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Sistema de endomembranas Biologia Celular Profa. Eliandra Meurer 15:12 Características: • Sistema de endomembranas: conjunto de sacos, túbulos e vesículas constituídos por membranas e com comunicação entre si. • Individualiza as organelas citoplasmáticas e viabiliza sua função enzimática: sem ele milhares de enzimas, seus substratos e co-fatores se misturariam causando um caos bioquímico na célula. • determina o alto grau de organização das células eucariontes. 15:12 Função: • Separação e associação de sistemas enzimáticos; • Digestão intracelular de substâncias; • Direcionamento das proteínas a seu destino final; • Regulação do potencial da membrana, pH intracelular, entre outros. 15:12 Composição Conjunto de organelas membranosas funcionalmente interconectadas. * mitocôndrias, cloroplastos e peroxissomos mesmo apresentando membranas não são considerados parte do sistema de endomembranas. -Retículo endoplasmático – liso e rugoso -Aparelho/complexo de Golgi -Lisossomos, grânulos e vesículas secretoras 15:12 Morfologia • Assim como na membrana celular, são formadas por uma dupla camada de lipídios, com proteínas intrínsecas e extrínsecas. • Como são delimitados por membrana apresentam duas faces: – A citoplasmática – voltada para o citoplasma – A luminal – voltada para o interior da organela 15:12 Retículo endoplasmático • Complexo de cisternas que se estende desde o envoltório nuclear formando uma rede de cavidades que se comunicam. • Pode ser rugoso (RER) e liso (REL). 15:12 Retículo Endoplasmático rugoso Célula sanguínea 15:12 • Retículo Endoplasmático Rugoso: – Apresenta ribossomos em sua superfície associados a um mRNA formando os polirribossomos - está diretamente envolvido na síntese de proteínas. – Seu tamanho varia de acordo com a função da célula – é mais desenvolvido em células que apresentam grande quantidade de síntese de proteínas • Ex: 1cm3 de tecido hepático contém cerca de 11m2 de membrana, sendo 2/3 correspondente ao RER. - A associação ou não dos ribossomos as membranas determina o destino futuro das proteínas sintetizadas: ou o citosol ou a região interna do RE. 15:12 – As proteínas produzidas em ribossomos livres permanecem no citosol, ou são incorporadas no núcleo, mitocôndrias, cloroplastos ou peroxissomos. – As proteínas sintetizadas na superfície do RER são utilizadas na própria organela, são transportadas ao Complexo de Golgi, formam lisossomos, compõem a membrana plasmática ou são secretadas da célula. – A tradução tem início no citoplasma sempre em ribossomos livres no citosol. Alguns completam a tradução livres e outros se aderem a membrana do RER – neste caso a proteína será enviada para o interior da organela Relembrando: - O processo de síntese de proteínas tem início no núcleo com a transcrição do mRNA (com a informação de um gene correspondente para a formação de determinada proteína) – este mRNA é enviado ao citoplasma e sua informação é interpretada na forma de tradução pela ação dos rRNA e tRNA. 15:12 • Durante a síntese da proteína no ribossomo podem ocorrer dois eventos: 1 - O processo ocorre sem modificações - a proteína será citosólica. 2 - A proteína em formação contém uma sequência chamada de “peptídeo sinal” que sinaliza para que esta proteína seja sintetizada na membrana do RER e internalizada nesta organela. – A partir do momento em que o peptídeo sinal é reconhecido, o complexo polirribossômico se liga na membrana do RER e a síntese da proteína acontecerá nesta região. Sequência “sinal” 15:12 Proteínas sendo sintetizadas no RER 15:12 • Algumas proteínas adentram ao RER após serem sintetizadas mesmo que não tenham o petídeo sinal – são carreadas por outras proteínas chamadas de chaperonas. • O peptídeo sinal é removido por enzimas assim que a proteína adentra o RER. • Direcionamento das proteínas: – Uma célula pode sintetizar cerca de 10 mil proteínas diferentes; – O destino final destas pode ser: • A secreção para o exterior da célula. • A incorporação no interior da célula em alguma das organelas. • A integração às membranas. – O que determina o local onde a proteína deve atuar é uma sequência polipeptídica chamada de peptídeo sinal. Este sinal é interpretado por diferentes estruturas celulares o que permite que a proteína chegue ao seu destino. 15:12 • Retículo Endoplasmático Liso • Responsável pela síntese de quase todos os lipídios que compõe as membranas celulares, esteroides, função de desintoxicação, mobilização de glicose e armazenamento de cálcio. – Função na produção de lipídios • Alguns lipídios de membrana são produzidos no REL e terminados no complexo de Golgi. Lipídios associados a glicídios – parte glicídica é produzida em colaboração com o complexo de Golgi. • Do REL os fosfolipídios são distribuídos por meio de vesículas transportadoras para as membranas do Complexo de Golgi, lisossomos e da membrana plasmática. 15:12 Retículo Endoplasmático Liso Retículo Endoplasmático Liso R E Rugoso Mitocôndria 15:12 • O transporte entre membranas ocorre por meio de proteínas transportadoras. Essas proteínas reconhecem o fosfolipídio, envolvem sua parte hidrofóbica, retiram-no da membrana e o levam através do citosol e inserem o fosfolipídio na nova bicamada. – Esse transporte ocorre da membrana do REL (rica em fosfolipídio) para as membranas das mitocôndrias, peroxissomos e plastos (pobres em fosfolipídios). – Função de desintoxicação • O REL tem a capacidade de transformar as moléculas ou substâncias químicas (medicamentos, drogas, agrotóxicos, corantes, conservantes) em substâncias passíveis de serem eliminadas do organismo principalmente pela urina. 15:12 • O processo de inativação ocorre em dois momentos: Fase I – ocorre a oxidação da substância aumentando sua solubilidade. Fase II – a substância oxidada é unida a outra molécula o que a torna ainda mais solúvel e excretável. • Esse processo é realizado principalmente por enzimas localizadas na membrana do REL do fígado, rins, pele e nos pulmões. • O uso contínuo de alguns medicamentos pode produzir o aumento do REL nas células do fígado para otimizar o processo de desintoxicação – contribui para a diminuição no efeito de determinados medicamentos após certo tempo de uso. 15:12 – Função na mobilização da glicose Quando falta glicose no organismo as células do fígado (hepatócitos) agem a favor para suprir essa falta. Ocorre em algumas etapas: • 1 – o glicogênio é quebrado sequencialmente para produzir glicose-1-fosfato por ação de enzimas do citossol da célula. • 2 – processo de desfosforilação da glicose-1-fosfato – A glicose enquanto fosfatada não consegue atravessar a membrana da célula. A desfosforilação ocorre no REL do hepatócito. Por ação de enzimas, é retirado o fosfato que compõe a glicose fazendo com que a mesma se torne “livre”. • 3 – circulação da glicose “livre” pelo interior do REL até a saída deste. Na membrana plasmática a glicose “livre” é enviada para o meio extracelular por meio de difusão facilitada. 15:12 – Função de armazenamento e liberação de cálcio • O REL é o principal reservatório de cálcio do citoplasma. Envolvido no processo de contração muscular. • A concentração de cálcio no citosol é baixa, mas aumenta em resposta a estímulos fornecidos por sinais químicos. • O aumento se dá pela liberação do Ca+ das cisternas do REL. Cessados os efeitos da mensagem química, o Ca+ retorna as cisternas no REL. • Ex.: quando as células musculares são estimuladas pelos neurotransmissores o Ca+ sai do REL pelos canais de cálcio e promove a contração das miofibrilas, levando a contração da célula muscular inteira. Cessando o estímulo, o Ca+é levado de volta ao REL por meio de transporte ativo. 15:12 Complexo de Golgi • Descrito em 1908 pelo Biólogo Camilo Golgi. • Morfologia: sacos membranosos, achatados e empilhados • Localização: varia de acordo com o tipo e a função da célula. Em geral está localizado perto do núcleo. • Células secretoras – é muito desenvolvido e localizado perto do núcleo e grânulos de secreção • Neurônios e células vegetais – vários agregados ao redor do núcleo • Tamanho: varia de acordo com o tipo e a função da célula • Pequeno – célula muscular • Médio – células enteroendócrinas • Grande – células que secretam proteínas 15:12 Complexo de Golgi Espaço interno Vesícula de secreção 15:12 Complexo de Golgi Face Cis Face Trans 15:12 • Está espacialmente relacionado com RE e a membrana plasmática – intenso fluxo de vesículas entre estas estruturas promovendo um intercâmbio de membranas e seu conteúdo • Função: modificar as proteínas e lipídios, classificá-los e direciona-las a seu destino. • Apresenta uma face Cis e outra Trans. – Face cis: geralmente convexa e mais próxima do envoltório nuclear. Contém pequenos túbulos e vesículas de transição que são membranas sem ribossomas que migram do RE e se fundem ao complexo de Golgi. – Esse fluxo de vesículas transportadoras traz a maioria das glicoproteínas sintetizadas no RE e também compensa a perda de membrana que ocorre na face trans pela liberação de vesículas e vacúolos com o material processado. 15:12 – Face trans: côncava e rodeia a região contendo vesículas grandes que são exportadas do complexo de Golgi com as moléculas já processadas. – O Complexo de Golgi funciona como o setor de “acabamento” de uma fábrica. • O produto (proteínas e lipídios) chega neste setor na forma bruta e nele são feitos os “retoques” finais: acrescentadas e retiradas estruturas para deixar a molécula funcional e com características únicas para desempenhar funções específicas. – As modificações pós-traducionais modificam as características funcionais das proteínas contribuindo para gerar a variedade de proteínas existentes na célula – É no Golgi que ocorre a adição do carboidrato das glicoproteínas e dos glicolipídios. 15:12 Trânsito entre RE/Golgi/Membrana celular 15:12 Destinação e exportação de macromoléculas • As proteínas e lipídios são transportados do Golgi até seu destino final através da via secretora. – Empacotamento das moléculas em diferentes tipos de vesículas de transporte que brotam da face trans do Golgi e levam seu conteúdo até o destino adequado. – Existem dois tipos de via secretoras: via regulada e fluxo contínuo. – Se há a presença de um sinalizador, esta proteína será levada a um local específico – via secretora regulada. • Algumas proteínas precisam de sinais químicos para serem liberadas (hormônios, enzimas digestivas) estas proteínas são empacotadas em vesículas transportadoras especiais no Golgi e ficam armazenadas nas vesículas até que o sinal extracelular estimule sua liberação. 15:12 – Se não há a presença de um sinalizador, serão transportadas para a membrana plasmática através da via de fluxo contínuo (não regulada) de transporte. Esta via é responsável pela incorporação de proteínas e lipídios a membrana e secreção de proteínas da célula. – Proteínas que desempenham função no Golgi devem permanecer nesta organela e não serem transportadas pelas vias secretoras. 15:12 Lisossomos • Organelas com enzimas hidrolíticas. • As enzimas lisossômicas se originam no RER, são transferidas ao complexo de Golgi, rodeadas por uma membrana especial sob a forma de vesículas hidrolíticas. • Função: – digerir moléculas incorporadas via endocitose; – digerir partes da célula por autofagia; – digerir material extracelular por meio da liberação de enzimas no meio. 15:12 15:12 Lisossomos 15:12 • Características: – São encontrados em células animais, vegetais e protozoários. – Suas enzimas estão protegidas no interior da membrana e não ficam em contato direto com o substrato nem com o citosol evitando danos para a célula. – Suas enzimas somente são funcionais em pH ácido (próximo a 5). – As enzimas dos lisossomos são sintetizadas no RE, enviadas ao complexo de Golgi onde são selecionadas, passam por modificações e “empacotadas” nas vesículas que são os lisossomos. – Como o Golgi identifica as proteínas que devem compor o lisossomo dentre as milhares que estão presente em suas cisternas?? 15:12 – As proteínas destinadas ao lisossomos apresentam resíduos terminais chamados manose-6-fosfato (Man6P) que interagem com receptores especiais da membrana do Golgi e vão determinar seu endereçamento correto. – Após chegar ao seu destino final o resíduo Man6P é separado por hidrólise. – Função: digestão enzimática de moléculas • Digestão das enzimas chega a forma de dipeptídeos – podem atravessar a membrana dos lisossomos e no citosol são hidrolisados até o formato de aminoácidos. • Carboidratos são hidrolisados até monossacarídeos e são facilmente liberados dos lisossomos. 15:12 Mecanismo de ação dos lisossomos 15:12
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