas (etiologia): 15 Classificação das Degenerações INFECÇÃO AGUDA TOXINAS HIPOPOTASSEMIA HIPÓXIA HIPERTERMIA INTOXICAÇÃO DISTÚRBIOS CIRCULATÓRIOS Meio líquido corporal ATP 17 Degeneração Hidrópica A célula para seu metabolismo normal devido a falta de energia (ATP). O2 Sem o funcionamento da Bomba Na+/K+, há acúmulo de Na+ no citoplasma celular; para atingir a homeostase, a célula começa a absorver água, diminuindo o volume sanguíneo e aumentando o volume citoplasmático. Hipóxia 2. Degeneração com acúmulo de proteínas Também conhecida com Degeneração Hialina. Trata-se do acúmulo de material acidófilo, vítreo, no interior da célula. Do grego: Hyálinos 18 Classificação das Degenerações VIDRO (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 2. Degeneração com acúmulo de proteínas O material acumulado no interior da célula é indiscutivelmente proteico. As alterações que levam ao acúmulo de material proteico no interior da célula são variadas. 19 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 2. Degeneração com acúmulo de proteínas Principais causas (etiologia): Reabsorção de proteínas pelo epitélio tubular renal Produção excessiva de proteínas normais Infecções virais Defeitos no dobramento das proteínas 20 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 21 Degeneração Hialina (BRASILEIRO-FILHO, 2004) Inclusões virais citoplasmáticas eosinofílicas (espécie de "colonização" celular feita por vírus) localizadas nas células do cerebelo (células de Purkinje) do animal afetado pela raiva. Corpúsculo de Negri: São inclusões virais citoplasmáticas “colonização celular feita por vírus” 2. Degeneração com acúmulo de proteínas Degeneração Mucóide - são conhecidas duas condições: 1. Hiperprodução de muco pelas células mucíparas do tratos digestório e respiratório. 2. Síntese exagerada de mucínas em adenomas e adenocarcinomas. 22 Classificação das Degenerações (BRASILEIRO-FILHO, 2004) 3. Degeneração com acúmulo de lipídeos As mais importantes neste grupo de degenerações envolvem a: 23 Classificação das Degenerações Esteatose Lipidose 3. Degeneração com acúmulo de lipídeos ESTEATOSE É a deposição de gorduras (mono, di ou triglicerídeos) no citoplasma de células que normalmente não as armazenam. É comum no: fígado, epitélio tubular renal e miocárdio. Também pode ser observada nos músculos esqueléticos e pâncreas. 24 Classificação das Degenerações 25 Esteatose 3. Degeneração com acúmulo de lipídeos LIPIDOSE Ocorre devido ao acúmulo de outros lipídeos que não os triglicerídeos. Em geral são representadas por depósitos de colesterol e seus estéres. Podem ser localizadas ou sistêmicas. 26 Classificação das Degenerações 3. Degeneração com acúmulo de lipídeos LIPIDOSE Depósitos de colesterol e seus estérespodem ser formados nas: 27 Classificação das Degenerações Na pele “Xantomas” Artérias “aterosclerose” Sítios de inflamações crônicas 4. Degeneração com acúmulo de carboidratos Na maioria dos casos, o acúmulo de carboidratos nas células se deve a deficiência de enzimas responsáveis pro sua metabolização. As Glicogenoses e as Mucopolissacaridoses são os principais exemplos de degeneração com acúmulo de carboidratos. 28 Classificação das Degenerações 4. Degeneração com acúmulo de carboidratos GLICOGENOSES São doenças genéticas caracterizadas pelo acúmulo de glicogênio nas células do fígado, rins, músculos esqueléticos e coração. p. ex. acúmulo de glicose no túbulos renais por causa da reabsorção de glicose presente em excesso no filtrado glomerular. 29 Classificação das Degenerações 4. Degeneração com acúmulo de carboidratos MUCOPOLISSACARIDOSES Ocorre depósitos anormais de poliglicanos e/ou proteoglicanos na célula. Embora tenham alguns aspectos comuns, as mucopolissacaridoses apresentam manifestações diferentes de acordo com a enzima lisossômica deficiente. 30 Classificação das Degenerações Referências BRASILEIRO-FILHO, G. Bogliolo Patologia Geral. 3. ed., Rio de Janeiro, Guanabara- Koogan, 2004. MONTENEGRO, M. R., FRANCO, M. Patologia Processos Gerais. 4. ed. São Paulo: Atheneu, 2006. ROBBINS e COTRAN, Bases patológicas das doenças / Vinay Kumar... [et al.] Rio de Janeiro: Elsevier, 2010. 31 Exercício 1. Defina o que é pigmentação. 2. Defina o que é pigmentação patológica. 3. Defina o que é pigmentação endógena. 4. Cite dois exemplos de pigmentação endógena. 5. Defina o que é pigmentação exógena. 6. Cite dois exemplos de pigmentação exógena. 32 Exercício Durante uma visita no parte Florestal Carlos Botelho, Fernando foi picado pelo mosquito Sabethes contaminado com o vírus da febre amarela. Com a picada do mosquito infectado ocorre a inoculação do vírus, posterior início da replicação nos linfonodos locais. Em seguida, há viremia com disseminação para todo o organismo e localização em órgãos como fígado, rins, pâncreas, baço, medula óssea, coração, músculo esquelético e sistema nervoso central. A grande intensidade da multiplicação do vírus nos tecidos produz, em geral, necrose com escassa resposta inflamatória, com maior destaque para as lesões localizadas nos rins e no fígado diminuindo suas funções. Fernando foi até a ESF do seu bairro e queixou-se de: dor de cabeça e no corpo, calafrios e apresentou quadro febril. Supondo que sua vacina para febre amarela estava desatualizada e que o médico da ESF receitou o uso de analgésico e antitérmico. Descreva cada elemento que compõe a doença no caso citado. 33 Exercício 1. Etiologia 2. Patogênese 3. Anatomia patológica 4. Fisiopatologia 5. Sintomas 6. Sinais 7. Diagnóstico 8. Prognóstico 9. Terapêutica 10. Prevenção 34 Exercício 1. Etiologia Vírus da febre amarela (vírus da febre amarela é um RNA- vírus, esférico, envelopado, com aproximadamente 40 nm de comprimento e pertencente à família Flaviviridae). 35 Exercício 2. Patogênese Transmitida por meio da picada do mosquito infectado. Ocorre a inoculação do vírus, posterior início da replicação nos linfonodos locais. Em seguida, há viremia com disseminação para todo o organismo e localização em órgãos como fígado, rins, pâncreas, baço, medula óssea, coração, músculo esquelético e sistema nervoso central. 36 Exercício 37 2. Patogênese Exercício 3. Anatomia patológica A grande intensidade da multiplicação do vírus nos tecidos produz, em geral, necrose com escassa resposta inflamatória, com maior destaque para as lesões localizadas nos rins e no fígado. Ao contrário das leves alterações macroscópicas, é no fígado que se localizam as alterações histológicas mais importantes para diagnóstico e compreensão da febre amarela. Dentre estas destacam-se: grande acometimento médio-zonal, esteatose, presença de corpúsculos de Councilman-Rocha Lima e necrose dos hepatócitos. 38 Exercício 4. Fisiopatologia Principalmente diminuição nas funções hepáticas (forma grave). 5. Sintomas Dor de cabeça e no corpo, calafrios. 6. Sinais Quadro febril. 39 Exercício 7. Diagnóstico Febre amarela silvestre. 8. Prognóstico Favorável (remissão dos sinais e sintomas da doença e resposta imunológica adaptativa), reservado (permanência dos sinais e sintomas) ou desfavorável (evolução para forma grave da doença / óbito). 40 Exercício 9. Terapêutica Sintomatológico Analgésicos Antitérmico 10. Prevenção Vacinação Evitar área florestal e rural 41
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