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Roteiro de Estudos I- A Psicologia e a normatividade.docx

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Roteiro de Estudos I
 
A Psicologia do Direito e a normatividade
 A norma representa uma finalidade. 
Aristóteles desenvolveu a ideia de causa final como explicação determinante de todos os fenômenos. 
A ética aristotélica afirma que o bem em si mesmo é o fim a que todo ser aspira.
Todo ser dotado de razão aspira ao bem como fim que possa ser justificado pela razão.
As normas morais ou jurídicas possuem conteúdo emocional elas aprovam ou reprovam uma forma de conduta (TRANSMUTAÇÃO DA NATUREZA PARA A CONDUTA) em uma dimensão subjetiva e individual. 
É plausível, portanto, uma TEORIA DO DIREITO construída em bases psicológicas e, 
a partir dela (teoria), analisar os motivos do agir humano.
Essa base teórica propõe: 
Os juízos normativos estão fundamentados sobre emoções provocadas pelos acontecimentos da vida. 
No grupo social as emoções semelhantes tendem para a formação de tipos de conduta mais ou menos generalizados. 
Especula-se a passagem da vida introspectiva individual para o que o grupo considera normativo, embora os indivíduos pertencentes à mesma cultura possam divergir substancialmente nas suas reações emotivas em função das “necessidades circunstanciais” de cada um, transformadas em imperativo por meio das crenças; 
Temos a instalação de um Fenômeno: o individual torna-se social e transmuta-se em norma abstrata.
Processo de ordem psicológica que se fundamenta no fenômeno da <CONVICÇÃO> 
Esta convicção constitui a ligação entre o fato social e o fato normativo operando pelos mecanismos das repetições, ancorada na potencialidade de adaptação do indivíduo. 
Aptidão social variável de grupo para grupo, de pessoa para pessoa: cada sociedade determina sua capacidade, seus núcleos de ação e seus valores reais e imaginários. 
A capacidade é transmitida por imitação e passa da vontade particular para a coletiva: as repetições criam o hábito de obedecer - pré-requisito da vida normativa.
As normas, portanto, são os corolários (resultados) de necessidades e sentimentos, que se expandem e se limitam até encontrar a síntese, nunca definitiva. 
É a objetivação do pensamento, das opiniões, das atitudes, e dos valores.
Consciência inerente à faculdade de atribuir valor ao que se harmoniza com as formas usuais de sentir, pensar e agir. 
O processamento psíquico cria os ideais da consciência coletiva que, então, se transformam em normas de conduta. 
Da gênese psicossocial das normas retira-se o princípio universal da obrigatoriedade.
Especificidade da norma jurídica: O VÍNCULO QUE OBRIGA. 
Se as relações sociais e jurídicas são estabelecidas pelo homem, seus princípios devem ser buscados no próprio homem: no seu pensamento, na sua vontade, nos seus sentimentos. 
O ato de julgar implica conhecimentos culturais: ideias sedimentadas e cristalizadas em hábitos e percepções psicologismo.
O JUSTO somente é válido em determinada situação e de acordo com um sistema determinado de valores. 
Afinal, a experiência humana é um fenômeno da subjetividade: as normas existem na medida dos interesses desencadeados por vontades, desejos e emoções. 
O conceito de atitude mostra, portanto, a relação entre os valores e as crenças pessoais de quem decide.
Realismo Jurídico 
Corrente que desvenda os fatores de realidade que estão na gênese (essência) da normatividade.
Identificada com o positivismo e o empirismo por negar as indagações de caráter metafísicas.
Considera apenas a realidade concreta tal como ela é de fato.
Postura hermenêutica: interpretativa.
Hermenêutica jurídica: Interpretação do “espírito da lei”: suas finalidades.
Objeto de interpretação privilegiado do Direito A NORMA JURÍDICA.
Interpretação pelo fato linguístico a letra da lei.
Interpretação pelo fato psicológico psicologismo.
Interpretação pelo fato cultural vitalismo. 
A Corrente realista apresenta-se com três enfoques sobre a realidade:
Fato psicológico
Fato linguístico
Fato cultural.
A realidade está nas motivações psicológicas das decisões judiciais, ou no nível da sua linguagem, ou na dialética integrativa de elementos heterogêneos.
Destaque para: o realismo norte americano e o realismo escandinavo.
A vertente psicológica do realismo se expressa no realismo norte americano, no âmbito da Psicologia Jurídica.
A vertente linguística aparece no realismo escandinavo.
A vertente cultural encontra implicações interpretativas no vitalismo (posição filosófica que postula a existência do impulso vital para explicar a vida, sem artificialidades. Ex. legítima defesa). 
O Realismo Jurídico, enquanto fato psicológico, é interpretado como PSICOLOGISMO.
 O realismo psicológico aponta para a vontade dos operadores das decisões concretas, sem fugir do significado ético da normatividade.
 A realidade é buscada no mundo interno do sujeito: motivações (supostamente) inconscientes.
 Nega que a produção jurídica (juízes e tribunais) seja baseada em um processo racional, lógico, objetivo. Pelo contrário, afirma que essa produção consiste em um processo interativo de fatores inconscientes e irracionais. O legislador nem sempre tem noção definitiva e clara: o que formula está no plano in consciente. O que determina o ato de legislar do legislador não é conhecido, nem por ele. A interpretação da norma se faz pela intuição: o in consciente deve se tornar consciente. A exclusiva subordinação do Juiz à lei conduziria apenas à fundamentações aparentes das decisões concebidas. 
Críticas: 
O realismo jurídico, como um todo, oculta a função preparatória da tomada de decisão; 
A ciência jurídica não está sujeita aos princípios da verificabilidade
(experimentação empírica) por isso não é possível visualizar-se a função preparatória nas decisões judiciais.
A lei continua sendo utilizada como instrumento de suporte que fundamenta as decisões, previamente tomadas, no âmbito privado/interno dos julgadores.
Realismo Norte americano:
Objetivou desmascarar o processo de decisão: a atividade de decidir não obedece ao processo lógico, mas ao processo psicológico, da lógica do inconsciente.
Postula que as decisões nascem, primeiramente, no interior do sujeito, no seu mundo interno, e só posteriormente, argumentos racionais, leis e princípios jurídicos revestirão a decisão tomada, oferecendo-lhe uma roupagem para se apresentarem ao mundo externo. 
Combate a crença de que o direito constitui um sistema lógico fechado e afirma o caráter auxiliar dos conceitos e das normas jurídicas como meio de conhecimento e de domínio da realidade social. 
Ressalta o aspecto prático da atividade jurídica: o DIREITO é uma profecia daquilo que realmente será feito na apreciação de um caso concreto. 
Consagra o princípio psicológico do determinismo do inconsciente sobre o mundo da consciência e o princípio da prevalência das decisões sobre a lei.
O DIREITO NÃO É A LEI, É A DECISÃO! 
Tem como objetivo mostrar que as decisões judiciais são influenciadas pelo mundo psicológico de quem efetivamente decide.
POR ISSO, TODA A ATENÇÃO DEVE SER DIRIGIDA PARA AS DECISÕES DOS OPERADORES DO DIREITO!
Os traços fundamentais do realismo norte americano consistem no estudo do comportamento dos juízes e colegiados e da discrepância entre esse comportamento e as normas, que são o verdadeiro fundamento das decisões judiciais. 
Propõe começar pela remoção dos disfarces.
No âmbito consciente: Primeiro são conhecidos os fatos;
Depois é formada a livre convicção através das provas, das perícias, das testemunhas, da confissão e dos depoimentos.
O objetivo é mostrar que as decisões judiciais são influenciadas pelo mundo psicológico de quem efetivamente decide. 
A expressão “do ser humano que decide” chama a atenção de que esse sujeito traz consigo emoções e conflitos, angústias e circunstâncias emocionais e existenciais.
A exigência de unidade e de certeza só poderia ser atendida se os padrões fixados de decisão do julgador fossem sempre os mesmos: não só em relação aos outros julgadores, como em relação a si próprio. 
Isso implicariacondutas estereotipadas e estatísticas, mais condizentes com uma máquina do que com uma pessoa humana. 
A certeza só seria possível para uma justiça mecânica, incapaz de perceber a subjetividade.
Para o realismo norte americano a norma jurídica é um enunciado metafísico, não tem base empírica, serve apenas para dar formato de racionalidade ao compromisso da decisão.
O realismo norte americano não aceita a primazia da norma: AS NORMAS ESTÃO À MARGEM DAS DECISÕES.
Realismo Escandinavo 
Corresponde a uma visão europeia do desenvolvimento americano.
Considera a normatividade jurídica como as regras do xadrez: é possível predizer os movimentos.
Refuta o DIREITO como um sistema lógico, para considerá-lo um conjunto de decisões judiciais.
Sua tarefa consiste na análise do funcionamento real dos tribunais e dos fatores que influem nas suas decisões: culto da resposta concreta.
Tendência a eliminar todo elemento afastado da realidade tangível, observável e objetiva.
Considera apenas enunciados da realidade concreta, todo o resto é considerado metafísico*. 
Para obter-se a eficácia jurídica é imprescindível conhecer todas as variáveis.
1. Algumas objetivamente controláveis, como a proibição de parentesco entre as partes e o julgador.
2. Outras de natureza mais sutil e, desconhecidas, mas que decodificadas possam ser transformadas de modo a não expressar-se no momento de constituir a decisão. 
Sobre a ciência jurídica atual postula que os dogmas jurídicos têm base imaginativa, cuja concepção é irreal e irracional, pois estabeleceu uma confusão entre causa e consequência.
A Teoria da Decisão:
Relaciona-se ao estudo do comportamento e fenômenos psíquicos daqueles que tomam as decisões: a identificação de valores, incertezas , racionalidade;as condições pelas quais um processo será levado a ter como resultado a decisão ótima e outras questões relevantes em uma dada situação. 
A decisão aparece como ato final de uma cena conflitiva.
Decidir é um ato complexo que visa transformar incompatibilidades em formas e modelos de absorção de conflito.
Pouco tem a ver com os ideais de harmonia e consenso. 
O conflito, portanto, é a condição de possibilidade da decisão, pois a partir dele é oportuno transformar a realidade social. 
As Relações entre Psicologia e Justiça:
Olhando-se para além do DIREITO como um conjunto de normas gerais e abstratas, constata-se a existência de outra perspectiva: A PSICOLOGIA.
Como uma estratégia que pode ser empregada para estudar qualquer tipo de comportamento, em qualquer âmbito de trabalho e em qualquer campo de trabalho, seja ele familiar, penal, educacional, ocupacional, etc.
A Justiça consciente: 
Não há pena sem crime, assim como não há pena sem culpa.
A natureza da pena é sempre compatível com a gravidade do crime.
A pena tem duração fixa e determinada.
Ao sujeito devem ser asseguradas todas as garantias legais.
Justiça inconsciente 
Condena o sujeito, ainda que inocente, por culpas pregressas e incorre em perseguições.
As penas são sempre severas e independem da gravidade do fato cometido.
A punição é ilimitada no tempo.
Não há assistência de garantias objetivas.

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