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1 3 - Modelagem de Linhas de Transmissão Seja a linha de transmissão a parâmetros distribuídos: 𝑧 = 𝑅 + 𝑠𝐿 𝑦 = 𝑠𝐶 e Tem-se: ∆𝑉𝑥 = 𝐼𝑥 + ∆𝐼𝑥 𝑧∆𝑥 ∆𝐼𝑥 = 𝑉𝑥𝑦∆𝑥 ou ∆𝑉𝑥 ∆𝑥 = 𝐼𝑥 + ∆𝐼𝑥 𝑧 ∆𝐼𝑥 ∆𝑥 = 𝑉𝑥𝑦 IX V X yΔ X ΔI X zΔ X IX+ΔIX VX+ΔVX V R Vs Δx Δx 2 Modelagem de Linhas de Transmissão Fazendo ∆𝑥 → 0, tem-se: Derivando novamente em relação a 𝑥 𝑑𝑉𝑥 𝑑𝑥 = 𝑧𝐼𝑥 𝑑𝐼𝑥 𝑑𝑥 = 𝑦𝑉𝑥 𝑑2𝑉𝑥 𝑑𝑥2 = 𝑧𝑦𝑉𝑥 𝑑2𝐼𝑥 𝑑𝑥2 = 𝑧𝑦𝐼𝑥 As equações acima apresentam um comportamento de propagação de ondas ao longo de 𝑥. • A solução geral da 1ª equação diferencial no domínio da frequência é: 𝑉𝑥 = 𝐴1𝑒 𝑧𝑦𝑥 + 𝐴2𝑒 − 𝑧𝑦𝑥 • Considerando 𝑑𝑉𝑥 𝑑𝑥 = 𝑧𝐼𝑥 tem-se: 𝐼𝑥 = 𝐴1 𝑧 𝑦 𝑒 𝑧𝑦𝑥 − 𝐴2 𝑧 𝑦 𝑒− 𝑧𝑦𝑥 3 Modelagem de Linhas de Transmissão Utilizando as condições de contorno para uma linha infinita 𝑥 = 0 ; 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅 e 𝐼𝑥 = 𝐼𝑅 𝑉𝑅 = 𝐴1 + 𝐴2 𝐼𝑅 = 𝐴1 − 𝐴2 𝑧 𝑦 𝐴1 = 𝑉𝑅 + 𝑧 𝑦 𝐼𝑅 /2 𝐴2 = 𝑉𝑅 − 𝑧 𝑦 𝐼𝑅 /2 Definindo e tem-se: 𝑍𝑐 = 𝑧 𝑦 𝛾 = 𝑧𝑦 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅 + 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒𝛾𝑥 + 𝑉𝑅 − 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒−𝛾𝑥 𝐼𝑥 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 + 𝐼𝑅 2 𝑒𝛾𝑥 − 𝑉𝑅 𝑍𝑐 − 𝐼𝑅 2 𝑒−𝛾𝑥 4 Modelagem de Linhas de Transmissão Interpretações das Equações Exatas da linha 𝛾 e 𝑍𝑐 são grandezas complexas advindas de 𝑧 e 𝑦 Seja 𝛾 = 𝛼 + 𝑗𝛽 em que 𝛼 constante de atenuação 𝛽 constate de fase Tem-se: 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅 + 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒𝛼𝑥𝑒𝑗𝛽𝑥 + 𝑉𝑅 − 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒−𝛼𝑥𝑒−𝑗𝛽𝑥 𝐼𝑥 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 + 𝐼𝑅 2 𝑒𝛼𝑥𝑒𝑗𝛽𝑥 − 𝑉𝑅 𝑍𝑐 − 𝐼𝑅 2 𝑒−𝛼𝑥𝑒−𝑗𝛽𝑥 (I) (II) 5 Modelagem de Linhas de Transmissão Interpretações das Equações Exatas da linha a) A medida que 𝑥 varia 𝑒𝛼𝑥 e 𝑒−𝛼𝑥 alteram o módulo de 𝑉𝑥 e 𝐼𝑥; 𝑒𝑗𝛽𝑥 e 𝑒−𝑗𝛽𝑥 alteram o ângulo de fase de 𝑉𝑥 e 𝐼𝑥. b) Quando se aumenta a distância a partir da barra receptora (x=0), o primeiro termo da equação da tensão (I) cresce em amplitude e avança em fase. c) Quando se aumenta a distância a partir da barra emissora (x=máximo), o primeiro termo da equação da tensão (I) decresce em amplitude e atrasa em fase. Esse comportamento é de uma onda viajante e o primeiro termo da equação da tensão é denominado de tensão incidente d) O segundo termo da equação de tensão (I) possui comportamento oposto e é chamado tensão refletida. 6 Modelagem de Linhas de Transmissão Interpretações das Equações Exatas da linha e) O tratamento é válido para equação da corrente (II), sendo os termos chamados de corrente incidente e corrente refletida f) Se a linha estiver a vazio, a corrente na carga será zero (𝐼𝑅 = 0), porém haverá corrente circulando pela linha (𝐼𝑥 ≠ 0 para 𝑥 ≠ 0). g) Linha plana, ou Linha infinita, corresponde à uma linha cuja carga tem mesmo valor de sua impedância característica, 𝑍𝑐. Então, 𝑉𝑅 = 𝑍𝑐𝐼𝑅 e não haverá ondas refletidas de tensão e corrente e possui fator de potência constante em todos os seus pontos. 7 Modelagem de Linhas de Transmissão Interpretações das Equações Exatas da linha h) Nas linhas sem perdas, (R e G nulas) é uma resistência pura chamada impedância de surto, a qual é muito empregada no estudo com altas frequências ou surtos devido a descargas atmosféricas, onde as perdas são quase sempre desprezadas. i) O termo SIL – “Surge Impedance Loading” (Pn – Potência natural ; Pc – Potência característica) representa a potência fornecida por uma linha a uma carga resistiva pura igual à sua impedância de surto, 𝑍𝑐 = 𝐿 𝐶 , ou seja: 𝑆𝐼𝐿 = 3 𝑉𝐿 𝐼𝐿 [W] e 𝐼𝐿 = 𝑉𝐿 3 𝐿 𝐶 [A] 𝑆𝐼𝐿 = 3 𝑉𝐿 𝑉𝐿 3 𝐿 𝐶 ou 𝑆𝐼𝐿 = 𝑉𝐿 2 𝐿 𝐶 [W] (MW se 𝑉𝐿 for dada em kV) 𝑍𝑐 = 𝑧 𝑦 = 𝐿 𝐶 8 Modelagem de Linhas de Transmissão Tabela: Valores Típicos de Impedância de Surto e Potência Natural para linhas aéreas trifásicas em 60 Hz. 9 Modelagem de Linhas de Transmissão Forma Hiperbólica 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅 + 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒𝛾𝑥 + 𝑉𝑅 − 𝑍𝑐𝐼𝑅 2 𝑒−𝛾𝑥 𝐼𝑥 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 + 𝐼𝑅 2 𝑒𝛾𝑥 − 𝑉𝑅 𝑍𝑐 − 𝐼𝑅 2 𝑒−𝛾𝑥 • Equações Exatas da Linha: Podem ser escritas como: 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅 𝑒𝛾𝑥 + 𝑒−𝛾𝑥 2 + 𝑍𝑐𝐼𝑅 𝑒𝛾𝑥 − 𝑒−𝛾𝑥 2 𝐼𝑥 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 𝑒𝛾𝑥 − 𝑒−𝛾𝑥 2 − 𝐼𝑅 𝑒𝛾𝑥 + 𝑒−𝛾𝑥 2 Resultando em : 𝑉𝑥 = 𝑉𝑅𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑥 + 𝑍𝑐𝐼𝑅𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑥 𝐼𝑥 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑥 + 𝐼𝑅𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑥 10 Modelagem de Linhas de Transmissão Exemplo: Uma LT de 121 Km alimenta uma carga de 30 MVA a uma tensão de 115 kV com fator de potência FP=0,8 ind. a frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 Pede-se: 𝑉𝑠 ; 𝐼𝑠 ; 𝑆𝑠 ; 𝐹𝑃𝑠 11 Modelagem de Linhas de Transmissão Exercícios: 1) Repita o exemplo para uma carga de 40 MVA; 2) Repita para as duas cargas (30 e 40 MVA), considerando FP=0,9 cap.; 3) Repita para comprimento 𝑙 = 300 𝐾𝑚; 4) Para cada um dos itens anteriores, calcule a tensão e a corrente nos pontos: 1/3 𝑙; 1/2 𝑙; 2/3 𝑙 5) Insira as equações exatas da linha no matlab® e plot tensão e corrente ao longo de toda a extensão da linha. 12 Modelagem de Linhas de Transmissão Considerações sobre Comprimento de onda Considerando as equações exatas, pode-se obter o valor de 𝑣 e 𝑖 no domínio do tempo por: 𝑣𝑥 = 2𝐴1𝑒 𝛼𝑥𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 𝛽𝑥 + 2𝐴2𝑒 −𝛼𝑥𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 𝛽𝑥 𝑖𝑥 = 2 𝐴1 𝑍𝑐 𝑒𝛼𝑥𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 𝛽𝑥 − 2 𝐴2 𝑍𝑐 𝑒−𝛼𝑥𝑠𝑒𝑛 𝜔𝑡 + 𝛽𝑥 • Conceitualmente, o comprimento de onda é dado por: 𝜔𝑡 + 𝛽 𝑥 + 𝜆 = 𝜔𝑡 + 𝛽𝑥 + 2𝜋 𝜆 = 2𝜋 𝛽 • A partir do comprimento de onda é possível calcular a velocidade de propagação de onda: 𝜈 = 𝜆𝑓 𝜈 = 2𝜋𝑓 𝛽 13 Modelagem de Linhas de Transmissão Considerações sobre Comprimento de onda • Considerando a linha sem perdas: 𝜈 = 1 𝐿𝐶 Portanto, para uma linha sem perdas na frequência industrial 60 Hz, tem-se: 𝜆 = 𝜈 𝑓 = 1 60 𝐿𝐶 Desprezando o fluxo interno 𝐿 = 2 × 10−4𝑙𝑛 𝐷 𝑅 [H/Km] 𝐶 = 2𝜋8,854 × 10−9/𝑙𝑛 𝐷 𝑅 [F/Km] Assim, 𝐿𝐶 = 2 × 10−4 × 2𝜋8,854 × 10−9 𝜆 ≈ 5000 Km Logo, a velocidade de propagação da onda de tensão ou corrente será: 𝜈 ≈ 3 × 105 [Km/s] Para uma linha com perdas a velocidade de propagação diminui !!! 14 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelos de Linha de Transmissão • Até o momento, foram definidas as equações exatas da linha de transmissão. Essas equações permitem o cálculo dos valores de tensão e corrente em toda a extensão da linha. • Em geral, deseja-se controlar as grandezas elétricas nos extremos da linha. Portanto, podemos escrever as equações para o ponto 𝑥 = 𝑙. 𝑉𝑠 = 𝑉𝑅𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 + 𝑍𝑐𝐼𝑅𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 𝐼𝑠 = 𝑉𝑅 𝑍𝑐 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 + 𝐼𝑅𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 Matricialmente: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 𝑍𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 1 𝑍𝑐 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 𝑉𝑅 𝐼𝑅 𝑉𝑅 𝐼𝑅 = 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 −𝑍𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 −1 𝑍𝑐 𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 𝑉𝑆 𝐼𝑆 ou 15 Modelagem de Linhas de Transmissão Quadripolos de linha de transmissão • Os modelos de linha de transmissão podem ser escritos como uma rede de duas portas (quadripolo): O quadripoloABCD é a representação mais comum de rede, descrita por quatro constantes: ABCD: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷 𝑉𝑅 𝐼𝑅 IS IR A B C D V R V S 16 Modelagem de Linhas de Transmissão Quadripolos de linha de transmissão • Para a linha a vazio, 𝐼𝑅 = 0 𝑉𝑆 = 𝐴𝑉𝑅 𝐴 = 𝑉𝑆 𝑉𝑅 O termo A representa a relação de tensões no inicio e fim de uma linha , ou , o inverso do ganho de tensão a vazio (Efeito Ferranti). • Para a linha em curto-circuito, 𝑉𝑅 = 0 𝑉𝑆 = 𝐵𝐼𝑅 𝐵 = 𝑉𝑆 𝐼𝑅 O termo B relaciona a tensão na fonte com a corrente de curto. 17 Modelagem de Linhas de Transmissão Quadripolos de linha de transmissão • O estudo de estruturas de rede no formato quadripolo permitiu a definição de modelos equivalentes para as linhas de transmissão. • Tais modelos são definidos de acordo com a relevância dos parâmetros associada ao comprimento e nível de tensão da linha. Classificação de linhas de transmissão Comprimento [Km] Modelo 𝑙 > 240 Linha longa 80 < 𝑙 ≤ 240 Linha média 𝑙 ≤ 80 Linha curta 18 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa ze ye/2 VR Vs ye/2 ze : impedância série exata y1 : admitância shunt do lado emissor ye/2 y2 : admitância shunt do lado receptor ye/2 𝑉𝑆 = 𝑉𝑅 + 𝑍𝑒 𝐼𝑅 + 𝑦2𝑉𝑅 𝐼𝑆 = 𝑦1𝑉𝑆 + 𝐼𝑅 + 𝑦2𝑉𝑅 𝑉𝑆 = 1 + 𝑧𝑒𝑦𝑒 2 𝑉𝑅 + 𝑍𝑒𝐼𝑅 𝐼𝑆 = 𝑦𝑒 1 + 𝑧𝑒𝑦𝑒 4 𝑉𝑅 + 1 + 𝑧𝑒𝑦𝑒 2 𝐼𝑅 19 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa ze ye/2 VR Vs ye/2 Quadripolo para o modelo 𝜋-equivalente 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑍𝑒 𝑌𝑒 2 2 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑉𝑅 𝐼𝑅 20 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa • Das equações exatas, temos: 𝑍𝑒 = 𝑍𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 = 𝑧 𝑦 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) multiplicando numerador e denominador por Z = 𝑧𝑙: 1 𝑧𝑙 𝑧 𝑦 = 1 𝑙 𝑧 𝑧2𝑦 = 1 𝑙 1 𝑧𝑦 = 1 𝛾𝑙 Fazendo: 𝑍𝑒 = 𝑧𝑙 𝑧𝑙 𝑧 𝑦 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) 𝑍𝑒 = 𝑍 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) 𝛾𝑙 21 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa • Das equações exatas, temos: 1 + 𝑍𝑒 𝑌𝑒 2 = cosh(𝛾𝑙) 𝑌𝑒 2 = cosh 𝛾𝑙 − 1 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙)𝑍𝑐 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 = cosh 𝛾𝑙 − 1 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) Fazendo: 𝑌𝑒 2 = 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝑧 𝑦 Tem-se: multiplicando numerador e denominador por 𝑦𝑙: 𝑌𝑒 2 = 𝑦 𝑧 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝑦 𝑧 × 𝑦𝑙 𝑦𝑙 = 𝑦𝑙 𝛾𝑙 = 𝑌 𝛾𝑙 𝑌𝑒 2 = 𝑌 𝛾𝑙 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝑌𝑒 2 = 𝑌 2 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝛾𝑙 2 , ou, 22 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa ze ye/2 VR Vs ye/2 𝑍𝑒 = 𝑍 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) 𝛾𝑙 𝑌𝑒 2 = 𝑌 2 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝛾𝑙 2 A impedância série equivalente (parâmetro concentrado) é dada pela impedância Z da linha multiplicada por um fator de correção. A admitância shunt equivalente (parâmetro concentrado) é dada pela admitância Y/2 da linha multiplicada por um fator de correção. 23 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa Exemplo: Uma LT de 121 Km alimenta uma carga de 30 MVA a uma tensão de 115 kV com fator de potência FP=0,8 ind. a frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 Utilize o modelo 𝜋-equivalente para calcular: 𝑉𝑠 ; 𝐼𝑠 ; 𝑆𝑠 ; 𝐹𝑃𝑠 24 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-exato ou 𝝅-equivalente – Linha Longa Exercícios: 1) Repita o exemplo para uma carga de 40 MVA; 2) Repita para as duas cargas (30 e 40 MVA), considerando FP=0,9 cap.; 3) Repita para comprimento 𝑙 = 300 𝐾𝑚; 4) Para cada um dos itens anteriores, calcule a tensão e a corrente no meio da linha. 25 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-nominal – Linha Média • A partir do modelo 𝜋 − 𝑒𝑞𝑢𝑖𝑣𝑎𝑙𝑒𝑛𝑡𝑒, podemos estabelecer relações mais simples entre as variáveis, mantendo a precisão dos resultados. • Este modelo é normalmente utilizado para análise de fluxo de potência e curto-circuito. • Para frequência entre 50 e 60 Hz, considerando linhas médias (80 a 240 Km), podemos fazer: 𝑡𝑎𝑛ℎ 𝛾𝑙 2 𝛾𝑙 2 ≈ 1 𝑠𝑒𝑛ℎ(𝛾𝑙) 𝛾𝑙 ≈ 1 26 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-nominal – Linha Média 𝑍𝑒 = 𝑍 = 𝑧𝑙 𝑌𝑒 2 = 𝑌 2 = 𝑦𝑙 2 ze ye/2 VR Vs ye/2 Quadripolo para o modelo 𝜋-nominal 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑍𝑒 𝑌𝑒 2 2 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑉𝑅 𝐼𝑅 27 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-nominal – Linha Média Exemplo: Uma LT de 121 Km alimenta uma carga de 30 MVA a uma tensão de 115 kV com fator de potência FP=0,8 ind. a frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 Utilize o modelo 𝜋-nominal para calcular: 𝑉𝑠 ; 𝐼𝑠 ; 𝑆𝑠 ; 𝐹𝑃𝑠 28 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝝅-nominal – Linha Média Exercícios: 1) Repita o exemplo para uma carga de 40 MVA; 2) Repita para as duas cargas (30 e 40 MVA), considerando FP=0,9 cap.; 3) Repita para comprimento 𝑙 = 300 𝐾𝑚; 4) Para cada um dos itens anteriores, calcule a tensão e a corrente no meio da linha. 29 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝑻-nominal – Linha Média Ze/2 V R Ye Vs Z e /2 𝑉𝑆 = 𝑉𝑅 + 𝑍𝑒 2 𝐼𝑆 + 𝑍𝑒 2 𝐼𝑅 𝐼𝑆 = 𝐼𝑅 + 𝑌𝑒 𝑉𝑅 + 𝑍𝑒 2 𝐼𝑅 𝑉𝑆 = 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑉𝑅 + 𝑍𝑒 2 2 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝐼𝑅 𝐼𝑆 = 𝑌𝑒𝑉𝑅 + 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝐼𝑅 Quadripolo para o modelo T-nominal 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑍𝑒 2 2 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑌𝑒 1 + 𝑍𝑒𝑌𝑒 2 𝑉𝑅 𝐼𝑅 30 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo 𝑻-nominal – Linha Média Exercício: Uma LT de 121 Km alimenta uma carga de 30 MVA a uma tensão de 115 kV com fator de potência FP=0,8 ind. a frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 Utilize o modelo T-nominal para calcular: 𝑉𝑠 ; 𝐼𝑠 ; 𝑆𝑠 ; 𝐹𝑃𝑠 31 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo de Linha Curta V R V s Z • Para distâncias pequenas (abaixo de 80 Km) o efeito da capacitância da linha pode ser desprezado. • Neste caso o modelo utilizado para representar a linha é simplificado para considerar apenas a sua impedância série. Quadripolo para o modelo de linhas curtas 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 𝑍 0 1 𝑉𝑅 𝐼𝑅 32 Modelagem de Linhas de Transmissão Modelo de Linha Curta Exercício: Uma LT de 121 Km alimenta uma carga de 30 MVA a uma tensão de 115 kV com fator de potência FP=0,8 ind. a frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 • Utilize o modelo de Linha Curta para calcular: 𝑉𝑠 ; 𝐼𝑠 ; 𝑆𝑠 ; 𝐹𝑃𝑠. Calcule o erro obtido em relação ao modelo de Linha Média. • Repita considerando comprimento de 300 Km. Calcule o erro obtido em relação ao modelo de Linha Média. 33 Regulação de Linhas de Transmissão A regulação de uma linha de transmissão é dada por: 𝑅% = 𝑉𝑅 0 − 𝑉𝑅 𝑃𝐶 𝑉𝑅 𝑃𝐶∙ 100 em que: 𝑉𝑅 0 - tensão a vazio 𝑉𝑅 𝑃𝐶 - tensão a plena carga Dependendo das características da linha e do fator de potência da carga, a regulação será: • positiva : tensão a vazio maior que a de plena carga; • Nula: tensão a vazio igual à de plena carga; • Negativa: tensão a vazio menor que a de plena carga. 34 Efeito Ferranti • Dependendo do tamanho da linha e do nível de carga, a tensão no final da linha pode se tornar maior que na entrada da linha. • Essa elevação de tensão, denominada de efeito Ferranti, ocorre em função das capacitâncias shunt da linha. • Portanto, esse efeito só pode ser calculado ao utilizar os modelos de linha média ou longa. • Quanto maior a linha, maior o efeito Ferranti, podendo a tensão atingir níveis proibitivos. Exemplo: Seja a LT utilizada nos exemplos anteriores, de 121 Km, operando a vazio com tensão de 115 kV regulada do lado da fonte e frequência de 60 Hz. Sabe-se que 𝐿 = 2,1 𝑚𝐻/𝐾𝑚; 𝐶 = 0,014 𝜇𝐹/𝐾𝑚 ; 𝑅 = 0,3 Ω/𝐾𝑚 Utilize o modelo exato da linha (parâmetro A do quadripolo) para calcular a tensão na barra receptora. 35 Transmissão de potência nas LT Seja o quadripolo ABCD IS IR A B C D V R V S 0 𝑉𝑆 = 𝐴𝑉𝑅 + 𝐵𝐼𝑅 𝐼𝑅 = 𝑉𝑆 − 𝐴𝑉𝑅 𝐵 Na forma polar: 𝐼𝑅 = 𝑉𝑆 𝛿 − 𝐴 𝑎 ∙ 𝑉𝑅 0 𝐵 𝑏 , ou, 𝐼𝑅 = 𝑉𝑆 𝐵 𝛿 − 𝑏 − 𝐴 ∙ 𝑉𝑅 𝐵 (𝑎 − 𝑏) Seja a potência aparente na carga: 𝑆𝑅 = 𝑉𝑅𝐼𝑅 ∗ 𝑆𝑅 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 𝑏 − 𝛿 − 𝐴 ∙ 𝑉𝑅 2 𝐵 (𝑏 − 𝑎) 36 Transmissão de potência nas LT 𝑃𝑅 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 𝑐𝑜𝑠 𝑏 − 𝛿 − 𝐴 ∙ 𝑉𝑅 2 𝐵 𝑐𝑜𝑠(𝑏 − 𝑎) 𝑄𝑅 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝑏 − 𝛿 − 𝐴 ∙ 𝑉𝑅 2 𝐵 𝑠𝑒𝑛(𝑏 − 𝑎) Como 𝑎 e 𝑏 são constantes, a máxima transferência de potência ativa ocorre quando cos 𝑏 − 𝛿 = 1, ou, 𝛿 = 𝑏. Portanto: 𝑃𝑅𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 − 𝐴 ∙ 𝑉𝑅 2 𝐵 𝑐𝑜𝑠(𝑏 − 𝑎) Se as perdas forem desprezadas (R=0): 𝛾 = 𝑧𝑦 = 𝑗 𝑥𝐿𝑦, logo: 𝐴 = 𝑐𝑜𝑠ℎ 𝛾𝑙 = 𝑒𝑗 𝑥𝑦𝑙 + 𝑒−𝑗 𝑥𝑦𝑙 2 = 𝐴 0 𝐵 = 𝑍𝑐𝑠𝑒𝑛ℎ 𝛾𝑙 = 𝑒𝑗 𝑥𝑦𝑙 − 𝑒−𝑗 𝑥𝑦𝑙 2 = 𝑗𝑍𝑐𝑠𝑒𝑛 𝑥𝑦𝑙 = 𝐵 90 37 Transmissão de potência nas LT Desta forma podemos escrever: 𝑃𝑅𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 𝑐𝑜𝑠 90 − 𝛿 , ou, 𝑃𝑅𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝐵 𝑠𝑒𝑛 𝛿 Considerando o modelo de linhas curtas (sem perdas): 𝑃𝑅𝑚𝑎𝑥 = 𝑉𝑅 ∙ 𝑉𝑆 𝑋𝐿 𝑠𝑒𝑛 𝛿 38 Compensação de reativos nas LT Compensação Shunt de Linhas a vazio • Conforme apresentado, a característica capacitiva da linha pode elevar a tensão a níveis proibitivos (efeito Ferranti). • Para contornar esse problema é comum o emprego de banco de reatores shunt para compensar o efeito capacitivo, principalmente no momento de energização da linha. • A inserção de um reator shunt na linha pode ser representado pelo seguinte quadripolo: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 0 𝑌𝑟 1 𝑉𝑅 𝐼𝑅 V R YL Vs 𝑌𝑟 39 Compensação de reativos nas LT Compensação Shunt de Linhas a vazio Considerando o quadripolo de um dos modelos da linha de transmissão, tem-se: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷 1 0 𝑌𝑟 1 𝑉𝑅 𝐼𝑅 𝐴𝑒𝑞 𝐵𝑒𝑞 𝐶𝑒𝑞 𝐷𝑒𝑞 = 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷 1 0 𝑌𝑟 1 = 𝐴 + 𝐵𝑌𝑟 𝐵 𝐶 + 𝐷𝑌𝑟 𝐷 Conforme visto anteriormente, o inverso da constante A determina o efeito Ferranti. Portanto, para compensar a linha a vazio e manter na barra receptora a mesma tensão da fonte, deve-se fazer A=1. Assim: 𝐴 + 𝐵𝑌𝑟 = 1 𝑌𝑟 = 1 − 𝐴 𝐵 40 Compensação de reativos nas LT Compensação Shunt de Linhas a vazio Considerando o modelo 𝜋 𝑌𝑒 2 = 𝐴 − 1 𝐵 𝐵 = 𝐴 − 1 𝑌𝑒 2 Neste caso: 𝑌𝑟 = 1 − 𝐴 𝑌𝑒 2 𝐴 − 1 = − 𝑌𝑒 2 41 Compensação de reativos nas LT Compensação Shunt de Linhas a vazio Exemplo: Compensar a linha utilizada como exemplo (121 km) para obter a regulação da tensão do lado da carga igual à da fonte (utilize o modelo 𝜋-nominal). Exercício: Calcule a tensão no meio da linha. 42 Compensação de reativos nas LT Compensação Série de Linhas carregadas • Dependendo do comprimento da linha, os parâmetros série (resistência e reatância indutiva) podem provocar grandes quedas de tensões na linha. Neste caso, o transporte de níveis mais elevados de potência exigiria elevada tensão no início da linha. • Durante a fase de projeto da geometria da torre e disposição dos cabos, busca-se garantir condições favoráveis para o transporte de energia. Contudo, para linhas longas apenas o projeto das torres não é suficiente. • Para contornar esse problema é comum o emprego de banco de capacitores em série com a linha, podendo ser instalado no início, no meio, ou no fim da linha. • A inserção de um capacitor série na linha pode ser representado pelo seguinte quadripolo: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 1 𝑋𝐶 0 1 𝑉𝑅 𝐼𝑅 V R Vs X C 43 Compensação de reativos nas LT Compensação Série de Linhas carregadas Considerando o quadripolo de um dos modelos da linha de transmissão e inserindo o capacitor série no fim da linha, tem-se: 𝑉𝑠 𝐼𝑠 = 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷 1 𝑋𝐶 0 1 𝑉𝑅 𝐼𝑅 𝐴𝑒𝑞 𝐵𝑒𝑞 𝐶𝑒𝑞 𝐷𝑒𝑞 = 𝐴 𝐵 𝐶 𝐷 1 𝑋𝐶 0 1 = 𝐴 𝐴𝑋𝐶 + 𝐵 𝐶 𝐶𝑋𝐶 + 𝐷 Obs.: A compensação pode ser feita no início, no meio ou no fim da linha 44 Compensação de reativos nas LT Compensação Série de Linhas carregadas A adição de capacitores série reduz a reatância série da linha e, consequentemente, aumenta a potência ativa transmitida. Pativa P12 ’12 12 90º Com capacitor série Sem capacitor série 1 ∗ 2 12 1 ∗ 2 12 − 45 Compensação de reativos nas LT Compensação Série de Linhas carregadas • Vantagens: Aumento da capacidade de transmissão; Aumento da estabilidade do sistema; Fornecimento de reativo para o sistema; Melhora a regulação de tensão. • Desvantagens: Aumenta a corrente de curto-circuito na LT; Dificulta a proteção de LT; Gera harmônicos de sub e sobre frequência. Para fins práticos a compensação pode ser realizada até cerca de 70% da reatância da linha. 46 Compensação de reativos nas LT Compensação Série de Linhas carregadas • Exemplo: Para a linha de 121 km, carga de 30 MVA e FP=0,8 indutivo, dos exemplos anteriores, a tensão obtida na fonte foi de até 77920 V, cerca de 17% acima da tensão nominal. Aplique uma compensação série no final da linha de 60% do valor de xL e verifique novamente a tensão VS . Estudar os exemplos 1, 2, 3 do Zanetta (p. 158-164)
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